Primeiro-ministro do Reino Unido anuncia criação de força especializada contra protestos violentos

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou nesta segunda-feira (5) a formação de um “exército permanente” de policiais especializados para lidar com os protestos violentos fomentados por grupos de direita radical no Reino Unido.

A decisão segue uma reunião de emergência do Comitê Cobra, que reuniu ministros, funcionários públicos, policiais e agentes de inteligência para abordar a crise crescente. 


Policiais contendo manifestantes no Reino Unido (Foto: Reprodução/Justin Tallis/Getty Images/Embed)


Reforço na justiça criminal 

Starmer destacou que a resposta da justiça criminal será “intensificada”, enquanto a polícia trabalha para identificar e prender os responsáveis pelos tumultos. Centenas de detidos foram registrados em diversas cidades, após um ataque a facadas em Southport, que resultou na morte de três meninas durante uma aula de dança. O assassinato chocou o país e desencadeou uma onda de violência que se espalhou por Londres, Hull, Liverpool, Bristol, Manchester, Stoke-on-Trent, Blackpool e Belfast, com relatos de ataques a lojas e policiais.

Em Rotherham, um hotel que abrigava requerentes de asilo foi alvo de um ataque no domingo (4/8). Apesar de alguns protestos menores em outras áreas não terem resultado em violência, a situação em Liverpool foi especialmente tensa. Cerca de mil manifestantes anti-imigração, alguns deles proferindo insultos islamofóbicos, confrontaram contra-manifestantes, exigindo um esforço considerável da polícia para manter a ordem.

Resposta do governo e condenação da violência 

A secretária do Interior, Yvette Cooper, condenou as “cenas vergonhosas de violência e vandalismo” e prometeu “justiça rápida” para os envolvidos. A desinformação nas redes sociais, que erroneamente vinculou o ataque a um imigrante radical, exacerbou a situação. O suspeito, Axel Rudakubana, de 17 anos, foi identificado como britânico e enfrenta acusações de homicídio e posse de arma branca. Ele permanecerá em custódia até a audiência marcada para outubro.

A imigração, já um tema sensível no Reino Unido, tornou-se ainda mais controversa após o Brexit, que prometeu reduzir o fluxo de imigrantes. Embora o número de imigrantes que entraram irregularmente tenha aumentado, o debate sobre imigração continua polarizando a opinião pública. A desinformação sobre o ataque e a crescente influência de grupos de extrema-direita nas redes sociais intensificaram os protestos, revelando uma complexa rede de influenciadores e organizações que exploram a crise para promover suas agendas.

Polícia americana ignora diretrizes e efetua detenções em massa em campi universitários

Mais de 500 detidos em protestos pró-palestinos em universidades dos EUA, acusados de violência. Especialistas alertam para prejuízos nas investigações; acusações incluem agressão, furto, desacato e invasão, com uso de gás e granadas para dispersão. Continue lendo →

Os últimos protestos e manifestações pró-palestinos que se espalharam pelas principais universidades dos EUA, e foram liderados por estudantes em nome do fim da guerra entre Israel e Hamas, além de exigir que as instituições de ensino cortem laços com Israel e empresas que lucram com o conflito, já renderam diversas prisões e desmanches dos acampamentos para tentar conter a multidão.

Em menos de uma semana, em Universidades como Connecticut, Columbia, Geórgia, New Hampshire, Texas e City College de NYC, a polícia efetuou mais de 500 detenções de pessoas entre alunos, professores e pessoas “de fora” das universidades, que segundo os manifestantes que iniciaram os protestos, não os representam, por conta de ações violentas e que se aproveitam de uma causa para provocar tumulto e confusão.

Prisões desenfreadas

Alguns especialistas em criminologia advertem para a ineficácia de prisões efetuadas sem parâmetros adequados e que sejam capazes de identificar os reais culpados por ações criminosas e violência, além de generalizar os fatos e perder o foco nas investigações. 

Apontam ainda que as prisões em massa frequentemente se fundamentam em declarações genéricas, por vezes idênticas, aplicadas a inúmeras suspeitas. Para eles, isso não apenas pode ser prejudicial, elevando as tensões e a antipatia em relação à polícia, mas também pode intensificar os protestos

As principais acusações dos detidos estão entre agressão, furto e/ou roubo, desacato e invasão de propriedade, além disso, para dispersar multidões, os policiais utilizaram gás de pimenta e granadas de luz.


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Manifestantes pró palestinos em Universidade de Chicago em protestos do dia 07/05 (foto: reprodução/ Scott Olson/ Getty Images)


Resposta da polícia

A polícia de Nova York informou em uma coletiva à imprensa, através do comissário de polícia Edward Cabane que “a situação nos campi havia se deteriorado a ponto de colocar em risco a segurança dos alunos, professores, funcionários e do público”., e assim foi necessária uma intervenção maior por parte da polícia.

Até o momento, mais de 2 mil pessoas já foram detidas com diversos acampamentos desfeitos e com a presença da polícia para contenção de novos protestos e segundo alguns alunos e professores, o clima tem sido de medo e pavor com a insegurança de frequentar as aulas.