Mais de 500 detidos em protestos pró-palestinos em universidades dos EUA, acusados de violência. Especialistas alertam para prejuízos nas investigações; acusações incluem agressão, furto, desacato e invasão, com uso de gás e granadas para dispersão.
Os últimos protestos e manifestações pró-palestinos que se espalharam pelas principais universidades dos EUA, e foram liderados por estudantes em nome do fim da guerra entre Israel e Hamas, além de exigir que as instituições de ensino cortem laços com Israel e empresas que lucram com o conflito, já renderam diversas prisões e desmanches dos acampamentos para tentar conter a multidão.
Em menos de uma semana, em Universidades como Connecticut, Columbia, Geórgia, New Hampshire, Texas e City College de NYC, a polícia efetuou mais de 500 detenções de pessoas entre alunos, professores e pessoas “de fora” das universidades, que segundo os manifestantes que iniciaram os protestos, não os representam, por conta de ações violentas e que se aproveitam de uma causa para provocar tumulto e confusão.
Prisões desenfreadas
Alguns especialistas em criminologia advertem para a ineficácia de prisões efetuadas sem parâmetros adequados e que sejam capazes de identificar os reais culpados por ações criminosas e violência, além de generalizar os fatos e perder o foco nas investigações.
Apontam ainda que as prisões em massa frequentemente se fundamentam em declarações genéricas, por vezes idênticas, aplicadas a inúmeras suspeitas. Para eles, isso não apenas pode ser prejudicial, elevando as tensões e a antipatia em relação à polícia, mas também pode intensificar os protestos
As principais acusações dos detidos estão entre agressão, furto e/ou roubo, desacato e invasão de propriedade, além disso, para dispersar multidões, os policiais utilizaram gás de pimenta e granadas de luz.
Embed from Getty Images
Manifestantes pró palestinos em Universidade de Chicago em protestos do dia 07/05 (foto: reprodução/ Scott Olson/ Getty Images)
Resposta da polícia
A polícia de Nova York informou em uma coletiva à imprensa, através do comissário de polícia Edward Cabane que “a situação nos campi havia se deteriorado a ponto de colocar em risco a segurança dos alunos, professores, funcionários e do público”., e assim foi necessária uma intervenção maior por parte da polícia.
Até o momento, mais de 2 mil pessoas já foram detidas com diversos acampamentos desfeitos e com a presença da polícia para contenção de novos protestos e segundo alguns alunos e professores, o clima tem sido de medo e pavor com a insegurança de frequentar as aulas.