Covid-19: cinco anos depois, o mundo ainda sente os efeitos da pandemia

Cinco anos se passaram, desde que o mundo parou. No fim de 2019, poucos imaginavam que um vírus desconhecido mudaria a rotina de bilhões de pessoas. Mas então, Wuhan, na China, registrou o primeiro caso de Covid-19, e dali em diante, tudo se transformou. Ruas esvaziaram, abraços foram substituídos por telas e o medo se tornou um companheiro diário.

Agora, olhando para trás, percebemos que não foi só o mundo que mudou. Nós mudamos. Nossa forma de ver a vida, de valorizar os encontros e até de lidar com a incerteza foi redesenhada pela pandemia. Mas, o que realmente ficou desse período tão intenso?

O dia em que tudo começou

Wuhan, uma cidade agitada, de repente ficou em silêncio. As ruas, que costumavam ser movimentadas, pareciam cenas de um filme pós-apocalíptico. A cidade foi a primeira do mundo a enfrentar um lockdown.

Mas o vírus não ficou por lá. Ele viajou, cruzou fronteiras, e em poucas semanas, o mundo inteiro sentia seus efeitos. Na Itália, Codogno registrou o primeiro caso europeu, e logo hospitais estavam lotados, médicos exaustos e famílias separadas pela doença.


Um profissional de saúde faz teste de Covid-19 (Foto: reprodução/Xavier Galiana/Getty Images Embed)


O mundo em pausa

Março de 2020 foi um mês que ninguém esquece. A Organização Mundial da Saúde declarou oficialmente a pandemia. As fronteiras se fecharam, os aeroportos esvaziaram e até as cidades mais vibrantes se calaram.

O trabalho passou a ser remoto, as crianças aprenderam a estudar pelo computador e os idosos ficaram isolados. Aniversários, casamentos e encontros foram adiados. Cada um, do seu jeito, teve que encontrar forças para lidar com a distância e a incerteza.

Enquanto isso, cientistas corriam contra o tempo para criar uma vacina que pudesse nos devolver um pouco de esperança.

A luz no fim do túnel

O desenvolvimento das vacinas foi um dos maiores feitos da ciência moderna. Em tempo recorde, laboratórios do mundo todo se uniram para criar imunizantes. No Brasil, a Coronavac, em parceria com o Instituto Butantan, foi a primeira a ser aplicada.

Dimas Covas, ex-diretor do Butantan, lembra como esse momento foi decisivo: “Um parceiro que tem uma vacina pronta, em uma tecnologia segura, na qual o Butantan tinha muita experiência. E se desenhou, então, uma parceria ideal. Nós poderíamos ajudar no desenvolvimento dessa vacina rapidamente e com isso contribuir para o enfrentamento da pandemia”

Com a vacinação, veio um alívio. Mas a normalidade demorou. Na China, algumas cidades passaram mais de três anos em isolamento. Em países como França e Itália, as restrições só foram totalmente suspensas, dois anos depois.


Bombeiros se preparam para realizar desinfecção no Aeroporto Internacional Tianhe de Wuhan (Foto: reprodução/Getty Images/Getty Images Embed)


O reencontro com a vida

Hoje, cinco anos depois, o mundo tenta recuperar o tempo perdido. Viagens, festas e encontros voltaram com força total. Em Roma, Paulina Letícia Diaz Perez percebe essa mudança: “o turismo normal aumentou bastante. Parece que todo mundo decidiu conhecer, viajar, fazer aquilo que tinha vontade de fazer.”

Em Milão, Carmine Gargano sente que a rotina está quase igual à de antes, mas reconhece que algo mudou para sempre: “Certamente, hoje, depois de cinco anos, estamos voltando a ser como em 2019. Então, estamos voltando ao ritmo de cinco anos atrás, antes da pandemia.”

O que aprendemos

A pandemia nos forçou a olhar para dentro. Nos fez sentir medo, solidão, saudade. Mas também nos ensinou sobre empatia, ciência e resiliência.

Especialistas alertam que novas pandemias podem acontecer, e Maria Van Kerkhove, infectologista da OMS, reforça: “A crise pode ter acabado, mas a Covid continua a ser uma ameaça. Esse trauma que passamos, essa experiência que todos nós passamos, precisa nos impulsionar a investir em estarmos prontos o tempo todo para algo assim”.


Pessoas usando máscaras para impedir a disseminação do coronavírus, na Galeria Vittorio Emanuele II em Milão (Foto: reprodução/Marcos del Mazo/Getty Images Embed)


O coronavírus virou nossas vidas do avesso, mas também nos mostrou o que realmente importa. Depois de cinco anos, seguimos tentando encontrar equilíbrio entre o passado e o futuro, entre a dor e a superação.

O que ficou foi a certeza de que cada momento, cada abraço e cada encontro tem um valor que antes talvez passasse despercebido.

Novo vírus de Coronavírus é encontrado em morcegos em Hong Kong

O Instituto de Virologia de Wuhan, em parceria com o Laboratório de Guangzhou, publicou um artigo na revista Nature, que informou sobre a possibilidade de um novo coronavírus. O vírus foi encontrado em morcegos de Hong Kong, cidade chinesa, a pesquisa revela que este microrganismo tem a mesma capacidade de infectar seres humanos encontrada no vírus SarsCov-2, o causador da covid-19. 

Como é este novo vírus

O grupo de pesquisa liderado pelo virologista Shi Zhengli já possui experiência com o coronavírus, pois atuou diretamente na pesquisa durante a pandemia de Covid-19, eles encontraram esta nova forma e a nomearam de HKU5-Cov-2, este utiliza o receptor ACE-2 do corpo humano para infectar o organismo.

Para esclarecer os riscos desta nova descoberta o infectologista responsável pela Sociedade Brasileira de Infectologia e o chefe do Departamento de Infectologia da Unesp, Alexandre Naime, declarou que este achado é apenas ao nível de vigilância e não há riscos iminentes de uma nova epidemia ou pandemia como a que se iniciou em 2020. Ele explicou que morcegos são abrigos para diversos vírus e doenças que podem infectar seres humanos, mas essas transmissões precisam de condições específicas para ocorrerem.

Cientistas analisando o coronavírus (Foto: reprodução/x/g1)

Quando ocorreu a descoberta

A observação e pesquisa são de extrema importância para identificar possíveis ameaças e investigar as possibilidades. O artigo foi publicado nesta terça-feira, dia 18 de fevereiro e os cientistas informam que a descoberta ocorreu recentemente, para investigar casos como esse o especialista utilizam uma técnica chamada Crio-EM, onde com um microscópio específico eles analisam as possibilidades e posteriormente como ocorre a contaminação de vírus em humanos. No caso deste vírus, assim como o já conhecido por causar a covid-19, é utilizado a proteína que fica ao redor da célula, a ACE-2 e ali ela recebe o vírus em uma tentativa de reconhecê-lo e neste momento a pessoa é infectada.

Segundo as pesquisas os riscos não são exagerados, mas é necessário continuar observando.

KP.2: nova variante da COVID-19 já está nos Estados Unidos

Uma nova variante do coronavírus, infecção respiratória que causou pandemia mundial, está ganhando forças. Apelidada de “KP.2”, membro das chamadas variantes, nomeada por conta de suas mutações, já se espalhou e se tornou residente nos Estados Unidos, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. 

Essas variantes, possuem algumas mutações em comum, entretanto, ainda fazem parte da família Ômicron, do coronavírus.

Casos

Ainda conforme o centro de controle, no período de 28 de abril a 11 de maio, o país registrou que cerca de 30% dos novos casos de infecção respiratória, ocorreram por conta da KP.2, obtendo um aumento de 16% com relação há duas semanas anteriores à data 

Em entrevista à rede CNN, a Dra. Leana Wen, detalhou o que a população deva saber sobre a nova variante. Leana contou que desde surgimento da Covid-19, a cepa original do vírus já foi substituída por diversas variantes. Inicialmente, obtivemos a Alpha. Logo depois surgiu a Beta, Delta e em seguida a Ômicron. 

Wen disse também que a KP.2 faz parte da Ômicron, que está substituindo a JN.1 e suas subvariantes. 


Vírus em ação (Foto: reprodução/Yuichiro Chino/Getty Images)

Sintomas e vacinas 

Os sintomas da nova variante, que já dominou o EUA, são semelhantes a da Covid-19. Coriza, dor de garganta, dor de cabeça, dores no corpo, febres e tosses incessantes. 

Segundo a doutora Wen, as vacinas já produzidas ainda devem ter efeito contra a KP.2. O centro de controle do país americano solicitou orientações recomendando uma segunda dose para a população com 65 anos ou mais. Espera-se que os órgãos federais de saúde utilizem uma versão atualizada da vacina contra a Covid-19 no outono. As novas vacinas deverão ser diferentes das atuais, pois as mais recentes terão maior eficácia e rapidez contra as variantes previstas para circular no outono e inverno. 

Anvisa aprova registro da vacina contra variante Kraken da COVID-19

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou hoje (06), em Brasília, o registro da vacina Spikevax, uma dose monovalente desenvolvida para combater a Covid-19, especificamente a variante XBB 1.5, popularmente conhecida como Kraken.

Produzido pela empresa Adium S.A. e fabricado pela Moderna, este é o segundo imunizante monovalente atualizado para a variante Kraken autorizado pela agência.

Posologias e indicações


A nova versão da vacina da COVID-19 é indicada para crianças a partir de seis meses de idade (Fotografia: reprodução/Freepik)

A vacina está indicada para crianças a partir de seis meses de idade, assim como para adultos, seguindo diferentes posologias.

Para crianças de seis meses a quatro anos sem histórico de vacinação ou infecção por Covid-19, são necessárias duas doses de 0,25 mililitros cada, administradas via intramuscular, com um intervalo de 28 dias entre elas. Já para crianças nessa faixa etária com histórico de vacinação ou infecção, é recomendada apenas uma dose, administrada pelo menos três meses após a última vacinação contra a Covid-19.

Para crianças de cinco a 11 anos, bem como para indivíduos com 12 anos ou mais, independentemente do histórico de vacinação, é indicada uma única dose de 0,25 ml ou 0,5 ml, respectivamente, administrada via intramuscular.

Além disso, para adultos com 65 anos ou mais, uma dose de 0,5 ml é recomendada, com a possibilidade de uma dose adicional após três meses da última vacinação contra a Covid-19.

Estratégia de imunização

Esta aprovação pela Anvisa reflete a contínua busca por atualizações nas estratégias de imunização contra a Covid-19, visando adaptar-se às variantes emergentes do vírus.

A Spikevax se junta à Cominarty, da Pfizer, como uma das vacinas monovalentes registradas para combater a variante Kraken. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, já anunciou que a vacinação com a Cominarty começará a ser realizada nos grupos prioritários a partir de abril.