Mondepars lança bolsa com couro biodegradável

A Mondepars, marca de Sasha Meneghel, lançou nesta segunda-feira, dia 20, uma nova peça. A peça em questão se trata de uma bolsa confeccionada manualmente pela equipe de produção.

A bolsa arraia tem como material principal o couro biodegradável, feito a partir de um cacto chamado Notus Cactos que tem um aspecto semelhante ao couro natural.


Divulgação da Bolsa Arraia (Foto: reprodução/Mondepars)

Um formato diferente

O nome Bolsa Arraia se dá pelo formato da bolsa, que é semelhante a do animal marinho. As laterais mais vazadas e duas pequenas alças dão um toque único para a bolsa, além das duas alças principais.

Na bolsa existem compartimentos e um detalhe que confere originalidade ao item: Mondepars escrita sob o couro vegano. Custando por volta de 3.190 reais, o item é cruelty-free e sustentável por conta do material citado anteriormente.


Adrían Lopez e Marte Cázarez (Foto: reprodução/Vogue)

Notus Cactos

O Notus Cactos provém do México e diferente de outros cactos, ele não precisa de água para sobreviver. Essa planta produz o Desserto Pele, produzido por Adrían Lopez Velarde e Marte Cázarez um tecido que além de usado na área da moda, pode ser usado na área automobilística.

Em entrevista para a Vogue, Adrián confirma que o couro é livre de químicos tóxicos, de PVC e ftalatos, um aditivo que deixa o plástico mais maleável. Além de orgânico e biodegradável, o couro dura cerca de 10 anos e custa por volta de 25 dólares o metro.

O couro originado pelo cacto não é a única opção, existem outras opções de couro orgânico, como o couro vindo de frutas, algodão e folhas de árvore.


Tênis feitos de Pinatex por Moea Sneakers (Foto: reprodução/instagram/@pinatex)

Piñatex

Piñatex é o nome que se dá para o couro feito a partir das fibras do abacaxi, além de biodegradável, a produção deste couro beneficia e apoia comunidades agrícolas locais.

Seu país de origem são as Filipinas e é a alternativa mais famosa de couro vegano.

Couro sustentável feito no Brasil é usado por marcas internacionais

O couro beLEAF é uma opção para substituir o couro animal. Produzida com a folha da planta orelha-de-elefante, o material sustentável desenvolvido no Rio de Janeiro se tornou um sucesso entre os criadores de moda brasileiros e de outros países pelo mundo.

A Nova Kaeru, empresa de produção 100% orgânica localizada no Rio de Janeiro, foi a pioneira na transformação da folha da orelha-de-elefante em matéria prima sustentável para alternativas do couro em peças da moda. 

A organização exporta seus produtos para mais de 30 países e aumenta as possibilidades do beLEAF ser usado em criações internacionais, como as marcas Loewe, Botter e Louboutin que já utilizam o biomaterial brasileiro para a criação de suas próprias peças.

Produção do couro sustentável beLEAF

O couro sustentável beLEAF tem seu processo de estabilização do couro totalmente orgânico que preserva a origem natural da planta. 

O beLEAF, idealizado por Eduardo Filgueiras e Paulo Costa, em 2007, aposta em fazendas de reflorestamento para uma produção orgânica e pensada para produtos de luxo que exalam a essência das características da natureza. 


Plantação da orelha-de-elefante (Foto: reprodução/Instagram/@nova.kaeru)

Sua produção ocorre em uma Serra de Petrópolis e gera oportunidade de trabalho para a população local. Para a formação do couro, a planta precisa ter o tamanho de 1 metro de comprimento para sua utilização no meio da moda. 

Desde o tingimento até o forro de microfibra colocado nas folhas são feitos com óleos e produtos químicos em processos naturais que não agridem o meio ambiente. Os resquícios de todo o processo de criação do material também são reutilizados como adubo natural nas plantações de orelha-de-elefante. 


Cores do beLEAF (Foto: reprodução/Nova Kaeru)

A preocupação é mudar o retrato da indústria poluente de couro e criar versões sustentáveis alternativas que motivem os produtores de moda a utilizarem o couro beLEAF em suas peças. 

A expectativa é de que a moda seja um setor responsável nas questões ambientais e levar a questão para seus consumidores.