Crise Climática pode redesenhar o “mapa da pobreza” infantojuvenil na América Latina até 2030

A Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quinta-feira (28), divulgou dados sobre os impactos das mudanças climáticas no desenvolvimento de crianças e adolescentes latino-americanos e caribenhos. Até 2030, conforme o relatório, 5,9 milhões de pessoas nesta faixa etária poderão ser afetadas devido aos danos causados pelo efeito estufa e pela falta de financiamento climático. 

O estudo, que é uma parceria entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe (CEPAL), analisou os impactos climáticos no Brasil e em mais 17 países da região, projetando cenários sombrios caso medidas urgentes não sejam adotadas.

Impactos climáticos

Segundo o relatório, a crise climática não é apenas uma questão ambiental, uma vez que está diretamente ligada à realidade social de milhões de crianças e jovens na América Latina e no Caribe. Conforme o documento, se nada for feito de forma efetiva, a situação tende a se agravar, lançando milhares de crianças e jovens destes países à pobreza extrema. Podendo quase triplicar a projeção inicial, alcançando 17,9 milhões de jovens em situação de vulnerabilidade.


Publicação sobre o estudo referente aos impactos do clima na América Latina (Foto: reprodução/X/@ONUNews)

Além do impacto direto, o relatório chama atenção para as “perdas e danos” que comprometem o desenvolvimento satisfatório dos jovens e sua qualidade de vida. A falta de acesso a serviços de saúde, nutrição adequada e saneamento básico interfere diretamente na capacidade cognitiva e no bem-estar desta parcela da população. 

Apesar destes dados, o estudo denuncia que apenas 3,4% do financiamento climático multilateral é direcionado às iniciativas voltadas para o público infantojuvenil. Evidenciando a necessidade urgente para uma mudança nas prioridades e maior proteção dos mais vulneráveis, desde os primeiros anos de vida.

Regiões mais afetadas

O relatório apontou o nordeste brasileiro como uma das áreas críticas onde os efeitos das mudanças climáticas são mais severos. O “Cone Sul”, formado por Argentina, Chile e Uruguai, também é uma região que merece mais atenção. Além do “Corredor Seco” da América Central, entre o Sul do México e o Panamá, regiões expostas a eventos extremos, como secas prolongadas, enchentes, ondas de calor e furacões. 

Para os analistas, esses fenômenos não apenas colocam em risco a integridade física das crianças e jovens, mas também prejudicam seriamente seu acesso a direitos básicos como educação, moradia, água potável e alimentação.  Sem uma atuação coordenada, de acordo com o estudo, a desigualdade tende a se aprofundar, perpetuando um ciclo de pobreza e exclusão que poderia ser evitado com planejamento, investimento e compromisso político real.


Conferência sobre Desenvolvimento Social que acontecerá entre 2 e 4 de setembro de 2025, em Brasília, capital federal (Foto: Reprodução/X/@cepal_onu)

A Unicef e a Cepal destacam que a resposta à crise climática deve ir além da redução de emissões. Para os analistas, é fundamental garantir políticas públicas que fortaleçam os serviços sociais e promovam a resiliência das comunidades. Também reforçam a importância da educação ambiental nas escolas como ferramenta para preparar as novas gerações. Segundo informaram, para evitar que a pobreza adicional se concretize, seriam necessários entre US$ 10 e US$ 48 bilhões de dólares em recursos para proteger crianças, adolescentes e jovens com menos de 25 anos. 

Calor extremo causa 1.180 mortes na Espanha em dois meses

O Ministério do Meio Ambiente da Espanha informou nesta segunda-feira (14) que as altas temperaturas no país causaram 1.180 mortes nos últimos dois meses, um número maior comparado ao mesmo período do ano passado.

A Espanha foi atingida por um calor extremo nas últimas semanas, com temperaturas ultrapassando 40 graus Celsius. As regiões mais afetadas foram ao norte do país, como as cidades de Galícia, La Rioja, Astúrias e Cantábria, conhecidas por terem as temperaturas mais frias durante o verão.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente do país, a maioria das pessoas que morreram de causas relacionadas ao calor tinham mais de 65 anos, sendo as mulheres, mais da metade das vítimas.

Incêndios florestais na Espanha

Altas temperaturas, tempestades e ventos fortes dificultaram a extinção de um incêndio florestal que ocorreu no início do mês de julho. No dia, duas pessoas morreram em um incêndio florestal que atingiu a região da Catalunha. 

O fogo destruiu diversas fazendas, atingiu área agrícola e a orientação dos bombeiros era que as pessoas, longe do local, permanecessem em suas casas. “O incêndio foi extremamente violento e irregular devido às tempestades e ventos fortes, gerando uma nuvem de convecção que complicou os esforços de extinção”, comunicou o corpo de bombeiros.


Incêndio florestal na Espanha alerta bombeiros (Foto: reprodução/Getty Images Embed)

Ação humana é responsável pelas mudanças climáticas

Entre maio de 2024 e maio de 2025, mais de 190 países e territórios registraram um aumento de dias de calor extremo, e o relatório internacional produzido por cientistas da Cruz Vermelha Internacional World Weather Attribution e do Climate Central, aponta que as mudanças climáticas, causadas pelas ações humanas, é a maior responsável por isso. 

O calor excessivo é apontado como o evento climático mais mortal do planeta. Em 2022, a Europa registrou mais de 61 mil mortes por calor, entretanto, tem-se a informação de que muitas mortes são sub notificadas, o que significa que os números podem ser ainda maiores.

Os cientistas utilizaram como base a temperatura acima do percentil 90 para cada localidade, comparando o histórico de 1991 a 2020, e chegaram à conclusão de que quase metade da população mundial viveu ao menos 30 dias a mais de calor extremo no último ano. 

Brasil fica fora de acordo da ONU contra poluição nos oceanos

Durante a Conferência da ONU sobre os Oceanos, em Nice, na França, 95 países assinaram um novo compromisso global contra a poluição plástica marinha. O documento, intitulado “Apelo de Nice”, busca conter os danos crescentes causados pelo plástico nos ecossistemas aquáticos.

Embora o presidente Lula tenha participado da conferência e destacado a urgência do tema, o Brasil optou por não aderir ao acordo. O chefe de Estado afirmou que o país está formulando uma estratégia própria e prometeu foco no tema durante a COP30.

Pressão do setor petroquímico e contradições no discurso ambiental

Especialistas apontam que a decisão brasileira ainda reflete pressões do setor petroquímico e conflitos de interesse com a exploração de petróleo. O jornalista André Trigueiro, em comentário na GloboNews, afirmou que o Brasil “se lambuza de óleo” ao priorizar interesses energéticos, o que enfraquece sua posição ambiental internacional.

Além do Brasil, outros grandes emissores de poluição plástica também ficaram fora do pacto. No entanto, nenhum dos dez países mais poluentes — incluindo China, Índia e os demais integrantes do BRICS — assinou o acordo. O Brasil, inclusive, figura como o oitavo maior poluidor dos oceanos por descarte inadequado de plástico.

Assim, a ausência dos principais produtores de petróleo e grandes economias evidencia o desafio de alinhar compromissos ambientais com interesses comerciais. Portanto, a urgência por medidas concretas continua a pressionar governos globalmente.


Presidente Lula participa da 3ª Conferência das Nações Unidas. (Reprodução/YouTube/@LulaOficial)

Participação brasileira no tratado ambiental segue ambígua

O Tratado Global Contra a Poluição Plástica, promovido pela ONU e anunciado em setembro de 2023, foi discutido entre 13 e 19 de novembro daquele ano em Nairóbi, no Quênia.

O Brasil, representado pelo Ministério do Meio Ambiente, manteve-se neutro nas negociações e pouco contribuiu para o texto-base. Segundo ambientalistas, a postura do país estaria alinhada aos interesses da indústria petroquímica, setor ainda relevante para a economia nacional.


Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na Conferência UNOC3 das Nações Unidas (Foto: reprodução/Ludovic Marin/AFP/Getty Images Embed)


Crise climática agrava insegurança alimentar na América Latina

Em maio de 2024, a ONU divulgou um relatório alertando para o impacto direto de eventos climáticos extremos na produção agrícola da América Latina e do Caribe. Logo, tempestades e secas têm elevado o preço dos alimentos e ampliado a insegurança alimentar.

Apesar do cenário crítico, o relatório também apontou sinais de melhora: de 2022 para 2023, cerca de 2,9 milhões de pessoas deixaram de passar fome na América Latina, única região global com essa tendência.

Ainda, no final de 2024, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou o “colapso climático” e pediu ações urgentes para limitar o aquecimento global e proteger populações vulneráveis.

Violet Affleck revela briga com Jennifer Garner durante incêndios em Los Angeles

A filha mais velha de Ben Affleck e Jennifer Garner, Violet Affleck, revelou uma discussão tensa com a mãe durante os incêndios florestais que atingiram Los Angeles em janeiro de 2025. O desentendimento foi exposto por Violet, de 19 anos, em um artigo universitário entregue na Universidade de Yale, onde ela estuda. O texto, que trata das mudanças climáticas e da resposta da sociedade a desastres naturais, chamou atenção por abordar conflitos familiares e críticas sociais profundas.

A situação foi vivida enquanto a família se refugiava em um quarto de hotel, longe da fumaça e das chamas que ameaçavam bairros da cidade. No ensaio, intitulado “Uma Terra Cronicamente Doente: O Combate à COVID como um Modelo de Resposta Climática em Los Angeles”, Violet descreveu a mãe como “assustada e em choque” diante da crise ambiental. A jovem, por outro lado, afirmou estar “surpresa com a surpresa” de Jennifer Garner, indicando um contraste geracional em relação à percepção das mudanças climáticas.

Discussão familiar é revelada em texto sobre crise ambiental

A revelação da briga entre Violet Affleck e Jennifer Garner foi feita em meio a uma forte crítica à postura de moradores ricos de Los Angeles frente aos desastres ambientais. Segundo Violet, o choque de sua mãe com a situação foi visto como um reflexo da falta de preparo emocional e prático das gerações anteriores diante das transformações climáticas em curso.


Violet em uma reunião do Conselho de Supervisores do Condado de Los Angeles (Vídeo: reprodução/Youtube/Access Hollywood)

A filha do ex-casal afirmou que sua preocupação não era se os incêndios atingiriam o bairro onde cresceu, mas quando. No artigo, ela se define como uma representante da Geração Z “alfabetizada em clima”, indicando maior consciência ambiental em comparação com os mais velhos.

Ainda no texto, outros momentos familiares são relembrados, como a confusão do irmão mais novo, Samuel, que questionou qual a relação entre o aquecimento global e a velocidade do vento. Violet usou o exemplo para ilustrar a urgência de maior educação climática e engajamento.

Texto universitário mistura crítica social e relato pessoal

O artigo de Violet Affleck ganhou repercussão internacional após ser destacado pelo jornal britânico Daily Mail. A publicação foi interpretada como uma crítica direta à elite dos países ricos, considerada por ela como responsável por padrões de consumo insustentáveis que intensificam os efeitos da crise climática. Até o momento, nem Jennifer Garner, nem Ben Affleck se pronunciaram publicamente sobre o conteúdo do texto da filha.

A exposição do conflito familiar, feita em um contexto acadêmico e social relevante, gerou debates nas redes sociais sobre o papel das novas gerações no combate à crise climática e sobre como os laços familiares também são testados em momentos de emergência.

ONU: mudanças climáticas intensificam crise alimentar na América Latina

Em relatório divulgado na última segunda-feira (27), pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), e outras agências da ONU, foram divulgados os desafios quanto às questões relacionadas à alimentação e nutrição enfrentados pelos países da América Latina e Caribe.

Segundo o documento intitulado “Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição 2024”, eventos climáticos como tempestades e secas afetam diretamente a produção agrícola das regiões e, consequentemente, ocasionam o aumento nos preços dos alimentos, expandindo a insegurança alimentar da população. 

O dado gera preocupação para os países da América Latina e o Caribe, uma vez que 74% da região está exposta a crises climáticas.

Apesar do alerta, o relatório registrou uma queda significativa na insegurança alimentar dos países da América Latina, sendo o único local do mundo com essa tendência. De 2022 para 2023, 2,9 milhões de pessoas deixaram de passar fome.

O Caribe, ainda que tenha diminuído o número de pessoas em situação de desnutrição, ainda apresenta números críticos. No relatório divulgado em 2023, 52% da população da região não tinha meios para acessar uma alimentação saudável.

Preocupação com colapso climático

No final de 2024, o secretário-geral da ONU, António Guterres, em sua mensagem de Ano Novo, chamou atenção para o “colapso climático” que o mundo está enfrentando. Guterres disse que os dez anos mais quentes registrados na terra ocorreram na última década.

Guterres também alertou sobre a importância de proteger as pessoas afetadas com os desastres climáticos, criando um sistema de alerta precoce. 

Durante sua presença no G20, ocorrido no Rio de Janeiro, o secretário-geral realçou a urgência de agir para impedir que as temperaturas do mundo passem de 1,5 graus Celsius. Ele também pediu para as empresas iniciassem o processo de transição para combustíveis renováveis.


Secretário-geral da ONU, António Guterres, no G20 (Foto: reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil)

COP30

Preocupado com as questões ambientais, O Brasil irá receber a Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, em novembro deste ano. O evento irá ser realizado pela primeira vez no país e reunirá líderes mundiais para discutir ações que frear a crise climática enfrentada atualmente.

O embaixador André Aranha Corrêa foi selecionado para ser o presidente da conferência. O evento é visto como um passo primordial para demonstrar a influência do Brasil debate mundial.

Bombeiros enfrentam montanhas de entulho em busca de vítimas no RS

Após as devastadoras enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, a cidade de Cruzeiro do Sul agora luta contra o tempo e o terreno para localizar possíveis vítimas soterradas sob 15 mil km² de entulhos. As enchentes, causadas pela transbordação do Rio Taquari, resultaram em um cenário de destruição com profundidades de detritos alcançando até sete metros.


Imagens de destruição e bombeiros à procura de corpos em RS(Reprodução/TV Globo)

Resgate em condições extremas

Os bombeiros, auxiliados por cães farejadores e drones, vasculham incansavelmente a área em busca de sobreviventes ou corpos. Recentemente, o resgate de uma mulher e de uma criança de 11 anos entre os entulhos ressaltou a gravidade da situação. “Só com os cães a gente consegue chegar nos lugares exatos onde tem essa indicação, e a gente consegue trabalhar fazendo essas buscas”, explica o Major Michael Magrini, do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina.


Companhia Especial de Busca e Salvamento, em Porto Alegre (Reprodução/André Ávila/Agência RBS)

Recuperação e solidariedade

Enquanto isso, em Porto Alegre e outras áreas afetadas, a comunidade começa a limpar o que foi deixado para trás pelas águas. No bairro Menino Deus, moradores enfrentam a dolorosa realidade de perderem seus bens, muitos dos quais agora se encontram inutilizáveis nas calçadas. “Tudo é lixo. Tudo quebrado, tudo demolido. Não se aproveita nada”, lamenta o motorista Joel Vargas.

O Departamento Municipal de Limpeza Urbana mobilizou 3.500 garis e um extenso arsenal de veículos pesados para lidar com as 910 toneladas de resíduos já acumulados. O diretor-geral do DMLU destaca o esforço contínuo: “Temos 3.500 garis trabalhando em três turnos e um maquinário muito pesado sendo usado na remoção dos resíduos.”


Entulho toma conta de Cruzeiro do Sul, no Vale do Rio Taquari, onde bairros inteiros foram postos abaixo (Reprodução/Jornal Nacional)

Em meio a essa devastação, as histórias dos sobreviventes emergem, trazendo à tona o sentimento de abandono de uma comunidade que se sente esquecida. Com relatos de perdas irreparáveis, a população local clama por mais atenção e recursos para reconstruir suas vidas e suas comunidades.

Governo do RS anuncia R$2,5 mil para famílias em extrema pobreza

Em entrevista coletiva nesta sexta (17), Eduardo Leite, governador do estado do Rio Grande do Sul, anunciou o início do pagamento do programa “Volta por cima”, onde famílias na faixa de extrema pobreza inscritas no Cadastro Único e que foram vítimas das enchentes que invadem o estado em maio, receberão 2,5 mil reais. A previsão é que 47 mil famílias serão contempladas.

“Volta por cima” não foi criado após a tragédia em 2024 no RS

O programa existe desde o ano passado, em setembro, quando o Rio Grande do Sul sofreu com cheias intensas em razão do ciclone extratropical. Em 2023, aproximadamente 1.726 famílias de 22 municípios, recorreram ao projeto. O número teve crescimento expressivo em comparação com a tragédia climática de 2024, onde quase todos as cidades foram atingidas.

“Nós já efetuamos e estamos efetuando hoje o depósito para sete mil famílias neste cartão”, explica Eduardo Leite. As sete mil famílias “são aquelas que as prefeituras já apresentaram o cadastro e que estão desabrigadas”.

Além dessas, outras 40 mil famílias serão pagas através do serviço até 24 de maio.

Pix SOS RS

Apesar de parecidos, o Pix SOS RS e o Volta por cima tem públicos diferentes, o Pix atenderá as famílias que não são de extrema pobreza mas que ficaram desabrigados ou desalojados e que ganham até 3 salários mínimos, as vítimas receberão 2 mil reais. Os pagamentos começam nesta sexta-feira (17) em Encantado e Arroio do meio, cidades do RS.

Famílias que se encaixam no programa Volta por Cima, não poderão receber o Pix SOS RS.

Reconstrução do Rio Grande do Sul


Roca Sales, cidade do Rio Grande do Sul, vista de cima após alagamentos (Foto: reprodução/ NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images)


O Plano Rio Grande, como foi chamado pelo governo, tem o objetivo de reconstruir o estado. Entre as medidas, foi anunciada a inauguração do Centro Administrativo de Contingência, um espaço de trabalho temporário para os servidores, já que o local anterior foi afetado pelas cheias em Porto Alegre. O novo centro começará a operar oficialmente hoje.

Leite também anunciou a formação de um Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, com o objetivo de desenvolver “ações para adaptação e resiliência climática do estado do Rio Grande do Sul”.

O Estado ainda contará com estruturas habitacionais definitivas e provisórias, e uma nova secretaria, onde a Secretaria de Parcerias e Concessões vai dar lugar a  Secretaria da Reconstrução Gaúcha. A secretária irá funcionar no formato de uma “assessoria especial de gestão de riscos”, segundo o governador.

O governo federal também disponibilizou programas de habitação e recebimento de recursos para as famílias gaúchas.

Ondas de calor e enchentes atípicas assolam partes do Brasil

Em meio a uma conjuntura climática diversificada no território brasileiro, o Rio Grande do Sul enfrenta uma situação de emergência devido a uma enchente histórica, enquanto o Centro-Sul do país é castigado por uma onda de calor incomum para esta época do ano.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a primeira semana de maio foi marcada por temperaturas médias até 8°C acima do normal para o período na região Centro-Sul.

Motivos das temperaturas elevadas no Brasil

As temperaturas elevadas são atribuídas à persistência de uma onda de calor, a quarta registrada desde o início do ano. Inicialmente prevista para cessar na primeira semana de maio, a onda de calor tem se prolongado e a previsão é de que persista até o dia 17 do mês em curso. Apesar de uma breve trégua no calor ocorrida nesta terça e quarta-feira, as altas temperaturas devem retornar até o final da semana.


As temperaturas elevadas são resultado da persistência da quarta onda de calor registrada desde o início do ano (Fotografia: reprodução/Freepik/Freepik)

De acordo com levantamento do Inmet, São Paulo registrou sua temperatura máxima mais alta em mais de sete décadas, atingindo 32,8°C em 5 de maio, superando o recorde anterior de 30°C estabelecido em maio de 1943.

A situação em outros estados do país

Durante o período analisado, as temperaturas em diversas cidades brasileiras apresentaram variações significativas em relação à média histórica para esta época do ano. Em Curitiba (PR), os termômetros registraram 23,1°C, uma marca notável de 8°C acima da média.

Em São Paulo (SP), a temperatura média foi de 25,3°C, com um aumento de 7,1°C em relação à média esperada. São Joaquim (SC) não escapou dessa tendência, com uma temperatura de 17,2°C, 5,7°C acima da média, enquanto Morro da Igreja (SC) registrou 14,8°C, superando a média em 5,6°C.

Brasília (DF) também teve um aumento significativo, atingindo 22,6°C, 5,4°C acima da média. No Rio de Janeiro (RJ), os termômetros marcaram 26,5°C, com um aumento de 4,5°C em relação à média histórica. Porto Alegre (SC) registrou uma temperatura média de 21,4°C, superando a média em 4,5°C.

Por fim, Belo Horizonte (MG) teve uma temperatura média de 24,4°C, ultrapassando a média em 3,9°C.

Meteorologistas fazem alerta

Meteorologistas alertam que a persistência da onda de calor está relacionada a um bloqueio atmosférico que tem impedido o avanço das frentes frias no sul do país, contribuindo para as tempestades e enchentes no Rio Grande do Sul. A situação, segundo especialistas, pode se agravar caso o cenário climático atual se mantenha, com previsão de mais chuvas no estado gaúcho.