Alexandre de Moraes nega pedido de Bolsonaro para adiar depoimento à PF

Nesta segunda-feira (19), Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), negou mais um pedido de adiamento para o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Polícia Federal. Com isso, a data para essa etapa da investigação será mantida para esta quinta-feira (22).

De acordo com Moraes, a decisão é justificada pelo fato de que a defesa do ex-presidente já possui “acesso integral à todas as diligências e provas reunidas aos autos” e, portanto, “não há motivos para qualquer adiamento do depoimento marcado pela Polícia Federal para o dia 22 de fevereiro próximo“.

No mesmo dia, como parte da Operação Tempus Veritatis – que desde o 8 de fevereiro investiga pessoas que poderiam estar envolvidas em uma tentativa de golpe de Estado e abolição da democracia brasileira – também devem prestar depoimentos à PF outros investigados próximos de Bolsonaro, como seus ex-assessores. Outros suspeitos de conspiração incluem ex-ministros e militares do seu governo, muitos dos quais também devem prestar depoimentos, ou ter providências tomadas a seu respeito pela cúpula do Exército.


Bolsonaristas em Brasília durante atos golpistas do 8 de janeiro (Foto: reprodução/AFP/Sérgio Lima)


Investigação da PF

Entre as evidências descobertas até o momento pela Polícia Federal, as mais relevantes divulgadas envolvem dois arquivos: um texto encontrado no escritório de Bolsonaro com ensaio de discurso decretando o Estado de Sítio no Brasil, e um arquivo de vídeo retratando uma reunião ministerial de 15 de julho de 2022, em que o então presidente cobrava a participação dos presentes em uma campanha de desinformação.

No discurso encontrado – documento que a PF confirmou que Bolsonaro analisou e até ajustou – está declarada a intenção de impor no país o Estado de Sítio (suspendendo a autoridade dos poderes Legislativo e Judiciário), e a Garantia da Lei e da Ordem (uso do Chefe de Estado das Forças Armadas), que em conjunto bastam para realizar um golpe e impedir a continuidade do processo democrático.

O texto justifica tais ações a partir da “resistência” a leis injustas, e a “restauração” da ordem no Brasil. Tal discurso, a análise suspeita, combina com as estratégias discutida na reunião gravada, onde ele convocou os participantes para denunciarem supostas fraudes no sistema eleitoral, com argumentos sobre irregularidades em urnas eletrônicas. A campanha de desinformação contra a Justiça Eleitoral teria sido incentivada como forma de justificar medidas em reação.

Daqui pra frente, quero que todo ministro fale o que eu vou falar aqui,“ o ex-presidente afirmou no vídeo.

Severidade do caso

A justificativa utilizada pela defesa de Bolsonaro para adiar o depoimento seria de que ela não possui todos os arquivos e mídias sendo avaliados no caso, o que Alexandre de Moraes refutou. Atualmente, o ex-presidente não pode se reunir ou comunicar com outros investigados para discutir o que vai informar, e ele está privado de seu passaporte para garantir que não fuja do país, como a investigação afirma que ocorreu após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Ao todo, são várias medidas para combater quaisquer possíveis irregularidades e demonstrar a severidade do caso – ou seja, para garantir que não ocorram mais eventos como a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023. A ideia é traçar claros limites contra a interferência no processo democrático brasileiro.

No entanto, parte da oposição já se manifestou chamando as medidas que foram tomadas em relação ao caso de excessivas. O senador Flávio Bolsonaro (PL), por exemplo, já havia em setembro do ano passado, durante sessão da CPI do 8 de janeiro, comparado as prisões dos atuantes no ataque contra a Praça dos Três Poderes com detenções de judeus por nazistas, invocando o Holocausto.

Daniel Alves é convocado a comparecer no tribunal, diz jornal

De acordo com informação concedida pelo jornal espanhol “La Vanguardia”, Daniel Alves foi convocado pela juíza Isabel Delgado Péres, responsável pelo seu caso,  a comparecer no tribunal de Barcelona nesta quinta-feira (22). A data prevista para a leitura da sentença é 7 de março, no entanto, há possibilidade da juíza antecipá-la para esta quinta-feira (22). 

Além do jogador, também foram convocadas todas as partes movidas no processo que o acusam de agressão sexual: a promotoria, comandada por Elisabet Jiménez; a advogada da denunciante, Ester García; e a advogada da defesa, Inés Guardiola.

O processo

Daniel Alves é acusado de estupro contra uma mulher; o crime teria acontecido na boate Sutton, em Barcelona, no dia 30 de dezembro de 2022. O jogador teve sua prisão preventiva decretada em 20 de janeiro de 2023 e permanecerá preso até a finalização do processo. Caso seja declarado culpado, Daniel poderá pegar até 12 anos de reclusão, pena que os advogados da denunciante solicitaram à Justiça espanhola. 

O julgamento, que durou três dias, foi finalizado no último dia 7 de fevereiro e contou com depoimentos de 28 testemunhas ao todo, inclusive Daniel Alves, que negou ter cometido o crime, e a denunciante que o acusou de estupro, que manteve a mesma versão desde a origem do processo.  


Daniel Alves durante julgamento que o acusa de agressão sexual contra uma mulher em uma boate de Barcelona. (Foto: reprodução/Alberto Estévez/AFP)

O julgamento

O julgamento teve início no último dia 5 de fevereiro e contou com a apresentação da juíza Isabel Delgado Péres, a qual decidirá ou não pela condenação do atleta. Além disso, Daniel Alves também compareceu ao júri no primeiro dia, mas não prestou depoimento. 

O primeiro dia de julgamento ficou marcado pelo depoimento da denunciante, que falou durante cerca de uma hora e quinze minutos, a portas fechadas e sem contato visual com Daniel Alves. Além disso, outras cinco testemunhas também falaram aos autos do processo, são eles: uma amiga e uma prima da denunciante que estavam presentes na boate em que o crime teria acontecido, além do porteiro e dois garçons que trabalhavam no estabelecimento no dia 30 de dezembro de 2022. 

Já o segundo dia de julgamento, concluído em 6 de fevereiro, contou com a presença de 22 testemunhas no total. Entre elas, a esposa de Daniel Alves, Joana Sanz, e amigos do jogador que estavam presentes na noite em que o crime teria acontecido. 

O terceiro e último dia do julgamento contou com o depoimento do acusado. De acordo com o jornal “Marca”, Daniel Alves teria chorado bastante e confessado que bebeu muito na noite em que o crime teria sido cometido. 

De acordo com a versão contada durante o depoimento do jogador, a relação sexual entre ele e a denunciante teria sido consensual e, de acordo com o relato de Daniel,   ele não a teria forçado a acompanhá-lo até o banheiro da boate, local em que a suposta agressão sexual teria sido cometida. 

Polícia Federal convoca Bolsonaro para depoimento

A Polícia Federal convocou Bolsonaro para testemunhar sobre a tentativa de subversão, estima-se que o ex-presidente será interrogado na quinta-feira (22). Essa informação foi confirmada pelo grupo jurídico de Bolsonaro.

Veja o dia do interrogatório

A Polícia Federal convocou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para dar seu depoimento no contexto da investigação que examina as conspirações golpistas envolvendo membros do governo e das Forças Armadas. Segundo as descobertas, a expectativa é de que o interrogatório aconteça no próximo dia 22.

O advogado Paulo Cunha Bueno, representante de Bolsonaro, ratificou essa informação. A PF encontrou, entre outras evidências, um vídeo de uma reunião na qual Bolsonaro instrui ministros a não esperarem pelo resultado das eleições para agir.

A defesa, contudo, afirma  que o ex-presidente nunca considerou a possibilidade de golpe. Além da gravação, apreendida no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a PF coletou outras evidências que colocam o ex-presidente no cerne da suposta conspiração golpista.


Jair Bolsonaro. (Foto: reprodução/thepolitica.uai)

A PF descobriu a gravação de uma reunião em julho de 2022, na qual Bolsonaro convoca seus ministros para discutir estratégias que evitem uma derrota nas eleições. Naquela época, Bolsonaro antevê a possibilidade de perder a eleição e pede aos ministros que acionem o “plano B”.

Na mesma reunião, um de seus assessores mais próximos, o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), argumenta que é necessário mudar de rumo logo, antes mesmo do resultado das eleições. A PF ainda encontrou, no escritório de Bolsonaro na sede do PL, um documento com teor golpista que mencionava a possibilidade de decretar um estado de sítio e impor a garantia da lei e da ordem no país.

Veja o que disse a defesa e os aliados de Bolsonaro

Os aliados do ex-presidente, no entanto, alegam que ele não especificou explicitamente sua intenção de golpe. Logo após a operação, a defesa do ex-presidente afirmou que Jair Bolsonaro não teria participado de qualquer movimento que tivesse como objetivo desestabilizar o Estado Democrático de Direito.

Saiba o que disse Daniel Alves em seu depoimento

O jogador de futebol Daniel Alves prestou depoimento ao Tribunal de Barcelona, nesta quarta-feira (7), sobre a acusação de estupro feita por uma mulher de 23 anos, ocorrido supostamente em uma boate da cidade. Ele chorou durante seu testemunho e afirmou que a relação foi consensual, negando ter forçado a denunciante. Após um ano de prisão preventiva e várias mudanças em sua versão do caso, a Justiça tem agora 20 dias para anunciar a sentença.

O Tribunal rejeitou o pedido do Ministério Público para realizar a audiência a portas fechadas, permitindo a presença da imprensa, mas com restrições quanto à captação de áudio e imagem. A identidade da denunciante foi preservada durante seu depoimento, com sua imagem e voz distorcidas.

O que foi dito no depoimento

Daniel Alves, em seu depoimento, disse que se encontrou com seus amigos (três) para ir comer na Taverna del Clínic, por volta das 14h30. Inicialmente, planejavam apenas comer, mas o encontro se estendeu até 1h da manhã. Foram consumidas cinco garrafas de vinho e uma garrafa de uísque japonês.

Alves afirmou ter bebido duas garrafas de vinho e um copo de uísque. Ao saírem do restaurante, foram para Nuba, onde tomaram uma rodada de gin tônica. Devido ao seu estado, Bruno, amigo de Alves, dirigiu o carro, pois Alves estava embriagado.

Posteriormente, foram para Sutton, chegando por volta das 2h30 da manhã. Alves e seus amigos o acompanharam até a mesa 7, mas ele pediu para mudar para a mesa 6, o que foi feito sem problemas.


Daniel Alves em julgamento (Foto: reprodução/O Antagonista)

Ao lado dessa mesa, havia um banheiro próximo, o qual Alves costuma utilizar por ser um cliente frequente do Sutton. Ao chegarem ao estande, começaram a beber e dançar. Duas garotas se juntaram a eles inicialmente, seguidas por três outras, incluindo a reclamante e suas amigas.

Segundo Alves, as meninas não demonstraram desconforto e interagiram amigavelmente. Ele afirma que não precisou insistir para que a reclamante o acompanhasse ao banheiro, e que ela consentiu. Alves alega que, ao abrir a porta do banheiro, praticamente esbarrou com a reclamante, que então iniciou sexo oral nele sem resistência.

Ele descreve a relação como praticamente toda consistindo em sexo oral, negando ter sido violento ou forçado. Alves menciona que a reclamante não expressou desejo contrário à atividade sexual. Ele afirma que não a agrediu e que, ao saírem do clube, estava embriagado e sua esposa estava dormindo em casa.

Alves relata que inicialmente mencionou apenas sexo oral em seu depoimento por considerar que sua esposa poderia perdoá-lo, mas ficou arrasado ao descobrir que estava sendo acusado de estupro pela imprensa, o que resultou em sérias consequências para sua vida pessoal e profissional.

Possível pena

O Ministério Público está buscando uma pena de nove anos de prisão, embora a expectativa seja de que, se condenado, o jogador possa cumprir no máximo seis anos, devido ao pagamento prévio de 150 mil euros à Justiça por sua defesa. No entanto, a advogada da mulher contesta essa possível redução de pena

Além da pena de prisão, o MP solicitou que o jogador seja submetido a dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena e que seja proibido de se aproximar ou se comunicar com a vítima durante esse período. O julgamento continua a atrair atenção pública, enquanto a justiça avalia os desdobramentos do caso.

Caso Daniel Alves: em depoimento, jogador nega ter cometido crime de agressão sexual

Nesta tarde desta quarta-feira (7), o jogador de futebol brasileiro Daniel Alves teve seu último dia de julgamento no Tribunal de Barcelona, na Espanha. Durante a audiência, o lateral-direito concedeu seu depoimento, após as autoridades ouvirem cerca de mais de 20 testemunhas.

Daniel Alves é acusado de estuprar uma jovem de 23 anos no banheiro de uma boate em dezembro de 2022 e desde então está contido em prisão preventiva. Em seu pronunciamento, o atleta volta a negar que teria agredido sexualmente a menina, mas confessa que estava altamente alcoolizado na ocasião.

Alguns trechos do depoimento de Daniel

Na frente da juíza Isabel Delgado Perez, o jogador relembrou cenas e momentos do fatídico dia do ocorrido. Daniel havia saído com os amigos para almoçar e, por não terem um contato pessoal constante, resolveram estender a conversa até às 1h da manhã. Após o restaurante, o jogador e mais dois amigos foram para a boate Sutton, local que Alves já frequentara antes.

De acordo com ele, ao todo naquele dia, o grupo havia ingerido cinco garrafas de vinho, uísque japonês e uma rodada de gim-tônica. Foi na boate que Daniel conheceu a vítima que, por sua vez, estava acompanhada de algumas amigas e entraram na área VIP da qual os homens já estavam bebendo e dançando.

“Começou uma conversa, estávamos nos movimentando, conversando umas com as outras. Eu sou uma pessoa muito próxima, mas com respeito. Estávamos dançando, interagindo. Já estávamos mais próximos, ela começou a dançar mais perto de mim, esfregando suas partes contra as minhas. Era uma dança típica de boate, uma dança que era um pouco mais íntima.”

Daniel Alves

Registro de todos que acompanharam presencialmente o primeiro dia de julgamento de Daniel Alves (Foto: reprodução/ EFE/ Alberto Estévez/G1)

Foi então que, de acordo com o atleta, a jovem começou a passar a mão em suas partes íntimas e consentiu o convite para ir ao banheiro junto com ele. Alves foi o primeiro a entrar no ambiente privado, fazendo com que ficasse esperando a jovem. O lateral-direito afirma que houve relação sexual com a vítima, mas tudo de maneira consensual.

“Baixei as calças, sentei no vaso sanitário, ela se ajoelhou e começou a me fazer sexo oral. Ela estava na minha frente e começamos a relação[…] não sou um homem violento. Não a forcei a praticar sexo oral forçadamente. Ela não me disse nada.”

Daniel Alves

Por fim, o jogador começou a chorar e disse que ficou bastante assustado ao receber a notícia que estava sendo acusado de agressão sexual. Daniel começou imediatamente a ter contas bancárias brasileiras embargadas e contratos de publicidade desfeitos.  

O que pode acontecer com o jogador a partir de agora

A sentença final de Daniel Alves ainda pode durar alguns dias para ser determinada. Caso o atleta seja condenado oficialmente, a pena de prisão é avaliada em 4 até 12 anos – isso já contabilizando com o seu tempo em prisão preventiva. Além disso, Daniel deverá cumprir a pena na Espanha, uma vez que o crime foi cometido e julgado pelo tribunal Espanhol. Por outro lado, se for provado a sua inocência, Alves pode retornar para o Brasil de maneira imediata.

Julgamento de Daniel Alves: funcionários da boate sutton prestam depoimento

Hoje (06), no segundo dia do julgamento de Daniel Alves, funcionários da boate Sutton, em Barcelona, serão ouvidos em tribunal. Alves, o jogador de futebol, é acusado de estuprar uma jovem na referida casa noturna em 30 de dezembro de 2022.

Após mais de um ano em prisão preventiva, Daniel Alves compareceu pessoalmente ao Tribunal de Barcelona para o segundo dia de seu julgamento. Sob a presidência da juíza Isabel Delgado Pérez, a 21ª seção da Audiência de Barcelona estava programada para ouvir o depoimento de 22 pessoas nesta terça-feira, porém duas delas foram dispensadas.

Segundo o jornal espanhol La Vanguardia, um dos funcionários da boate Sutton testemunhou que o jogador “não agia normalmente” na noite do incidente. Foi relatado que convencer a vítima a denunciar o suposto abuso e ativar o protocolo de agressão foi uma tarefa difícil.

Nesta mesma data, a esposa de Alves, Joana Sanz, será ouvida em juízo. Enquanto isso, o jogador só deverá se pronunciar no último dia do julgamento, marcado para quarta-feira (7). A defesa argumenta que Alves estava sob efeito de álcool na ocasião do incidente, alegando que isso pode ter influenciado seu comportamento.

Alegação de embriaguez

A defesa busca convencer os magistrados de que Alves estava sob efeito do álcool, levando-o a agir de forma fora de controle. Desde a acusação e prisão, em janeiro de 2023, o jogador negou repetidamente as acusações, mudando sua versão dos acontecimentos diversas vezes.

Testemunhas descrevem assédio prévio


Daniel Alves, em 2022, foi acusado de agressão sexual contra uma mulher em uma boate na Espanha (reprodução/Band News)

No primeiro dia do julgamento, duas mulheres testemunharam que foram assediadas por Daniel Alves antes do suposto estupro. Elas afirmaram que o jogador as convidou para a área VIP da boate e as apalpou, antes do incidente em questão.

A prima da mulher que acusa Alves de estupro testemunhou que a vítima estava visivelmente abalada após o suposto incidente. Ela relatou que a vítima não havia beijado o jogador antes do ocorrido e que só percebeu que algo estava errado quando a viu saindo do banheiro devastada.

Depoimento de Bolsonaro à PF sobre importunação à baleia é adiado

A Polícia Federal adiou o depoimento que seria prestado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o caso em que ele é acusado de ter importunado uma baleia jubarte durante um passeio de jet-ski ocorrido em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. O depoimento, que inicialmente aconteceria no dia 7 de fevereiro, agora está marcado para o dia 27 do mesmo mês.

Passeio de jet-ski ocorreu em companhia do advogado

A investigação iniciou em decorrência de um passeio de moto aquática feito pelo ex-presidente em um fim de semana no ano passado, entre os dias 16 e 17 de junho. À época, ele se encontrava hospedado na casa de seu advogado, Fábio Wajngarten, que também participou da atividade.

Assim como Bolsonaro, o advogado também está incluído no processo e prestará depoimento à Polícia Federal. Da mesma forma que seu cliente, a data de sua oitiva passou de 7 para 27 de fevereiro.




Bolsonaro durante passeio de jet-ski no litoral de São Paulo (Foto: reprodução/Wilton Junior/Estadão Conteúdo)

A base para o inquérito estabelecido pela PF é um vídeo no qual o ex-presidente aparece se aproximando de uma baleia jubarte com um jet-ski a uma distância menor do que 15m, e com o motor do veículo ligado. De acordo com a legislação brasileira, a pena para os crimes de caça ou “molestamento intencional” a esses animais em áreas de litoral pode chegar a cinco anos de prisão, além de multa.

Comentários de Bolsonaro sobre o caso tiveram ataques a ministro de Lula

O ex-presidente falou sobre o inquérito durante um evento que aconteceu em Porto Alegre, em novembro do ano passado. Na ocasião, ele disse que procuravam motivos para acusá-lo: “A de ontem foi que estou perseguindo baleias. A única baleia que não gosta de mim na Esplanada é aquela que está no ministério”, disse, referindo-se a Flávio Dino, então ministro da Justiça do governo Lula. O ex-presidente ainda acrescentou que Dino o acusava falsamente de planejar golpe de estado no país.

Carlos Bolsonaro depõe na PF um dia após ser alvo de busca e apreensão

Nesta terça-feira (30), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos- RJ) prestou depoimento na Polícia Federal (PF). O depoimento acontece um dia após o mandado de busca e apreensão em sua residência, em Angra dos Reis. O vereador, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve que responder sobre uma postagem que fez em agosto de 2023, tida como ofensiva pelo diretor da PF, Andrei Rodrigues.

Depoimento na PF

De acordo com o repórter do Uol, Igor Mello, Carlos Bolsonaro chegou na superintendência da PF no Rio às 09h50, e deixou o local menos de uma hora depois. O repórter também afirmou que o vereador saiu “cantando pneu”, demonstrando pressa em deixar o lugar. Carlos Bolsonaro não quis falar com a imprensa.

O teor da conversa era uma publicação que Carlos fez no X em 27 de agosto de 2023, na qual compartilhou uma publicação do perfil “Dama de ferro”, ironizando o episódio da facada de Jair Bolsonaro, cujas investigações foram encerradas. O filho de Bolsonaro republicou a postagem com a legenda: “O seu guarda diretor aqui enxerga com outros olhos! ”. A publicação foi considerada ofensiva pelo atual diretor da PF, Andrei Rodrigues.



Operação Vigilância Aproximada

Nesta segunda-feira (29), endereços ligados à Carlos Bolsonaro foram alvos de mandado de busca e apreensão. O motivo é o suposto envolvimento da família Bolsonaro com o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) para propósitos políticos, de espionagem de adversários e como forma de obtenção de informações sigilosas na Justiça. De acordo com o advogado da família, Fabio Wajngarten, os irmãos Carlos, Flávio e Eduardo, e também o pai, estavam pescando quando a PF chegou à residência em Angra dos Reis, antes das 07h. Segundo testemunhas, Carlos e Jair chegaram à casa por volta das 11h. Foram apreendidos três notebooks, 11 computadores e quatro aparelhos celulares.