Novo sistema de alerta de desastres é lançado no Brasil

Nesta quarta-feira (07), foi lançado pelo governo um novo sistema de alerta de desastres, ele irá mostrar na tela do celular uma alerta como uma sirene, interrompendo, de maneira intrusiva, o conteúdo que o usuário estiver acessando. Para ter acesso ao sistema irá aparecer em celulares lançados a partir de 2020, com acesso a 4G ou 5G.

Projeto em implementação

O sistema ainda não estará presente em todo o território brasileiro, antes disso será testado em 11 municípios do Sul e sudeste, são eles Roca Sales–RS, Muçum–RS, Blumenau–SC, Gaspar–SC, Morretes–PR, União da Vitória–PR, São Sebastião–SP. Cachoeiro de Itapemirim–ES, Indianópolis–MG, Petrópolis–RJ e Angra dos Reis–RJ.


Alerta pop-UP (Foto: Reprodução/Moment/Fajrul Islam/Getty Images embed)


Segundo informações da Anatel, o sistema deverá entrar em operação até dezembro em todos os estados do Sul e sudeste. O sistema irá emitir sons e mensagens de alerta com pop-UP sendo exibido na tela do celular. Vale lembrar que não será necessário realizar cadastro para receber os avisos, apenas estar conectado e dentro da cobertura de 4G ou 5G.

Como irá funcionar

A Defesa Civil será responsável pela operação do sistema, e vai delimitar uma área em situação de risco, e realizar a emissão do sinal para os usuários. Dessa forma, os celulares que estiverem dentro dos requisitos irão receber a notificação. É importante lembrar que avisos SMS, que necessitam de cadastro, continuarão existindo.

Essa tecnologia foi incentivada pela Anatel, que em 2022, determinou que fosse criado um sistema de alerta mais funcional para que as operadoras implementassem. Em 2023, foi finalizada a criação engenhosa do projeto, quando as operadoras Claro, Vivo e Tim, implementaram o sistema em suas redes.

Contudo, seu lançamento vem um pouco mais tarde, pois necessita que os operadores dos sistemas passassem por uma espécie de treinamento, e da elaboração de um plano de comunicação com a população. Etapas que estão sendo realizadas pelo Ministério das Comunicações, com o Ministério de Integração e do Desenvolvimento Regional.

Enchentes no Rio Grande do Sul marcam história com recorde de vítimas e desalojados

O Rio Grande do Sul enfrenta uma catástrofe sem precedentes, com o trágico balanço de 55 mortes confirmadas até o momento devido às intensas chuvas que assolaram o estado na última semana. Este número, ainda em ascensão com mais sete mortes sob investigação, ultrapassa o trágico evento de setembro de 2023, onde 54 pessoas perderam suas vidas, marcando as enchentes atuais como o maior desastre climático do estado até hoje.


Situação das enchentes é dramática no RS (Foto: reprodução/Ricardo Gusti/Correio do Povo)

Resgates

As estradas do estado apresentam mais de 120 pontos de bloqueio, dificultando as operações logísticas. De acordo com o ministro Paulo Pimenta, estão em ação 32 aeronaves nos esforços de resgate, com mais de 10 mil resgates efetuados até o momento.

Os principais focos de preocupação estão na região metropolitana de Porto Alegre, que está passando pela maior enchente já vista no lago Guaíba. Este lago está recebendo uma quantidade significativa de água do interior do estado.

Neste último sábado (04), o nível do Guaíba atingiu cinco metros, dois metros acima do seu nível de inundação. Inundações são observadas na área central de Porto Alegre e em outros bairros, onde, em certos locais, milhares de pessoas tiveram que ser evacuadas.


Vista aérea das ruas do bairro de Navegantes de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Cabral Fabal/AFP)

O pior desastre já ocorrido

O governador Eduardo Leite (PSDB) declarou a situação como “o pior desastre climático do nosso estado”, revelando a gravidade da situação que ainda inclui 74 pessoas desaparecidas e 107 feridos. Com o Guaíba alcançando níveis recordes, ultrapassando os 5 metros e excedendo a marca histórica de 1941, a região metropolitana de Porto Alegre e outras áreas estão particularmente vulneráveis.

As estatísticas são alarmantes: 82,5 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas, com 13,3 mil em abrigos e mais de 69 mil recebendo ajuda de familiares e amigos. O impacto se estende por 317 dos 496 municípios do estado, afetando aproximadamente 510,5 mil residentes.


Pessoas são evacuadas de área alagada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Cabral Fabal/AFP)

Em uma demonstração de solidariedade e coordenação, integrantes da Força Nacional e das Defesas Civis de vários estados brasileiros se mobilizaram para apoiar as operações de resgate e assistência às vítimas. Equipamentos como botes de resgate e caminhonetes foram enviados para reforçar os esforços em áreas críticas.

O nível de alerta se mantém elevado, com o Rio Taquari também quebrando recordes, alcançando 31,2 metros, maior nível registrado na história, ultrapassando as enchentes de 2023 e 1941. Esta situação extrema requer ações contínuas e monitoramento constante das condições climáticas e das infraestruturas afetadas.


Cheia do Rio Taquari, no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Diego Vara/Reuters)

O cenário é de destruição, com estradas e pontes rompidas e deslizamentos de terra que complicam ainda mais as operações de resgate e assistência. O foco principal agora é minimizar as perdas humanas e garantir a segurança dos afetados, enquanto se trabalha arduamente para restaurar a normalidade nas regiões mais atingidas.

Lira convoca comissão para analisar emendas para combate a desastres

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) convocou para a próxima quarta-feira (8) uma comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC). O projeto reserva 5% das emendas parlamentares para combater desastres naturais.

PEC

A decisão da instalação da comissão especial para a próxima quarta-feira (8) ocorre depois das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (25). A PEC estabelece que a reserva de 5% do valor disponibilizado para as emendas deverá ser feita para o enfrentamento de emergências naturais.

O valor deverá ser destinado ao órgão federal competente, que fará o repasse às unidades da Federação quando houver desastres naturais. Em suas redes sociais, Arthur Lira se solidarizou com a população atingida pelas enchentes e prestou apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

A Câmara dos Deputados está à disposição para aprovar medidas emergenciais que possam auxiliar o governo e o povo do RS a superarem esse momento difícil e doloroso. Determinei ainda a instalação de uma Comissão Especial que vai analisar a proposta de emenda à Constituição (PEC 44/23) que reserva 5% das emendas individuais ao Orçamento para o enfrentamento de catástrofes e emergências naturais”

Arthur Lira, presidente da Câmara

A comissão especial para a análise da PEC contará com 34 membros efetivos e o mesmo número de suplentes. Caso não haja irregularidades que expliquem o uso das verbas, o texto indica que os valores devem ser revertidos aos parlamentares no quarto ano da legislatura.

Autor da PEC 44/23, o deputado Bibo Nunes (PL-RS) tem cobrado a análise da PEC, apresentada há sete meses, em suas redes sociais. Tendo sido aprovada, a proposta vai agilizar o envio das verbas para os lugares afetados por catástrofes e emergências naturais.

O deputado esclareceu ainda que a PEC faz com que o deputado federal e o senador tenham 5% das suas emendas disponíveis para uso imediato. Bibo Nunes citou que no caso da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, as emendas já poderiam ter sido enviadas, uma vez que o processo é demorado.

Fortes chuvas no Sul

Nesta sexta-feira (3), em uma contagem divulgada pelo governo do Rio Grande do Sul, 39 pessoas morreram em decorrências das enchentes que atingiram mais de 130 municípios do estado. Apesar da torcida para não haver mais estragos na região, o Rio Grande do Sul segue com o alerta de mais chuva neste fim de semana, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).


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Municípios do Rio Grande do Sul são atingidos por fortes chuvas (Foto: reprodução/Anselmo Cunha/Getty Images Embed)


Além dos óbitos, temporal no Rio Grande do Sul registrou 74 feridos e outros 74 desaparecidos. Em números atualizados da Defesa Civil, 8.168 pessoas estão em abrigos e 24.080 estão desalojadas, na casa de amigos ou familiares. Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, diz que números ainda podem mudar ao longo dos dias.