O Rio Grande do Sul enfrenta uma catástrofe sem precedentes, com o trágico balanço de 55 mortes confirmadas até o momento devido às intensas chuvas que assolaram o estado na última semana. Este número, ainda em ascensão com mais sete mortes sob investigação, ultrapassa o trágico evento de setembro de 2023, onde 54 pessoas perderam suas vidas, marcando as enchentes atuais como o maior desastre climático do estado até hoje.
Resgates
As estradas do estado apresentam mais de 120 pontos de bloqueio, dificultando as operações logísticas. De acordo com o ministro Paulo Pimenta, estão em ação 32 aeronaves nos esforços de resgate, com mais de 10 mil resgates efetuados até o momento.
Os principais focos de preocupação estão na região metropolitana de Porto Alegre, que está passando pela maior enchente já vista no lago Guaíba. Este lago está recebendo uma quantidade significativa de água do interior do estado.
Neste último sábado (04), o nível do Guaíba atingiu cinco metros, dois metros acima do seu nível de inundação. Inundações são observadas na área central de Porto Alegre e em outros bairros, onde, em certos locais, milhares de pessoas tiveram que ser evacuadas.
O pior desastre já ocorrido
O governador Eduardo Leite (PSDB) declarou a situação como “o pior desastre climático do nosso estado”, revelando a gravidade da situação que ainda inclui 74 pessoas desaparecidas e 107 feridos. Com o Guaíba alcançando níveis recordes, ultrapassando os 5 metros e excedendo a marca histórica de 1941, a região metropolitana de Porto Alegre e outras áreas estão particularmente vulneráveis.
As estatísticas são alarmantes: 82,5 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas, com 13,3 mil em abrigos e mais de 69 mil recebendo ajuda de familiares e amigos. O impacto se estende por 317 dos 496 municípios do estado, afetando aproximadamente 510,5 mil residentes.
Em uma demonstração de solidariedade e coordenação, integrantes da Força Nacional e das Defesas Civis de vários estados brasileiros se mobilizaram para apoiar as operações de resgate e assistência às vítimas. Equipamentos como botes de resgate e caminhonetes foram enviados para reforçar os esforços em áreas críticas.
O nível de alerta se mantém elevado, com o Rio Taquari também quebrando recordes, alcançando 31,2 metros, maior nível registrado na história, ultrapassando as enchentes de 2023 e 1941. Esta situação extrema requer ações contínuas e monitoramento constante das condições climáticas e das infraestruturas afetadas.
O cenário é de destruição, com estradas e pontes rompidas e deslizamentos de terra que complicam ainda mais as operações de resgate e assistência. O foco principal agora é minimizar as perdas humanas e garantir a segurança dos afetados, enquanto se trabalha arduamente para restaurar a normalidade nas regiões mais atingidas.