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O governo dos Estados Unidos (EUA) apreendeu nesta quinta-feira (11) um navio petroleiro venezuelano perto da costa da Venezuela, em uma operação considerada inédita pelas autoridades norte-americanas, que alegam que a embarcação estaria envolvida em uma rede internacional de comércio ilegal de petróleo.
A operação foi confirmada na última quarta-feira (10), durante um evento na Casa Branca no qual Donald Trump anunciou a apreensão. Navios venezuelanos vinham sendo monitorados pelas autoridades americanas diante da acusação de que o presidente Nicolás Maduro comandaria um cartel de tráfico de drogas. O episódio amplia a tensão entre Washington e Caracas, já que o governo venezuelano classificou a medida como uma violação de sua soberania e acusou os Estados Unidos de agir de maneira arbitrária em águas próximas ao país.
Motivo da apreensão do navio
De acordo com autoridades americanas, o petroleiro foi apreendido por já constar em listas de embarcações sancionadas pelos Estados Unidos. O governo alega que o navio operava em rotas usadas para transportar petróleo venezuelano sob sanções e que poderia ter carregamentos ligados ao Irã, embora não tenham sido divulgados detalhes sobre as evidências que sustentam essas acusações.
As autoridades dos EUA afirmam ainda que a operação foi autorizada por um mandado judicial federal destinado a interromper o envio de petróleo considerado irregular. Washington também relaciona o caso a suspeitas de que redes ligadas ao governo de Nicolás Maduro participariam de atividades ilícitas, o que Caracas nega. Até agora, a Casa Branca não apresentou explicações públicas mais amplas sobre os motivos da apreensão.
Vídeo divulgado pela Casa Branca mostra a operação de apreensão do petroleiro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)
Venezuela responde à apreensão
O governo da Venezuela condenou a apreensão do petroleiro e classificou a ação como um ato de pirataria internacional. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que os Estados Unidos violaram a soberania do país ao interceptar uma embarcação que, segundo Caracas, navegava legitimamente em águas próximas ao território venezuelano. O governo também acusou Washington de promover uma escalada deliberada de tensão na região.
Caracas negou as acusações americanas de envolvimento em comércio ilegal de petróleo e afirmou que a operação tem motivação política. O governo de Nicolás Maduro sustentou que os Estados Unidos buscam justificar medidas punitivas contra a Venezuela e acusou a administração Trump de utilizar pretextos para atacar economicamente o país. A chancelaria venezuelana pediu apoio internacional e declarou que tomará medidas diplomáticas para contestar a apreensão.
A Casa Branca afirmou que pretende levar o navio para território americano e apreender a carga de petróleo, medida que reforça a tensão diplomática entre os dois países. A decisão indica que Washington deve manter a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, enquanto Caracas promete recorrer a instâncias internacionais para contestar a operação.
Após o primeiro encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia, autoridades do Brasil e dos Estados Unidos se reuniram neste domingo (26) para discutir os próximos passos das negociações comerciais entre os dois países. A reunião teve como objetivo consolidar avanços diplomáticos e buscar soluções para impasses tarifários, marcando uma tentativa de reaproximação política e econômica após anos de tensões nas relações bilaterais.
Reunião reforça tentativa de reaproximação entre os dois países
De acordo com a CNN Brasil, representantes do governo brasileiro e autoridades dos Estados Unidos se reuniram após o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado na Malásia. O objetivo da reunião foi dar continuidade ao diálogo iniciado entre os líderes e tratar de temas ligados à cooperação comercial e diplomática.
A reportagem informa que o encontro ocorreu em um contexto de tentativa de reaproximação entre os dois países, após períodos de divergências políticas e econômicas. As delegações discutiram formas de ampliar as negociações bilaterais e avaliaram medidas para reduzir barreiras comerciais impostas anteriormente. O governo brasileiro considera que a retomada do diálogo é fundamental para fortalecer as relações entre Brasília e Washington e para impulsionar setores estratégicos da economia nacional.
Bastidores da reunião entre Lula e Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)
Encontro entre Lula e Trump abre espaço para nova fase diplomática
O encontro entre Lula e Trump na Malásia marcou o início de uma nova fase nas relações entre Brasil e Estados Unidos. A conversa direta entre os presidentes abriu caminho para o diálogo técnico entre as equipes diplomáticas, que agora buscam transformar o gesto político em resultados concretos.
A reunião foi considerada significativa porque ocorre após meses de instabilidade nas relações bilaterais, especialmente em temas econômicos e ambientais. A expectativa é que as tratativas iniciadas durante o encontro sirvam de base para novas negociações voltadas à ampliação do comércio e à cooperação em áreas estratégicas. Ainda segundo a reportagem, tanto Brasília quanto Washington demonstraram disposição em manter um canal permanente de comunicação, reforçando o compromisso com uma relação mais estável e produtiva entre os dois países.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou nesta segunda-feira (13) “profundo alívio e gratidão” após o anúncio do cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos últimos 20 reféns vivos do Hamas. Em comunicado divulgado no X, Biden destacou a importância humanitária do acordo e enfatizou o sofrimento de civis israelenses e palestinos ao longo do conflito. O tom conciliador do texto chamou a atenção por buscar unidade em um momento de extrema tensão política global.
“Um inferno inimaginável” e esperança de reconstrução
Na publicação, Biden afirmou estar “profundamente grato e aliviado por este dia ter chegado”, ressaltando a dor enfrentada pelas vítimas do conflito. O ex-presidente afirmou ainda, através de sua rede X, que não consegue nem imaginar o inferno que os últimos 20 reféns vivos devem ter passado, mas que, felizmente, eles finalmente se reencontrariam com suas famílias. Biden também citou os civis em Gaza que sofreram perdas gigantescas e finalmente terão a chance de recomeçar e reconstruir suas vidas com o cessar-fogo. As palavras do ex-presidente ecoaram entre diplomatas e observadores internacionais como um gesto de empatia e compromisso com a paz.
Em um movimento incomum na política americana recente, Biden fez questão de elogiar Donald Trump pelo papel desempenhado nas negociações que levaram ao cessar-fogo. “O caminho para este acordo não foi fácil. Meu governo trabalhou incansavelmente para trazer os reféns de volta para casa, levar alívio aos civis palestinos e encerrar a guerra. Elogio o presidente Trump e sua equipe por seu trabalho para levar um novo acordo de cessar-fogo até a linha de chegada”, afirmou. O gesto foi interpretado como uma tentativa de reforçar a importância da diplomacia acima das divisões partidárias.
Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Hamas (Vídeo:reprodução/YouTube/@uol)
Diplomacia e reconstrução no Oriente Médio
Biden também sublinhou o papel dos Estados Unidos na mediação do processo e defendeu a continuidade do diálogo regional. Segundo ele, o cessar-fogo representa uma oportunidade para reconstrução e estabilidade. “Agora, com o apoio dos Estados Unidos e do mundo, o Oriente Médio está em um caminho para a paz que espero que perdure e para um futuro para israelenses e palestinos com medidas iguais de paz, dignidade e segurança”, concluiu. O posicionamento foi amplamente visto como uma reafirmação da política externa americana voltada à cooperação multilateral.
A declaração de Biden teve forte repercussão tanto em Washington quanto no cenário internacional. Analistas apontam que o reconhecimento público a Trump pode sinalizar uma estratégia de distensão política interna, ao mesmo tempo em que reforça o papel dos Estados Unidos como mediador central nas crises do Oriente Médio. O cessar-fogo, embora celebrado, ainda levanta dúvidas sobre sua durabilidade e sobre os próximos passos para garantir uma paz sustentável entre israelenses e palestinos.
Durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um discurso contundente criticando a atuação da ONU, apontando o que considera falhas na eficácia da organização em lidar com conflitos globais. Segundo Trump, embora a ONU tenha “muito potencial”, muitas vezes suas ações se limitam a palavras sem efeito prático.
Crítica direta à ONU e à diplomacia simbólica
“Na maior parte do tempo, ela parece ter palavras vazias e seguir uma carta apenas com palavras vazias. Elas não resolvem uma guerra, a única coisa que resolve uma guerra é uma ação”, disse o presidente, reforçando a necessidade de medidas concretas para a manutenção da paz internacional.
Trump aproveitou o discurso para destacar sua própria atuação, afirmando que, nos primeiros sete meses de seu segundo mandato, conseguiu encerrar sete conflitos internacionais. Ele enfatizou que a liderança dos Estados Unidos está disponível para colaborar com qualquer país disposto a agir de forma prática e decisiva para tornar o mundo “mais seguro e mais próspero”.
“Num período de apenas 7 meses, eu acabei com 7 guerras que todos diziam ser impossíveis de acabar”, diz Trump na ONU. “Tive que fazer essas coisas em vez de a ONU fazer isso”, afirma o presidente dos EUA. #ConexãoGloboNews
Discurso do presidente Trump (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)
Alianças estratégicas e responsabilidade global
O discurso, marcado por um tom crítico, também incluiu menções à importância de alianças estratégicas e à responsabilidade de países poderosos em assumir papéis ativos na resolução de crises globais. Trump sugeriu que a ONU muitas vezes falha por depender apenas de declarações diplomáticas e resoluções que não são seguidas de ações concretas, e defendeu que o caminho para a paz exige comprometimento real e medidas efetivas.
Além de críticas à ONU, Trump também ressaltou a necessidade de cooperação entre países para enfrentar desafios globais, incluindo segurança internacional, comércio e tecnologia. Segundo ele, a postura norte-americana é oferecer parceria e liderança, mas sempre com foco em resultados concretos, e não apenas em discursos ou promessas.
Perspectiva internacional e análises de especialistas
Analistas internacionais observaram que o discurso de Trump reflete uma visão pragmática e unilateral dos Estados Unidos, priorizando resultados tangíveis sobre protocolos diplomáticos formais. Especialistas apontam que, ao enfatizar a ação direta, Trump busca reforçar a imagem de liderança americana, especialmente em um momento em que a ONU enfrenta críticas por sua lentidão em lidar com crises em diferentes regiões, como Oriente Médio, África e Ásia.
O discurso chamou atenção por sua clareza em diferenciar o que Trump considera diplomacia efetiva e diplomacia simbólica. Ao longo da fala, ele reiterou que a ONU deve ser mais do que um fórum de discussões: deve ser um espaço de decisões e ações que realmente impactam a vida das pessoas e a estabilidade mundial.
Mais de 140 países já reconhecem oficialmente a Palestina como Estado, entre eles Brasil, Espanha e Noruega, em decisões recentes que ampliam a pressão diplomática no Oriente Médio. O movimento ocorre em meio à escalada dos conflitos na região, com governos buscando fortalecer a representatividade palestina e apoiar uma solução de dois Estados, vista como caminho para a paz duradoura.
Quais países já reconhecem a Palestina como Estado
O movimento internacional de reconhecimento da Palestina como Estado vem se ampliando ao longo das últimas décadas. Atualmente, mais de 140 países já oficializaram essa posição, segundo dados da ONU e de agências diplomáticas. Entre eles estão potências populacionais como Índia, China e Indonésia, além de diversas nações da América Latina, incluindo Brasil, Argentina e Chile. No continente africano, a maioria dos países apoia a causa palestina, reforçando a busca por equilíbrio nas relações internacionais.
Na Europa, o processo ganhou força recentemente com decisões de países como Reino Unido, Espanha, Irlanda e Noruega, que anunciaram formalmente o reconhecimento. Essas adesões representaram um marco importante, pois pressionaram outras nações do bloco europeu a reavaliar sua postura diante do conflito.
Apesar do avanço, países centrais no cenário global, como Estados Unidos, Alemanha e outros, ainda não reconhecem oficialmente a Palestina, o que mantém a questão em aberto nos principais fóruns internacionais. Mesmo assim, cada novo apoio reforça a legitimidade palestina no cenário diplomático.
Quais países reconhecem a Palestina como Estado (Vídeo: Reprodução/Youtube/@CNN Brasil)
Impactos diplomáticos e perspectivas para o futuro
O reconhecimento da Palestina como Estado gera efeitos práticos: amplia sua participação em negociações internacionais, abre portas para acordos comerciais e fortalece sua legitimidade em organismos multilaterais. Esse processo pressiona Israel e seus aliados a lidarem com uma realidade cada vez mais consolidada no cenário global.
A recente decisão do Reino Unido, do Canadá e da Austrália em 2025 representou um ponto de inflexão, sinalizando que a adesão de grandes potências ocidentais pode estimular outros países a seguirem o mesmo caminho. Especialistas em relações internacionais avaliam que esse movimento fortalece a busca por uma solução de dois Estados, considerada essencial para encerrar décadas de instabilidade no Oriente Médio.
Ainda assim, obstáculos permanecem. A falta de consenso entre as principais potências, em especial os Estados Unidos, dificulta avanços concretos. Mesmo assim, o aumento expressivo de nações pró-Palestina pode acelerar pressões dentro da ONU e influenciar futuras negociações de paz. O cenário aponta que o reconhecimento da Palestina tende a se expandir nos próximos anos, redesenhando os rumos da diplomacia no Oriente Médio.
Um dia após anunciar sanções contra brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, o governo dos Estados Unidos voltou a criticar a iniciativa. Em uma postagem nas redes sociais, a embaixada americana em Brasília classificou o projeto como um “golpe diplomático” e afirmou que a gestão de Donald Trump continuará responsabilizando todos os envolvidos.
O Mais Médicos foi criado durante o governo Dilma Rousseff e retomado por Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta busca levar atendimento a regiões carentes, como municípios do interior e periferias, onde há escassez de profissionais. Uma das frentes do programa permitiu a atuação de médicos estrangeiros, incluindo cubanos, que vieram ao Brasil por meio de um acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
EUA denuncia que programa beneficiou financeiramente o governo de Cuba
Segundo a declaração da embaixada, atribuída à Agência para as Relações com o Hemisfério Ocidental, o projeto teria explorado profissionais cubanos e beneficiado financeiramente o regime de Cuba, com a conivência de autoridades brasileiras e ex-integrantes da Opas. O comunicado reforça que os EUA manterão ações contra todos ligados ao que chamam de “exportação coercitiva de mão de obra”.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reagiu às críticas, afirmando que o programa salva vidas e tem aprovação da população. Lula também defendeu a parceria com Cuba, dizendo que se trata de uma relação de respeito com um país que sofre um bloqueio econômico há sete décadas.
.@StateDept is also taking steps to revoke visas and impose visa restrictions on several Brazilian government officials and former PAHO officials complicit in the Cuban regime’s forced labor export scheme. Mais Médicos was an unconscionable diplomatic scam of foreign ‘medical… https://t.co/O1AiY948MK
No “X”, o secretário de estado Marco Rubio acusa o programa Mais Médicos de ser uma fraude diplomática (Foto: reprodução/X/@SecRubio)
Lula conversou com secretário alvo das sanções
Durante um evento, o presidente ainda falou diretamente para Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada e alvo das sanções, que teve o visto para os EUA cancelado. Lula disse que o Brasil é grande e cheio de lugares para conhecer, e que ele não deveria se preocupar.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, argumentou que a Opas teria atuado como intermediária entre o Brasil e Cuba, ajudando a contornar sanções e repassando recursos ao governo cubano, o que, segundo ele, configuraria um esquema de trabalho forçado.
O governo dos Estados Unidos cancelou os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha — atualmente no cargo — por informações que teriam tornado ambas inelegíveis, segundo comunicado do Consulado Geral dos EUA em São Paulo. A medida também atingiu funcionários ligados ao programa “Mais Médicos”. O próprio Padilha não foi afetado, pois seu visto já estava vencido há meses.
Contexto e impacto sobre o programa “Mais Médicos”
O cancelamento dos vistos ocorreu nesta sexta-feira (15) e foi interpretado como mais um ataque contra aliados do governo atual. Além disso, agentes e ex-agentes do programa “Mais Médicos” também tiveram seus vistos cancelados nessa nova onda de sanções diplomáticas do governo Trump. O programa “Mais Médicos”, criado em 2013 durante o governo Dilma Rousseff, contou com apoio cubano e visava suprir a carência de profissionais de saúde nas periferias e no interior do Brasil. Padilha ressaltou que o programa continua salvando vidas e disse que não se curvará a essas sanções.
Expansão de sanções e lobby de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Esse movimento faz parte de um pacote mais amplo de restrições que se intensificou nos últimos meses. A administração Trump já revogou vistos de magistrados do STF e aliados por sua atuação no julgamento de Jair Bolsonaro, além de aplicar tarifas comerciais sobre produtos brasileiros. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, reside nos Estados Unidos desde março e tem atuado para pressionar por sanções contra autoridades brasileiras envolvidas no processo contra seu pai, além de pleitear intervenções políticas do governo americano.
Eduardo Bolsonaro em evento com aliados do governo Donald Trump nos EUA (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images embed)
Repercussão nacional e reação do governo brasileiro
A medida gerou forte reação no Brasil. Parlamentares do PT criticaram o cancelamento dos vistos como “covardia”, destacando a injustiça especialmente por atingir uma criança. O presidente Lula, durante evento em Pernambuco, defendeu o programa Mais Médicos e fez críticas ao bloqueio contra Cuba, ressaltando a solidariedade brasileira frente à decisão americana.
Reflexos da Medida
A revogação dos vistos dirigidos a familiares de Padilha e ligados ao programa Mais Médicos reflete uma escalada da diplomacia punitiva dos EUA, que se manifesta também por meio de tarifas e sanções a figuras envolvidas no julgamento de Bolsonaro. Em paralelo, Eduardo Bolsonaro intensifica seu lobby em Washington, buscando transformar a crise jurídica de seu pai em uma guerra política internacional. A ação americana, no entanto, reforça o clima de tensão e aprofunda divisões diplomáticas entre os dois países.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou a repórteres no jardim da Casa Branca, nesta sexta-feira (1), que está aberto a negociações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele pode falar comigo quando quiser”, disse Trump, acrescentando ainda que ama o Brasil. A fala acontece no mesmo dia em que entrou em vigor o chamado “tarifaço” sobre produtos brasileiros, com alíquotas que chegam a 50%.
Interesses diplomáticos e possibilidade de diálogo
Trump respondeu a uma pergunta de uma repórter da TV Globo sobre um possível diálogo com Lula e aproveitou para criticar a condução atual do governo brasileiro. “As pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”, afirmou o presidente norte-americano. A declaração foi interpretada como uma possível interferência nos assuntos internos do Brasil, embora o tom de abertura para o diálogo com o presidente Lula sugira uma tentativa de manter canais diplomáticos ativos.
Impactos globais e o “tarifaço” no Brasil
Também nesta sexta-feira, os Estados Unidos oficializaram a aplicação de tarifas adicionais que impactam diretamente a economia brasileira. Com o novo pacote, produtos brasileiros passaram a ser taxados em até 50% na entrada do mercado americano. A medida é parte de um movimento mais amplo do governo Trump, que aumentou tarifas de importação sobre mais de 60 países, sob o argumento de proteger a indústria nacional e reequilibrar a balança comercial.
No caso do Brasil, itens como café, carne e aço estão entre os mais afetados. Algumas exceções foram mantidas, como aeronaves, suco de laranja e fontes de energia, que ficaram isentos da sobretaxa. Ainda assim, o impacto sobre a economia brasileira deve ser significativo, especialmente no setor agroindustrial.
Reações brasileiras e cenário político
O governo brasileiro já encaminhou uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) e estuda medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial. Internamente, a notícia provocou protestos nas ruas e nas redes sociais, impulsionando manifestações digitais conhecidas como “vampetaço”, meme que se tornou viral feito em alusão à insatisfação com a postura americana. Analistas indicam que o Brasil precisará agir com firmeza, mas também com diplomacia, para evitar o agravamento das tensões bilaterais.
Manifestantes com máscaras de Trump e Bolsonaro protestam na rua 25 de Março contra o tarifaço dos EUA (Foto: reprodução/Nelson Almeida/AFP/Getty Images Embed)
Contradições
A fala de Trump, embora cordial em tom, ocorre em um momento de forte tensão econômica entre os dois países. O convite ao diálogo com Lula contrasta com a imposição de tarifas severas, e aparentemente arbitrárias, revelando uma diplomacia contraditória. Resta ao Brasil equilibrar firmeza e diplomacia para proteger seus interesses e buscar soluções multilaterais diante da nova política comercial dos Estados Unidos.
Na última quarta-feira (21), Marco Rubio, secretário de Estado norte-americano, afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pode sofrer sanções do governo dos EUA. A declaração aconteceu durante depoimento na Comissão de Relações Exteriores do Congresso dos EUA, quando Rubio foi questionado sobre a “perseguição política” no Brasil. Ele ainda disse que cogita aplicar a Lei Magnitsky, que tem o objetivo de punir estrangeiros envolvidos em crimes de corrupção e violação dos direitos humanos.
A fala do secretário causou incômodo no Itamaraty, que entende a declaração como uma tentativa dos EUA em interferir nos assuntos internos brasileiros. Agora, segundo O Globo, o Supremo trata a situação na esfera diplomática.
Por Luísa Martins –> Fala de Rubio foi "virada de chave" para PGR pedir inquérito contra Eduardo https://t.co/Q3z0e2ehOz
Matéria da CNN Brasil sobre repercussão da fala de Marco Rúbio (Foto: reprodução/ X/ @CNNBrasil)
Por que Moraes é alvo de sanção dos EUA?
Nos últimos anos, o ministro Alexandre de Moraes tem despertado as atenções do Brasil e do mundo. Isso porque, além do embate, envolvendo o empresário Elon Musk, em 2024, Moraes é o relator da ação penal que acusa Jair Bolsonaro e seus aliados de tentativa de golpe, após as eleições de 2022.
O processo que julga se Jair Bolsonaro é um dos principais articuladores da tentativa de golpe segue recebendo os depoimentos de testemunhas. Desde então, Moraes é alvo da base bolsonarista e seus aliados norte-americanos.
Cory Mills, deputado dos EUA considerado leal a Donald Trump e próximo da família Bolsonaro, também esteve presente na sessão da Câmara no último dia 21. Ele afirmou que o Brasil passa por um “alarmante retrocesso nos direitos humanos” e que por isso o ex-presidente Jair Bolsonaro poderia se tornar um preso político.
Eduardo Bolsonaro, que está afastado da Câmara dos Deputados desde março deste ano, quando foi morar nos EUA, se posiciona frequentemente contra Moraes em suas redes sociais e se coloca ao lado do congresso norte-americano. Em entrevista concedida à Revista Oeste, Eduardo disse acreditar na punição de Alexandre como um exemplo, após a declaração de Marco Rubio.
O que é a Lei Magnitsky?
A Lei Magnitsky consiste na punição de estrangeiros que violem ou corrompem os direitos humanos. Também conhecida como “pena de morte financeira”, a lei seria usada contra Moraes, alegando que ele teria violado a liberdade de expressão, que envolve o direito de opinião e a liberdade de imprensa.
As sanções previstas na lei envolvem bloqueio de bens, congelamento de contas, suspensão de vistos e restrição de entrada no país.
Dessa forma, se for punido, Moares deve ter bens e contas bancárias bloqueadas nos EUA, além do cancelamento do seu visto para a entrada no território norte-americano.
No marco de ser o primeiro chefe de Estado do Brasil a visitar Israel, Lula se encontra atualmente em uma situação bem distinta da anterior, quando visitou o país em 2010, no seu segundo mandato. Considerado “persona non grata” pelo governo de Israel, Luis Inácio Lula da Silva (PT), visitou o país há 14 anos e foi recebido por Benjamin Netanyahu, que agora lidera fortes críticas ao atual presidente do Brasil após sua comparação entre o bombardeio em gaza – pelo governo israelense – e a perseguição e extermínio em massa do povo judeu por Hitler, durante a Alemanha nazista.
14 anos atrás
Há 14 anos, quando Lula visitou o país do oriente médio, já existia incompatibilidade de opiniões entre ele e Netanyahu em função do governo brasileiro ter se posicionado contra a adoção de sanções ao Irã pelo programa nuclear de Teerã. Na época, encontrou o clima de tensão no ar pela insistência de Benjamin Netanyahu em ampliar os assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental, aborrecendo os palestinos e atritando os laços com a Casa Branca, liderada por Barack Obama, então presidente dos Estados Unidos, que era contra as construções.
Luis Inácio Lula da Silva e Benjamin Netanyahu, em 2010 (reprodução/Governo de Israel/O Globo)
Lula também criticava o posicionamento adotado pelos iranianos, que negavam o holocausto e eram contra a existência de Israel, mas deixava claro seu bom relacionamento com Mahmoud Ahmadinejad, na época presidente do Irã.
Mesmo em meio a críticas por sua proximidade com Teerã, Lula foi bem recebido pelo governo de Netanyahu, que deu declarações a respeito da aproximação entre Lula e Ahmadinejad: “Todos adoram o Brasil, e os israelenses não são diferentes. A aproximação dele com Ahmadinejad é conhecida, mas poucos dão importância. A imagem de Lula supera esse detalhe”, comentou o porta-voz israelense Yigal Palmor. “O Brasil é e será sempre amigo de Israel”, completou o ministro de Segurança Pública, Yitzhak Aharonovitch.
O petista ainda participou de uma sessão em homenagem ao parlamento israelense, entretanto, foi boicotado pelo, na época, ministro das Relações Exteriores Avigdor Lieberman, que não compareceu à cerimônia em um ato de protesto pela proximidade de Lula com o governo iraniano. Netanyahu, diferente de Lieberman, discursou ao lado do chefe de Estado do Brasil e cobrou apoio quanto a Teerã, pedindo apoio à junta internacional contra o armamentismo do Irã. “Eles adoram a morte e o terror, vocês adoram a vida”, declarou.
Mesmo mantendo sua posição, Lula prometeu que pressionaria o líder iraniano a reconhecer o Holocausto e aceitar a existência de Israel. O presidente do Brasil ainda afirmou ter “um vírus da paz desde que estava no útero” de sua mãe.
Persona non grata
Com a visita de Lula a África, o presidente do Brasil exprimiu declarações que irritaram o governo israelense ao comparar o bombardeio em gaza ao Holocausto, genocídio do povo judeu por Adolf Hitler. Em uma tentativa de increpar Luis Inácio Lula da Silva, Netanyahu convocou o atual embaixador brasileiro, Frederico Meyer, para um reunião no Museu do Holocausto, um dos pontos de visita do presidente do Brasil há 14 anos. Lula foi considerado persona non grata do Oriente Médio, termo usado para manifestar a contrariedade quanto à presença de uma determinada pessoa em função diplomática ou que seja líder de outro Estado, no país.
Em 2010, Lula ao lado de dona Marisa Letícia (1950-2017), na época esposa do presidente. O petista depositou flores nos túmulos símbolos dos seus milhões de judeus vítimas do regime nazista. Lula ainda alimentou a chama eterna, uma tocha que sempre é mantida acesa para lembrar as vítimas do Holocausto. Luis Inácio afirmou que considerava o Holocausto e a escravidão os dois maiores crimes da história e estimulou que todos os líderes mundiais visitassem o museu para evitar que a história se repetisse.