Maria Grazia Chiuri é a nova diretora criativa da Fendi

A moda italiana vive um novo capítulo histórico. A Fendi anunciou oficialmente, nesta terça-feira (14), a nomeação de Maria Grazia Chiuri como sua nova diretora criativa (Chief Creative Officer). A estilista, que deixou a Dior em maio deste ano, assume o posto após a saída de Silvia Venturini Fendi, integrante da terceira geração da família fundadora da maison, que agora passa a atuar como Presidente Honorária da marca.

Um retorno às origens

O anúncio foi feito por Bernard Arnault, presidente e CEO do grupo LVMH, que destacou o talento e a visão artística de Chiuri. Em um comunicado no Instagram da marca, Arnault elogiou Maria Grazia Chiuri como “um dos maiores talentos criativos da moda atual”. Ele expressou grande satisfação pelo fato de ela ter optado por retornar à Fendi para seguir desenvolvendo sua visão dentro do grupo LVMH.


Fendi anuncia Maria Grazia Chiuri como nova diretora criativa (Foto: reprodução/Instagram/@fendi)

A nomeação representa, na verdade, um reencontro entre Maria Grazia e Fendi. Foi na casa romana que a designer, nascida em Roma, iniciou sua carreira em 1989, no departamento de acessórios. Durante esse período, ela trabalhou ao lado de Pierpaolo Piccioli, seu parceiro criativo por quase duas décadas, com quem mais tarde dividiria a direção criativa da Valentino.

“Volto à Fendi com alegria e honra, depois de ter tido o privilégio de começar minha carreira sob a orientação das fundadoras da casa, as cinco irmãs Fendi. A Fendi sempre foi um berço de talentos e um ponto de partida para muitos criativos, graças à visão extraordinária dessas mulheres”, declarou Chiuri em nota à imprensa.

Entre suas primeiras conquistas está a colaboração no desenvolvimento da icônica bolsa Baguette, um dos maiores símbolos da Fendi e da moda dos anos 1990.

De Roma a Paris e de volta

Após deixar a Fendi, Maria Grazia e Piccioli foram contratados pela Valentino em 1999 e, quase uma década depois, se tornaram diretores criativos da maison. Em 2016, ela assumiu um novo desafio, e fez história, ao se tornar a primeira mulher a comandar a Dior.


Maria Grazia Chiuri na passarela durante o desfile feminino primavera/verão 2023 da Dior (Foto: reprodução/Stephane Cardinale - Corbis/Getty Images Embed)

Durante seus quase dez anos à frente da marca francesa, Chiuri foi responsável por incorporar pautas feministas às passarelas, destacando mensagens de empoderamento e promovendo colaborações com artistas e intelectuais mulheres, como Chimamanda Ngozi Adichie, Judy Chicago e Graciela Iturbide. Além disso, elevou o desempenho comercial da Dior, transformando-a em uma das grifes mais lucrativas do grupo LVMH.

Novo capítulo na Fendi

De volta ao seu país natal, Chiuri agora assume a missão de conduzir a visão criativa da Fendi, unindo tradição e modernidade. Seu primeiro desfile como diretora criativa está marcado para fevereiro de 2026, durante a Semana de Moda de Milão, apresentando a coleção Outono/Inverno 2027.

Com sua assinatura marcada pelo equilíbrio entre feminilidade, força e sensibilidade artística, a expectativa é de que Maria Grazia traga uma nova energia à maison fundada por mulheres e consolidada como um dos pilares do luxo italiano.

Sarah Burton lança campanha para a Givenchy e celebra o olhar feminino

Após estrear sua primeira coleção para a Givenchy em março de 2025, Sarah Burton revela agora sua primeira campanha visual à frente da maison. Conhecida por sua sensibilidade narrativa desde os tempos de Alexander McQueen, a diretora criativa aposta novamente na profundidade emocional como assinatura estética. Para isso, ela convocou duas colaboradoras que simbolizam sua visão: a modelo Kaia Gerber, sua musa recorrente, e a diretora de cinema Halina Reijn, responsável pelo elogiado Babygirl (2024).

Mais do que uma campanha tradicional, o trabalho propõe uma narrativa: “A ideia era focar na amizade entre uma diretora de cinema e uma atriz”, declarou Burton. “Eu queria celebrar o olhar feminino”, completou, em nota oficial. O resultado é uma série de imagens intimistas que destacam não apenas as peças da nova coleção, mas principalmente a troca de olhares, gestos e cumplicidade entre duas mulheres criativas.


Kaia Gerber e diretora Halina Reijn (Foto: reprodução/Instagram/givenchy)


Moda com narrativa e propósito

A campanha se distancia dos estereótipos visuais comuns e adota uma estética suave, quase cinematográfica. A direção de arte valoriza luz natural, tons neutros e cenários minimalistas em Paris. As roupas são fluidas, refinadas e marcadas por cortes precisos que acompanham essa proposta de leveza e introspecção. A intenção, segundo Burton, é mostrar a moda como extensão da identidade, e não como um fim em si mesma.


Kaia Gerber (Foto: reprodução/Instagram/givenchy)


Um novo capítulo para a Givenchy

Com essa campanha, Sarah Burton não apenas reafirma sua assinatura estética, mas também posiciona a Givenchy em uma nova fase, mais sensível e autoral. Ao trazer referências do cinema e da narrativa feminina, a marca ganha camadas de significado que vão além da roupa. O trabalho marca também o início de uma linguagem que pode se tornar a assinatura de Burton na maison, uma moda que valoriza processos criativos e relações humanas, sem abrir mão do luxo e da sofisticação. Ao colocar a intimidade no centro da imagem, ela reforça que elegância também pode ser silenciosa, delicada e cheia de intenção.

Sarah Burton assume a direção criativa da Givenchy 

Conhecida mundialmente pela sua trajetória dentro da Alexander McQueen — primeiramente como braço direito do estilista e, depois, por assumir o comando após sua morte — trazendo um aspecto mais artesanal e menos subversivo para a grife, a britânica Sarah Burton acaba de ser nomeada como a mais nova diretora criativa da “maison” francesa Givenchy. 

O anúncio aconteceu na manhã desta segunda-feira (09), após um ano da saída de Burton da McQueen. Com esse acontecimento, ela marca seu nome na história mais uma vez, sendo a primeira mulher a assumir esse cargo na história da marca pertencente ao grupo LVMH. 


Sarah Burton é a nova diretora criativa da Givenchy (Foto: reprodução/Givenchy)

Caminhando em sentido oposto ao estilo tradicional da marca francesa, a estilista, conhecida por suas criações destemidas, costuma brincar em sua forma de criar com contrastes de cortes, formas e texturas. Em comunicado, ela afirmou: “É uma grande honra me juntar a esta magnífica maison que é a Givenchy, uma verdadeira joia. Estou muito entusiasmada com a ideia de escrever o próximo capítulo desta emblemática maison e de levar a minha própria visão, a minha sensibilidade e as minhas convicções para a Givenchy.”  

No anúncio, a equipe de comunicação da Givenchy prontificou que a estilista estará sob o comando da direção criativa das coleções femininas e masculinas das “maison”. O nome de Sarah era muito especulado para o posto, depois da breve, e pouco elogiada, passagem de Matthew Williamson, graças a sua capacidade de inovar com elegância e requinte.


Coleção masculina “Pompa e circunstância”, criada por Sarah Burton para Alexander McQueen, em 2023 (Foto: reprodução/Harper’s Bazaar Brasil) 

A estreia de Burton no comando da casa está marcada para março do próximo ano, 2025, quando apresentará sua coleção outono/inverno na Paris Fashion Week.

Um pouco mais sobre Sarah Burton

A designer britânica iniciou sua carreira com o pé direito: um ano antes de se formar na Central Saint Martins College of Art and Design, em 1997, Sarah Burton já era estagiária de Alexander McQueen, que fundou sua marca homônima em 1992. Rapidamente se firmou no centro jovem e revolucionário da marca e, posteriormente, ganhou o posto de assistente e braço direito do estilista, se tornando uma peça fundamental nas criações de vestuário feminino da grife.


Sarah Burton e Alexander McQueen (Foto: reprodução/ELLE Brasil)

Quando McQueen faleceu subitamente em 2010, Burton ficou encarregada de tocar em frente e honrar o nome do estilista. No cargo de diretora criativa, Sarah permaneceu durante 14 anos, e sempre foi vangloriada pela imprensa e amantes da moda por seguir o caráter revolucionário e subversivo do de McQueen, mas sem nunca tentar copiá-lo, mantendo sua veia pessoal de criação mais sofisticada e menos bruta. Uma mudança na gestão de sua primeira casa acabou por acelerar o processo de saída de Sarah. 

A estilista é notória em sua precisão de cortes e construções, enquanto abusa de sua criatividade sem limites, sendo um encaixe perfeito para esse novo capítulo que a Givenchy parece desejar.

Dança das cadeiras na Givenchy

Além da mudança na cadeira de diretores criativos, a maison francesa também passou por uma importante mudança nos últimos tempos: a chegada do novo CEO, Alessandro Valenti. O novo comandante também celebrou a contratação de Burton: “A chegada de Sarah Burton como chefe do nosso design criativo é um momento muito emocionante para a Givenchy. Sua carreira notável e visão criativa já lhe renderam uma vasta base de fãs, e temos certeza de que, sob sua direção, a Givenchy continuará a inovar e cativar um amplo público em todo o cenário mundial. Antecipo ansiosamente a nova energia criativa que Sarah trará enquanto trabalha ao lado de nossas excelentes equipes“. 

A nova dupla marca a chegada de novos ares para a Givenchy, após uma perda notável de relevância que enfrentou nos últimos anos.

Conheça Chemena Kamali, diretora criativa da Chloé e que trabalhou com Kamala Harris

Nos últimos meses o mundo inteiro está atento ao andamento e resultados das eleições nos Estados Unidos. E a candidata do partido democrata, Kamala Harris, vice do presidente Joe Biden, é a candidata de maior probabilidade de ganhar a corrida eleitoral no país.

Logo, com todos os olhos vidrados em cada um de seus próximos passos, os looks da candidata também chamam a atenção e ganham destaque. A Chloé é uma das marcas que já trabalharam criando peças exclusivas para a Kamala, que já usa dois ternos sob medida. E Chemena Kamali foi a diretora criativa que por trás da marca também trabalhou com Harris.

Moda e política

Durante duas de suas aparições na Convenção do Partido Democrata, que aconteceram na última semana, em Chicago, a vice-presidente optou por utilizar dois ternos feitos sob medida pela marca Chloé, dirigida atualmente pela estilista alemã Chemena Kamali.

Mas então, quem é a designer escolhida responsável por criar as roupas para a possível primeira presidente mulher dos Estados Unidos? Conheça um pouco da história da estilista e diretora criativa. 

Sobre Chemena Kamali

Natural da cidade de Dortmund, na Alemanha, Chemena é formada pela Universidade de Trier, e fez mestrado na Central Saint Martins. Em entrevista para Mark Holgate na Vogue US, a estilista contou: “Quando você cresce na Alemanha nos anos 90, Karl Lagerfeld era realmente um ícone, um herói nacional, e fiquei atraída pelo que ele fez na Chloé”.

Além disso, a mesma afirmou que como parte de seu curso de graduação precisava fazer um estágio. E de todas as grandes casas de Paris, Milão e Londres, a mesma só queria ir para Chloé “(…) por causa do Karl, e também porque era o início da passagem de Phoebe [Philo] lá”, disse Kamali. 


Chemena Kamali em suas redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@chamena)

A mesma foi pessoalmente até a casa e conseguiu o estágio. Em 2013, retornou a casa, porém agora como diretora de design de Claire Waight Keller. Após três anos, passou para a Saint Laurent no mesmo cargo com Anthony Vacarello. Além disso, ainda trabalhou em grifes como Alberta Ferretti e Strenesse. E foi 10 anos depois, em outubro de 2023, que Chemena realizou seu sonho ao ser anunciada como diretora criativa da Chloé. Trazendo o boho como uma das tendências mais fortes de 2024, e seguindo o legado da grife, que sempre trouxe mulheres no comando da marca. 

Ainda que tão pautada, a representatividade feminina em cargos de liderança principalmente entre as grandes grifes ainda não é forte, pois as mesmas insistem em escolher homens para sua direção.“Eu adoraria ver mais pontos de vista femininos – falamos muito sobre feminilidade, mas, em última análise, o que é a feminilidade moderna hoje? Para mim, isso está ligado à energia feminina, ao seu eu feminino, a ser autêntica e confiar em sua intuição. Eu gostaria que houvesse mais disso.”, afirmou Chemena sobre o tema.

Após décadas de colaboração, Virginie Viard deixa a Chanel

A maison francesa Chanel, anunciou a saída da designer Virginie Viard nesta quarta-feira (05), depois de uma colaboração de 37 anos. A estilista galgou vários cargos na Chanel durante sua carreira, chegando a ser uma das pessoas mais importantes da marca ao lado de Karl Lagerfeld, que a chamava de “não apenas o braço direito, mas também o esquerdo”. A notícia surpreende pois a estilista recebeu elogios por seu trabalho à frente da direção criativa da maison nos últimos cinco anos. Rumores surgem sobre o que teria acontecido e nomes como Hedi Slimane, Pierpaolo Piccioli e Sarah Burton são cotados para assumir o cargo.

A saída de Viard

As equipes de design da Chanel foram comunicadas sobre a saída de Viard sem qualquer aviso prévio. Depois, a marca fez um anúncio oficial, sem mencionar qualquer motivo que pudesse ter levado a tal decisão e agradecendo Viard por seu trabalho na marca.

“A Chanel confirma a saída de Virginie Viard após uma rica colaboração de cinco anos como Diretora Artística de coleções de Moda, durante os quais conseguiu renovar os códigos da Maison respeitando a herança criativa de CHANEL, e quase trinta anos dentro da Maison. Chanel gostaria de agradecer a Virginie Viard pela sua notável contribuição para a moda, criatividade e vitalidade da CHANEL. Um novo capítulo está se abrindo para o Chanel Mode. Estamos confiantes na capacidade das equipes em garantir a continuidade das coletas neste período de transição. Uma nova organização criativa para a Casa será anunciada oportunamente. A coleção de Alta Costura Outono-Inverno 2024/25 será apresentada conforme planejado no dia 25 de junho na Ópera Garnier”.

Virginie Viard assumiu o posto de diretora criativa após o falecimento de Karl Lagerfeld, estilista que ajudou a Chanel a se tornar uma máquina de moda bilionária. Ela foi a primeira mulher a comandar a maison após a própria fundadora da marca, a icônica Gabrielle “Coco” Chanel. Sob o comando de Viard, a marca de luxo francesa bateu um recorde de vendas em 2023, com lucro líquido de R$24 bilhões.


Virginie Viard foi uma das pessoas de maior confiança de Karl Lagerfeld na Chanel (Foto: reprodução/Pascal Le Segretain/Getty Images Embed)


Neta de produtores de seda de Lyon, Virginie Viard teve contato com o mundo das matérias-primas e a costura desde criança. A carreira no mundo da moda aconteceu meio que por acidente, já que Viard havia estudado design teatral na Theatre Design at the Cours Georges. Ela estagiou para Dominique Borg e trabalhou um tempo para a Chloé, época na qual criou figurinos para dois filmes nos anos 90. Viard começou sua colaboração com a Chanel em 1987, ainda como estagiária. Ela cresceu na label e com paixão pelo acervo histórico da Chanel, deu vida aos designs extravagantes de Lagerfeld como sua diretora de estúdio por 20 anos. Até o momento desta publicação, Viard ainda não reagiu publicamente ao anúncio da maison.

Quem pode assumir o cargo

Uma pergunta que permaneceu na mente de todos após o anúncio da saída de Viard é quem poderá assumir o cargo na direção criativa da Chanel. As escolhas são várias, o que gera especulações na internet. Um dos palpites mais fortes é Pierpaolo Piccioli, estilista romano que anunciou sua saída da Valentino recentemente, em março deste ano. Conhecido por seus designs de haute couture carregados de dramaticidade, o designer passou 25 anos na casa, deixando uma imanente marca na história da Valentino.


Pierpaolo Piccioli é um dos nomes mais fortes para assumir o cargo na Chanel, segundo rumores (Foto: reprodução/Pascal Le Segretain/Getty Images Embed)


Outros nomes cotados são o de John Galliano, um dos couturiers mais célebres na história da Dior e Haider Ackermann, conhecido por seus cortes refinados e sutis. Um designer que não está disponível no mercado, mas segundo publicações especializadas, estaria disposto a negociações, seria o francês Hedi Slimane, que já foi diretor criativo da Yves Saint Laurent e da linha masculina da Dior. Estilistas femininas também estariam no páreo, como a britânica Sarah Burton, que saiu da Alexander McQueen no final do ano passado. Mas a Chanel tem negado constantemente todos os rumores sobre quem assumirá o cargo, restando apenas esperar o que a maison anunciará no futuro.