Desânimo marca evento democrata nos EUA após vitória de Trump em estados-chave

Kamala Harris, candidata democrata à vice-presidência dos Estados Unidos, cancelou seu discurso planejado para esta quarta-feira, em Washington, após resultados desfavoráveis na votação. Donald Trump avançou em estados decisivos, assegurando vitória na Pensilvânia e declarando sua eleição.

A decisão de Kamala reflete o clima de desânimo entre seus apoiadores, que acompanhavam a apuração na Universidade Howard, sua antiga instituição de ensino. Enquanto Trump comemorava em Palm Beach, os democratas assistiam com tristeza à dispersão dos eleitores.


Kamala não discursa (Vídeo: Reprodução/ YouTube/ Metrópoles)

Desânimo toma conta dos apoiadores de Kamala Harris

A noite na Universidade Howard começou com música alta e aplausos dos democratas para cada conquista de Kamala Harris, mas terminou em silêncio e lágrimas. Quando Trump garantiu vantagem em estados decisivos, como a Carolina do Norte e a Geórgia, organizadores do evento interromperam a transmissão da contagem e colocaram música para amenizar o clima. Fotos do evento mostram apoiadores dispersos e emocionados, incapazes de esconder a frustração.

A desmobilização de Kamala foi confirmada pelo copresidente da campanha, Cedric Richmond, que destacou que os democratas ainda aguardavam a contagem completa dos votos. “Ainda temos votos a serem contados. Continuaremos lutando para garantir que todas as vozes sejam ouvidas”, afirmou Richmond. Ele confirmou que Kamala só se pronunciaria na quarta-feira.

Comemoração republicana e apoio de figuras influentes

Em contraste com o clima tenso entre os democratas, Trump celebrou os avanços em estados decisivos em seu resort em Palm Beach, na Flórida. O evento, que reuniu aliados influentes, contou com a presença de Elon Musk, dono da rede X, e de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, além de empresários que contribuíram significativamente para a campanha do republicano.

Enquanto Kamala aguardava os próximos passos, Trump promoveu um jantar e uma festa VIP para amigos e doadores, que, segundo a imprensa americana, doaram pelo menos US$ 50 mil cada. A celebração demonstrou confiança no resultado, antecipando um cenário favorável ao republicano.

Reeleição de Trump mobiliza líderes globais e gera reações diversas pelo mundo

Donald Trump, garantiu votos suficientes para a reeleição como presidente dos Estados Unidos na madrugada desta quarta-feira (6), segundo projeções da Associated Press (AP). A vitória foi anunciada por volta das 7h30, quando Trump obteve os 270 delegados necessários para vencer a disputa. Após o anúncio, o republicano, de 78 anos, celebrou em um discurso que reforçou seu compromisso com uma “América mais forte”.

Diversos líderes mundiais e personalidades parabenizaram Trump, expressando otimismo sobre a continuidade de parcerias e o fortalecimento de alianças. Entre eles, figuras importantes como o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que apoiou abertamente a candidatura republicana, declarando que Trump estava “no caminho para uma bela vitória”. No Twitter, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, desejou bênçãos ao mandatário americano.

Alianças estratégicas e cooperação internacional

A eleição de Trump foi recebida com entusiasmo por líderes de várias partes do mundo. O presidente francês Emmanuel Macron enfatizou a continuidade de um relacionamento colaborativo entre a França e os Estados Unidos, enquanto o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, elogiou a vitória histórica, destacando o fortalecimento dos “valores compartilhados de liberdade e democracia”. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, também reforçou o desejo de estreitar laços com os EUA, descrevendo a aliança entre os países como “inabalável”.

Outros líderes abordaram questões de segurança e cooperação. Yoon Suk-yeol, presidente da Coreia do Sul, manifestou intenção de construir uma parceria de segurança sólida com a nova administração americana. Já o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, celebrou a liderança de Trump como essencial para a unidade da aliança militar ocidental.


Líderes internacionais parabenizam Donald Trump (Vídeo: reprodução/ YouTube/ CNN)

Respostas de países aliados e parceiros comerciais

Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu saudou o “retorno histórico” de Trump à Casa Branca, reiterando a forte parceria entre os dois países. Na Ásia, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, expressou esperança na renovação de colaborações estratégicas, chamando Trump de “amigo”.

Na América Latina, o presidente argentino Javier Milei e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro manifestaram apoio, ambos citando a vitória como um símbolo de perseverança. Além disso, Kirill Dmitriev, da Rússia, mencionou a chance de reavaliar as relações russo-americanas, destacando o potencial para superar desafios.

As reações indicam a expectativa de que a nova gestão Trump reforce o papel dos EUA em alianças globais e promova uma abordagem assertiva em questões de segurança, economia e diplomacia.

O papel das redes sociais e a polarização eleitoral

A eleição de Trump também revelou o papel central das redes sociais no processo democrático americano. Desde o início de sua campanha, Trump utilizou plataformas como Twitter e Facebook para comunicar-se diretamente com seus eleitores, promovendo um discurso direto e emocional que atraiu milhões de seguidores. Essa estratégia não só reforçou seu vínculo com a base, mas também acentuou a polarização política, gerando debates intensos em toda a sociedade.

A influência das redes no resultado eleitoral abriu discussões sobre regulamentação e responsabilidade das plataformas, com alguns críticos apontando para o risco de desinformação e manipulação da opinião pública. No entanto, para seus apoiadores, o uso das redes simbolizou a proximidade de Trump com o povo e sua capacidade de ouvir as demandas dos eleitores.