Rússia atinge maternidade e faz nove feridos em novo ataque à Ucrânia

Um ataque aéreo russo à cidade de Kharkiv, segunda maior da Ucrânia, aterrorizou pacientes de uma maternidade e deixou nove feridos nesta sexta-feira (11). Além do estabelecimento de saúde, um prédio residencial foi danificado.

“Todos, tanto a equipe quanto as mulheres, sofreram muito estresse”, declarou o médico Oleksandr Kondriatskyi à CNN. Sob tal viés, três mães e três bebês sofreram estresse agudo e precisaram de atendimento médico.

Kondriatskyi disse ainda que houve prejuízos ao edifício que abriga as salas de parto e cirurgia da maternidade.

Relatos são desesperadores

Os testemunhos dos pacientes, com destaque para as mães que acabaram de dar à luz, revelam o temor de que o pior ocorresse com seus bebês.


Mãe e bebê evacuam maternidade em Kharkiv após ataques russos (Foto: reprodução/Sergey Bobok/AFP/Getty Images Embed)


“Acordamos e ouvimos um apito muito alto. Meu marido e eu nos levantamos e rapidamente fomos até o nosso pequeno, e naquele momento houve um impacto e as janelas se estilhaçaram”, afirmou Oleksandra Lavrynenko, que conseguiu levar sua prole ao subsolo. O relato foi feito à CNN.

“Foi muito assustador, porque eu estava tão cheia de adrenalina que provavelmente esqueci que levei pontos. Agora estou me recuperando lentamente do choque”, complementou Lavrynenko, para o mesmo veículo.

Ofensiva faz parte de intensificação de agressões ao país vizinho

A ação russa não é pontual. Há semanas que o gigante euro-asiático vem realizando sistemáticos ataques ao espaço aéreo vizinho.

Na noite dessa quarta feira (9), foram abatidos 728 drones russos em território ucraniano – um número recorde desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. O alvo principal dos ataques russos foi a cidade de Lutsk, próxima à fronteira com a Polônia, o que fez com que Varsóvia reforçasse sua própria defesa.

A quantidade ultrapassou a marca máxima anterior de 539 dispositivos, lançados em 4 de julho deste ano.

Como represália às sistemáticas ofensivas de Moscou, Kiev lançou, na noite de quinta e madrugada dessa sexta-feira, drones sobre o território inimigo. Autoridades russas confirmaram o abatimento de 155 objetos aéreos. Houve duas mortes. A ação russa de hoje pode ter sido uma resposta à ação noturna ucraniana.

Dois russos morrem após ataque aéreo ucraniano

Um lançamento de drones no território russo pela Ucrânia, na noite de quinta e na madrugada desta sexta-feira (11), deixou dois mortos, um em Lipetsk, no sudoeste da Rússia, e outro em Tula, a cerca de 200 km de Moscou.

O governador de Lipetsk, Igor Artamonov, afirmou, através do aplicativo Telegram, que um dos objetos aéreos caiu na região, provocando incêndio e matando uma pessoa, além de ferir outra. Já em Tula, o governador Dmitry Milyaev confirmou a morte de mais um indivíduo.

Drones tentam atingir Moscou

Dos 155 drones abatidos pelo Ministério da Defesa da Rússia, 11 dirigiam-se a Moscou – revelou a pasta pelo Telegram. Ainda segundo o órgão, a maior parte dos artefatos foi desmobilizada perto da fronteira com a Ucrânia.


O céu estrelado de Moscou foi alvo de ataques aéreos ucranianos (Foto: reprodução/Sefa Karacan/Anadolu/Getty Images Embed)


Na capital russa, três dos quatro aeroportos suspenderam temporariamente suas operações, mas retomaram ainda na noite de quinta-feira.

As investidas foram realizadas das 23h dessa quinta até 7h de sexta.

Ofensiva ocorre após Rússia realizar o maior ataque de drones desde início da guerra

A ação ucraniana foi uma resposta à intensificação da agressão russa ao país vizinho. Na noite dessa quarta feira (9), foram abatidos 728 drones russos no espaço aéreo ucraniano – um número recorde desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

A quantidade ultrapassou a marca máxima anterior de 539 dispositivos, lançados em 4 de julho. Naquela ocasião, os EUA, na figura do presidente Donald Trump, reavaliaram a diminuição de ajuda militar à Ucrânia, comprometendo-se a continuar ajudando o país invadido.

O alvo principal dos ataques russos de quarta-feira foi a cidade ucraniana de Lutsk, próxima à fronteira com a Polônia. A situação ameaçadora fez com que Varsóvia reforçasse sua própria defesa.

Segundo Kiev, a represália teve como objetivo destruir infraestrutura de guerra russa e não atingir civis.

Rússia e Ucrânia: novos ataques resultam em incêndios e vítimas

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky usou as redes sociais para denunciar um novo ataque russo direcionado à cidade de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, na quarta-feira (02). Segundo Zelensky, um míssil russo atingiu a região, ferindo pessoas e matando outras quatro. Todos eram civis. 

Em sua publicação, o presidente da Ucrânia, classifica os ataques como “terror” e solicita pressão mundial, principalmente dos EUA e da União Europeia (UE) para barrar as ações praticadas por Vladimir Putin, a quem ele se refere como Moscou, por ser a capital da Rússia. 

Desde o início da guerra Rússia/Ucrânia, em fevereiro de 2022, Volodymyr Zelensky tem utilizado constantemente suas redes sociais para denunciar ataques contra o seu país,  além de solicitar apoio da comunidade mundial e de organizações multilaterais para um cessar-fogo. 


https://twitter.com/ZelenskyyUa/status/1907465750904025189
Publicação de  Volodymyr Zelensky sobre os ataques recentes contra Kharkiv (Reprodução/X/@@ZelenskyyUa

Outros ataques russos 

Algumas cidades ucranianas também sofreram ataques aéreos russos. Segundo informou o governador de Kharkiv, Oleh Syniehubov, em um período de uma hora, foram lançados 17 drones drones Shahed contra a cidade de Kiev, causando vários incêndios em instalações locais.

Os drones Shahed foram projetados pelo Irã e são conhecidos como “drones Kamikaze” ou “drones suicidas”. São veículos não tripulados, projetados para atacar vários alvos terrestres ao mesmo tempo. A Rússia utiliza o modelo Shahed 136, também conhecido como Geran-2. Esse tipo de armamento pode ser lançado via terrestre, através de um tanque militar. 

Zelensky também relatou uma série de ataques contra outras regiões do país. 


Informações sobre os ataques russos contra a Ucrânia (Reprodução/Youtubr/@CNNbrasil)

Conforme informações do presidente ucraniano, em um curto período de tempo, 74 drones foram lançados pela Rússia, destes 54 eram do tipo Shahed e 14 atingiram a cidade de Kharkiv. As regiões de Odesa e Sumy, incluindo uma subestação de energia, foram alvejadas. A cidade de Nikopol, no sul do país, próxima a Dnipro, também teve sua  subestação atingida. 

Na semana passada, a Rússia atacou a região de Belgorod, mais precisamente a cidade de Popovka, fronteiriça com a Rússia. O alvo, uma barragem usada pelo exército ucraniano para abastecer cidades da região, foi explodida por um bomba com o peso equivalente a três toneladas. O ataque causou inundações e danos a produção agrícola.  

Ajuda da OTAN

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), uma aliança político-militar, atualmente formada por 32 países, prometeu ajuda militar à Ucrânia, no valor de 21 bilhões de dólares. 

Em discurso, na data de ontem, quarta-feira (02), o secretário geral  da organização, Mark Rutte, informou que a “aliança precisa combater as ameaças que enfrentamos”, referindo-se aos ataques russos contra a Ucrânia, uma guerra em atividade há mais de três anos.


Discurso de Mark Rutte em Bruxelas, Bélgica (Reprodução/X/@NATO)



Em meio a ajudas financeiras tanto da OTAN quanto da União Europeia, a Ucrânia segue aguardando um acordo de cessar-fogo com a Rússia, mediado pelos EUA. Mas, até o momento, sem avanços ou resoluções significativas. 

Aeroportos em Moscou são fechados após ataque ucraniano com mais de 100 drones

Na madrugada desta sexta-feira (24), a Rússia afirmou ter interceptado mais de 100 drones lançados pela Ucrânia, que tiveram como alvo 13 regiões do país, incluindo Moscou. O ataque obrigou o fechamento temporário dos aeroportos Vnukovo e Domodedovo, causando o redirecionamento de seis voos. Apesar dos danos relatados, as autoridades russas afirmaram que todos os drones foram abatidos, e não houve feridos.

O ataque

Entre os alvos mencionados pela Ucrânia estavam uma refinaria de petróleo em Riazan, cerca de 170 km ao sul de Moscou, e uma fábrica de microeletrônica em Briansk. Segundo a Ucrânia, essas instalações são cruciais para o abastecimento militar russo. Após as explosões, uma grande bola de fogo foi avistada sobre a refinaria. Autoridades russas informaram que seis drones foram abatidos sobre a região de Moscou, enquanto outros foram destruídos em áreas próximas à fronteira com a Ucrânia, incluindo Kursk, Briansk e Belgorod.


O aeroporto de Vnukovo foi um dos afetados. (Foto:reprodução/X/@airlinerwatch)

Os ataques ucranianos seguem como parte de uma estratégia para atingir estruturas energéticas e militares russas, com o objetivo de enfraquecer o aparato militar do país. Em resposta, a Rússia realizou um ataque com 58 drones contra a Ucrânia, que resultou na morte de três pessoas em Kiev, além de danos a prédios residenciais, casas e veículos.

Impactos na infraestrutura e escalada do conflito

Em Kursk, o ataque ucraniano danificou linhas de energia, interrompendo o fornecimento elétrico em um distrito da cidade, segundo o prefeito Igor Kutsak. Outras regiões, como Saratov, Voronezh, Lipetsk e Tula, também foram alvos dos drones.

Do lado ucraniano, as vítimas fatais em Kiev foram causadas por destroços de drones russos, conforme reportado pelo Ministério do Interior. Embora 25 drones tenham sido interceptados e 27 desviados, os danos em estruturas civis foram significativos, aumentando a tensão no já prolongado conflito.

Ambos os lados continuam utilizando ataques com drones como uma ferramenta estratégica, agravando os impactos humanitários e reforçando a complexidade do conflito.

Tropas ucranianas enfrentam problemas com tanques doados por EUA

As tropas ucranianas na linha de frente têm reclamado de problemas com os tanques Abrams fornecidos pelos Estados Unidos. As equipes que operam os tanques relatam problemas técnicos com a munição, problemas no motor e na parte eletrônica dentro do veículo, que pode ficar instável por conta da chuva e de neblinas.

Além dos problemas técnicos, os armamentos também são vistos como ultrapassados. Grande parte da linha de frente ucraniana é dominada por drones, que são dispositivos de pequeno porte e de grande precisão que podem, inclusive, causar danos significativos nos tanques.

A guerra dos drones

Joker, membro da tropa ucraniana, comentou para a CNN: “A armadura não é suficiente para este momento. Não protege a tripulação. Na verdade, hoje essa é a guerra dos drones. Então agora, quando o tanque sai, eles sempre tentam atingi-los“.

A utilização desses drones mudou a forma como se faz a guerra. Pilotados por soldados usando óculos de jogos, eles introduzem um elemento moderno que causa vulnerabilidades a veículos blindados.

Consequências da limitação do equipamento

A limitação do equipamento custou a perna de um motorista do tanque. Por conta da fraca defesa da armadura, em uma das batalhas em Avdiivka, cidade na Ucrânia que foi tomada pela Rússia, a armadura foi penetrada e causou o infortúnio.

O tanque Abrams vem sendo ridicularizado pelos russos, que deram o apelido de “latas-vazias” ao equipamento. Um deles foi capturado pelas forças russas, danificado e usado em desfile na Praça Vermelha como espólio.


Soldados ucranianos durante a guerra contra a Rússia (Foto: reprodução/Getty Images embed)


A doação dos tanques

A doação dos tanques foi anunciada pelo presidente Joe Biden, no início de 2023, com a explicação de que seria uma prova do “compromisso duradouro e infalível dos Estados Unidos com a Ucrânia”.

Em abril desse ano, oficiais do Pentágono informaram que os Abrams foram retirados da linha de frente por conta das ameaças vindas pelos drones russos. Porém, a equipe 47ª contradiz essa informação, afirmando que alguns ainda seguiam em ação, apesar das claras deficiências.

Para Joker, a falta de devida assistência vinda dos EUA custa a vida de companheiros e deixa um questionamento: “Eu só tenho uma pergunta. Por que isso está demorando tanto e [vem] parcialmente? Estamos perdendo tempo. É a morte para nós”. O conflito Ucrânia e Rússia já possui mais de 2 anos de duração, seu início foi em fevereiro de 2022.