Segundo eclipse solar do ano acontece neste domingo

O segundo e último eclipse solar deste ano ocorrerá hoje (21), no penúltimo domingo do mês, a partir das 14h30, no horário de Brasília. Entretanto, sua visão será parcial, não podendo ser visto totalmente de nenhum lugar do mundo.

O fenômeno poderá ser visto parcialmente da Nova Zelândia, costa leste da Austrália, além de algumas ilhas do Pacífico e certas partes da Antártica, não sendo visível do Brasil.

Ainda assim, será possível acompanhar a transmissão ao vivo pelo YouTube, através pelo canal do portal “Time and Date”.

Último eclipse solar do ano

O eclipse solar parcial de hoje (21), o último do ano, acontece quando a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra, cobrindo uma parte do astro com sua sombra, o que parece uma “mordida” no Sol.

Este fenômeno pode ser dividido em três partes: o Início, quando a Lua se move sobre o disco solar; o Máximo, quando o eclipse atinge seu ápice; e o Fim, quando a Lua segue seu fluxo, deixando de cobrir o Sol.

Tipos de eclipse

Um dos tipos e eclipse solar é o anular, também conhecido como “eclipse anelar” ou “eclipse em anel”, que acontece quando o diâmetro que vemos da Lua é menor que o do Sol, transformando o Sol em um grande anel ao redor.

É previsto que em 2027 ocorra este tipo de eclipse, o qual poderá ser visto inclusive do Brasil.


Eclipse solar anular previsto para 2027 poderá ser visível por todo o Brasil (Vídeo: Reprodução/X/@astronomiaum)

O eclipse total do Sol acontece quando os três corpos celestes, Lua, Sol e Terra, ficam em uma linha reta perfeita, fazendo com que a Lua bloqueie quase todos os raios solares que chegariam em nosso planeta. Assim, por alguns minutos, o dia vira noite.

No eclipse solar parcial, o alinhamento dos três corpos celestes não é perfeito, pois a parte central da sombra da Lua não atinge nosso planeta, tornando a visão parcial.

Segundo a Nasa, esse tipo de eclipse acontece pelo menos duas vezes no ano em algum lugar da Terra, enquanto que o eclipse total acontece a cada 18 meses, sendo difícil de acontecerem no mesmo local.

Cientistas criam primeiro eclipse solar artificial no espaço

A Agência Espacial Europeia (ESA) apresentou imagens históricas de um eclipse solar criado de forma totalmente artificial no espaço, parte da missão Proba-3, que utiliza dois satélites em voo altamente sincronizado para reproduzir as condições de um eclipse total, permitindo o estudo contínuo da coroa solar, que é a camada mais externa e quente da atmosfera do Sol. As imagens foram apresentadas durante o Paris Air Show, evento que ocorreu na França.

Eclipse programado a cada 19 horas

Desde seu lançamento em dezembro de 2024, a missão já realizou com sucesso dez eclipses artificiais em órbita, com o mais longo durando cinco horas. Os dados coletados têm potencial para aprofundar a compreensão sobre fenômenos solares que impactam diretamente a Terra, como o vento solar e o clima espacial.

A Proba-3 é composta por dois satélites. O primeiro, chamado de Occulter, atua como uma espécie de lua artificial. Com um disco de 1,4 metro de diâmetro, ele bloqueia a luz solar, criando uma sombra precisa que atinge o sensor do segundo satélite, o Coronagraph, posicionado 150 metros atrás. Essa configuração reproduz o efeito de um eclipse total.


Occulter ocultando o sol para criar um eclipse solar parcial para Coronagraph captar coroa solar (Foto: reprodução/Agência Espacial Europeia)

A órbita elíptica da dupla dura cerca de 19,6 horas. Durante esse período, os satélites criam um eclipse completo por até seis horas, algo impossível de alcançar com eclipses naturais, que ocorrem no máximo duas vezes ao ano e duram poucos minutos. O posicionamento preciso é controlado de forma autônoma, usando GPS, lasers, rastreadores de estrelas e comunicação via rádio.

Dados abertos para todo o mundo

O estudo da coroa solar é importante para a astrofísica porque, mesmo distante do núcleo, ela atinge temperaturas acima de dois milhões de graus Fahrenheit, mais altas que a superfície do Sol. É também dessa região que se originam o vento solar e o clima espacial, capazes de afetar satélites, redes elétricas e comunicações na Terra. Em paralelo, a Agência Espacial Europeia atua em projetos para prever tempestades solares e reduzir seus impactos, além de operar satélites voltados ao monitoramento das mudanças climáticas.

As imagens divulgadas foram processadas pelo Observatório Real da Bélgica e são compostas por três exposições diferentes, cada uma com tempos de abertura variados, o que permite capturar com fidelidade os detalhes da coroa solar. A missão opera em uma órbita altamente elíptica, variando de 600 km a 60.000 km da Terra, para reduzir a interferência da gravidade terrestre e da atmosfera, permitindo que os satélites se mantenham estáveis e sincronizados.


Coroa solar captada pelo Proba-3 (Foto: reprodução/Agência Espacial Europeia)

A missão Proba-3, que tem um orçamento de US$ 210 milhões, também adota política de dados abertos, disponibilizando todo o material, inclusive os registros brutos, para cientistas e entusiastas ao redor do mundo. Com previsão de durar dois anos, o projeto deve reunir cerca de mil horas de imagens da coroa solar antes de ser desativado e desintegrado na atmosfera da Terra.