Esquerda sai vitoriosa em eleições legislativas na França

As eleições na França vem causando comoção desde o primeiro turno em que a população se manifestou após a ascensão da extrema direita no país. Porém, após uma virada surpreendente, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular conseguiu vencer as eleições e obteve o maior número de assentos na Assembleia Nacional da França após as eleições legislativas no país. Infelizmente, a quantidade de assentos ocupados não é o suficiente para que se tenha força o suficiente para governar sozinha, logo, acordos devem ser feitos no futuro durante o governo.

Resultados do segundo turno

Os resultados surpreendentes do segundo turno, que foi realizado no último domingo (7), com a participação de quase 60% dos eleitores, mostraram que a Frente Popular conseguiu ocupar a maioria dos assentos. As três maiores bancadas eleitas foram: Nova Frente Popular (esquerda), com seus 182 assentos; Juntos (centro), com 168 assentos e a Reunião Nacional (extrema direita), ocupando 143 assentos.


Protestos em Paris após o primeiro turno (Foto: reprodução/Victoria Valdivia/Getty Images Embed)


Apesar da união ainda não ter sido confirmada, os líderes do bloco esquerdista indicam que eles podem se aliar ao bloco de centro para conseguir chegar aos 289 assentos necessários para ter maioria. Após a Reunião Nacional conquistar 33% dos votos no primeiro turno, a Nova Frente Popular e o Juntos já haviam formado uma aliança para impedir que a extrema direita chegasse ao poder. Porém, a viabilidade de um governo a partir da junção das duas forças ainda é incerta. Tendo em vista que ambos os blocos possuem discordâncias profundas sobre alguns tópicos, como por exemplo, a reforma da previdência na França.

Derrota da extrema direita

Para a extrema direita, apesar do alto número de assentos obtidos pelo bloco da Reunião Nacional (RN), que foram de 88 para surpreendentes 143, o resultado ainda foi considerado uma derrota e decepção. No primeiro turno o partido havia saído à frente das demais forças políticas, porém o resultado após protestos e união do povo e dos blocos de esquerda e centro foi diferente. O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, pertencente ao bloco de centro Juntos, também admitiu a derrota. 

Brasileiros contam sobre imigração legal nos EUA e deportação

Na última sexta-feira de junho, um avião desembarcou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, trazendo brasileiros deportados dos Estados Unidos. Estes brasileiros usavam roupas brancas, sapatos pretos, e carregavam um saco em mãos. Segundo a concessionária BH Airport, esse cenário repetiu-se em outros seis voos somente neste ano.

De volta ao Brasil, algumas destas pessoas andavam apressadamente, provavelmente para não serem identificados, e desejando ao máximo sair logo dali, enquanto outros procuravam tomadas para carregar seus celulares, ou então procuravam alguém que lhes emprestasse o aparelho para notificar sua chegada. Algumas já estavam no processo de compra de passagem para seu local de origem aqui, enquanto outros não possuíam um único centavo no bolso para cogitar essa possibilidade.

Três pessoas deportadas, as quais não quiseram identificar-se, foram ouvidas pelo G1. Mesmo com a frustração pela deportação, o sentimento em comum era de desafogo, por estar de volta ao seu País após meses de detenção nos EUA.

As histórias dos deportados

Um dos deportados nasceu em Sergipe, no município Umbaúba, com população de 25,550, tendo visitado o país com visto de turista, inicialmente, e então permaneceu no país após o visto ter expirado. Sua estadia nos Estados Unidos durou uma década.

O sergipano de 34 anos vivia em Kentucky, ganhando de US$ 800 a US$ 900 por semana no trabalho com construção, e então, um dia foi detido pela polícia enquanto dirigia.

Um processo na Justiça ocorreu, foi chamado um advogado, mas ele foi preso, ficando quatro meses circulando em prisões de quatro estados distintos, onde nem sempre tinha como ligar e avisar sua família.

Nos 10 anos que passou no País, o sergipano casou-se com uma cubana, com a qual teve um filho, que hoje tem 2 anos. Seu plano era voltar para seu estado, e trazê-los para o Brasil.

Em seu relato, não é recomendado ir para o País ilegalmente, “porque você tem que ficar se escondendo”. Por mais que haja trabalho e se ganhe bem, pela necessidade de esconder-se, não há qualidade de vida, e nem vida algum. Sem contar que é preciso trabalhar de domingo a domingo para se ter algum dinheiro; e se houver tempo livre, ficar apenas em casa, porque sair é demasiadamente arriscado.

Um ex-morador de Frei Lagonegro, no Vale do Rio Doce, passou pelo processo de deportação pela segunda vez. Na primeira vez, em abril de 2023, o mineiro de 24 anos foi deportado para o Brasil dois meses ter-se apresentado para a imigração.

Oito meses depois, tentou acessar o país mais uma vez, desta vez com os irmãos, realizando a travessia de Juarez (México) para El Paso (Texas), em um vagão de trem de carga, num esquema organizado por coiotes. O motivo da mudança de País seria para uma “oportunidade de vida melhor”.

Foi extremamente complicado no México, sendo quase sequestrado. Além do risco de vida, como ter viajado durante oito horas em um espaço de menos de 20cm, era preciso pagar tudo. O trem foi parado pela polícia, na fronteira entre os países e, após dois dias algemado, passou por seis centros de detenção durante seis meses. Seus irmãos conseguiram entrar no País.

Segundo o jovem, cada detenção possui um comportamento distinto: em alguns não é possível dormir, e podem prender ou soltar. A alimentação ocorre somente quando eles querem, e a comida não é das melhores. Alguns oficiais são tranquilos, enquanto outros “te tratam como se fosse um cachorro amarrado na corrente”.

Estando de volta ao Brasil, ele deseja voltar a trabalhar próximo da família, como serrador, e deseja recomeçar sua vida.

Após sofrer violência doméstica em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, uma das poucas mulheres do grupo havia ido para o País a fim de tentar uma nova vida. Após três tentativas fracassadas, onde retornou para o México, e uma deportação, ela conseguiu entrar no País pelo mar, por meio de jet ski, em março deste ano.

Durante a viagem, a mineira de 26 anos caiu dentro do mar, devido o mar violento, precisando inclusive nadar. No quarto dia, o coiote, outra imigrante e a brasileira chegaram na Califórnia, especificamente em San Diego. Se esconderam, entraram em um carro e, cinco minutos depois, a imigração os capturou, e a mineira passou três meses detida.

A valadarense relata que todos os dias a rotina era a mesma: às 05h30 o café da manhã, 11h30 o almoço, e às 17h30 o jantar. A habitação possuía oito pessoas ao todo, e havia tablet, cobertor, água quente e médico. Assim como mencionado pelos outros brasileiros, o tratamento não era bom; ela relata que gritavam “Desse jeito vocês não vão entrar no meu país”.

O processo de deportação

Este processo se dá pela eliminação de imigrantes irregulares, ou então, de imigrantes regulares que cometeram algum crime.

A advogada Paula Infante, especialista em direito internacional, relata que os brasileiros que entram ilegalmente no País hoje, entram em contato com agentes de imigração para solicitar asilo. Isso porque, no governo atual de Biden, a deportação tem tido mais flexibilidade; muitas pessoas são liberadas, desde que usem tornozeleira eletrônica e informem o endereço do local em que ficarão.


Muro fronteiriço, Estados Unidos-México (Foto: reprodução/Joey Ingelhart/Getty Images Embed)


Todavia, este asilo nem sempre é fornecido para os brasileiros, pois, o Brasil não é um país que está em guerra, ou com perseguição política. Ainda assim, como o pedido leva muito tempo ─ normalmente anos ─ para ser finalizado, nesse período é concedido a autorização para trabalhar. Ao fim do processo, decidido na Justiça, caso a necessidade de asilo não seja expressa, estas pessoas são deportadas.

Paula ainda relata que, dependendo do caso, as pessoas detidas pela imigração ficar nos centros de detenção e são deportadas sem qualquer liberação.

Além disso, conforme a especialista, em algumas situações, as pessoas pegas pela imigração permanecem nos centros de detenção e são deportadas sem serem liberadas em nenhum momento. Conforme o Ministério das Relações Exteriores, o período de detenção varia de um a três meses e, apesar de nem sempre ser possível ligar, os brasileiros podem acionar o Consulado Brasileiro.

Pauta nas eleições

A eleição presidencial ocorre daqui cerca de quatro meses nos Estados Unidos, no dia 5 de novembro e, como todos os anos, a imigração e um tema-chave.

Especificamente neste ano, conforme pesquisas realizadas de fevereiro a abril pela Gallup, empresa global de análise e consultoria, os estadunidenses acreditam que esse é o maior problema que o país enfrenta, na frente inclusive de tópicos como economia, inflação, e o próprio governo.

Em fevereiro, a Universidade Monmouth realizou um estudo relatando que, entre 10 estadunidenses, 8 veem a imigração como um problema muito sério (61%) ou sério (23%). Ademais, 53% aprovam a construção de um muro na fronteira com o México, o que ocorre pela primeira vez desde 2015.

Outro levantamento, realizado pela Universidade Monmouth e divulgado em fevereiro, mostra que mais de oito em cada dez estadunidenses veem a imigração como um problema sério (23%) ou muito sério (61%).

Mesmo pressionado Biden continua na corrida eleitoral dos Estados Unidos

Em meio às rachaduras internas que vêm surgindo dentro do Partido Democrata, o atual presidente dos Estados Unidos respondeu aos pedidos para que desistisse da reeleição, dizendo que vai continuar na disputa e que vai derrotar o ex-presidente Donald Trump.

Isso vem em um momento em que, após o primeiro debate presidencial, se criou um clima de desconfiança dentro do partido sobre se Biden seria um candidato ideal para se candidatar a um segundo mandato à frente da Casa Branca.

Recentemente, como uma cartada para tentar convencer os membros do próprio partido de que ainda tem força para vencer a disputa presidencial, Biden fez um comício em Wisconsin, estado que pode ser decisivo para ele, já que em 2020 ele venceu Trump por apenas 1% de vantagem. O comício, que contou com a presença de 500 pessoas, seguiu à risca a estratégia de campanha. Ele ainda chegou a fazer piada com a própria idade e deu um recado: “Eu continuo na disputa e vou derrotar Trump”.


Biden durante primeira entrevista após debate que vem sendo considerando crucial durante campanha eleitoral (Foto: reprodução/Getty Images News/Handout/Getty Images Embed)


Primeira entrevista após debate

Ainda durante a visita ao estado, ele deu a primeira entrevista após o polêmico debate realizado na quinta-feira (27), que foi considerado um ponto de mudança importante para a campanha eleitoral. Durante um trecho de 2 minutos que foi divulgado da entrevista, ele comentou sobre estar doente e exausto na noite do debate, justificando a forma como se saiu.

Dinheiro será a parte mais difícil de reconquistar. Quem doa muito quer ter certeza de que está apoiando o vencedor. Biden tem uma agenda e tem que ser agressivo para executar essa agenda e atrair o dinheiro. Se ele conseguir um cessar-fogo em Gaza ou resolver outras questões, como as dívidas estudantis ou a relação com a China, será muito importante para o futuro da campanha”, afirma Sharyn O’Halloran, cientista política e professora na Universidade de Columbia.

Presidente do EUA Joe Biden

Empresários pedem que Biden desista

Ainda segundo veículos de imprensa dentro do país, um grupo de 168 empresários enviou uma carta a Biden pedindo para que ele desista de disputar a reeleição pelo bem da democracia. Isso chegou a um ponto em que financiadores fiéis do Partido Democrata, como a herdeira da Disney e o cofundador da Netflix, anunciaram a suspensão das doações até que Biden seja substituído.

No entanto, Biden não dá sinais de que deve parar, inclusive aumentando o número de compromissos, como forma de responder se ele ainda tem energia para comandar o país pelos próximos quatro anos.

Maduro informa retomada de conversa com Estados Unidos

A menos de um mês das eleições venezuelanas, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, anunciou nesta segunda-feira (1) a retomada do diálogo com os EUA na próxima quarta-feira (3), apesar das sanções contra o setor petrolífero.

“Quero superar esse conflito brutal e estéril com eles. Recebi a proposta, por dois meses ininterruptos, de retomar o diálogo direto com o governo dos EUA. Decidi que na próxima quarta-feira as conversas com o governo dos EUA serão retomadas…”

Nicolás Maduro em seu programa de TV

O presidente ainda diz que as conversas serão retomadas para que os acordos do Catar sejam cumpridos e que os diálogos serão públicos e não escondidos.

Mostrando um sinal de confiança, o presidente disse que os Estados Unidos sabem quem vai ganhar as eleições da Venezuela e que por isso teria decidido retomar o diálogo com o governo.

Eleições Venezuelanas

Nicolás Maduro esta na presidência do país desde 2013, conseguiu seu segundo mandato em 2018 e tenta se eleger em um terceiro. Agora ele concorre pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).


Nicolás Maduro (Foto: Reprodução/Carolina Cabral/Getty Images Embed)


Edmundo González (74), diplomata aposentado e candidato pelo partido Plataforma Unidade Popular (PUD), é o concorrente mais forte de Maduro nesta eleição, que acontece dia 28 de julho em meio a uma democracia fragilizada e com as formas de escolha da presidência do país questionadas internacionalmente.


Edmundo González (Foto: Reprodução/JUAN BARRETO/Getty Images Embed)


Segundo pesquisas das empresas ClearPath, Datincorp e Poder y Estrategia y Consultores, Maduro teria em torno de 20% a 35% dos votos somente, enquanto a oposição conta com 55% à 66%.

Questionamentos internacionais

As eleições venezuelanas têm sofrido questionamentos internacionais devido algumas medidas tomadas pelo governo. Maria Corina Machado, foi declarada inelegível após justificativas de irregularidades administrativas na época em que foi deputada. Maria seria a principal rival de Maduro este ano, após vencer as primárias da oposição.

Devido a este fato, Corina Yoris foi apontada como sucessora na disputa, mas não conseguiu registrar sua candidatura. Dez prefeitos que declararam apoio ao candidato à presidente Edmundo González foram inabilitados e ficarão inelegíveis por 15 anos.

Joe Biden reconhece sua performance insatisfatória no primeiro debate eleitoral

No último sábado (29), Joe Biden, presidente dos EUA, afirmou que não teve um bom desempenho no debate presidencial com o ex-presidente, Donald Trump, ocorrido na quinta-feira (27), em um evento fechado à imprensa e divulgado pela Casa Branca no domingo (30).

“Eu sei que não ando tão rápido como antes, apesar de ter apenas 40 anos (risos). Não falo tão bem como antes. Eu não debato tão bem como no passado. Mas aqui está o que eu sei: sei como dizer a verdade. Eu sei o certo do errado. Eu sei como fazer esse trabalho. Eu sei como fazer as coisas. Sei, como milhões de americanos sabem, que quando você é derrubado, você se levanta.”

Joe Biden

Presidente dos EUA, Joe Biden, em debate eleitoral 2024 (Foto: reprodução/Andrew- Caballero-Reynolds/AFP/Getty Images embed)


Membros do partido democrata e a imprensa levantaram a hipótese de que Biden deveria desistir de concorrer à Casa Branca. Como está com 81 anos, ele deixaria o poder ao final do segundo mandato com 86 anos de idade, se fosse eleito.

Para se defender, Biden ataca Trump

Em sua defesa, Biden disse saber que o “The New York Times” pediu a saída dele da disputa, mas, o jornal também enumerou 28 mentiras de Trump em 90 minutos. Ele aproveitou para enfatizar os pontos fracos de seu adversário: ideias extremistas, opiniões sobre o aborto e o acontecido em 6 de janeiro. Na opinião do atual presidente, essa postura de Trump desagrada os eleitores.

A equipe de Biden tentou, durante todo o último final de semana, rebater as críticas midiáticas sobre o resultado do debate e voltar os holofotes para o que seria a volta de Trump. Apesar da estratégia, um questionamento crescente por parte dos eleitores se destaca: “Biden não estaria simplesmente muito enfraquecido física e cognitivamente para cumprir mais quatro anos?”


AFP faz análise do primeiro debate eleitoral de 2024 nos EUA (Reprodução/instagram/@afpnewsagency)


Os republicanos apostam na reputação bélica dos EUA

Os republicanos, por sua vez, estão aproveitando a situação para conquistar espaço. O governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, um potencial vice-presidente de Trump, mostrou-se bastante preocupado à NBC, quanto à repercussão mundial da imagem “enfraquecida” de um possível presidente dos EUA .

 “Toda a América viu isso. E sabe quem mais viu isso? Nossos adversários viram. Putin viu, Xi viu, o Aiatolá viu.”

Doug Burgum

Há um certo tempo, os eleitores de Biden já o consideram muito velho para concorrer e, apesar disso, ele tem se mantido próximo de Donald Trump nas pesquisas eleitorais. Além disso, a equipe do democrata aposta no perfil polêmico do candidato republicano, que poderá lhe tirar a vantagem: “Trump é o maior adversário de Trump”.

Aliados aconselham Trump a priorizar imigração e criminalidade em debate

Conselheiros e aliados do ex-presidente, Donald Trump, o incentivaram a se concentrar fortemente na economia, criminalidade e inflação durante o debate desta quinta-feira (27), citando pesquisas que mostram sua vantagem nesses tópicos, conforme fontes disseram à CNN.

“Essas são questões que impactam as pessoas e precisam ser tratadas”, afirmou Jason Miller, conselheiro sênior de Trump, em uma chamada com repórteres na terça-feira (25), mencionando a inflação recorde recente, crimes cometidos por migrantes indocumentados e a gestão de Joe Biden na fronteira dos EUA com o México.

Alguns desses aliados também sugerem que Donald descreva o cenário internacional sobre Biden como caótico e se concentre na guerra de dois anos na Ucrânia e nos conflitos entre Israel e o Hamas, como exemplos.

“Isso não é mais teórico”, disse o deputado Mike Waltz, aliado de Trump, à CNN News Central, ao ser perguntado sobre o que espera ouvir do ex-presidente durante o debate. “A vida era assim sob a administração Trump – economicamente com a inflação, em relação à segurança na fronteira, em termos de criminalidade e do mundo… Basta olhar para o Oriente Médio… Veremos o contraste e ele ficará claro”.


Donald Trump durante debate (Foto: reprodução/Sam Wolfe/REUTERS)

Fontes próximas ao ex-presidente afirmaram que, embora Trump esteja ciente da importância do debate desta quinta-feira e da necessidade de passar uma mensagem clara, reconheceram sua tendência a divagar em discursos longos e fora do assunto, o que pode gerar consequências para serem administradas na manhã de sexta-feira (28).

Os conselheiros do mesmo, que revisaram os debates do ex-presidente com Biden em 2020, também sabem que sua abordagem agressiva no primeiro confronto desse ciclo pode ter afastado os espectadores. Naquele debate, O Republicado atacou repetidamente Biden e falou sobre ele, além de antagonizar os moderadores. Após o ocorrido, seus números nas pesquisas caíram logo.

O próprio Trump reconheceu isso em uma entrevista ao Washington Examiner, publicada na segunda-feira (23).

“Fui muito agressivo no primeiro”, disse Trump. “No segundo, eu estava diferente e fui muito bem. Foi um pouco injusto porque, no segundo, já havia muitos votos. Então provavelmente vou dar uma olhada na cena da época. É como uma luta. Depende de qual é a situação.”

Trump ao Washington Examiner

Os seus aliados também tentaram direcionar a narrativa em torno do debate, incentivando especulações sobre diversos assuntos, em um esforço que alguns próximos ao ex-presidente descreveram como tentativas de desviar a atenção e se antecipar a discussões desfavoráveis envolvendo Donald Trump.

Entre os tópicos discutidos está a possibilidade do candidato à presidência adiantar seu cronograma e anunciar seu companheiro de chapa antes ou durante a Convenção Nacional Republicana no próximo mês, ou mesmo já nesta semana.

Vários conselheiros seniores informaram à CNN que não há planos formais para o ex-presidente fazer tal anúncio esta semana; o gerente de campanha, Chris LaCivita, desmentiu um rumor sobre isso. No entanto, eles reiteraram que Trump pode mudar de ideia e fazer o anúncio durante o debate ou em seu comício na Virgínia no dia seguinte.

Expectativas da possível eleição de Donald Trump

Os aliados de Trump têm trabalhado para moldar a narrativa do debate, promovendo especulações sobre vários tópicos para desviar a atenção de questões desfavoráveis ao ex-presidente. Há conversas sobre ele ter que antecipar o anúncio de seu companheiro de chapa, mas seus conselheiros dizem que não há planos formais para isso esta semana, embora ele possa mudar de ideia.

As discussões com conselheiros incluem como lidar com questões específicas como aborto e proteção da democracia, mas focam principalmente nos pontos fortes de Trump contra Biden, como economia e criminalidade. Apesar de minimizar a importância da preparação, Trump reconheceu a necessidade de se preparar para o debate, embora considere a preparação tediosa.

A Assessoria de Trump espera que ele se concentre nas mensagens principais, mesmo sem uma plateia para reagir, o que pode ajudá-lo a manter o foco. Regras que silenciam os microfones podem evitar confrontos como os de 2020. A equipe tentou gerenciar as expectativas, retratando Biden como um oponente forte e criticando o formato do debate e a mídia, preparando uma justificativa caso Trump não se saia bem.

A estratégia de elevação das expectativas para Biden surgiu após a descoberta de que ele estava se preparando intensamente. Substitutos de Trump, como JD Vance e Doug Burgum, ajudaram a reforçar essa narrativa, enquanto Donald, embora frequentemente crítico de Biden, admitiu a possibilidade de que ele seja um debatedor competente.

Estratégia de Trump para enfraquecer Biden

Se Biden continuar com sua estratégia de contraste, Trump pode enfraquecê-la ao mostrar moderação e apresentar planos sólidos para os eleitores preocupados com suas finanças. Karl Rove sugeriu que Trump deve evitar parecer desequilibrado ou mencionar fraudes eleitorais, embora ele raramente siga esse conselho.

Apoiadores como Kristi Noem aconselham Trump a destacar os benefícios de suas políticas econômicas anteriores. Apesar de Trump não gostar de debates formais, ele participou de sessões de política, mas muitas vezes desvia do roteiro ao vivo.

O debate de quinta-feira pode favorecer Trump devido a microfones silenciados e à ausência de público ao vivo. Trump enfrentará Biden, a quem ele culpa por uma suposta perseguição. Sua equipe tem alternado entre retratar Biden como senil e como um hábil argumentador. Jason Miller afirmou que Biden estará bem preparado devido à sua vasta experiência.

Democratas, como Elizabeth Warren, esperam que Biden esteja à altura do desafio e destacam sua defesa das liberdades das mulheres e das famílias trabalhadoras, enquanto criticam Trump por favorecer doadores ricos e reduzir regulamentações.

Trump supera Biden em arrecadação de campanha após doação milionária

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e empresário, teve um avanço nas arrecadações da campanha presidencial e superou Joe Biden, atual presidente do país e candidato à presidência deste ano, pelo segundo mês consecutivo. 

Após sua condenação no processo da ex-atriz pornô Stormy Daniels, que acusou o candidato republicano de suborno, Trump recebeu uma grande onda de apoio financeiro para sua campanha, com uma doação de US$ 50 milhões vindos de um bilionário, superando Joe Biden em US$ 81 milhões nos últimos dois meses. 

O doador da campanha de Trump em questão, é o bilionário Timothy Mellon, herdeiro de uma família de banqueiros. Mellon fez uma doação de US$ 50 milhões ao partido republicano, logo após a condenação do ex-presidente americano em Nova York, segundo a imprensa americana.

Arrecadamentos nos últimos meses 

Joe Biden, juntamente com o partido Democrata, arrecadaram o total de US$ 83 milhões para sua campanha eleitoral em maio, enquanto Donald Trump e o Partido Republicano receberam doações no total de US$141 milhões, de acordo com dados de documento federal e as declarações das campanhas.

O atual presidente entrou em maio com um valor de US$212 milhões em dinheiro, tendo batido o recorde de doações de um candidato democrata neste momento de campanha. Trump não revelou quanto tinha em seu banco, porém seu partido e sua campanha revelaram ter US$171 milhões em dinheiro, sem a inclusão dos comitês que apoiam. 

Os grandes eventos de Trump realizados em Los Angeles, Atlanta e Seattle foram cruciais para o recorde de arrecadação para sua campanha eleitoral, porém o que realmente impulsionou esse apoio foi sua condenação em Nova York. O ex-presidente sofreu um boom de arrecadação de fundos após ser declarado culpado. Só com doadores on-line, o empresário e seu partido receberam US$52,8 milhões nos cofres de campanhas nas 24 horas seguintes da condenação. 

Donald Trump teve seu segundo melhor mês de campanha, arrecadando o total de US$3 milhões em doações através de assinantes que foram adicionados à sua lista de e-mail, que foi feita para doadores mais modestos. 

O crescimento de Trump 

De acordo com os dados das campanhas dos candidatos, Donald Trump tinha uma desvantagem de cerca de US$ 100 milhões em relação a Biden em abril deste ano. Em um período de dois meses, este déficit de caixa foi reduzido pela metade e pela primeira vez, o comitê principal de campanha do empresário tem mais dinheiro do que o de Biden, e os valores estão de US$ 91,6 milhões a US$ 116,5 milhões. 


O ex-presidente teve um boom de crescimento em arrecadação para sua campanha nos últimos meses (Reprodução/Jim Watson/AFP)

De acordo com o diretor de comunicações de Donald Trump, Steven Cheung, os recordes de arrecadação para a campanha do republicano provam que a caça às bruxas contra a corrupção de Biden, a invasão ilegal da fronteira e uma inflação disparada uniram o povo americano com o pensamento de que o atual presidente poderá destruir o país se for eleito por mais quatro anos. 

No lado democrata, o partido tem tentado diminuir a importância das grandes arrecadações de seu rival, com Brian Derrick, criador da plataforma democrata de angariação de fundos chamada Oath, afirmando que apesar das grandes doações para a campanha de Trump, o partido democrata tem fundos suficientes para uma campanha forte. 

Eleições na França: extrema direita é favorita pelas pesquisas

Nesta quinta-feira (20), foram divulgadas duas pesquisas eleitorais, as quais mostram o partido do atual presidente em terceiro lugar e o favoritismo da extrema direita.

Duas pesquisas mostram a mesma tendência

A pesquisa da Pollster IFOP, que foi encomendada pelo grupo de radiodifusão TF1 e o Le Figaro, mostrou que o União Nacional levaria 34% dos votos, 29% seria da Frente Popular, partido de esquerda; o bloco Juntos por Macron ficaria em terceiro lugar, com 22%.

A outra pesquisa foi da Harris Interactive, encomendada pela rádio RTL, M6 TV e Challenges Magazine. Essa traz 33% dos votos para o partido de extrema direita, a esquerda com 26% e 21% para a coalizão de Macron.


Emmanuel Macron, presidente da França (Foto: reprodução/Chesnot/Getty Images embed)


Semana agitada para os futuros parlamentares franceses

A campanha oficial para as eleições legislativas antecipadas na França alavancou após uma semana de reviravoltas. Já são conhecidos os candidatos que irão disputar os 577 lugares na Assembleia Nacional. Macron antecipou as eleições no intuito de que os demais partidos tivessem pouco tempo para se prepararem.

O formato da votação é feito através de um sistema maioritário que acontece em dois momentos de escrutínio. Os eleitores irão às urnas nos dias 30 de junho e 7 de julho para eleger os deputados.

Alianças e manifestações

Intensas negociações para formar alianças e manifestações contra a extrema-direita marcaram essa semana. Os partidos de esquerda se reuniram sob a bandeira da Frente Popular; os Republicanos e o Rassemblement National (RN) fizeram uma aliança e os tribunais suspenderam temporariamente a exclusão de Éric Ciotti do partido Les Républicains, logo após o acordo com o RN.

A incerteza política provocou uma onda de venda de títulos e ações francesas, logo que as eleições foram convocadas inesperadamente por Macron. Seus aliados manifestaram receio de que uma vitória da extrema direita ou da esquerda poderia criar uma crise financeira. De acordo com o primeiro-ministro, Gabriel Attal, a vitória de qualquer um deles seria catastrófica para a França.

Campanha de Trump ataca Biden após condenação de Hunter Biden

No dia 5 de novembro, acontece a eleição presidencial nos Estados Unidos. Trump e Biden concorrem a uma reeleição, porém o ex-presidente Donald Trump aproveitou a condenação de Hunter Biden filho do atual presidente para promover sua campanha na corrida política.

“Este julgamento não passou de uma distração dos crimes reais da Família do Crime Biden, que arrecadou dezenas de milhões de dólares da China, Rússia e Ucrânia”.

Declaração inicial obtida pela CNN sobre a campanha de Trump

Apesar da afirmação do ex-presidente, não existem evidências de grandes ganhos por parte de Biden da China, ou que o atual presidente tenha enriquecido de outra forma além da contada por ele.

Em uma parte do texto da campanha de Donald Trump, está escrito: “O reinado do corrupto Joe Biden sobre o Império Criminoso da Família Biden chegará ao fim em 5 de novembro, e nunca mais um Biden venderá acesso governamental para lucro pessoal. Quanto a Hunter, desejamos a ele boa recuperação e processos legais”, porém, depois da publicação, a campanha de Trump enviou uma declaração atualizada retirando os votos de boa recuperação a Hunter.

Hunter Biden

Com 54 anos, Hunter é o segundo filho de atual presidente Joe Biden. Ele é um advogado e lobista americano, além ser sócio da Rosemont Seneca Partners, uma empresa de consultoria internacional. Hunter é casado com Melissa Cohen Biden uma ativista sul-africana de 38 anos desde 2019.


Hunter Biden (Foto: Reprodução/CNN)

O empresário tem quatro filhos: Naomi Biden, sua primogênita de 30 anos, Maisy Biden (23) e Finnegan Biden (23), fruto de sua relação com Kathleen Buhle (55), uma escritora americana com quem foi casado de 1993 a 2017, e Navy Joan Roberts, sua filha com a jogadora de basquete Lunden Alexis Roberts (33).

Condenação

Nesta terça-feira (11), um júri federal do Tribunal de Delaware, nos Estados Unidos condenou Hunter Biden no seu caso envolvendo uma arma. O empresário foi considerado culpado nas três acusações relacionadas à compra do revólver em outubro de 2018.

O julgamento contra Hunter teve início no último dia 3. Ele foi indiciado em setembro de 2023 por posse ilegal de arma. O processo foi levado à Justiça dos EUA pelo promotor David Weiss, nomeado em 2017 pelo ex-presidente Donald Trump.

O crime em questão é a mentira de Hunter na documentação no momento de adquirir a arma de fogo. Ele alegou que não usava drogas ao preencher o documento, mas na verdade era usuário de cocaína e crack. A sentença ainda não foi anunciada.

Emmanuel Macron e o avanço da extrema direita na Europa

O presidente da França, Emmanuel Macron anunciou a dissolução do Parlamento francês neste domingo (9), e convocou novas eleições. A decisão foi tomada após o partido da rival Marine Le Pen, política de extrema direita, ficar em primeiro lugar nas eleições para o Parlamento europeu. A medida foi recebida com choque pela imprensa internacional e pelos políticos europeus e roubou os holofotes da apuração das eleições parlamentares da União Europeia. As eleições ocorreram entre quinta (6), e domingo (9).

A decisão de Macron se mostra como uma tentativa de barrar o avanço da extrema direita na França demonstrada pela vitória do Reunião Nacional, partido de Le Pen, sobre o Renascimento de Macron. “Decidi devolver-vos a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação”, disse o presidente “Estou, portanto, dissolvendo a Assembleia Nacional”. Já Le Pen afirma que está pronta para assumir o poder se os franceses derem permissão.

Por que a Europa está se voltando para a direita radical?

Os 27 países da União Europeia seguiram a tendência mundial de guinada à direita. Esse resultado acontece por causa de uma junção de fatores como imigração, insatisfação com a Economia e preocupações com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Além disso, a crise em relação ao custo de vida e os custos para reformas ambientais também incomodam os cidadãos europeus

Essas preocupações arrastaram o eleitorado mais jovem e o mais idoso a votarem em políticos de extrema-direita que conquistaram mais cadeiras nesta eleição. No total, os políticos de centro-direita e direita formam 54,9% do bloco com 395 assentos. Os partidos nacionalista conquistaram votos através do discurso mais suave, para mascarar a imagem radical, mas com o discurso anti-imigração firme. Enquanto isso, políticos de centro-direita moderados estão se radicalizando para manter seu eleitorado. A direita então usou o descontentamento para emplacar um ideal de enfrentamento às “elites no comando”.


Eleições decidem quem irá ocupar as 720 cadeiras do parlamento europeu (Foto: reprodução/Geert Vanden Wijngaert/AP)

Em uma pesquisa feita pela plataforma Focaldata e compartilhada com a Reuters, “melhorar a economia e reduzir a inflação” foi o item mais citado pelos eleitores quando eram perguntados sobre o que influenciava seu voto. “Conflito internacional em guerra” e “imigração e solicitantes de asilo” seguiram como a segunda e a terceira maior preocupação dos 6 mil cidadãos questionados.

O que é o Parlamento Europeu?

O Parlamento Europeu é um dos órgãos legislativos da União Europeia e é onde são tomadas as principais decisões relacionadas ao bloco. Sua sede fica em Estrasburgo, França, e seus parlamentares são decididos pelos cidadãos dos 27 membros da União Europeia a cada cinco anos.

Os 720 parlamentares são responsáveis por aprovar as legislações do bloco e tomar decisões sobre o orçamento. O Parlamento é reunido uma vez por mês durante quatro dias em reuniões plenárias. Nas outras semanas há comissões que funcionam na capital da Bélgica. A União Europeia ainda tem o seu Conselho, formado por chanceleres e ministros e tem a responsabilidade de decidir assuntos intergovernamentais.