Uso de VPN para acessar o X pode comprometer sua privacidade e segurança digital

Desde a suspensão do X, antigo Twitter, muitos usuários começaram a procurar outros meios de acessar a rede social no Brasil. Entre as opções mais populares está o uso de VPNs (Redes Privadas Virtuais), que permitem contornar bloqueios geográficos digitais, podendo acessar conteúdos que não estão disponíveis no seu país, como catálogos de Streaming. No entanto, além da multa diária de R$ 50 mil estabelecida pela Justiça, especialistas alertam que o uso dessas ferramentas pode representar sérios riscos à cibersegurança, expondo dados pessoais e dispositivos a ameaças virtuais.

Segundo dados da NordVPN, uma das maiores fornecedoras de VPN no mundo, as buscas pelo serviço no Brasil cresceram 426% entre os dias 29 e 31 de agosto, em resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Como funciona e quais são as desvantagens da VPN

Mesmo com as ameaças de multa, muitos usuários optaram por arriscar a privacidade e a segurança em busca de manter o acesso à plataforma utilizando VPNs.

O significado de VPN é “Virtual Private Network” ou “Rede Privada Virtual” em português, e servem para ultrapassar bloqueios geográficos ao mascarar o endereço IP do usuário. Embora o uso de VPN possa parecer uma solução rápida e eficiente para contornar o bloqueio do X, especialistas em cibersegurança alertam para os perigos que essa ferramenta pode representar. Wanderson Castilho, especialista em segurança digital, explica que o uso de VPNs pode expor os usuários a vulnerabilidades se o serviço escolhido não for confiável. “Se a VPN estiver mal configurada ou se o provedor não oferecer garantias de segurança, os dados do usuário podem ser interceptados por hackers ou terceiros mal-intencionados”, afirma Castilho.

Além disso, a segurança dos dispositivos pode ser comprometida caso a VPN utilizada contenha malwares ou outros tipos de ameaças. Mesmo com uma VPN ativa, clicar em links suspeitos ou baixar arquivos infectados pode expor o usuário a ataques cibernéticos. Vale ressaltar que, embora as VPNs ofereçam um grau de anonimato, elas não garantem proteção completa contra a instalação de vírus ou ataques de Pishing, quando criminosos tentam obter acesso a dados confidencias, como senhas e contas bancárias. A recomendação dos especialistas é escolher um serviço de VPN com reputação sólida no mercado, além de manter práticas seguras de navegação e proteção com antivírus.


Uso de VPNs aumentou exponencialmente após o bloqueio do X (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Aumento no uso de VPNs no Brasil após o bloqueio do X

Segundo dados da NordVPN, uma das maiores fornecedoras de VPN no mundo, as buscas pelo serviço no Brasil cresceram 426% entre os dias 29 e 31 de agosto, em resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão do X no país após a plataforma não cumprir ordens judiciais, incluindo a nomeação de um representante legal no Brasil. O uso de VPN para acessar a rede social pode acarretar uma multa diária de R$ 50 mil, conforme determina a ordem judicial. No entanto, ainda há incertezas sobre como essa penalidade será aplicada, já que a fiscalização de tantos usuários e o monitoramento das tentativas de acesso são desafios difíceis de controlar.

STF decide manter X suspenso no Brasil por unanimidade

Em votação realizada pela primeira turma do STF, com cinco ministros (Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Alexandre de Moraes), resultando em vitória unânime da continuação da suspensão do X, mantendo a rede social suspensa no Brasil, até cumprimento de decisões estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal. Além disso, foi decidido que haverá uma multa de R$ 50 mil para usuários de artifícios para utilizar o aplicativo, como o VPN, considerado um “subterfúgio tecnológico”.


Explicação da situação entre Elon Musk e Alexandre de Moraes (Vídeo: Reprodução/YouTube/SBT News)

Votação do Supremo Tribunal Federal

Em votação realizada nesta segunda-feira (2), no Supremo Tribunal Federal, os cinco ministros da primeira turma, votaram de forma unânime na continuidade da suspensão do aplicativo no Brasil. Os votantes foram Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e o autor do despacho, Alexandre de Moraes.

O aplicativo continuará suspenso, até que sejam cumpridos os seguintes requisitos, colocados como condição pelo órgão: bloquear perfis com conteúdo antidemocrático ou criminoso, pague multas por descumprimento de ordens judiciais — mais de R$ 18 milhões — e indique um representante legal no país.

Além disso, Alexandre de Moraes determinou que o uso de VPN ou de outros artifícios do tipo para ser possível o uso do X, serão multados em R$ 50 mil. Esta decisão chegou a ser questionada em recurso da OAB, mas ainda não foi analisado.

O julgamento, feito em forma de plenário virtual, tem duração até 23h59, com os votos podendo ser alterados, algo muito raro de ocorrer em situações deste tipo.

Suspensão do X

Com seu escritório tendo sido fechado no Brasil dia 17 de agosto, por alegar que Alexandre de Moraes ameaçou a representante legal do aplicativo no Brasil de prisão, o aplicativo saiu do ar nos últimos dias.

O STF alega que Elon Musk descumpriu, desde abril, várias ordens do ministro Moraes, que ordenou o bloqueio de contas com comportamentos antidemocráticos, além de multas não pagas pelo bilionário, dono da plataforma.

Ministros afirmam que Elon Musk está contrariando o STF para criar narrativa de perseguição

Após o bloqueio do X no Brasil, foi comentado sobre possível estratégia de Elon Musk para criar uma imagem de perseguição, do STF com ele. Segundo alguns ministros, o bilionário estaria contrariando algumas decisões do órgão para que esta narrativa seja vista como realidade, afirmando que Musk utiliza o X como instrumento político e montou propositalmente este embate, justamente para esta situação citada.


Análise sobre a situação entre Elon Musk e Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Bloqueio do X no Brasil

Medida tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, traz o bloqueio do aplicativo X, antigo twitter, no Brasil, até que se cumpra as ordens determinadas pelo próprio, no Supremo Tribunal Federal.

Alguns ministros pensam que existe um peso diferente nas mãos de Moraes, em diferentes casos, algo que causa uma turbulência e um desgaste na imagem do Judiciário, colocando pressão em toda a Corte. Além disso, para alguns ministros do STF, a lei deveria ser atualizada para permitir uma maior responsabilização das plataformas.

Sobre o desfecho desta história e todas as negociações envolvidas, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, falou para o jornal Folha de S. Paulo que as fake news e milícias digitais que estão sendo investigadas, devem ter uma resolução em breve.

Situação de momento

Os ministros do STF colocaram a atitude de Elon Musk, como uma estratégia para criar uma narrativa de perseguição em relação ao órgão, responsável pela decisão de alguns bloqueios de seus recursos, o principal deles, o X.

No presente caso, como reconhecido pelas próprias impetrantes, a decisão monocrática é ‘impugnável, em tese, por agravo interno

Cristiano Zanin, ministro do STF, sobre caso envolvendo Elon Musk

Para os magistrados, o bilionário está usando o aplicativo como instrumento político, criando este confronto com o STF de maneira proposital, para que esta possível imagem fosse buscada por ele.

BlueSky atinge mais de 1 milhão de usuários após bloqueio do X no Brasil

Após a suspensão da rede social X no Brasil, muitos usuários foram para outras plataformas parecidas com a rede social, alguns usuários passaram a usar o Threads, rede pertencente ao Meta, e rival do X, e uma grande parte criou sua conta no BlueSky, rede criada pelo mesmo criador do Jack Dorsey, em 2019. Dessa forma a BlueSky atinge hoje cerca de 1 milhão de usuários.

Popularidade de BlueSky

A BlueSky, criada em 2019, tornou-se independente em 2021 e se tornou popular após Elon Musk que adquiriu o X (Antigo Twitter), limitar o número de tuítes diários para usuários não verificados, e criar a assinatura para se tornar verificado e obter mais suporte.

A plataforma, assim como o início do Orkut, exigia um convite para ingressar, contudo a restrição foi removida em fevereiro de 2024, facilitando assim a adesão de novos usuários. Atualmente a plataforma segue no comando de Jay Graber, e pela “equipe BlueSky”. Na rede pode fazer publicações com até 300 caracteres. E é possivel republicar postagens e compartilhar fotos e textos.


Elon Musk (Reprodução/Blommberg/Getty Images Embed)


Suspensão do X no Brasil

O X foi suspenso no Brasil, após descumprimento das ordens exigidas por Moraes. O Ministro do STF, solicitou que Musk, indicasse um representante legal no Brasil para a empresa no prazo de 24 horas. O empresário não cumpriu a ordem, dizendo que enfrentaria o bloqueio no território brasileiro. Com o prazo limite sendo atingido, Moraes determina o bloqueio no país, até que sejam cumpridas todas as ordens judiciais, e as multas devidamente pagas e seja indicado, uma pessoa física ou jurídica como representante em território nacional.

Moraes, afirma que as redes sociais não são uma terra sem lei, criticando as postagens de Musk que segundo o ministro do STF, fazem parte de uma “campanha de desinformação”, estimulando a desobediência e obstrução à justiça.

Vale lembrar que o X encerrou as atividades e escritórios no Brasil, após alegarem que Moraes ameaçou prender a representante legal da empresa no Brasil. Desde esse momento o X tem ignorado as ordens judiciais para remover conteúdos considerados golpistas ou que atacam as instituições.

Em evento, Luciano Huck critica decisão de suspender a rede social X

Nesta sexta-feira (30), o apresentador Luciano Huck, um dos nomes do entretenimento mais influente na política, fez críticas a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender a rede social X (ex- Twitter) no Brasil. O decreto foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes após Elon Musk, seu proprietário, descumprir a ordem de identificar um representante legal no país. 

Luciano Huck

Durante uma palestra no seminário realizado pela empresa Esfera Brasil, no Rio de Janeiro, o Artista da Tv Globo revelou não concordar com as escolhas recentes do judiciário. Embora não ter mencionado, Moraes ou STF diretamente, Huck criticou a inferência do Poder Jurídico na rotina das grandes empresas. 

“Sou contra o que aconteceu hoje. Acho muito ruim para o Brasil quando você mistura o Judiciário, de forma tão imperativa, ao dia a dia das empresas. Cria-se uma insegurança jurídica que não é necessária”. Comentou o apresentador. 


Luciano Huck Chama decisão de ”insegurança jurídica” (Foto: reprodução/Antonio Milena)

Logo em seguida, Luciano ressaltou que, para que o país possa obter condições de crescimento econômico, é necessário criar uma segurança jurídica melhor para que os investidores busquem interesse pelo Brasil. 

’Estamos num momento que precisamos sentar, dialogar e entender as mudanças”. Continuou o apresentador. 

Depois de sua apresentação viralizar na internet, Huck respondeu afirmando que uma fala não se tratava somente de uma crítica ao Supremo Tribunal Federal, e sim uma observação sobre o atual ambiente econômico do Brasil.  

Suspensão do X no Brasil

A suspensão do X em todo o país foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta sexta-feira. A decisão foi tomada após o STF intimar o Empresário Elon Musk, dono da plataforma, nomear um representante legal para a empresa no Brasil, com a suspensão da rede social se o pedido não fosse cumprido. 


Alexandre de Morares suspende o X (Foto: reprodução/Gustavo Moreno/STF)

Com uma intimação feita em uma postagem no perfil oficial da Corte no próprio X. Foi concedido o prazo de 24 horas para o cumprimento da ordem, mas a empresa não cumpriu a solicitação.  

O X continua suspenso até a plataforma cumprir todas as decisões informadas pelo Supremo Tribunal Federal, indique um representante legal e pague as multas que totalização o valor de R$ 18,3 milhões. 

Especialista em tecnologia aponta consequências da queda do “X” no Brasil

O profissional especializado em assuntos envolvendo tecnologia, Arthur Igreja, realizou uma análise aprofundada acerca da repercussão e das consequências que poderão ocorrer após a derrubada da rede social X, conhecida anteriormente como Twitter, no Brasil.

Igreja comentou diversos aspectos que permeiam o caso, logo após o acontecimento polêmico envolvendo o entrave entre o novo dono da plataforma, o empresário estadunidense Elon Musk, de 53 anos, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, de 55 anos.

Análise profissional sobre o caso

Conforme a opinião do especialista, se for executada a ordem da justiça em suspender as atividades do X no Brasil, as empresas fornecedoras de internet no país terão de impedir o acesso dos usuários ao endereço de IP da plataforma. E devido a esta ação, os internautas perderão gradativamente o acesso à rede social em todo o território brasileiro. Entretanto, isso não acontecerá de forma abrupta e imediata, mas demandará um certo tempo para ocorrer de forma completa e irremediável.


Suspensão do X no Brasil poderá afetar a economia nacional (Foto: Reprodução/Nathan Stirk/Getty Images Embed)


Repercussão e resultados da ação

De acordo com Arthur, a queda do X no Brasil proporcionará grande impacto em diversos setores, especialmente o da economia nacional, afetando principalmente empresários, artistas, influenciadores, entre outros tipos de negócios que se utilizam da plataforma para promoverem seus trabalhos.

Segundo Igreja, o X é uma ferramenta fundamental para algumas formas de comércio, como também é uma rede social de grande abrangência, pois muitos usuários no Brasil utilizam a plataforma como meio de comunicação e de informação acerca das notícias que acontecem no país e no mundo.

Métodos alternativos

O especialista afirmou que existem alguns métodos para contornar a suspensão do X no Brasil, como a utilização de VPNs (Redes Privadas Virtuais), de origem estrangeira, para poder usar a plataforma. Contudo, tal medida não solucionará de fato o decréscimo da abrangência dos conteúdos divulgados pelos produtores que trabalham nesse ramo.

Arthur ainda acrescentou que há as opções apontadas pelo bilionário Elon Musk, que afirmou que sua companhia de internet via satélite, a Starlink, oferecerá saídas para o acesso da plataforma para os usuários em diversas partes do planeta.

Embate entre Musk e Moraes

Segundo Arthur Igreja, Elon Musk e Alexandre de Moraes não retrocederam em suas posições e se mantiveram irredutíveis sobre suas decisões. De acordo com ele, enquanto o ministro tentou demonstrar força e poder por meio das leis do país, o empresário norte-americano também permaneceu firme em seu posicionamento e não cedeu às pressões impostas por Moraes.

Quem é Arthur Igreja


Arthur Igreja, especialista em tecnologia (Foto: Reprodução/Instagram/@arthur.igreja)

Além de especialista em temas sobre tecnologia, Arthur também é escritor, possui Masters in International Business nos EUA pela Georgetown University, Corporate Masters of Business Administration na Espanha pela ESADE, Mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV, certificação executiva em Harvard e Cambridge.

Intimação por redes sociais: inovação ou controvérsia no direito brasileiro?

A intimação por redes sociais, como a feita pelo ministro Alexandre de Moraes ao empresário Elon Musk por meio do X — conhecida como Twitter — é uma novidade no sistema jurídico brasileiro e pode influenciar a jurisprudência nacional. A medida que ocorreu após a publicação de uma ordem judicial na própria rede social é causou surpresa populacional, levanta debates sobre a legalidade e pode marcar o início de uma nova era nas comunicações judiciais no país.

Até o momento, o Brasil já registrou intimações via aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, mas o uso de redes sociais para tais fins é um avanço inédito, segundo advogados consultados.


Rede social X (Foto: reprodução/Nathan Stirk/Getty Images Embed)


Inovação jurídica ou exceção?

O Código de Processo Civil (CPC) de 2015, em seu artigo 246, prevê diversas formas de intimação, incluindo o uso de meios eletrônicos, mas não especifica o uso de redes sociais como o X. O inciso V do artigo abre margem para interpretações, permitindo intimações por meios eletrônicos, conforme regulado em lei, mas sem detalhar plataformas como redes sociais.

Além disso, o artigo 270 do CPC dispõe: “As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei.”

O advogado Luiz Friggi, do escritório Simões Pires Advogados, destaca que, embora intimações via WhatsApp já tenham sido validadas, a prática em redes sociais como o X é algo inédito

Nunca vi uma intimação por uma postagem pública em plataformas como Instagram ou Twitter. Isso é muito novo, pois não se trata de uma mensagem direta, mas de uma publicação aberta ao público

Nesse contexto, a decisão do ministro pode trazer consequências significativas para o sistema jurídico, especialmente se a prática se expandir e for adotada por outras instâncias. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia limitado o uso do WhatsApp para intimações, o que levanta dúvidas sobre a aceitação dessas novas práticas no futuro.

Bloqueio de contas e responsabilidade legal

A ordem judicial expedida pelo Supremo Tribunal Federal, que determinou que Musk nomeasse um novo representante legal para o X no Brasil em 24 horas, foi realizada inteiramente de forma eletrônica. Caso a ordem não seja cumprida, o STF advertiu sobre a suspensão das atividades da rede social no país e a aplicação de multas diárias.


intimidação do STF ao Elon Musk — (Reprodução/X/GlobalAffairs)

Segundo Alexandre Wunderlich, professor de direito, essa questão ressalta a importância da exigência de que o X tenha um representante legal no Brasil:

Empresas estrangeiras que operam no país têm obrigações legais e devem ter representantes para receber intimações e cumprir ordens judiciais

Isso reflete as novas exigências legais para empresas estrangeiras que operam no Brasil, ressaltando a necessidade de adaptação aos processos judiciais locais. Além, a utilização de uma rede social para a comunicação de uma intimação pode indicar uma tendência futura no direito processual, em que as plataformas digitais, amplamente utilizadas pela população, se tornem meios válidos para notificações judiciais.

Ou seja, a intimação pelo X marca uma possível transição para uma nova era nas comunicações jurídicas. A instantaneidade e a amplitude de alcance das redes sociais começam a ter um papel mais central. Caso essa prática se consolide, poderá redefinir as fronteiras do direito processual civil no Brasil, exigindo uma adaptação não apenas das empresas, mas também das instâncias judiciais e dos advogados que atuam no país.

Decisão de Moraes sobre empresas de Elon Musk é criticada por juristas

A relação entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o bilionário sul-africano, Elon Musk, está sob tensão desde o primeiro semestre deste ano, após as inúmeras desobediências relacionadas às determinações da Justiça de tirar perfis com conteúdos golpistas e maliciosos do ar em sua plataforma de rede social X, antigo Twitter.

Durante a quarta e quinta-feira desta semana, dias 28 e 29 respectivamente, o ministro deu novos despachos após a plataforma X fechar escritório em território brasileiro e não apresentar um novo representante legal.

Decisões judiciais

Alexandre de Moraes, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), comunicou duas decisões judiciais com fortes sanções à plataforma X e à Starlink, empresa de tecnologia. Todas as duas com ligações diretas a Elon Musk.

Em primeiro momento, o ministro anunciou um prazo de 24 horas para o X apresentar um novo representante legal no país, sob pena de suspensão da rede social no Brasil. O prazo terminou às 20h07 desta quinta-feira (29). Também foram bloqueados recursos financeiros da Starlink Holding ao passo que a rede social não indica um novo representante legal afim de garantir o pagamento das multas voltadas para plataforma. Esta decisão foi divulgada pelo blog do Valdo Cruz, no G1.


Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: reprodução/ Rosinei Coutinho/ SCO/ STF)

No Brasil, o escritório do X foi fechado em 17 de agosto e tal decisão foi creditada às “ameaças” feitas por Alexandre de Moraes de prender a antiga representante da empresa no país. Até então, com relação a decisão de bloqueios de recursos da empresa de tecnologia, o ministro considerou a existência de um grupo econômico “de fato” sob o comando do bilionário. Em 18 de agosto, Moraes já havia mandado bloquear os valores financeiros do grupo no Brasil para que garantisse o pagamento das multas aplicadas pela Justiça brasileira contra o X, antigo Twitter.

De acordo com assessores do gabinete do ministro, além da rede social X, a outra empresa comandada por Elon Musk no Brasil era a Starlink, que atua no país com a venda de serviços de internet por satélite, especialmente na região Norte. Atualmente, a Starlink Holding é um braço da SpaceX, companhia de exploração espacial do bilionário. De acordo com a empresa, o grupo trabalha para lançar e formar uma “constelação” de satélites que garantiriam conexões de internet em áreas remotas e de pouca estrutura.

O que dizem os juristas

Após o anúncio das últimas decisões do ministro do STF, as providências foram criticadas por juristas, estes que foram ouvidos pela TV Globo e pelo G1. Um deles, Clóvis Bertolini, Mestre em direito pela Universidade de São Paulo e professor da PUC Minas, comenta que a decisão de Moraes “foge do padrão”.

De acordo com o Mestre, a decisão foge do padrão de intimações e determinações realizados pelo Poder Judiciário do Brasil. Ainda segundo ele, a decisão viola os dispositivos legais e a torna uma decisão nula.

Em outra declaração, Renato Opice Blum, especialista em direito digital, reitera que segundo as regras do Código de Processo Civil, quem responde a uma demanda deve ser o destinatário da ordem judicial. O especialista conta que, quando há fraude, é possível que a Justiça emita ordens abrangentes a fim de alcançar outras empresas do mesmo grupo, como feito pelo ministro do STF.

X diz que decisão de Alexandre de Moraes é infundada

Parece que a briga entre Alexandre de Moraes e Elon Musk ganhou mais um capítulo, após Bilionário anunciar o encerramento das operações da plataforma “X” aqui no Brasil. O ministro do Supremo Tribunal Federal exigiu que ele apresentasse um novo representante legal da rede social, de acordo com o ex-presidente do TSE as leis do país precisam ser cumpridas. Entretanto representantes do antigo Twitter disseram que tentaram se defender na justiça e acabaram sendo ameaçados pelo jurista.

Bloqueio de contas

Após alegarem que a prática do magistrado de exigir que trouxessem uma pessoa para representar a empresa era ilegal, o ministro decidiu bloquear o acesso às contas da empresa, impedindo que pudessem acessá-las para fazer qualquer tipo de movimentação e consequentemente, impedir que os brasileiros acessem os seus usuários. Assim como aconteceu com este local de relacionamentos, a Starlink que vem é prestadora de serviço de internet também foi afetada com o bloqueio de contas.

Investigação em andamento

O empresário e dono desta rede social, está sendo investigado por obstrução a justiça, organização criminosa e incitação ao crime, além de ter sido inserido no inquérito das milícias digitais, cujo existe um grupo de pessoas sendo investigadas.


Alexandre De Moraes em sessão no prédio do Supremo Tribunal Federal (foto: reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)


X sairá do ar?

Em declaração a empresa X disse o seguinte:

Em breve, esperamos que o Ministro Alexandre de Moraes ordene o Bloqueio do X no Brasil simplesmente porque não cumprimos suas ordens ilegais para censurar seus opositores políticos. Dentre esses opositores estão um senador devidamente eleito e uma jovem de 16 anos, entre outros. Quando tentamos nos defender no tribunal, o ministro ameaçou prender nossa representante legal no Brasil. Mesmo após sua renúncia, ele congelou todas as suas contas bancárias. Nossas contestações contra suas ações manifestamente ilegais foram rejeitadas ou ignoradas. Os colegas do ministro Alexandre de Moraes no supremo Tribunal Federal estão ou impossibilitados de ou não querer enfrentá-lo. Não estamos absolutamente insistindo que outros países tenham as mesmas leis de liberdade de expressão dos Estados Unidos. A questão fundamental em jogo aqui é que o Ministro Alexandre De Moraes exige que violemos as próprias leis do Brasil. Simplesmente não faremos isso. Nos próximos dias, publicaremos todas as exigências ilegais do ministro e todos os documentos judiciais relacionados, para fins de transparência. Ao contrário de outras plataformas de mídia social e tecnologia, não cumpriremos ordens ilegais em segredo. Aos nossos usuários no Brasil e ao redor do mundo, o X continua comprometido em proteger sua liberdade de expressão”.

Com o limite de tempo ultrapassado, não se sabe quais serão os próximos capítulos deste embate. Espera-se que a rede social seja bloqueada. Apesar disso, a plataforma continua funcionando normalmente no Brasil até o momento.

X apresenta instabilidade nesta tarde

O X, a plataforma anteriormente conhecida como Twitter, enfrenta problemas de estabilidade tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo, nesta quinta-feira (29). Conforme o site Downdetector, que compila reclamações sobre aplicativos e sites em diversos países, o Brasil registrou cerca de 1,8 mil queixas. Nos Estados Unidos, no entanto, o número de relatos ultrapassa 30 mil. O Reino Unido também sofre com a situação, com mais de 15 mil reclamações, enquanto o Canadá contabiliza mais de 4 mil.

Os problemas começaram a ser notados por volta das 17h50 no horário de Brasília. Muitos usuários estão relatando, através da própria plataforma, que conseguem publicar no feed, mas estão enfrentando dificuldades para carregá-lo.

Fim do X

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), realizou uma intimação, notificando diretamente o bilionário Elon Musk, proprietário do X. Nesta comunicação, o ministro exigiu que Musk indicasse, em um prazo estipulado de 24 horas, um novo representante oficial para a rede social no Brasil. A notificação enfatizou a urgência e a importância do cumprimento dessa solicitação, alertando que, caso a determinação não fosse atendida no período estabelecido, o STF se veria na necessidade de tomar medidas drásticas, incluindo a suspensão das atividades do X em território brasileiro.


Logotipo X (Reprodução/Pexels)

Mudança de nome

Elon Musk mudou o nome do Twitter para X como parte de seu plano de transformar a plataforma em um “Super App” que integrou funcionalidades como vídeos, áudios, mensagens e compras online. Inspirado pelo WeChat, um super aplicativo chinês que centraliza diversas funções, Musk deseja criar uma plataforma única. O nome X remete a sua ideia anterior de fundar o banco online X. A aquisição do Twitter é vista como um passo em direção à realização do super aplicativo, com a empresa-mãe já chamada X Corporation. Além disso, as mudanças visam revitalizar a plataforma, que enfrenta dívidas e uma perda significativa de anunciantes.