Os consumidores norte-americanos podem pagar mais caro em seus medicamentos

Um relatório encomendado pela Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA), principal lobby farmacêutico dos Estados Unidos, revelou possíveis impactos negativos de uma tarifa de 25% sobre o setor. A pesquisa, realizada pela Ernst & Young, apontou que a taxação pode aumentar os custos em aproximadamente 51 milhões de dólares, o que representaria um acréscimo de 12,9%.

Sobre o relatório

Segundo o relatório, os Estados Unidos importam cerca de 203 bilhões de dólares em produtos farmacêuticos, sendo 73% provenientes da Europa. Os principais fornecedores são a Suíça, a Alemanha e a Irlanda. O documento foi concluído no dia 22 de abril, mas não se tornou público. Entre as empresas que integram a PhRMA e participaram da encomenda do estudo estão Amgen, Bristol Myers Squibb, Eli Lilly e Pfizer.

As farmacêuticas defendem que a implementação da tarifa pode enfraquecer a produção nacional de medicamentos, causando um efeito contrário ao objetivo do então presidente Donald Trump. Na semana anterior à divulgação do relatório, Trump anunciou o início de uma investigação sobre a dependência norte-americana da produção externa na área farmacêutica, alegando que isso poderia representar um risco para a segurança nacional. Até aquele momento, o setor de medicamentos havia sido poupado da guerra comercial, mas o presidente ameaçou aplicar uma tarifa de 25% sobre o segmento.

Declaração da empresa suíça Roche

Os produtores acreditam que a investigação poderá mostrar ao governo o impacto negativo que a taxação provocaria, especialmente em relação ao custo dos medicamentos e à segurança do abastecimento. A empresa suíça Roche tentou negociar com o governo dos Estados Unidos uma isenção tarifária para o setor. A companhia argumenta que existe um equilíbrio comercial entre os dois países, pois muitos diagnósticos suíços dependem de insumos exportados pelos Estados Unidos.


Sede da empresa suíça Roche (Foto: reprodução/x/Amand_)

As tarifas deverão incidir tanto sobre produtos prontos quanto sobre insumos em estágio avançado de manipulação. Ainda não está definido se os aumentos de custo seriam integralmente repassados aos consumidores, mas há expectativa de que os produtos finais, comercializados pelas distribuidoras, sejam mais suscetíveis a esse repasse.