Reunião dos governos federal, estadual e municipal de SP decide encerrar contrato com a Enel

Na última terça-feira (16) houve uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, para discutir o contrato da Enel. O encontro contou com a presença de Alexandre Silveira, ministro de Estado de Minas e Energia; do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); e do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB).  

Após a reunião, os governos federal, estadual e municipal chegaram à conclusão de que a melhor alternativa seria iniciar o processo de extinção do contrato com a Enel, concessionária fornecedora de energia elétrica da capital e de cidades da Grande São Paulo. A decisão foi tomada devido ao caos registrado nas últimas semanas na cidade, em que alguns locais ficaram sem energia por quase uma semana.

Reunião dos governos

Na reunião entre os poderes, o governador de São Paulo afirmou que não havia outra alternativa senão a medida mais grave possível: a decretação da caducidade. Ou seja, o contrato será rompido antes do término previsto devido a descumprimentos contratuais ou falhas graves na prestação do serviço pela Enel.

Alexandre Silveira, ministro de Estado de Minas e Energia, também comentou sobre a reunião, afirmando que a Enel não possui condições de continuar à frente da concessão de energia elétrica na capital e na Grande São Paulo. Silveira ressaltou ainda a importância da união dos poderes para agilizar o processo de caducidade da Enel.


O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes falando da Reunião a respeito da Enel (Vídeo: reprodução/Instagram/@prefeitoricardonunes)


O Procon Paulistano, órgão da Prefeitura de São Paulo, aplicou uma multa de R$ 14,2 milhões à concessionária Enel por falhas graves e estruturais na prestação do serviço, ocorridas entre os dias 8 e 10 de dezembro. A Enel será notificada e terá 20 dias para apresentar defesa administrativa.

As principais reclamações do Procon referem-se ao apagão que atingiu a capital e a Grande São Paulo, provocado por um vendaval histórico que derrubou árvores, causou cancelamentos de voos e desligamento de semáforos em toda a cidade. Na quarta-feira (10), mais de 2,2 milhões de clientes estavam sem energia elétrica na capital e Grande São Paulo.

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). Ou seja, o MME cria as regras gerais e as políticas do setor, enquanto a ANEEL aplica e fiscaliza essas normas.

Desde 2020, a ANEEL aplicou multas à Enel SP que totalizam R$ 374 milhões devido à má prestação de serviços na área de concessão da capital e da Grande São Paulo. No entanto, a concessionária ainda não pagou mais de 92% desse valor.

Em território nacional, a Enel atua em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Nos três estados em que possui concessão, a ANEEL já aplicou multas que somam R$ 626,2 milhões por irregularidades no serviço prestado.


Equipes da Enel trabalhando após vendável histórico (Vídeo: reprodução/Instagram/@enelbrasil)


Para concluir, os próximos passos da ANEEL são formalizar o processo administrativo, garantindo o direito de defesa da Enel, conforme a Lei de Concessões. Em seguida, a Enel será notificada e terá prazo para apresentar suas contestações e defesas.

Após o término desse prazo, a ANEEL analisará as evidências e assim poderá emitir uma recomendação técnica ao Ministério de Minas e Energia (MME), caso conclua que existem motivos para a caducidade.

A decisão final sobre a caducidade ou a manutenção da concessão cabe ao MME, que poderá aceitar ou rejeitar a recomendação.

Ricardo Nunes manda recado a Enel após vitória nas eleições

Em falas após a vitória nas eleições municipais de São Paulo, o prefeito reeleito Ricardo Nunes, com 59,35% dos votos, comemorou a vitória e mandou recado para a Enel, empresa responsável pela energia, dizendo que com sua força política aumentada após a reeleição ajuda a fazer as devidas cobranças para a Enel. Junto do governador Tarcísio, que apoiou Nunes durante a campanha pela prefeitura da capital paulista, o atual mandatário falou sobre algumas atitudes da empresa nos últimos meses, na cidade de São Paulo.

Recado de Nunes para a Enel

Com a reeleição como prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes tratou de fazer críticas a Enel, concessionária com a qual Nunes já havia tido alguns problemas, durante a eleição, principalmente. Junto do governador do Estado de São Paulo Tarcísio, o prefeito da capital paulista, o prefeito destacou que não deseja ter a Enel em sua cidade e que irá agir para isso.

Os principais problemas se iniciaram quando boa parte da cidade ficou sem energia por conta de fortíssimas chuvas, que acabaram deteriorando estruturas da Enel, que demorou um tempo grande para retomar a energia pela capital paulista.

Nunes ainda ligou o governo federal aos problemas e destacou que com uma simples atitude do órgão, em uma demonstração de empatia com a população da cidade de São Paulo, poderia resolver este problema.

Eu e o Tarcísio já falamos e, agora, a gente vai poder reforçar ainda mais que nós não queremos essa empresa aqui e que o governo federal precisa se posicionar, parar de fazer discurso, ter seriedade e responsabilidade com a população.”

Vitória de Nunes contra Boulos


Nunes é reeleito para prefeitura de São Paulo/Instagram/@prefeitoricardonunes)


No último domingo (27), Boulos e Nunes disputaram o segundo turno das eleições municipais da capital paulista, com o prefeito reeleito Ricardo Nunes, do MDB, tendo acabado com 59,35% dos votos, enquanto seu adversário Guilherme Boulos, terminou com 40,65%.

Chuva causa queda de energia em mais de 30 mil imóveis na Grande São Paulo

A Grande São Paulo enfrentou, na manhã deste sábado (19), interrupções de energia que afetaram mais de 30 mil imóveis, de acordo com informações divulgadas pela Enel. A falha no fornecimento de energia ocorreu após uma chuva moderada atingir a região, impactando especialmente a capital paulista, onde quatro bairros ficaram no escuro: Pinheiros, Vila Andrade, Jabaquara e Santo Amaro.

Impacto nos bairros da capital

Na cidade de São Paulo, moradores dos bairros de Pinheiros, Vila Andrade, Jabaquara e Santo Amaro relataram interrupções de energia logo após o início da chuva. Conforme informado, os problemas começaram por volta das 9h e ainda não havia previsão exata de quando o fornecimento seria restabelecido em todas as áreas. Algumas localidades afetadas ainda contavam com imóveis que estavam sem energia desde o apagão da última sexta-feira (11).


Equipe da Enel realizando reparo em postes (Foto: reprodução/Leandro Chemalle/The News 2/Estadão Conteúdo)

A Enel comunicou que equipes de manutenção foram deslocadas para as áreas impactadas e que o trabalho para restabelecer o fornecimento estava sendo realizado de forma gradual. Em nota, a concessionária ressaltou que as equipes estavam empenhadas em resolver os problemas e minimizar os transtornos aos consumidores. Segundo dados divulgados pela empresa, o total de imóveis afetados é de aproximadamente 111.519. Em comunicado, a Enel afirmou que “esse número representa 1,35% das mais de 8 milhões de unidades consumidoras atendidas pela empresa.”

Atendimento aos clientes

Na segunda-feira (14), a Aneel e o Ministério de Minas e Energia deram um prazo de três dias para a concessionária Enel solucionar os problemas mais críticos de falta de energia na Grande São Paulo, em decorrência do temporal de sexta-feira (11). Na terça-feira (15), a Justiça de São Paulo, através de uma liminar obtida pela Defensoria Pública, estabeleceu um prazo de 24 horas para que a Enel restabelecesse a energia nas residências afetadas, sob pena de multa de R$100 mil por hora em caso de não cumprimento. O prazo terá início na segunda-feira (21), após a intimação do representante da empresa.

A Enel aconselha os consumidores que estão enfrentando falta de energia a contatarem os canais de atendimento da empresa para relatar os problemas, podendo utilizar o aplicativo, o site oficial ou o telefone. A concessionária também sugeriu que, em situações de interrupção prolongada, os clientes mantenham os eletrodomésticos desligados para evitar danos quando a energia for restabelecida.

Matéria por Alexia Gabriela (Lorena – R7)

Another Place retorna à SPFW com collab inédita com a Enel

Após dois anos, a marca Another Place voltou às passarelas da São Paulo Fashion Week (SPFW) na terça-feira, 16 de outubro, com uma apresentação eletrizante que reafirma seu compromisso com a moda urbana. Sob a direção criativa de Rafael Nascimento, conhecido por suas colaborações inesperadas, a grife surpreendeu ao trazer a Enel, multinacional italiana do setor de energia, para o centro das atenções em uma parceria inusitada. A escolha da empresa, envolvida recentemente em um apagão que afetou milhões de pessoas na cidade de São Paulo, provocou discussões na mídia e despertou curiosidade sobre como essa união seria explorada na passarela.

A coleção focou no jeanswear, principal pilar da marca atualmente, apresentando peças inovadoras que destacaram a versatilidade do denim. Além disso, a coleção trouxe tendências que já são marca registrada da Another Place, como transparências, pele à mostra e o característico underwear aparente, oferecendo uma estética ousada e jovial. A colaboração com a marca de acessórios Jalaconda também foi um dos pontos altos do desfile, agregando um toque de irreverência e autenticidade.


Another Place inovou o streetwear (Foto: reprodução/FFW/Uol/@AGFOTOSITE)

Um jeanswear reinventado

Durante o período afastada das passarelas, a Another Place se dedicou ao aperfeiçoamento do jeanswear, consolidando-o como um dos elementos centrais de suas criações. Na nova coleção, o tecido foi explorado em diversas formas, com peças que iam desde calças oversized até jaquetas estruturadas, todas com acabamentos que mesclavam o clássico ao moderno. O denim, em sua forma mais crua e despojada, foi um dos destaques, trazendo um ar de rebeldia alinhado à identidade urbana da marca.


Look com top e calça jeans (Foto: reprodução/FFW/Uol/@AGFOTOSITE)

Além das peças de jeans, a coleção também foi marcada por uma forte presença de transparências, um dos elementos mais associados à estética da marca. Vestidos e blusas com recortes estratégicos e materiais translúcidos destacavam a sensualidade sem ser óbvios, mantendo a pegada jovem e provocativa que a marca busca em cada coleção.

Enel e Jalaconda

O que tornou esse retorno às passarelas ainda mais impactante foi a colaboração com a Enel, uma parceria inusitada que capturou a atenção do público. A Enel, que atua no setor de energia e gás, foi recentemente alvo de críticas devido ao apagão em São Paulo, e essa colaboração gerou uma série de debates sobre a conexão entre moda e temas sociais. A parceria pareceu trazer um tom provocativo ao desfile, sugerindo uma reflexão sobre o impacto da energia (ou a falta dela) na vida urbana, um conceito que combina com o DNA da marca Another Place.


Acessórios da Jalaconda (Foto: reprodução/FFW/Uol/@AGFOTOSITE)

Outra colaboração de destaque foi com a Jalaconda, marca de acessórios que trouxe um toque de diversão e irreverência à passarela. A linha de acessórios incluiu desde chapéus a bolsas que complementavam perfeitamente as peças ousadas da coleção.

Justiça de São Paulo nega pedido de multa diária para que Enel restaure imediatamente a energia

Desde a última sexta-feira (11), em função de um forte temporal, São Paulo vem sofrendo com falta de energia em alguns pontos da cidade. A prefeitura fez um pedido para que a Enel restabelecesse imediatamente a energia e recebesse uma multa de R$ 200 mil reais diários em caso de descumprimento. No entanto, a justiça indeferiu o pedido.

Além do pedido de restauração da energia, a petição da Procuradoria Geral do Município pedia que a Enel informasse em 24 horas qual o tempo demorado para restabelecer a energia em cada unidade, quantas equipes estavam dispostas e quantos atendimentos cada equipe fez. Os pedidos foram indeferidos pela juíza Erika Folhadella Costa, da 2ª Vara cível da Fazenda Pública.

Pedidos acatados pela justiça

No entanto, a juíza decidiu atender outros pedidos da prefeitura como a comprovação por parte da Enel do manejo em todas as árvores do município com o prazo de 60 dias, sob multa de R$ 1 mil reais por árvore para cada dia sem manuseio. O manejo estava na Plano Anual de Podas da própria Enel de 2023.


Diversas árvores foram derrubadas pelo temporal em São Paulo (Foto: reprodução/ Abraão Cruz/g1)

A justiça também aprovou o pedido onde a Enel precisará colaborar com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana para criar um Mapa de Conflitos entre a rede elétrica e as árvores urbanas atualizado. Além disso, que a Enel seja condenada a reparar, a partir de certos critérios, danos ambientais coletivos materiais.

Alterações no Plano de Contingência

A juíza determinou, por fim, que a Enel faça adequações ao Plano de Contingência. Caso as mudanças não sejam feitas em até dez dias, a empresa estará sob pena de multa de R$ 500 mil. Segundo a prefeitura, o plano desconsidera as características peculiares da cidade de São Paulo, ao ser utilizada da mesma maneira no Ceará e em municípios do Rio de Janeiro.

As obrigações feitas pela justiça precisam ter uma atuação conjunta entre a Enel e a Prefeitura. Ainda cabe recurso das partes na decisão judicial.

Famosos desabafam após serem prejudicados pela falta de energia em São Paulo

Com o apagão que deixou a Grande São Paulo no escuro por três dias, milhões de pessoas foram afetadas. A falta de energia começou a ser percebida após um forte temporal que afetou a região na sexta-feira (11). Conforme as horas foram passando, houve relatos de paulistanos indo até as estações de metrô para pagar a passagem apenas para usarem as tomadas para carregar equipamentos e celulares.

Celebridades se manifestam

Nas redes sociais, foram diversas reações em todo o país, incluindo famosos e celebridades nacionais.

No sábado (12), o ex-BBB Eliezer, 34, que mora com a filha, Lua, e a esposa, a influenciadora Viih Tube, atualizou a situação que a família enfrenta. Segundo ele, uma árvore caiu em frente sua casa. Em seus stories, disse:

 “Gente, estamos todos bem. Estamos limpando, tirando a árvore que caiu na casa. A comunicação está difícil porque não tem água nem energia. Mas está tudo certo.”


Após temporal e falta de energia de três dias, cidade enfrenta transtornos (Reprodução/X/ @kolle___)

Ronnie Von, 80, chegou a dizer que em sua vida nunca viu nada parecido. Ele mencionou que os itens guardados na geladeira foram perdidos e criticou a gestão pública pelo cenário em desabafo.

 “Existe um ditado que minha avó sempre dizia: quem não tem competência não se estabelece, é uma coisa simples assim”.

Se juntam a eles nomes como a jornalista da CNN Brasil, Mari Palma, 35, que no domingo (13) disse estar usando luzes de velas em casa e que estava há 40 horas sem energia elétrica.

As reações nas redes

Durante o fim de semana foram diversas manifestações de apoio aos paulistanos nas redes sociais. Muitas dessas manifestações criticavam a empresa responsável pelo abastecimento da maior parte da capital paulista, a Enel. Conforme a ANEEL, a Agência Nacional de Energia Elétrica, a concessionária de energia não atendeu às adequações exigidas para esse tipo de caso, no sábado (12) a agência afirmou que a Enel seria intimada. Os desdobramentos desse caso podem, inclusive, afetar o segundo turno das eleições municipais.


Usuários de redes sociais reagiram aos problemas causados pela falta de energia em São Paulo (Reprodução/ X/@Bacristinag)

Na rede social X, que voltou a funcionar no Brasil desde a terça-feira (8), foram diversos relatos de quedas de árvores, interrupções nos serviços de água, energia e internet, além de dificuldades no atendimento às ocorrências por parte da Enel.

Relação entre governo e Aneel ganha novo capítulo após apagão em São Paulo

Na última sexta-feira (11), a cidade de São Paulo enfrentou fortes temporais, causando falta de energia em diversas regiões, que ainda nesta segunda (14), não tiveram sua resolução completa, com alguns locais ainda afetados pelo apagão. Com este acontecimento, a relação entre o governo Lula e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ganhou novo capítulo, aumentando a briga entre os dois e podendo interferir diretamente nas eleições municipais, que acontecem no último domingo do mês (27).


Vídeo sobre apagões em São Paulo–SP (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Relação entre o governo e a Aneel

Alexandre Silveira, que é ministro de Minas e Energia, falou sobre a agência não ter dado continuidade em investigações solicitadas, contra a Enel, responsável por distribuir a energia na capital paulista, após apagões no fim de 2023. O ministro disse que a agência é tomada por seguidores de Jair Bolsonaro e ainda citou o prefeito Ricardo Nunes, que segundo ele, não tomou algumas atitudes necessárias para evitar a situação atual.

Outra figura que realizou críticas, tanto a Aneel quanto ao governo Lula, foi o governador Tarcísio de Freitas, que falou sobre os dois não terem adotado nenhuma medida contra a Enel, defendendo uma intervenção na empresa, por não terem um plano de contingência para resolução rápida do novo apagão na cidade.

Possível interferência no segundo turno

A situação na capital paulista pode afetar diretamente o segundo turno das eleições municipais, que contam com a disputa de Guilherme Boulos e Ricardo Nunes, concorrendo para a prefeitura da cidade de São Paulo.

Pessoas ligadas ao candidato Guilherme Boulos, do PSOL, usou o fato dos apagões para ligar os problemas com a imagem do candidato e atual prefeito Ricardo Nunes, indo até bairros e casas com faltas de luz e energia, entrevistando pessoas e mostrando isso em vídeos.

Nunes se defendeu colocando a Enel como responsável que não teria cumprido com algumas metas e feito alguns combinados, como as podas de árvores.

Brasileiros enfrentam aumento de R$ 100 bilhões na conta de energia em 2024

A conta de luz ficará mais cara para os brasileiros em 2024, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5), pela a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). As informações liberadas indicam que os consumidores deverão pagar R$ 100 bilhões a mais na conta de luz devido a “ineficiências” e subsídios no setor elétrico. Esses custos extras incluem desde furtos de energia até programas de incentivo, o que coloca o Brasil entre os países com as tarifas mais altas.

Principais causas dos altos custos no setor elétrico

O levantamento realizado pela Abrace aponta que dos R$ 366 bilhões que devem compor os custos totais do setor elétrico em 2024, cerca de 27% estão ligados a subsídios, programas de incentivo e ineficiências. Um dos principais vilões apontados pela entidade é a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), responsável por custear incentivos a setores específicos da economia, como a geração de energia em áreas não conectadas ao sistema interligado nacional. Apenas esse subsídio deve onerar os consumidores em aproximadamente R$ 33 bilhões.

Outros programas que geram custos adicionais incluem o Proinfa, um programa de incentivo às fontes alternativas de energia, com R$ 3 bilhões considerados desnecessários pela Abrace, e projetos de pesquisa e desenvolvimento, que apesar de serem importantes para a inovação no setor, têm recursos que não são aproveitados adequadamente, gerando uma ineficiência de R$ 636 milhões.


Furtos de energia são algumas das causas do aumento (Foto: Reprodução/Sirisak Boakaew/Getty Images Embed)


Furtos de energia e inadimplência elevam tarifas

Além dos subsídios, outro fator que impacta diretamente na conta de luz dos brasileiros são os furtos de energia, que representam perdas significativas para o sistema. De acordo com a Abrace, essas perdas não técnicas, somadas a dívidas de consumidores inadimplentes, devem gerar um custo adicional de R$ 2,1 bilhões em 2024. Esses valores acabam sendo repassados aos consumidores regulares, aumentando o preço final da tarifa de energia.

A Abrace também criticou a falta de transparência nos custos relacionados à iluminação pública e sugeriu que o financiamento desse serviço seja realizado pelas prefeituras, utilizando receitas provenientes de tributos municipais, e não repassados aos consumidores por meio da conta de luz.

O que está por trás do aumento

Os gastos elevados e as ineficiências no setor elétrico brasileiro estão entre os principais fatores que aumentaram as tarifas de energia. Outros problemas, como furtos de energia e inadimplência, somam R$ 2,1 bilhões em perdas, repassadas para consumidores regulares.

Esses custos, somados à tributação de R$ 21,5 bilhões aplicada sobre os encargos e ineficiências, agravam ainda mais o valor final das contas de luz, colocando o Brasil entre os países com as tarifas de energia mais altas do mundo. Esses fatores combinados contribuem para o aumento significativo na conta de luz em 2024, dificultando ainda mais a vida dos brasileiros.

Blackout em São Paulo e Guarulhos no último sábado foi provocado por uma pipa

No último sábado (31), um apagão afetou 942 mil imóveis na região metropolitana de São Paulo e Guarulhos. A Eletrobras informou que o incidente foi provocado por uma pipa. O instante em que o objeto acerta dois barramentos da subestação, provocando a pane, é mostrado por um vídeo.

O corpo da pipa teria atingido o primeiro barramento, provocando um curto-circuito e o desligamento pelos equipamentos de proteção. A rabiola da pipa, que possuía alumínio, teria afetado o segundo barramento. A colisão causou o desligamento do instrumento, provocando o apagão da subestação.

O incidente não é inédito

O problema não é inusitado. No ano anterior, a SE Guarulhos relatou cinco incidentes causados por pipas, de acordo com informações da Eletrobras. A construção de subestações cobertas seria uma forma de evitar esse problema, segundo a análise de especialistas.


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São Paulo capital à noite (Foto: reprodução/Carlos Alkmin/Getty Images embed)


A Enel e a EDP, concessionárias de energia elétrica, divulgaram, no domingo (1º), que 942 mil pontos ficaram sem luz, no sábado, afetados pelo apagão. Segundo a Enel, 650 mil ligações foram impactadas somente na capital paulista., representando 8% dos clientes atendidos pela concessionária. As áreas mais afetadas foram as zonas Norte e Leste.

Já Guarulhos, cidade atendida pela EDP, informou que cerca de 292 mil imóveis foram atingidos. A região de Vila Galvão, Gopouva, Vila Rosália, Macedo, Parque Continental e Parque Santo Antônio foram os bairros mais impactados, correspondendo a cerca de 13,5% de clientes.

Força tarefa restabeleceu o abastecimento de energia

O Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS) assim que identificou o ocorrido, em conjunto com os agentes, começou o trabalho para restabelecer o abastecimento de energia, por volta das 17h33.

A recomposição de carga da concessionária EDP foi finalizada às 19h37 e a da ENEL, às 19h37 .

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se pronuncioou dizendo que o ocorrido será investigado para apurar as responsabilidades. A Aneel acompanhou todo o processo de recomposição das cargas, que são de responsabilidade do ONS, transmissoras e distribuidoras envolvidas; e acrescentou que está em constante contato com as equipes das empresas responsáveis.