Bruna Marquezine desabafa sobre ansiedade aos 30 e questiona cobranças dirigidas a mulheres na mídia

Bruna Marquezine abriu um raro espaço de vulnerabilidade ao comentar, durante participação no Angélica Ao Vivo (GNT), que viveu uma “pré-crise existencial” motivada pela pressão da indústria em torno do envelhecimento feminino. 

Aos 30 anos recém-completados, ela explicou que a angústia surgiu bem antes, entre os 28 e 29, quando passou a sentir que havia uma cobrança velada para corresponder a expectativas estéticas e profissionais associadas à juventude. Para a atriz, a indústria do entretenimento pode ser “cruel” com mulheres, reforçando a sensação de que o tempo está sempre correndo contra elas, mesmo quando ainda se está na casa dos vinte.

O debate sobre etarismo no entretenimento

A fala de Bruna reacende um tema que vem ganhando relevância: o etarismo, ainda muito presente na televisão, na publicidade e nas redes sociais. Mulheres conhecidas do grande público costumam enfrentar vigilância permanente sobre aparência, carreira e vida pessoal, enquanto homens da mesma idade raramente passam pelo mesmo escrutínio. 


Bruna comenta sobre crise dos 30 anos (Vídeo: reprodução/X/@Tiagupereira)


Em diferentes momentos, a atriz já comentou a pressão por cumprir “marcos sociais” como casar ou ter filhos e como isso contribui para uma sensação de inadequação. No programa, a atriz Heloísa Périssé, de 59 anos, fez um contraponto ao afirmar viver sua “segunda adolescência”, destacando que a maturidade também pode representar liberdade e reinvenção. O diálogo reforçou que envelhecer não deveria ser uma ameaça, mas um processo natural e plural, ainda que a indústria nem sempre acompanhe essa mudança de olhar.

Uma discussão que vai além das celebridades

O desabafo de Bruna não se limita ao universo das famosas: reflete inseguranças comuns a muitas mulheres que convivem com expectativas irreais sobre o corpo, o tempo e a aparência. A cultura da juventude eterna segue dominante, especialmente em setores como a moda, o audiovisual e a beleza, que frequentemente associam valor profissional e relevância midiática a rostos jovens. 

Ao falar abertamente sobre sua própria ansiedade, a atriz ajuda a deslocar essa narrativa, abrindo espaço para questionamentos mais profundos sobre padrões, saúde mental e representatividade. Seu relato funciona como um convite para que a indústria e o público reconsiderem a forma como tratam o envelhecimento feminino e reconheçam que maturidade e carreira podem coexistir sem culpa, sem medo e sem rótulos.

Urso de Prata no Festival de Berlim “O Último Azul” exibe novo trailer

Em comemoração ao prêmio Urso de Prata, o grande prêmio do júri e considerado a segunda maior honraria do Festival de Berlim, atrás somente do Urso de Ouro, o filme brasileiro “O Último Azul”, do diretor Gabriel Mascaro, quem tem o ator brasileiro e estrela internacional Rodrigo Santoro como um dos protagonistas, ganha novo trailer. O longa vai estrear no Brasil, com primeira exibição na abertura do 53º Festival de Cinema de Gramado, entrando oficialmente em cartaz no próximo dia 28 de agosto.

Etarismo

O roteiro deste premiado longa-metragem aborda, entre outras questões, uma considerada cada dia mais polêmica na atualidade: o etarismo, um fenômeno social discriminatório, única e exclusivamente baseado na idade de uma pessoa, que pode ser manifestado de diversas formas preconceituosas, como tratamento injusto e exclusivo, estereótipos negativos, dentre outros.

Tereza, a personagem principal da trama, protagonizada pela reconhecida e aclamada atriz brasileira Denise Weinberg, é uma mulher de 77 anos, que recebe um chamado oficial do governo da Amazônia, cidade onde reside, para integrar uma colônia para idosos, que tem o objetivo de propiciar uma “melhor” qualidade de vida aos seus aderentes, em seus últimos momentos.


Cena do Filme “O Último Azul” (Foto: reprodução/X/@papelpop)

Rodrigo Santoro também integra o elenco do longa, interpretando Cadu, um homem misterioso e solitário, que cruza o caminho de Tereza, enquanto ela percorre sua jornada pelos rios da Amazônia antes de ser encaminhada ao exílio compulsório. De forma metafórica, Cadu funciona como uma voz interna que ecoa em Tereza, e num comportamento ambíguo, oscilando entre o risco e o afeto, a ternura, ele faz algumas proposições, para que ela reflita sobre seu destino.


Brasil distópico

Segundo o diretor do longa, Gabriel Mascaro, em um depoimento sobre o filme: “É muito lindo ver um longa filmado na Amazônia, no Brasil, encontrar ressonância com tantas culturas diferentes”. Ele se refere à repercussão positiva do longa, que ressoa nas diferentes culturas espalhadas pelo Brasil, que percorre pelas veias dos habitantes de seus 26 estados, além do Distrito Federal; um país com outros vários “países” dentro.

Após exibição no 53º Festival de Cinema de Gramado (13-23 de agosto), o filme vai estrear no circuito comercial no dia 28 de agosto.

Millie Bobby Brown recebe críticas sobre seu estilo

Não é de hoje que o etarismo persegue a vida de mulheres de diferentes faixas etárias, seja na moda, no cinema, nas artes em geral, na vida cotidiana ou no mercado de trabalho. O etarismo, tão temido pelas mulheres, se trata do conhecido preconceito por idade, que normalmente, costuma afetar mais o público feminino, principalmente as com idades mais avançadas.

Embora o estigma desse tipo de preconceito afete comumente às mulheres mais velhas, impressionantemente, não poupa também as jovens e famosas modelos e atrizes, é o caso de Millie Bobby Brown, atriz de 21 anos que lançou recentemente o longa The Electric State, na plataforma Netflix.

Millie, que iniciou sua carreira em Stranger Things, série de terror e suspense também da mesma plataforma de streaming, tem recebido severas críticas por seu modo de se vestir que, segundo comentários de haters na internet, não condiz com sua idade.

Millie Bobby Brown, em Stranger Things (Foto: reprodução/Omelete)

Há também comentários sobre sua aparência, sugerindo que a atriz “está envelhecendo mal”. Millie, entrou em sua defesa, ao se deparar com comentários do tipo “ela parece ter 40 anos”, alegando que iniciou a carreira ainda muito jovem e rebateu com “vocês me conheceram quando eu tinha apenas 10 anos”.

Outras críticas ao seu estilo partem também de comentários em seu Instagram, com frases como “Essa garota precisa de um novo stylist quanto antes”, que parecem ser de críticos bem-intencionados, mas que atacam seu gosto e sua equipe.

A afirmação de Millie, no entanto, sobre sua aparência, adota um tom de defesa da liberdade e individualidade feminina do tocante ao estilo, e remete à ideia de que roupa não tem idade definida, portanto, qualquer pessoa pode criar seu próprio estilo, sem que se precisem existir paradigmas pré-estabelecidos acerca da idade, “pessoas desiludidas não conseguem lidar com o fato de ver uma garota se tornando uma mulher nos seus próprios termos, e não nos deles” afirmou a atriz.


Com os diretores de The Eletric State, Anthony e Joe Russo (Foto: reprodução/Terra)

A atriz esteve no Brasil para o lançamento do novo longa The Eletric State, em um evento no pavilhão do Anhembi, em São Paulo, na última sexta-feira, 14.