Empresas americanas são responsáveis por 34% dos investimentos no Brasil

Ao falar de investimentos internacionais no Brasil, a influência dos Estados Unidos não passa despercebida. Dados da Amcham Brasil, divulgados em 28 de julho de 2025, revelam que as empresas americanas detêm 34% do total do investimento direto no Brasil, equivalente a mais de US$ 357 bilhões. Esse capital se concentra, principalmente, em três setores estratégicos para o país: tecnologia, veículos e energia.

O impacto do investimento americano no Brasil

Os investimentos de empresas dos Estados Unidos têm se mostrado essenciais para o fortalecimento de áreas chave da economia brasileira. A tecnologia, por exemplo, recebeu um impulso significativo com a construção de novos data centers e empresas de tecnologia avançada. Já a indústria automotiva segue como um setor importante, com investimentos em fábricas e inovação no desenvolvimento de veículos.

Em um cenário mais amplo, o investimento americano também está direcionado para a infraestrutura energética do país. O apoio das empresas dos EUA tem sido importante no desenvolvimento de energias renováveis e novas soluções para a matriz energética brasileira, além de projetos em gás e petróleo.


Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil (Fonte: reprodução/Buda Mendes/Getty Images Embed)


O efeito multiplicador no mercado de trabalho

Além de gerar avanços tecnológicos e industriais, esses investimentos têm gerado empregos de alta qualidade e com valor agregado para a economia nacional. Estima-se que mais de um milhão de brasileiros estejam empregados diretamente em empresas americanas no país. De acordo com a analista de economia da CNN, Thais Herédia, esses números são reflexo de uma relação estratégica entre os dois países, com vantagens mútuas.

“É um fluxo de capital que traz inovação, além de estimular o crescimento das empresas brasileiras que são parceiras desses investidores estrangeiros”, afirmou Thais, durante sua análise no CNN Prime Time.

Desafios no comércio bilateral

Apesar do cenário positivo, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos não está livre de desafios. O recente anúncio de uma possível tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, somado a outros entraves diplomáticos, pode afetar essa relação.

Uma comitiva brasileira já se encontra em Washington em busca de soluções que não comprometam o fluxo de investimentos e comércio entre os dois países. O futuro da relação econômica entre os EUA e o Brasil, portanto, depende das decisões políticas que serão tomadas nas próximas semanas.

Eduardo Bolsonaro encerra licença e pode perder mandato por ausência na Câmara

A licença de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na Câmara dos Deputados termina neste domingo (20), após 120 dias fora do Brasil. O parlamentar corre o risco de perder o mandato por descumprir o regimento interno da Casa.

O filho do ex-presidente deve apresentar justificativas válidas para suas ausências, já que a Câmara exige presença mínima nas sessões ordinárias.

Desde fevereiro, Eduardo vive nos Estados Unidos e o anúncio da licença veio em março. Anteriormente, o STF tornou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado. Contudo, embora não seja formalmente investigado no mesmo processo, o deputado tem sido alvo das críticas das instituições brasileiras.

Investigação e moradia nos EUA

Eduardo Bolsonaro é alvo de apuração da Procuradoria-Geral da República (PGR) por possível obstrução de justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A PGR afirma que o parlamentar promoveu ataques às instituições brasileiras enquanto estava nos EUA.

Além disso, o parlamentar ignorou as solicitações da Polícia Federal para prestar esclarecimentos. A omissão compromete o andamento das investigações. 


Eduardo Bolsonaro questiona ficar nos EUA ou voltar ao Brasil (Vídeo: reprodução/Instagram/@bolsonarosp)


Ainda assim, Eduardo pensa em promover mudanças no regimento da Câmara. Ele propõe ampliar a possibilidade de licenças consecutivas ou permitir que parlamentares permaneçam no exterior por tempo indeterminado.

Repercussões políticas e impacto nas relações internacionais

A licença do deputado também ganhou visibilidade internacional. Após o presidente Donald Trump anunciar um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, membros do governo atribuíram a medida a articulações de Eduardo e Jair Bolsonaro. A oposição acusou o ex-presidente do Brasil e seu filho de contribuírem para o agravamento das relações comerciais entre Brasil e EUA.

Nesse ínterim, Eduardo reforçou a tensão ao apoiar Trump nas redes sociais e pedir sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. Analistas apontam que a estratégia tenta pressionar o STF e enfraquecer a atuação do ministro, responsável por inquéritos que envolvem aliados do bolsonarismo.

No cenário político, cresce a pressão para que o deputado preste contas à Câmara. Eduardo Bolsonaro foi o terceiro mais votado em São Paulo em 2022 e agora vê seu futuro político ameaçado por sua ausência prolongada.