Preço da carne dispara nos EUA após tarifa de 50% sobre produto brasileiro

Na terça-feira (29), nos Estados Unidos, foi anunciado que a carne bovina brasileira será taxada em 50%, decisão que tem causado impacto imediato nos preços do produto em território americano. A mudança ocorre em meio à redução do rebanho de gado no país e à crescente demanda por proteínas. O efeito tem sido percebido por consumidores e exportadores, com a possibilidade de perdas de até US$ 1 bilhão para a indústria brasileira, conforme alertado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o número de gado e vacas de corte no país está 1% abaixo dos níveis de 2023, o menor registrado em 25 anos. Essa redução na oferta interna, aliada à nova tarifa sobre a carne brasileira — principal fornecedora do produto — tem impulsionado a inflação da carne bovina. Só no mês de julho, o preço da carne moída subiu 3%, segundo relatório do Itaú BBA.

Inflação da carne preocupa mercado americano

Desde janeiro, a carne bovina acumula uma alta de quase 9% nos supermercados dos EUA, com a libra sendo vendida a US$ 9,26. Em junho, o índice de preços ao consumidor indicou um aumento de 12,4% nos bifes e 10,3% na carne moída em comparação ao mesmo mês de 2024. Esse cenário levou analistas a preverem uma continuidade da pressão inflacionária nos próximos meses.


Caso gripe aviária (Foto: reprodução/AFP Evaristo SA/Getty Images Embed)


A CNN chegou a comparar o impacto atual com o registrado no mercado de ovos em 2024, quando a gripe aviária elevou os preços e limitou o acesso à proteína.

Exportadores brasileiros tentam reverter a taxação

O setor brasileiro de carnes, liderado por empresas como JBS e Marfrig, tenta barrar a tarifa de 50% por meio de negociações com parlamentares norte-americanos. Durante evento ao vivo, o presidente da Abiec, Roberto Perosa, afirmou que articulações diplomáticas estão sendo conduzidas para proteger as exportações brasileiras. Caso a medida se mantenha, os prejuízos poderão afetar diretamente a economia do país, que tem os EUA como seu segundo maior comprador de carne, atrás apenas da China.

O momento é de tensão entre os dois mercados, enquanto os consumidores americanos convivem com o encarecimento dos alimentos e os produtores brasileiros aguardam uma possível revisão da medida.

EUA oferecem US$ 25 milhões por prisão de Maduro

Na segunda-feira (28), em Washington, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou uma recompensa de US$ 25 milhões (cerca de R$ 140 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. A medida foi divulgada por meio da conta oficial da Administração de Repressão às Drogas (DEA), que compartilhou um cartaz com a foto de Maduro e o valor da recompensa.

A ação ocorre após o governo norte-americano intensificar as acusações contra Maduro e seus aliados. Ele é apontado como líder do chamado “Cartel de Los Soles”, grupo classificado na última sexta-feira (25) como uma organização terrorista internacional. Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, o cartel estaria envolvido com o narcotráfico e teria vínculos com organizações como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa.

Maduro é acusado de narcoterrorismo e tráfico internacional

As acusações contra o presidente venezuelano incluem conspiração para narcoterrorismo, importação de cocaína, além do uso e transporte de armas para o tráfico. Ainda segundo o Departamento de Justiça, os ministros venezuelanos Diosdado Cabello Rondón (Interior) e Vladimir Padrino López (Defesa) também estão sendo investigados.


Governo dos EUA divulga recompensa por informações sobre Maduro (Foto: reprodução/@DEAHQ/X)

Com essas acusações, a recompensa bilionária tem sido vista como uma estratégia do governo norte-americano para ampliar a pressão política sobre o regime venezuelano e enfraquecer sua atuação no cenário internacional. O cartaz divulgado lembra o estilo das antigas campanhas contra líderes do narcotráfico, como Pablo Escobar.

Classificação de cartel como organização terrorista amplia tensão

A escalada de acusações marca mais um capítulo da deterioração das relações diplomáticas entre os dois países. De acordo com o documento oficial, o grupo liderado por Maduro representa uma ameaça à segurança e à paz dos Estados Unidos. A inclusão do cartel na lista de organizações terroristas aumenta as sanções e fortalece a atuação legal das autoridades americanas para capturar os envolvidos.

Ainda não houve resposta oficial do governo venezuelano à nova ofensiva norte-americana. No entanto, especialistas em relações internacionais afirmam que a medida pode gerar impactos diplomáticos duradouros e dificultar ainda mais as negociações entre os países.

Trump expande negócios fora dos EUA e levanta dúvidas constitucionais

Em seu primeiro mandato, e agora cumprindo o segundo, Trump manteve participação ativa na Trump Organization – conglomerado internacional de propriedade privada, como hotéis, campos de golfe e resorts, fundado por Donald Trump -, mesmo enquanto exercia o cargo de presidente. Seus negócios continuam firmando contratos e licenças em diversos países por meio de contratos com sua marca.

A empresa comandada por Trump anunciou oito novos projetos em apenas dez meses, elevando sua receita de licenciamento institucional de US$ 6 milhões em 2022 para quase US$ 50 milhões no último ano. Embora ainda não tenha confirmado um acordo em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, tudo indica que isso pode acontecer em breve. Documentos corporativos apontam que cerca de três novos contratos internacionais estão a caminho, na Sérvia, Hungria e na própria capital dos Emirados Árabes Unidos. 

Expansão do império global de Trump

O crescimento internacional do portfólio da marca de Trump inclui resorts de luxo, hotéis e operações comerciais. Entretanto, Trump prometeu não iniciar novos negócios internacionais em seu primeiro mandato. Ele realizou apenas um contrato nos anos em 6 anos após sua primeira eleição, mas mesmo com as promessas de restringir novas negociações comerciais, seus negócios continuaram lucrando enquanto presidia. 

Por exemplo, o presidente sancionou recentemente uma legislação de criptomoedas. Diretamente, isso influencia em seu capital, já que provavelmente irá lhe render cerca de dezenas de milhões de dólares com o avanço das criptomoedas nos EUA. Já as viagens de Trump, parecem coincidentemente estarem ligadas a seus negócios pessoais e não somente às questões nacionais como presidente. Na última sexta-feira (25), Trump viajou para a Escócia, onde fechou acordos com a UE com relação às tarifas comerciais. A contradição, é que ele se encontrou com o primeiro-ministro do Reino Unido em um de seus resorts de golfe, possuindo dois no país europeu. 


Donald Trump em seu campo de golf na Escócia, em última viagem para o Reino Unido (Foto: reprodução/Christopher Furlong/Getty Images Embed)


Negociações de Trump com países do exterior

No seu segundo mandato, atualmente Trump cumpriu somente duas viagens ao exterior,  uma sendo esta última para a Escócia, além de algumas reuniões obrigatórias e o funeral do Papa. A segunda foi uma turnê pelo Oriente Médio, onde uma incorporadora assinou novos acordos com Trump e em seguida, em Doha, foi realizado um acordo que permite a criação de uma comunidade de golfe com a marca Trump. 

O ataque de 6 de janeiro poderia ter sido uma virada de página nos negócios de Trump, afetando a si e seus acordos quando bancos cortaram laços e suas redes sociais foram suspensas. Contudo, o resultado foi diferente do esperado. Seus negócios continuaram avançando com contratos de comunidade de golf – como um assinado por uma incorporadora saudita -, associações e criações de empresas, colocando seus filhos em negócios de licenciamento e até mesmo projetos sendo acelerados em nome de sua marca.

Cláusula dos emolumentos 

A cláusula dos emolumentos proíbe que qualquer pessoa que ocupe cargo público aceite presentes ou vantagens sem a aprovação do Congresso. Com a primeira vitória de Trump como presidente, os debates sobre a cláusula se iniciaram. A questão era se o presidente poderia manter seus negócios comerciais no exterior e na época da discussão, sua equipe até tratou o assunto com comprometimento e rigor, cancelando projetos e prometendo não iniciar novos. Entretanto, Trump delegou outros negócios aos filhos Eric e Don Jr – o último até mesmo reclamou das restrições em uma viagem à Índia, dizendo não receberem créditos por terem imposto as regras à si mesmos. 

Para Walter Shaub, ex-líder do Escritório de Ética Governamental – tendo atuado no primeiro mandato de Trump -, o que o presidente norte-americano está fazendo hoje é pior do que antes e ele afirma que Trump acabou com qualquer significado que o programa de ética governamental tinha. Shaub renunciou em 2017 e até mesmo confrontou a Casa Branca por conta da escolha de Donald Trump em manter seus empreendimentos. 

Trump ameaça impor tarifas de até 20% a países

O presidente Donald Trump declarou durante visita à Escócia, que os Estados Unidos poderão impor uma tarifa global entre 15% a 20% sobre importações feitas por países que não fecharem acordos comerciais com o país. A medida deve atingir até 200 países, em uma estratégia forçada do governo norte-americano para forçar negociações até o prazo final, que é 1º de agosto.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28) durante coletiva de imprensa realizada em Turnberry, na Escócia. Trump fez esta declaração ao repórteres em seu resort de golfe, ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. Ainda em seu discurso, Trump afirmou que “só quer ser gentil” com relação às tarifas globais impostas e que logo enviará cartas informando cerca de 200 países sobre a taxa prevista para aqueles que não estabelecerem acordos comerciais com os EUA. 

Foi mencionado pelo presidente norte-americano que ele espera que a tarifa fique entre 15% a 20%, o que representa um aumento em relação a tarifa adicional de 10% aplicada em abril. Embora essa tarifa já tenha sido aplicada a potências como Japão e a União Europeia – esta última fechou um acordo com os EUA para que a tarifa seja estabelecida em 15% sobre exportações -, o Brasil ainda enfrenta uma situação diferente. O país ainda está sujeito ao tarifaço de 50% e segue em busca de negociações com Washington. 

Negociações com o mundo

Os Estados Unidos já fecharam acordos com parceiros-chaves como Japão e União Europeia, com tarifas estabelecidas em torno de 15% para produtos exportados ao país, após uma intensa e longa negociação. A negociação com a União Europeia foi essencial para os EUA, para que se evitasse uma guerra comercial entre os países do bloco e eles. Esse possível embate iria afetar duramente a economia global, já que a União Europeia reúne algumas das maiores potências mundiais. O pacto inclui um compromisso de compra de US$ 750 bilhões em energia e US$ 600 bilhões em investimentos nos EUA.


Donald Trump e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia em reunião na Escócia (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Paralelamente aos acordos fechados, os Estados Unidos retomaram as negociações com a China, sendo estabelecida uma trégua tarifária temporária até 12 de agosto, após Pequim e Washington realizarem um acordo preliminar. Entretanto, as negociações com a potência asiática são sensíveis devido ao embate econômico entre os dois países.

Negociação com o Brasil

Enquanto isso, o Brasil continua tentando uma possível negociação com o governo norte-americano. Contudo, o país continua sem resposta de Washington e está sob ameaça direta das tarifas que entram em vigor a partir de 1º de agosto. As razões para o tarifaço excedem os motivos somente econômicos, e entra na inadequada interferência política de Trump no caso do ex-presidente, Jair Bolsonaro. 

O governo brasileiro entrou com um recurso formal na OMC, e na quarta-feira passada (23) realizou um discurso no Conselho Geral da OMC. Foi reiterado na declaração que o Brasil condena o uso do tarifaço como meio de interferência em assuntos internos do país – fazendo referência direta a carta de Trump ao Brasil, onde o presidente norte-americano condenou o julgamento de Bolsonaro.

Lula está aberto ao diálogo com Trump, mas exige interlocução pessoal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou estar aberto a dialogar diretamente com Donald Trump sobre o tarifaço imposto contra mercadorias brasileiras. Segundo fontes do Planalto, Lula não se opõe a um entendimento bilateral, mas condiciona o contato ao atendimento pessoal por parte do mandatário norte-americano. A disposição surgiu após parlamentares brasileiros sugerirem o diálogo como estratégia para amenizar os impactos econômicos iminentes.

Planalto enxerga entraves diplomáticos

Apesar da intenção brasileira, auxiliares relatam impasses nas tentativas de aproximação. Há percepção de que a Casa Branca busca adiar qualquer conversa até que as tarifas entrem em vigor, no dia 1º de agosto, como forma de fortalecer sua posição nas negociações. Integrantes do governo brasileiro relatam que os canais de comunicação com Washington estão praticamente bloqueados, o que impede contato direto com figuras-chave da administração Trump.

Um assessor próximo a Lula afirmou que o Brasil continuará aberto ao entendimento, mas ressaltou que há limites claros para o diálogo. “A soberania não é negociável”, declarou. O governo brasileiro também se opõe a qualquer tentativa de ingerência em assuntos internos, como decisões do Supremo Tribunal Federal e o funcionamento do Pix. Autoridades americanas teriam demonstrado incômodo com o sistema de pagamentos, alegando prejuízos a empresas do setor financeiro.


Lula fala sobre dialogar com Trump (Vídeo: reprodução/Instagram/@lulaoficial)


Tarifas e impactos econômicos

Em comunicado divulgado no início de julho, Trump anunciou a elevação de tarifas para 50% sobre produtos brasileiros, justificando a medida com argumentos de natureza política e comercial. Embora não cite explicitamente o Brasil, o presidente americano incluiu o país entre os que mantêm, segundo ele, uma “relação desfavorável” com os Estados Unidos. A decisão afeta diretamente cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para o mercado americano, empregando mais de 3 milhões de trabalhadores.

O chanceler Mauro Vieira cumpre agenda oficial em Nova York, junto à ONU, mas poderá se deslocar para Washington se houver sinal explícito de interesse por parte dos EUA. De acordo com apuração da imprensa, o ministro sinalizou que sua ida à capital norte-americana está condicionada a uma manifestação concreta do governo Trump. Enquanto isso, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que multinacionais com atuação no Brasil, como GM, Johnson & Johnson e Caterpillar, também serão prejudicadas pela medida.

Alckmin convoca união de empresas

Em declaração recente, Alckmin defendeu a união de empresas brasileiras e americanas para contestar o tarifaço. “Queremos todos unidos para resolver essa questão”, afirmou. O vice-presidente lembrou que diversas companhias têm operações significativas nos dois países, o que amplia os efeitos negativos da nova política comercial de Trump. Segundo ele, é necessário envolver o setor produtivo no esforço diplomático para evitar um retrocesso nas relações econômicas bilaterais.

Trump pressiona China por acordo e dá prazo final para resolver disputa tarifária

Negociadores de alto escalão dos Estados Unidos e da China se reuniram nesta segunda-feira (28), em Estocolmo, na Suécia, para discutir uma possível solução para a disputa comercial que opõe as duas potências há meses. O encontro marca uma nova tentativa de avançar nas conversas que vinham sendo conduzidas em cidades como Genebra e Londres, mas que ainda não resultaram em avanços concretos.

As tensões entre os países têm gerado impactos nas cadeias globais de suprimentos, com tarifas que ultrapassam 100% em alguns setores. Em junho, Washington e Pequim chegaram a um acordo preliminar para conter a escalada, mas sem resolver as divergências mais profundas. Agora, os Estados Unidos esperam fechar um entendimento definitivo até 12 de agosto, data apontada pelo governo do presidente Donald Trump como decisiva para evitar novas sanções.

Pressão por acordo cresce em meio a incertezas

A comitiva americana é composta por representantes do alto escalão econômico, enquanto o vice-primeiro-ministro He Lifeng chefia a delegação chinesa. A retomada das negociações ocorre em paralelo a outro esforço diplomático: neste domingo (27), Trump se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Escócia, para discutir um acordo com a União Europeia que pode incluir tarifas básicas de até 15%.

Embora representantes dos dois países evitem revelar detalhes das conversas, o presidente Donald Trump declarou que “há uma boa chance” de firmar um acordo com a China nas próximas semanas, sinalizando disposição para avançar nas negociações. Especialistas, porém, mantêm uma postura cautelosa, destacando que os principais obstáculos ainda giram em torno de questões tecnológicas e do modelo econômico chinês voltado à exportação.


Negociações tarifárias entre Estados Unidos e China avançam em busca de acordo comercial (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN)

Tensões comerciais persistem apesar dos esforços de diálogo

Além das tarifas, as negociações também focam em barreiras comerciais não tarifárias, como restrições de acesso a mercados e políticas de subsídios que, segundo os Estados Unidos, prejudicam a concorrência justa. Pequim, por sua vez, reivindica que as medidas americanas em setores estratégicos de tecnologia são uma forma de conter o crescimento chinês e proteger interesses geopolíticos.

Outro ponto sensível é a questão das cadeias globais de suprimentos, que sofreram interrupções significativas nos últimos anos devido às tarifas e à pandemia. Empresas de ambos os países enfrentam custos elevados e dificuldades para planejar investimentos em meio à instabilidade comercial. Por isso, a expectativa é que um acordo sólido ajude a restaurar a confiança dos mercados e minimize os riscos para o comércio mundial.

Por fim, apesar das tensões persistentes, analistas destacam que a retomada das negociações representa um passo importante para evitar uma guerra comercial mais profunda, que poderia desacelerar o crescimento econômico global. A atenção está voltada para as próximas semanas, quando o governo Trump deverá definir se mantém ou flexibiliza a linha dura adotada até aqui.

Empresas americanas são responsáveis por 34% dos investimentos no Brasil

Ao falar de investimentos internacionais no Brasil, a influência dos Estados Unidos não passa despercebida. Dados da Amcham Brasil, divulgados em 28 de julho de 2025, revelam que as empresas americanas detêm 34% do total do investimento direto no Brasil, equivalente a mais de US$ 357 bilhões. Esse capital se concentra, principalmente, em três setores estratégicos para o país: tecnologia, veículos e energia.

O impacto do investimento americano no Brasil

Os investimentos de empresas dos Estados Unidos têm se mostrado essenciais para o fortalecimento de áreas chave da economia brasileira. A tecnologia, por exemplo, recebeu um impulso significativo com a construção de novos data centers e empresas de tecnologia avançada. Já a indústria automotiva segue como um setor importante, com investimentos em fábricas e inovação no desenvolvimento de veículos.

Em um cenário mais amplo, o investimento americano também está direcionado para a infraestrutura energética do país. O apoio das empresas dos EUA tem sido importante no desenvolvimento de energias renováveis e novas soluções para a matriz energética brasileira, além de projetos em gás e petróleo.


Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil (Fonte: reprodução/Buda Mendes/Getty Images Embed)


O efeito multiplicador no mercado de trabalho

Além de gerar avanços tecnológicos e industriais, esses investimentos têm gerado empregos de alta qualidade e com valor agregado para a economia nacional. Estima-se que mais de um milhão de brasileiros estejam empregados diretamente em empresas americanas no país. De acordo com a analista de economia da CNN, Thais Herédia, esses números são reflexo de uma relação estratégica entre os dois países, com vantagens mútuas.

“É um fluxo de capital que traz inovação, além de estimular o crescimento das empresas brasileiras que são parceiras desses investidores estrangeiros”, afirmou Thais, durante sua análise no CNN Prime Time.

Desafios no comércio bilateral

Apesar do cenário positivo, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos não está livre de desafios. O recente anúncio de uma possível tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, somado a outros entraves diplomáticos, pode afetar essa relação.

Uma comitiva brasileira já se encontra em Washington em busca de soluções que não comprometam o fluxo de investimentos e comércio entre os dois países. O futuro da relação econômica entre os EUA e o Brasil, portanto, depende das decisões políticas que serão tomadas nas próximas semanas.

Ataque armado em Nova York, atirador invade prédio corporativo na Park Avenue

Na noite de segunda-feira, 28 de julho de 2025, a cidade de Nova York foi palco de um tiroteio chocante que abalou a tranquilidade da Park Avenue, uma das vias mais emblemáticas e movimentadas de Manhattan. Por volta das 18h30 (horário local), o caos se instalou quando um indivíduo, munido de um fuzil de assalto e trajando um colete à prova de balas, deflagrou uma série de disparos nas imediações do edifício 345 Park Avenue.

Este arranha-céu imponente, com seus 44 andares, é um centro nevrálgico de negócios, abrigando sedes de corporações de renome como a NFL, Blackstone e o Bank of America, tornando o local um epicentro de intensa atividade diária.

O ataque se desenrolou rapidamente, com o atirador iniciando os disparos na rua antes de invadir o prédio, onde se entrincheirou no 33º andar. A violência resultou em três pessoas feridas por projéteis: um policial que prestava serviços de segurança privada no local, e dois civis. Segundo as autoridades locais, o atirador foi neutralizado, enquanto o policial atingido também teria falecido. Não há nenhuma confirmação oficial sobre o estado de saúde das outras duas vítimas.

Resposta Imediata e Abrangente das Autoridades

A resposta das autoridades foi imediata e de magnitude impressionante. A Polícia de Nova York mobilizou uma operação de nível 3, a mais alta em sua escala, isolando completamente a área do incidente. Um alerta de “shelter-in-place” (abrigar-se no local) foi emitido, instruindo cidadãos e trabalhadores a buscarem refúgio em segurança.

Estima-se que cerca de 100 pessoas ficaram retidas dentro do edifício durante a tensa ação policial. As redes sociais foram inundadas com imagens do cenário de emergência, mostrando uma vasta presença de viaturas policiais, agentes fortemente armados e a utilização de cães farejadores, evidenciando a seriedade da situação.


Cidade de Nova York mobiliza policiais ao nível 3 (Vídeo: reprodução/X/@areamilitarof)

Envolvimento do FBI e Mistério Persistente Sobre o Atirador

O FBI foi prontamente acionado para colaborar com as investigações, dada a gravidade e a natureza do incidente. No entanto, até o momento, a identidade do atirador e suas motivações permanecem um mistério, adicionando uma camada de complexidade à tragédia.

Argentina firma acordo com EUA para entrada sem visto

A Argentina anunciou nesta segunda-feira (28) a abertura do processo para integrar o Visa Waiver Program, programa dos Estados Unidos que permite a entrada de estrangeiros sem visto para turismo ou negócios. Se aprovado, o acordo permitirá permanência de até 90 dias e colocará o país em um grupo restrito de nações com acesso facilitado ao território norte-americano.

Assinatura em Buenos Aires reforça laços diplomáticos

O pedido oficial foi assinado durante a visita da secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, à Casa Rosada. Recebida pelo presidente argentino Javier Milei, a comitiva norte-americana discutiu avanços na cooperação bilateral em segurança, migração e combate ao terrorismo, áreas-chave para o fortalecimento da relação entre as duas nações.

Rigor técnico para garantir segurança e prestígio internacional

O processo exige que a Argentina atenda a altos padrões internacionais em seus procedimentos migratórios, como a adoção de passaportes eletrônicos, sistemas biométricos e controle avançado de fronteiras. Esses requisitos visam aumentar a segurança nacional e elevar a posição do país no cenário global, facilitando negociações futuras com outros parceiros estratégicos.


Documento oficial traduzido: comunicado do governo argentino sobre o início do processo de adesão ao Visa Waiver Program (Reprodução/Governo da Argentina)

Milei e Trump consolidam aliança política e econômica

O avanço do acordo reflete o estreito relacionamento entre o presidente Javier Milei e Donald Trump, baseado na confiança mútua e no trabalho coordenado de autoridades argentinas, como a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, o chanceler Gerardo Werthein e o embaixador Alejandro Oxenford, junto às autoridades norte-americanas.

A parceria vai além do comércio e representa uma aliança estratégica sustentada por valores comuns, como segurança, defesa, democracia e liberdade. Esses princípios fortalecem os vínculos entre Argentina e Estados Unidos. Iniciativas em áreas como tecnologia, energia renovável e intercâmbio cultural também demonstram o empenho dos dois países em promover desenvolvimento sustentável e inovação. Já a colaboração em políticas migratórias e no combate ao crime organizado reforça a estabilidade regional e a proteção das populações.

Restrições às exportações de tecnologia americana para China são suspensas  

Na manhã de hoje (28/7), o jornal americano Financial Times apurou que os Estados Unidos publicaram uma medida, suspendendo as restrições que haviam sido impostas à China, para receber tecnologia americana, especialmente aquela ligada à Inteligência Artificial. A suspensão é um sinal verde para a celebração de um futuro acordo comercial entre os países, fortalecendo a intenção de Trump em agendar uma futura reunião com o Presidente chinês. Esta é a mais uma trégua tarifária estabelecida com a China, desde que Trump iniciou o tarifaço imposto a diversos países.

Exportação de IA

Segundo o Financial Times (FT), os Estados Unidos publicou essa medida para demonstrar sua intenção em fechar um acordo com a potência asiática e também para reforça que haverá sim um encontro entre Trump e Xi Jinping mais para o final do ano, provavelmente no final de mais esta trégua tarifária.

O jornal apurou, ainda, que nos últimos meses, ordens para evitar medidas rígidas contra a China foram enviadas ao Departamento do Comércio Americano, órgão que controla as exportações realizadas pelo país.  

O impasse começou quando os Estados Unidos decidiram restringir as exportações de tecnologias americanas ligadas à Inteligência Artificial para o país asiático. Tal medida visava impedir o avanço da China nesse campo, pelo temor que os americanos têm em relação à aplicação da IA pela China em questões militares.


Chip H20 (Foto: reprodução/X/@techzine)

A Nvidia, fabricante de chips, que já havia enfrentado outras proibições relacionadas à exportação de seus chips A100 e H100, acabou criando um chip, o H20, confeccionado seguindo à risca os moldes estabelecidos pelas restrições americanas, e exatamente para atender o país asiático. Mesmo assim, a restrição foi mantida, sendo liberada por Trump somente após uma conversa que teve com o CEO da empresa, Jensen Huang.

Segurança ameada

Matt Pottinger, ex-vice conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, foi ouvido pelo jornal FT, demonstrando grande preocupação com a medida, principalmente no que se refere às questões econômica e militar:

Essa medida representa um erro estratégico que coloca em risco a vantagem econômica e militar dos Estados Unidos na área de inteligência artificial“.

O anúncio da medida americana foi feito logo após Trump ter finalmente celebrado o acordo comercial com a União Europeia, representada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na data de ontem (27/7), em Turnberry, na Escócia, estabelecendo a tarifa de 15% sobre a maioria das exportações de produtos da UE para os Estados Unidos.