Brasil sobe no ranking do IDH e alcança 84ª posição mundial

O Brasil subiu cinco posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Agora, ocupa o 84º lugar entre 193 países e territórios. O novo relatório, divulgado em 6 de maio, considera os dados de 2023. O IDH brasileiro passou de 0,778 em 2022 para 0,786 no ano seguinte.

Embora o país ainda esteja longe dos primeiros colocados, o avanço sinaliza melhorias em áreas fundamentais. Entre os componentes analisados, estão expectativa de vida, acesso à educação e renda nacional bruta per capita. Com base nisso, o Brasil foi classificado como país de alto desenvolvimento humano, faixa que abrange IDHs entre 0,700 e 0,799.


Com IDH de 0,786, Brasil sobe cinco posições no Raking da ONU (Foto: reprodução/X/Poder 360)

Expectativa de vida e educação impulsionam melhora

Diversos fatores explicam a evolução do índice brasileiro. Em 2023, a expectativa de vida ao nascer chegou a 75,8 anos. Além disso, o número de anos esperados de escolaridade atingiu 15,7, enquanto a média de anos efetivamente estudados foi de 8,8. A renda nacional bruta per capita alcançou US$ 17.749.

Esses indicadores mostraram leve crescimento, o que impactou positivamente no resultado final. Entretanto, vale destacar que o aumento do IDH foi modesto: apenas 0,008 ponto em relação ao ano anterior. Isso demonstra que, apesar dos avanços, o ritmo de crescimento tem sido mais lento nas últimas décadas.

Comparações regionais e globais

Na América do Sul, o Brasil ocupa a quarta colocação. Fica atrás de Uruguai (48º lugar, 0,815), Peru (79º, 0,794) e Colômbia (83º, 0,788). Ainda assim, supera países como a Venezuela, que está em 121º, com um IDH de 0,709.

No cenário global, a liderança pertence à Islândia, com 0,972. Logo depois, aparecem Noruega e Suíça, ambas com 0,970. Dinamarca, Alemanha e Suécia também figuram entre os primeiros colocados. Comparado a esses países, o Brasil ainda apresenta desafios significativos.

Crescimento mais lento nas últimas décadas

Mesmo com o progresso recente, a tendência histórica do IDH brasileiro aponta desaceleração. Entre 1990 e 2000, o crescimento médio anual foi de 0,91%. Na década seguinte, caiu para 0,71%. De 2010 até 2023, esse ritmo caiu ainda mais, para 0,42% ao ano.

Portanto, é evidente que o país melhorou em aspectos fundamentais do desenvolvimento humano. Contudo, para avançar no ranking, será necessário acelerar os investimentos em saúde, educação e renda de forma consistente e sustentável.

Número de pessoas com mais de 60 anos, já é maior que o número de jovens até 24 anos, aponta IBGE  

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicada nesta quinta-feira, (22), mostra que o número de idosos tem aumentado nas últimas décadas e só tende a crescer. 

Eles, que já foram a menor taxa de população nos anos 2000, hoje representam 15,6% dos habitantes brasileiros. Essa é a primeira vez que os idosos foram mais numerosos em relação aos jovens, sobretudo entre 15  a 24  anos. 

A população está ficando mais velha

Atualmente, a faixa etária de pessoas entre 40 a 59 anos está em 26,2%, estando separada da seguinte forma: 

  • 0 a 14 anos: 20,1% 
  • 15 a 24 anos: 14,8% 
  • 25 a 39 anos: 23,3% 
  • 40 a 59 anos: 26,2% 
  • Acima de 60 anos 15,6% 

Estudos ainda trouxeram dados com ainda mais informações que valem serem destacadas. Até 2070, os idosos com 60 anos serão a maioria da população, podendo chegar a 28%. Com isso,  o percentual que hoje é de 15%, chegará a 37,8%, isto significa que 1, ou mais, de 3 pessoas serão idosas. 

Dentre os principais motivos para o aumento considerável de pessoas 60+, se deve por dois motivos, o primeiro seria pela diminuição da taxa de fecundidade (quantidade filhos por mulheres) e também pelo aumento da expectativa de vida. 

Entre 2000 e 2023, a quantidade de filhos por mulheres era de 2,32, diminuindo para 1,57. Leva-se em consideração que, para que se aumente a população, seja de 2,1 filhos por mulher. Além da combinação da expectativa de vida que atualmente é de 76,4 de acordo com estudos de 2023, para 83,9 em 2070. 

De acordo com Márcio Mitsuo Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, ele afirma que com menos pessoas em período fértil, consequentemente teremos menos nascimentos, tendo assim uma população mais velha bem mais numerosa do que jovem. 


Mapa mostra idade mediana por federação (Foto: reprodução/ Censo2022/IBGE)

As informações do Censo de 2022

As pesquisas começaram a ser difundidas em junho de 2023 e através destas, foi possível saber que: 

  • Atualmente o Brasil tem 203 milhões de habitantes, número bem pequeno se levar em consideração as expectativas iniciais;
  • Nosso país está ficando feminino e mais velho. A média de idade em 2010 era de 29 anos, indo para 35 anos em 2022. O que quer dizer que há cerca de 104,5 milhões de mulheres, ou seja, 51,5% da  população brasileira. 
  • Pela primeira vez, os brasileiros têm se declarado mais pardos que brancos, enquanto a população negra aumentou. 
  • Depois de 50 anos, o termo favela voltou a ser utilizado no Censo. 

Expectativa de vida global reduz em quase dois anos por causa da Covid-19

A pandemia de Covid-19 deixou uma marca na expectativa de vida global, conforme revelado por um estudo recente publicado pelo Instituto para Medição e Avaliação da Saúde (IHME). Contrariando as expectativas, a pesquisa aponta para uma queda surpreendente de 1,6 ano na média da expectativa de vida das pessoas em todo o mundo nos primeiros dois anos desde o início da pandemia.

Os resultados do estudo, publicados na revista científica The Lancet, explica o impacto devastador que a Covid-19 teve sobre a saúde e a longevidade global. De acordo com os pesquisadores do IHME, a pandemia deixou uma marca no que diz respeito à expectativa de vida, superando até mesmo eventos históricos como conflitos e desastres naturais em sua profundidade e alcance.

A realidade em números


A queda da expectativa de vida afetou não só os idosos, mas também os adultos (Foto: reprodução/Freepik)

Entre 2020 e 2021, a esperança de vida diminuiu em mais de 80% dos 204 países e territórios analisados, destacando a extensão do impacto global da pandemia. Esse declínio não afetou apenas os idosos, mas também adultos em todo o mundo, com um aumento na taxa de mortalidade entre pessoas com mais de 15 anos.

Enquanto alguns países viram uma queda na expectativa de vida, outros registraram um declínio na mortalidade infantil. Este último é um ponto positivo em meio a esse cenário, indicando um progresso contínuo em longo prazo na saúde infantil.

No entanto, os especialistas alertam que o caminho à frente está repleto de adversidade. Embora a pandemia tenha representado um retrocesso, as lições aprendidas devem preparar a sociedade para futuras emergências de saúde global e a abordagem das disparidades de saúde entre as nações.

Consequências da pandemia

O estudo revela que a Covid-19 foi responsável por aproximadamente 15,9 milhões de mortes em excesso durante os primeiros dois anos da pandemia. Essas mortes em excesso, calculadas em comparação com projeções sem a presença da pandemia, reforçam a magnitude da crise sanitária global.

Enquanto países como Barbados, Nova Zelândia e Antígua e Barbuda conseguiram manter taxas de mortalidade relativamente baixas, outros enfrentam desafios demográficos. O envelhecimento das populações em nações desenvolvidas contrasta com o crescimento populacional em países em desenvolvimento, o que levanta questões sobre mão de obra, recursos e políticas de imigração.