O Flamengo apresentou à CBF uma série de propostas para criar o Sistema de Sustentabilidade do Futebol (SSF), que funcionará como o “fair play financeiro” brasileiro. O clube enviou sugestões para melhorar a gestão e a responsabilidade fiscal das equipes do país e prometeu seguir participando da elaboração do projeto. O presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, destacou que o debate é essencial para fortalecer o futebol nacional e aproximá-lo dos padrões internacionais.
Presidente do Flamengo quer inspiração em modelo Europeu
Segundo Bap, o desempenho dentro de campo está diretamente ligado à administração fora dele. Ele citou o modelo europeu de Fair Play Financeiro como referência, mas ressaltou que o Brasil precisa adaptar as regras à sua realidade, considerando as SAFs e os clubes em recuperação judicial. Para o dirigente, copiar o sistema europeu ao pé da letra não seria eficaz, é necessário manter a base, mas ajustar à realidade brasileira.
Entre as propostas do Flamengo estão restrições a clubes em recuperação judicial, controle total de custos, criação de indicadores de caixa mínimo, fiscalização mais rígida e punições esportivas para quem não seguir as regras, como perda de pontos ou bloqueio em janelas de transferência. O clube também sugeriu um “Teste de Proprietários e Dirigentes”, com critérios de idoneidade e capacidade financeira, além da proibição de gramados artificiais em torneios profissionais.
“Todo mundo que ser o Flamengo, mas a pergunta que não quer calar é: vocês querem pagar o preço que nós pagamos em 2012? O Flamengo se reestruturou, o Flamengo fez o dever de casa. Não há sucesso sem dor.”
🎙️ Bap, presidente do Flamengo.
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Bap questiona outros dirigentes sobre reestruturação de clubes (Vídeo: reprodução/X/@futebol_info)
Flamengo se reestruturou em uma década
Bap usou a história recente do Flamengo como exemplo de recuperação financeira. Em 2012, o clube devia mais de o triplo do que faturava, mas conseguiu reverter a situação com planejamento e austeridade. Ele afirmou que a transformação custou caro, cerca de R$ 4,5 bilhões pagos em obrigações, mas foi essencial para o sucesso atual.
O dirigente concluiu que o fair play financeiro nacional deve vir acompanhado de transição, fiscalização e punições imediatas, garantindo mais equilíbrio e credibilidade ao futebol brasileiro.
