Governo brasileiro celebra cessar-fogo em Gaza

O governo brasileiro comemorou nesta quarta-feira (15) o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e Hamas, mediado pelos governos do Catar, Egito e Estados Unidos. A medida interrompe um conflito de 15 meses, que já vitimou mais de 46 mil palestinos e 1.200 israelenses, além de causar grande destruição e deslocamento na região. O Ministério das Relações Exteriores emitiu nota destacando a importância do acordo e solicitando o cumprimento integral de suas cláusulas.

Se confirmado oficialmente pelas partes envolvidas, o acordo interrompe o conflito que, em 15 meses, vitimou fatalmente mais de 46 mil palestinos, com grande proporção de mulheres e crianças, e mais de 1.200 israelenses, além de mais de 160 jornalistas e 265 funcionários das Nações Unidas. O conflito causou ainda o deslocamento forçado de centenas de milhares de pessoas e a destruição da infraestrutura do território palestino, incluindo hospitais e escolas, gerando danos indiretos incalculáveis para gerações atuais e futuras. O Brasil exorta as partes envolvidas a respeitarem os termos do acordo e a garantirem a cessação permanente das hostilidades, a libertação de todos os reféns e a entrada desimpedida de ajuda humanitária a Gaza, assim como a assegurarem as condições necessárias para o início do urgente processo de reconstrução de sua infraestrutura civil“.

Prioridade à ajuda humanitária


Presidente Lula (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Um dos pontos ressaltados pelo governo brasileiro foi a entrada desimpedida de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A região enfrenta uma crise humanitária severa, com infraestrutura devastada, incluindo hospitais e escolas. O Itamaraty enfatizou que o fim das hostilidades é essencial para permitir o início urgente do processo de reconstrução e para aliviar o sofrimento da população civil.

Além disso, o Brasil pediu a libertação imediata de todos os reféns, um dos aspectos centrais do acordo. Segundo o comunicado oficial, essas ações são fundamentais para estabelecer a confiança entre as partes e evitar o retorno das hostilidades.

Solução de dois estados

O governo brasileiro reafirmou seu compromisso histórico com a solução de dois Estados, defendendo a criação de um Estado palestino independente, viável e coexistente pacificamente com Israel, dentro das fronteiras de 1967. Para o Brasil, esse é o único caminho sustentável para resolver o conflito de forma duradoura. A nota também apela pela retomada do processo de paz, com Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado palestino.

Papel da mediação internacional

O anúncio do cessar-fogo foi possível graças à mediação conjunta de Catar, Egito e Estados Unidos, destacando a relevância da diplomacia multilateral na resolução de conflitos. O acordo prevê um cessar-fogo inicial de seis semanas, com a retirada gradual das forças israelenses e a libertação de reféns em troca de prisioneiros mantidos por Israel.


Celebração pelo acordo de cessar-fogo (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


Esperança e desafios

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o anúncio em suas redes sociais, destacando a esperança trazida pela suspensão dos combates. “Que a interrupção dos conflitos e a libertação dos reféns ajudem a construir uma solução duradoura que traga paz e estabilidade a todo Oriente Médio”, afirmou.

Ainda assim, o sucesso do acordo depende de sua implementação rigorosa e da boa-fé das partes envolvidas. O Brasil e outros países continuarão acompanhando de perto o desenrolar da situação, reafirmando a importância de garantir a paz, a segurança e os direitos humanos na região.

OMS faz apelo para que Israel flexibilize a Faixa de Gaza para a entrada de auxílio médico

A Organização Mundial de Saúde (OMS), pediu para que Israel libere a Faixa de Gaza e permita que assim, pessoas entrem e saiam para auxílio médico. Feito por intermédio do Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta terça-feira (21), em entrevista coletiva em Genebra, ele alegou que o povo da região corre o risco de fome.

Ghebreyesus afirmou que no momento em que uma população corre o risco de fome, é seu papel pedir para que o bloqueio seja suspenso e o auxílio, seja dado.

Em seu balanço, o ataque de Israel afetou seis hospitais, nove centros de saúde primários e fez nove abrigos perderem suas instalações médicas.

Israel se posiciona

“Além de catastrófica”, é a definição dada pelo diretor da OMS, sobre a dificuldade em se manter no local, sem um maior fluxo de ajuda e sob bloqueio de Israel. Ele relembrou que a passagem que dá acesso à Rafah, entre Gaza e Egito, está interrompida desde a primeira semana de maio (7), quando Israel atentou e tomou a fronteira.


Ilustração sobre a presença do exército israelense em bloqueio de Gaza (Foto: reprodução/Pixabay)

Segundo Israel, os culpados por essa situação são a ONU, que, não distribuiu  auxílio eficiente para a população de Gaza.

A guerra se estende

Na primeira semana de maio (7), Israel ordenou a saída de civis palestinos da cidade de Rafah, sob alegação que aquela região de Gaza que havia se reagrupado ao Norte, é o Hamas.

Segundo o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o fato ocorreu em função das forças israelenses terem anunciado, ao final do ano passado (2023), a derrota do grupo islâmico.

No último sábado (18), o exército israelense emitiu uma nova ordem de evacuação para os moradores de Gaza, Jabalya, como indicador de que vai operar novamente na região.

Segundo a ONU, 800 mil civis já se deslocaram da zona de guerra.

Israel dá ordem de evacuação a Rafah

A ordem de evacuação da cidade de Rafah, por Israel, neste sábado (11), permite que a Força de Defesa de Israel avance sobre o sul da Faixa de Gaza, área pouco explorada pela guerra Israel-Hamas, onde a mesma já disputava território. Isso porque, nos últimos dias, aumentaram os confrontos entre as tropas aos arredores de Rafah. O que segundo a ONU, casou neste dia, a saída de mais de 110 mil civis palestinos do local.

O ataque que marca a ação das forças israelenses sobre Gaza, até o momento, apresenta estimativa menor do que o planejamento feito por Israel. O local estratégico abrigava mais da metade da população de Gaza – 1,5 milhão de palestinos, já que faz fronteira com o Sinai, no Egito. Assim, ajuda humanitária, assistência médico-hospitalar e alimentar eram possíveis de serem mantidas.

Saída de mais de 100 mil civis-palestinos de Rafah, na Faixa de Gaza, em 11 de maio de 2024 (Foto: reprodução/Ramadan Abed/g1)

Efeitos da ação de Israel em Rafah

Segundo o porta-voz do Exército Palestino, Avichay Adraee, a orientação na qual os civis deverão seguir é a saída das áreas vizinhas, pois o local vai ser alvo de forças violentas de Israel-local de combate. Todos eles estão se encaminhando para o lado oeste da cidade.

O norte de Gaza foi dado por Israel, no ano passado, como combatido, mas, em função da alegação de reagrupamento do Hamas, novamente as áreas próximas aos seus arredores estão em confronto pelas forças israelenses.

Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

A cidade de Rafah foi invadida a mando do primeiro-ministro de Israel, para destruir o Hamas. Segundo ele, são os próprios israelenses que desejam a eliminação do grupo terrorista, portanto, sua capacidade de ataque, naquela área.

Em conversa com o Presidente Joe Biden, o primeiro-ministro alega tê-lo informado sobre o caso, porém, o presidente americano se diz contra a invasão, visto que, no local existem 1,5 milhão de palestinos. O governo americano também pediu para que ele repensasse sobre essa ação.

Hoje, segundo a FDI de Israel, dos 24 batalhões do Hamas, 18 já foram destruídos por suas ações.