Vendaval histórico cancela 344 voos de aeroportos de São Paulo

Na noite de terça-feira (9) e no início da manhã de quarta-feira (10), a Grande São Paulo enfrentou um vendaval considerado inédito pelos meteorologistas, devido à intensidade das rajadas de vento, que chegaram a 96,3 km/h, segundo medições realizadas no Aeroporto de Congonhas — inédito por conta de não terem a presença de chuvas ou temporais.

O Aeroporto Internacional de Guarulhos e o Aeroporto de Congonhas foram os mais afetados. Ao todo, aproximadamente 344 voos foram cancelados entre a quarta-feira (10) e a manhã desta quinta-feira (11).

O caos se instalou nos terminais dos aeroportos, com filas intermináveis nos balcões das companhias aéreas e passageiros obrigados a dormir nos bancos do local. Muitos reclamavam da falta de informação e não sabiam para onde deveriam ir. Por conta das suspensões e cancelamentos, outros aeroportos do país também foram afetados e sentiram o reflexo do problema, como, por exemplo, os aeroportos do Rio de Janeiro e de Brasília.

Os ventos fortes deixaram um rastro de destruição: mais de dois milhões de imóveis ficaram sem luz, dezenas de árvores caíram, parques foram fechados, voos foram cancelados e até algumas consultas médicas precisaram ser desmarcadas na capital de São Paulo.

Vendaval no aeroporto de Congonhas 

 Na quarta-feira (10), o Aeroporto de Congonhas registrou 88 chegadas e 93 partidas suspensas. Já nesta quinta-feira (11), foram contabilizadas 31 chegadas e 15 partidas canceladas. Ao todo, os dois dias somam 277 voos cancelados somente em Congonhas. Os números foram divulgados pela Aena (“Aeropuertos Españoles y Navegación Aérea”), empresa espanhola especializada na gestão de aeroportos.  


estrago na cidade por conta de vendaval que causou grande impacto em São Paulo (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/NurPhoto)


Na manhã desta quinta-feira (11), o Aeroporto de Congonhas voltou a funcionar para pousos e decolagens. No entanto, ainda tenta retornar à normalidade, mostrando que sofreu muitos impactos pelos efeitos do vendaval e dos ajustes na malha aérea.

A concessionária Aena, responsável pela administração do aeroporto, informou em nota à TMC (Transamérica Media Company) que os passageiros devem verificar a situação de seus voos diretamente com as companhias aéreas, pois muitas alterações ainda podem ocorrer devido ao impacto dos ventos fortes.

Estragos e locais na Grande São Paulo sem luz

 Nesta quinta-feira (11), no Aeroporto de Guarulhos, pelo menos 15 partidas e 39 chegadas foram canceladas durante a manhã. Ao todo, foram contabilizadas 61 chegadas e 56 partidas canceladas, apesar do caos registrado na quarta-feira (10) e nesta quinta-feira (11).

Em nota ao G1, a GRU Airport — concessionária responsável pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos — afirmou que a operação já está normalizada.


Post da Enel sobre os estragos do vendaval histórico que ocorreu na Grande São Paulo (Vídeo: Reprodução/Instagram/@enelbrasil)


A Grande São Paulo amanheceu nesta quinta-feira (11) com mais de dois milhões de imóveis sem energia, sendo pouco mais de um milhão somente na capital. Em resposta, a Enel, concessionária que atende a capital e outras 23 cidades da região metropolitana, informou que está atuando em diversos pontos da cidade para restabelecer o fornecimento de luz o mais rápido possível.

Além disso, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) comunicou que mais de 235 semáforos ainda estavam apagados devido à falta de energia. Desses, 20 estão desligados por falhas e 5 operando no modo amarelo piscante. Por conta da ventania, o caos foi sentido no trânsito, que apresentou lentidão e chegou a 203 km às 7h da manhã dessa quinta-feira (11).

A falta de energia também impactou o abastecimento de água em vários pontos da cidade. Todos os parques municipais permanecem fechados até que os serviços sejam totalmente restabelecidos.

Enel acumula dívida de € 60,1 bilhões em 2023 e ações caem em 2024

De acordo com relatório financeiro divulgado pela companhia de energia italiana Enel, a dívida da empresa alcançou € 60,1 bilhões em 2023, o equivalente a R$ 324, 5 bilhões de reais. 

O valor somado chega próximo ao valor de mercado da instituição, atualmente em R$ 338 bilhões

Brasil e Argentina sofrem com falta de distribuição da companhia

Um dos problemas enfrentados tanto pela Argentina quanto pelo Brasil tem sido a falta de energia. A Argentina já chegou a entrar com uma multa no valor de US$ 5,1 milhões contra a Enel.

No Brasil, por sua vez, a advertência contra a empresa saiu por R$ 165, milhões devido ao apagão em São Paulo no mês de novembro do ano passado. Foram cerca de 4 milhões de pessoas afetadas. No início deste mês alguns moradores foram afetados novamente pela falta de energia. 


Usina elétrica instalada em Toscana na Itália (Foto: reprodução/Enel)

Em território brasileiro, a Enel tem concessão para distribuir seus serviços, mediante à fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Este, por sua vez, faz parte do Ministério de Minas e Energia do Distrito Federal.

Valor de ações da companhia caem drasticamente

Não é apenas o custo da dívida que aumentou, o valor das ações também passam por mudança. Até o mês de março, as ações caíram em 8,5% do valor. 

No início de 2021, custavam € 8,52 por papel, mas baixou em 39,4% se comparado com o período. Atualmente, está registrada em € 6,11 de acordo com o registro da última quinta-feira (28).

Há 12 anos, em território norte-americano, o povo indígena Osage entrou com um processo contra a Enel e ganhou. A companhia terá que desmontar uma edificação de energia eólica erguida sem permissão no território da tribo.

Atuante em diversas regiões, a Anel conta com distribuições em 29 países. Na América do Sul, os países que utilizam o serviço da empresa são o Brasil, a Argentina e o Chile — o 2º maior mercado da Enel.

A Enel é a maior companhia deste porte presente na Bolsa da Itália