A morte de Berta Loran, aos 99 anos, mobilizou o mundo artístico e provocou uma onda de homenagens nas redes sociais e na imprensa; colegas celebraram sua longevidade na carreira e a importância de seus personagens para o humor brasileiro. Miguel Falabella postou uma lembrança afetuosa, exaltando a experiência cômica de Berta e as histórias que ela carregava, enquanto Fátima Bernardes destacou a inteligência, a paixão pela vida e pelo teatro que marcaram a trajetória da atriz.
Outros nomes do meio, entre atores e apresentadores, recordaram sua presença nas revistas, na televisão e na Escolinha do Professor Raimundo, ressaltando a capacidade de Berta de transformar pequenos trejeitos em personagens inesquecíveis. Instituições culturais e fãs também manifestaram pesar, reconhecendo o papel de Berta como referência do humor e da resistência feminina nas artes cênicas. A família anunciou os procedimentos de despedida ao público, e muitos lembraram que, além de sua extensa carreira, Berta deixa um legado de profissionalismo, afeto e contribuição ao repertório da comédia nacional.
Trajetória de Berta Loran
Berta Loran nasceu em Varsóvia, na Polônia, em 1926, e chegou ao Brasil ainda criança com a família fugindo da perseguição nazista; foi no Rio de Janeiro que descobriu o teatro e iniciou sua carreira nos palcos de teatro de revista, onde construiu o estilo irreverente e o sotaque que se tornariam sua marca registrada.
Berta Loran nascimentos e morte (Foto: reprodução/Instagram/@funerariapracadabandeira)
Na televisão, Berta consolidou-se a partir da década de 1960, participando de programas humorísticos históricos da TV Globo como Riso Sinal Aberto, Balança Mas Não Cai, Faça Humor, Não Faça Guerra, Satiricom, Planeta dos Homens, Escolinha do Professor Raimundo e Zorra Total, além de participações em novelas e minisséries que mostraram sua versatilidade dramática.
Momentos finais
Com uma trajetória de mais de sete décadas e mais de dois mil personagens entre teatro e TV, Berta tornou‑se referência feminina no humor brasileiro, abrindo caminho num gênero largamente dominado por homens e sendo celebrada por sua técnica cômica, timing e capacidade de transformar trejeitos em personagens inesquecíveis.
Nos últimos anos, mesmo mais reclusa, ela recebeu homenagens, registros biográficos e reconhecimento institucional pelo legado no humor nacional; seu falecimento aos 99 anos reacendeu lembranças de uma carreira que atravessou gerações e reafirmou a importância do riso como forma de resistência cultural.
