Relatório do FMI destaca o conflito no Oriente Médio e um aumento no PIB do Brasil

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou nesta terça-feira (22) um diagnóstico com projeções para a economia global, englobando tanto o ano atual quanto os próximos anos. A instituição levantou os riscos de conflitos armados e novas guerras comerciais, além de apresentar a melhora do cenário para Brasil, Estados Unidos e Reino Unido.

A instituição projeta um crescimento de 3,2% no PIB global em 2024 e 2025. Para os próximos cinco anos, a expectativa é de um crescimento médio de 3,1%, considerado “medíocre” em comparação com as tendências pré-pandemia. Entretanto, Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, disse que a Índia, os EUA e o Brasil estavam mostrando resiliência.  “Parece que a batalha global contra a inflação foi amplamente vencida, mesmo que as pressões de preços persistam em alguns países”, afirma o economista.

Expectativas para 2025

O FMI aumentou a projeção de crescimento do Brasil para 3% nesse ano, mas revisou negativamente as expectativas para 2025, observando uma expansão do PIB de 2,2%, contra 2,4% estimados na última atualização do seu diagnóstico. A inflação controlada e um impacto menor do que o esperado das enchentes no Rio Grande do Sul, surpreendeu especialistas. 

As projeções do FMI para a América Latina mostram que a previsão otimista para o Brasil este ano compensou a redução de 0,7 ponto percentual na estimativa para o México, agora ajustada para 1,5%.


Tensões no Oriente Médio


Militantes palestinos lançam foguetes e ataques terrestres contra Israel (Foto: reprodução/
Amir Levy/ Getty Images Embed)


A instituição avaliou os impactos dos conflitos no Oriente Médio nas commodities, produtos de origem agropecuária ou de extração mineral, que desde a guerra na Ucrânia, não alcançava números alarmantes com o temor global de entraves na produção, como é o caso do petróleo.

O FMI avisou sobre os preços do gás natural, que subiu por conta das preocupações com o clima e o abastecimento. Dessa forma, é possível perceber as incertezas geradas pela crise ambiental e humanitária.

FMI e Argentina adiam revisão final de empréstimo bilionário

Em decisão que permitirá que o governo argentino tenha mais tempo para aplicar as reformas fiscais necessárias e até mesmo potencialmente negociar um novo programa com o Fundo Monetário Internacional, conhecido pela sigla FMI, será permitido que a Argentina adie por dois meses a última revisão de seu empréstimo no valor de 44 bilhões de dólares. A informação foi fornecida por fontes com conhecimento direto do assunto.

País atualmente passa por crise

Recentemente, tanto o governo do país, que atualmente enfrenta uma crise inflacionária, quanto o FMI, com o adiamento da última revisão do pacote atual, que inicialmente estava prevista para setembro e agora será adiada para novembro, as fontes que passaram a informação pediram para não serem identificadas porque a informação não é de conhecimento público.


Sede do Banco Central Argentino (Reprodução/Facebook/@BancoCentralAR)

Um fator que ajuda a entender essas datas é que tanto os países quanto o fundo em si estão sujeitos a um cronograma de revisões sobre o progresso, que, uma vez assinadas pelo conselho executivo do FMI, desencadeiam o desembolso de parcelas de financiamento.

Conselho do FMI deve se reunir na quarta-feira

Existe uma expectativa de que o conselho executivo do FMI se reúna na quarta-feira, quando deve ser assinada a prorrogação, assim como o financiamento do valor de 4,7 bilhões de dólares. O tempo adicional, de acordo com uma das fontes, vem para garantir que o país sul-americano cumpra seus objetivos, embora a quantidade de revisões não tenha sido alterada, e essa prorrogação não deve representar um novo financiamento.

Duas fontes chegaram a afirmar que o último relatório deve expressar novamente que o programa com a segunda maior economia da América do Sul saiu significativamente dos trilhos, principalmente depois de o país não atingir as metas de acumulação de reservas internacionais e a redução do déficit fiscal primário.

O FMI agora aguarda algumas das promessas de Milei, como a revisão fiscal, assim como a conclusão de audiências públicas sobre os preços da energia e a compra de volta da dívida do governo, que atualmente é mantida pelo banco central, bem como a resolução da dívida externa.