Tesla prepara versão mais barata do Model Y para tentar recuperar espaço no mercado elétrico

A Tesla deve anunciar nesta terça-feira (7) uma nova versão mais acessível do Model Y, seu SUV elétrico mais vendido, em meio a um cenário de queda nas vendas e aumento da concorrência global no setor de veículos elétricos. A expectativa é de que o lançamento marque uma tentativa de Elon Musk de recuperar o ritmo de crescimento da empresa e ampliar sua presença no mercado de massa.

Musk prometendo modelo elétrico

De acordo com informações da Reuters, Musk vem há anos prometendo um modelo elétrico de baixo custo, mas acabou cancelando em 2023 o plano de fabricar um carro totalmente novo de US$ 25 mil. A nova aposta seria, portanto, uma versão simplificada do Model Y, aproveitando as plataformas já existentes de produção e design da montadora.


Logo da Tesla (Foto: Reprodução/Nikolas Kokovlis/NurPhoto/Getty Images Embed)

Durante o fim de semana, a Tesla aumentou o suspense ao publicar dois vídeos enigmáticos na plataforma X (antigo Twitter). O primeiro mostra faróis acendendo no escuro, enquanto o segundo traz uma roda em movimento, seguida pela inscrição “10/7” — referência à data de 7 de outubro no formato norte-americano. As postagens incendiaram as redes sociais, com fãs e influenciadores especulando sobre um possível grande anúncio.

Não sabe se o evento vai ser presencial

Diferentemente de outros lançamentos da marca, desta vez não há indícios de que a Tesla realizará um evento presencial. Ainda assim, analistas e investidores estão atentos, já que o movimento pode representar uma guinada estratégica na política de preços da companhia.

Entre as principais dúvidas do mercado estão o valor do novo modelo, sua autonomia e as soluções adotadas pela Tesla para reduzir custos de produção. No fim de 2024, Musk afirmou que um modelo de entrada poderia custar menos de US$ 30 mil, considerando incentivos fiscais do governo dos Estados Unidos. Caso isso se confirme, o veículo poderá reposicionar a Tesla em um segmento cada vez mais competitivo, dominado por marcas chinesas e tradicionais montadoras que aceleram seus investimentos em mobilidade elétrica.

Boeing vende unidade Jeppesen por US$ 10,55 bilhões para Thoma Bravo

A Boeing anunciou nesta terça-feira (22) a venda de partes da sua divisão Digital Aviation Solutions, incluindo a renomada unidade de navegação Jeppesen, para a firma de investimentos Thoma Bravo, por impressionantes US$10,55 bilhões. A venda é considerada uma das maiores já realizadas no setor aeroespacial nos últimos anos.

A transação faz parte da estratégia da companhia para reduzir dívidas e focar em ativos mais estratégicos.


Um avião da Boeing(Foto: reprodução/Flickr/CC BY-NC-SA 2.0)

Uma das maiores vendas dos últimos anos

Apesar da venda, a Boeing continuará com o controle dos principais ativos digitais que utilizam dados específicos de aeronaves e frotas para oferecer serviços de manutenção, diagnóstico e reparo, voltados tanto para clientes comerciais quanto para o setor de defesa.

Essa movimentação faz parte do plano estratégico do CEO Kelly Ortberg para reduzir a dívida da empresa, após anos de desafios financeiros e operacionais.

Diminuir a dívida enorme da empresa

A Jeppesen, adquirida pela Boeing em 2000 por US$1,5 bilhão, despertou o interesse de diversos players do mercado, incluindo empresas de investimentos e até fornecedores do setor aeroespacial. Inicialmente avaliada em mais de US$6 bilhões, a companhia acabou ultrapassando os US$8 bilhões nas propostas finais — resultado de uma disputa acirrada vencida pela Thoma Bravo, que superou gigantes como TPG, Advent e Veritas, segundo fontes próximas ao negócio.

Com um histórico sólido e um fluxo de caixa estável, a Jeppesen é considerada um ativo estratégico que pode alavancar o crescimento de empresas do setor aeroespacial ou de investimentos. A venda reforça a tendência de grandes movimentações no setor: em 2023, por exemplo, a Ball Corp vendeu ativos aeroespaciais à BAE Systems por cerca de US$5,6 bilhões.

Além disso, a Boeing segue em processo de reestruturação. Em fevereiro, a British Airways anunciou a compra da operação de manutenção da Boeing no aeroporto de Gatwick, em Londres. A fabricante também está buscando compradores para sua empresa de drones, a Insitu.

Transação com a Jeppesen representa não apenas uma importante fonte de receita para a Boeing, mas também um marco relevante no cenário de investimentos em tecnologia e aviação — mostrando como o setor está em constante transformação.