Furacão Milton deixa 13 mortos e milhões sem energia na Flórida

O Furacão Milton atingiu a Flórida na noite de 10 de outubro, causando 13 mortes confirmadas e deixando milhões de pessoas sem eletricidade. Ventos violentos e tornados provocaram destruição em várias regiões, enquanto as equipes de resgate trabalham para acessar áreas isoladas pelos escombros.

Com Saint Lucie County sendo uma das áreas mais afetadas, o fenômeno trouxe estragos significativos, e autoridades locais alertam que o número de vítimas pode aumentar à medida que as buscas avançam.


O desastre do Huricane (Vídeo: reprodução/ YouTube / CNN Brasil)

Impacto devastador do furacão Milton

O Furacão Milton chegou à costa da Flórida perto de Siesta Key como um furacão de categoria 3, trazendo ventos de até 195 km/h e provocando uma devastação generalizada. Áreas costeiras foram severamente danificadas, com casas destruídas e árvores arrancadas. Tornados gerados pela tempestade complicaram ainda mais a situação, atingindo com força regiões como Saint Lucie County, onde seis das 13 mortes foram registradas até o momento. Em adição às perdas humanas, milhares de estruturas foram danificadas ou destruídas, e bairros inteiros permanecem inacessíveis devido aos escombros.

A intensidade do furacão foi comparada a outros grandes eventos da história recente, sendo o mais forte a atingir a região desde 2005. Milton, que chegou à categoria 5 no auge de sua força, experimentou uma leve perda de intensidade antes de tocar o solo, mas manteve uma trajetória de destruição devastadora, trazendo também chuvas torrenciais que inundaram grandes áreas urbanas e rurais.

Desafios de resgate e milhões sem energia

A interrupção no fornecimento de energia atingiu milhões de pessoas em todo o estado. Autoridades estimam que pelo menos 4 milhões de residências estão sem eletricidade, dificultando ainda mais os esforços de resgate e assistência. Equipes de emergência enfrentam grandes desafios para chegar a áreas mais remotas, já que estradas estão bloqueadas por árvores caídas, linhas de energia danificadas e enchentes.


Jovem estadunidense compartilha um pouco dos destroços ocasionados pelo furacão (Vídeo : reprodução / TikTok / @that_tanginger)

Os serviços essenciais, como hospitais e abrigos, estão operando com geradores temporários, mas os suprimentos começam a diminuir. Moradores estão sendo instruídos a procurar abrigos emergenciais, enquanto as condições das estradas tornam arriscado o deslocamento de equipes de resgate e assistência humanitária. Em algumas regiões, as autoridades iniciaram evacuações preventivas antes da chegada da tempestade, mas muitas pessoas foram pegas de surpresa com a rápida intensificação de Milton.

A recuperação total da infraestrutura elétrica pode levar dias, ou até semanas, dependendo da extensão dos danos. As autoridades locais e federais mobilizaram recursos adicionais para ajudar na resposta ao desastre, mas alertam que a situação ainda é crítica, e o número de vítimas pode aumentar à medida que as buscas por desaparecidos continuam.

Milton é o pior furacão em cem anos

O furacão Milton ganhou força desde que passou pelo Golfo do México na segunda-feira (07), tornando-se um furacão categoria 5, o mais alto na escala Saffir-Simpson. Ele deve tocar o solo da Flórida, em Tampa, na madrugada desta quinta-feira (10) e tem um grande potencial de destruição. Especialistas apontam que essa pode ser a pior temporada de furacões já registrada na história. 

Mais furacões intensos

Os Estados Unidos ainda estão se recuperando da passagem do furacão Helene, no fim de setembro, o segundo maior furacão a atingir os EUA nos últimos 50 anos, com 235 mortes nos estados da Carolina do Norte e do Sul, Geórgia, Flórida, Tennessee e Virgínia. O furacão Milton se encaminha para ser o terceiro pior.

A rápida mudança de intensidade do Milton é algo que assusta, pois o furacão mudou de classificação 2 para 5, algo explicado pelo recorde de calor nas águas do Golfo do México. De acordo com os meteorologistas, esse é um fator que tem favorecido a sequência desses fenômenos, juntamente com as transições para o La Niña.


O furacão Milton deve causar grande devastação na cidade de Tampa, na Flórida (Foto: reprodução/ Bryan R. Smith/AFP/Getty Images embed)


Segundo observação de Fábio Luengo, meteorologista do site Climatempo, “Para ganharem força, os furacões precisam de um oceano muito quente para usar de combustível. Então, quanto mais quente o oceano, mais forte deve ser a tempestade”. Uma das tempestades mais devastadoras dos últimos tempos foi o Michael, em 2018, de categoria 4. Em um estudo publicado este ano pelo periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), alguns cientistas propuseram a criação de uma categoria 6, para classificar esses novos super furacões que estão se formando em decorrência do aquecimento do mar, associado às mudanças climáticas. O furacão Milton se encaixa nesta descrição.

Os esforços de evacuação

O presidente Joe Biden cancelou sua viagem à Ásia para poder acompanhar os desdobramentos da passagem do furacão pelos Estados Unidos. Como o furacão deve atingir a região metropolitana de Tampa, que é o maior centro comercial da costa oeste da Flórida, parte da população local já começou a evacuar a cidade. Grandes engarrafamentos já foram registrados desde segunda-feira (07) na Interstate 75, a rodovia que vai para o norte do estado.


O governador do estado da Flórida alertou a população sobre o furacão Helene, de categoria 4 (Foto: reprodução/Chandan Khanna/AFP/Getty Images embed)


O olho do furacão pode chegar a qualquer área da costa da Flórida, incluindo Cedar Key, no norte, e Naples, no sul. A área de Ft. Myers também está sob risco. Na segunda-feira, o governador do estado, Ron DeSantis, concedeu uma entrevista coletiva alertando a população da intensificação do furacão e aumentando para 51 o número de condados em estado de emergência. A prefeita de Tampa avisou a seus conterrâneos: “Se você escolher ficar em uma das zonas de evacuação, você vai morrer”. Das cinco regiões de Tampa, duas são de área de evacuação obrigatória, de acordo com as autoridades locais.

São esperados ventos de até 285 km/h e a devastação pode ser ainda maior, já que a área da Baía de Tampa ainda está se recuperando do furacão Helene. As autoridades alertam para a evacuação imediata, que é uma questão de vida ou morte. A candidata democrata à presidência, Kamala Harris, também se juntou ao esforço, pedindo aos moradores para abandonarem as suas casas o mais rápido possível.

Passagem do furacão Milton força Disney a fechar seus parques

A Disney anunciou que seus parques temáticos na Flórida serão fechados a partir da tarde de hoje (09/10), às 14h no horário de Brasília. A medida de segurança se deve à passagem do furacão Milton pelo estado. Até o momento, a Disney não informou sobre reembolso aos clientes que já haviam adquirido ingressos.

Fechamento de parques na Flórida

A Disney anunciou que os parques Hollywood Studios, Disney Springs e Animal Kingdom fecharão às 14h, enquanto os parques Magic Kingdom, Epcot e Disney Springs fecharão seus portões às 15h (todos no horário de Brasília). Não é a primeira vez que os parques em Orlando são fechados por conta de acontecimentos externos, pois o mesmo já aconteceu 5 vezes antes.

Nos anos de 1999, 2017 e 2022, os parques foram fechados em decorrência da passagem dos furacões Floyd, Irma e Ian, respectivamente. Já em 2001, foi por causa dos atentados terroristas às Torres Gêmeas e em 2020, igual à maioria dos estabelecimentos, os parques fecharam as portas devido à pandemia global de Covid.

As medidas foram tomadas para que tanto clientes quanto funcionários possam retornar a suas casas e hotéis com segurança, com uma janela de várias horas, antes dos fortes ventos atingirem a região central da Flórida. O Centro de Operações de Emergência da empresa está em contato com especialistas meteorológicos e também com líderes comunitários para apoiar a população durante a passagem do furacão.


A Disney ainda não informou todos os detalhes sobre reembolso a clientes (Foto: reprodução/Joseph Prezioso/Anadolu Agency/Getty Images embed)


A Disney ainda não informou todos os detalhes sobre reembolso a clientes (Foto: reprodução/Joseph Prezioso/Anadolu Agency/Getty Images embed)

Em decorrência do fechamento, a festa de Halloween “Mickey’s Not-So-Scary Halloween Party”, que aconteceria amanhã no Magic Kingdom, foi cancelada e os ingressos para o evento serão reembolsados. Clientes que adquiriram experiências pré-pagas terão reembolso automático entre sete a dez dias, mas não há aplicação da política de cancelamento, até o momento, para a reserva de refeições e outras experiências.

De acordo com comunicado da Disney, é possível que os parques continuem fechados amanhã, mas o Disney Springs pode ser aberto de forma limitada na tarde desta quinta-feira (10). A rede dos hotéis Disney também será fechada, com o Disney’s Fort Wilderness Resort & Campground e as Treehouse Villas no Disney’s Saratoga Springs Resort & Spa fechando temporariamente a partir das 11h, no horário local. É muito provável que continuem fechadas até domingo, dia 13.

A devastação esperada pelo furacão Milton

É esperado que o furacão toque o solo de Orlando nesta quarta-feira (09) e virá com grande força. Desde de segunda-feira, o furacão pulou de intensidade, de 2 para 5, que é a classificação máxima para este tipo de fenômeno, de acordo com a escala feita pelo Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês). Esta rápida mudança alarmou os especialistas e o presidente Joe Biden declarou que este pode ser “um dos piores” do último século na Flórida. Seu potencial de destruição é alto.


A população já começou a evacuar da área de risco do furacão Milton (Foto: reprodução/Spencer Platt/Getty Images embed)


O furacão Milton irá atingir o estado da Flórida apenas duas semanas após o furacão Helene ter passado pelo país, causando destruição e mortes em seis diferentes estados. O Helene foi responsável por 20 mortes em sua passagem pela Flórida. O governo local está preparando a maior evacuação em oito anos, a maior desde o furacão Irma em 2017, que durou 37 horas e teve ventos de 295 km/h. Ele foi um furacão de intensidade 4 na escala Saffir-Simpson, oferecendo um prelúdio da destruição que o furacão Milton pode causar.