Tribunal da ONU pede que Israel faça interrupção de suas operações em Rafah

Nesta sexta-feira (24),a Corte Internacional de Justiça, o mais alto tribunal de justiça da ONU que julga conflitos entre Estados, decretou que Israel interrompa as atividades militares na região da Faixa de Gaza. 

Também foi determinado que o governo de Israel auxilie nas entradas humanitárias na fronteira entre o Sul da Faixa de Gaza e o Egito e dar acesso aos observadores externos que auxiliam a monitorar a situação e reportam a corte em um período de um mês, sobre as medidas que serão adotadas. 

Resposta de Israel às acusações 

O governo israelense respondeu às acusações, alegando que são “falsas, ultrajantes e nojentas” e também afirmou que a campanha militar não levou e não levará à destruição da comunidade palestina em Rafah. 

O governo de Israel  continuou sua declaração afirmando que sua operação em Rafah prosseguirá e respeitará o direito internacional. Por outro lado, o ministro de Finanças de Israel afirmou que não há como aceitar a decisão, já que é uma demanda para que Israel não exista. 

O grupo Hamas fez um comunicado afirmando que o plano para enviar representantes à Faixa de Gaza é bem-vindo e prometeram cooperação. 

A sentença dada pela Corte se deu por um pedido de emergência do governo da África do Sul ao tribunal sediado em Haia, na Holanda. O governo sul-africano acusou as forças militares de Israel de genocídio, mas os israelenses alegam legitima defesa. 

Apesar da decisão da Corte da ONU ser obrigatória, a organização não possui uma força policial para garantir o cumprimento de Israel. 

O líder da oposição de Israel, Yair Lapid, também fez uma crítica à decisão do CIJ, alegando que é um colapso moral e um desastre moral por não determinar que o Hamas devolva os reféns. 

Na quinta-feira (23), um representante do governo israelense afirmou que nenhuma sentença será capaz de impedir Israel de garantir a segurança de seus cidadãos e de combater o Hamas em Gaza.

Israel iniciou uma ofensiva na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, no começo deste mês, apesar da forte oposição internacional, incluindo dos Estados Unidos. Isso ocorreu devido ao temor de um massacre, já que Rafah é considerada o “último refúgio” para palestinos que fugiram das incursões israelenses no norte e no centro de Gaza.

Cerca de 1,5 milhão de pessoas estão em Rafah atualmente, o que constitui mais da metade da população total da Faixa de Gaza.

A cidade, que se localiza na fronteira com o Egito, tem sido a principal via de entrada de ajuda humanitária, uma vez que as outras saídas de Gaza, todas nas fronteiras com Israel, foram fechadas no início do conflito entre Israel e o Hamas.

Os advogados sul-africanos fizeram um pedido ao Tribunal Internacional na semana passada para que decretassem uma medida de emergência. 

A decisão do CIJ deve intensificar a pressão diplomática sobre o governo de Benjamin Netanyahu.

Na segunda-feira (20), o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional – outra corte da ONU situada em Haia – solicitou aos juízes que emitam mandados de prisão contra Netanyahu, o ministro da Defesa Yoav Gallant, e três líderes do Hamas.

O procurador do TPI, Karim Khan, acusou Netanyahu e Gallant de cometerem crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo extermínio, uso da fome como arma e ataques deliberados contra civis. Israel negou enfaticamente essas acusações e apelou aos seus aliados para que rejeitem o tribunal.

Discussão sobre o conflito na CIJ

O processo movido pela África do Sul no CIJ alega que Israel está conduzindo um genocídio patrocinado pelo Estado contra os palestinos. Embora a corte ainda não tenha se pronunciado sobre essa acusação, ela rejeitou o pedido de Israel para encerrar o caso.

Corte Internacional de Justiça localizada em Haia, na Holanda (Reprodução/EFE)

Em decisões anteriores, o tribunal instruiu Israel a evitar atos genocidas contra os palestinos e a permitir a entrada de ajuda em Gaza, sem exigir a suspensão das operações militares israelenses.

Israel iniciou sua ofensiva aérea e terrestre contra Gaza em outubro, depois que militares do Hamas invadiram comunidades no sul do país, resultando na morte de 1.200 pessoas e na captura de mais de 250 reféns.

Até agora, mais de 35 mil palestinos foram mortos na ofensiva de Israel, a maioria na região da Faixa de Gaza. Essas informações foram dadas pelo Ministério da Saúde Gaza, que é controlado pelo Hamas.

Protestos pró-Palestina crescem em universidades dos EUA e influenciam campanha eleitoral

Nos últimos dias, as universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos, como Columbia, Harvard e Yale, tornaram-se palcos de uma série intensa de protestos pró-Palestina. Os manifestantes, compostos majoritariamente por estudantes e membros da comunidade acadêmica, demandam que as instituições cortem laços com Israel e com empresas que apoiam suas ações na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. Essas manifestações, que começaram no dia 18 de abril na Universidade Columbia em Nova York, já resultaram em cerca de 700 detenções em todo o país.

Impacto político e segurança nos campus

O conflito entre Israel e o Hamas, que escalou após o grupo, classificado como terrorista pelos EUA e outros países, invadir Israel em outubro de 2023, matando e sequestrando cidadãos, tem repercutido fortemente no ambiente universitário. Os protestos estão sendo vistos como um potencial divisor de águas para o apoio dos jovens americanos ao governo Biden nas próximas eleições presidenciais, devido ao seu suporte às ações israelenses em Gaza.


Esquerda: Shai Davidai, professor associado da Universidade de Columbia, em uma entrevista do 60 Minutes. Direita: Manifestantes em apoio aos palestinos fora da Universidade de Columbia, em Nova York (Captura de tela via 60 Minutes/YouTube, Eduardo Muñoz/Reuters)

“Sinto-me cada vez mais isolado e preocupado com a minha segurança aqui.”

Davidai, ressaltando a tensão vivenciada por membros da comunidade judaica.

Manifestantes pró-Gaza na Universidade Columbia, em NY, epicentro de um movimento que está se espalhando para outras instituições – Foto: Ted Shaffrey

A tensão nos campus é palpável, com relatos de incidentes antissemitas aumentando a polarização. Professores e alunos judeus, como Shai Davidai da Universidade Columbia, expressaram medo e preocupação com a segurança, destacando um ambiente cada vez mais hostil.

As autoridades universitárias têm respondido com medidas severas. A polícia foi chamada em várias universidades para dispersar os protestos, resultando em um número significativo de prisões. Em locais como a Universidade Northeastern em Boston e a Universidade de Washington em St. Louis, grandes operações de detenção foram realizadas.

Debate eleitoral e cobertura internacional

Esses eventos têm sido amplamente cobertos pela imprensa internacional, destacando a magnitude e a disseminação dos protestos. Com a eleição presidencial se aproximando, o tema já se tornou um ponto de debate entre os candidatos. Donald Trump criticou a abordagem de Biden, que tenta equilibrar condenações aos protestos com uma compreensão das preocupações palestinas, enquanto Jill Stein, candidata do Partido Verde, foi detida durante um desses protestos, marcando sua posição sobre o conflito.


Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os ex-presidente Donald Trump (Reprodução: Getty Images

Especialistas, como o cientista político Paulo Velasco, veem essas manifestações como um momento decisivo, não apenas para a política externa dos EUA, mas também para o futuro político de Biden, cujo apoio entre os jovens americanos e a comunidade árabe está em risco.

À medida que o fim do ano letivo se aproxima, a continuidade dos protestos permanece incerta, mas o impacto já deixado nas universidades e na política americana será sentido por muito tempo.

Estudantes universitários são presos em protesto pró-Palestina em Los Angeles 

Durante protesto pró-Palestina em universidade do Sul da Califórnia, estudantes foram presos em ação policial iniciada para dispersar manifestantes. Ainda com aviso prévio de que poderiam haver prisões, a abordagem contra dois estudantes deu-se início a confusão responsável pelas prisões. 

Ação Policial nos Estados Unidos

Devido ao alto número de manifestações acontecendo em diversas instituições dos Estados Unidos, universidades têm pedido apoio policial em busca de conter protestos, alegando segurança contra confusões.

Nesta última quarta-feira (24), em Los Angeles, na Universidade do Sul da Califórnia, mais um dos diversos protestos ocorridos por várias áreas do território americano tornou-se palco mundialmente reconhecido pela ação policial acontecida. O protesto, que em primeiro momento fora testemunhado como pacífico, sofreu de avisos prévios pela polícia quanto a prisões em consequência de confusão. Meia hora depois, o campos foi fechado e após uma abordagem à dois estudantes, manifestantes deram início a um empurra-empurra até ocorrer a primeira prisão. A quantidade de estudantes detidos não foi divulgada pelas autoridades. Universitários que encontravam-se dentro da instituição foram autorizados a sair. 

Outros casos de manifestações em prol do cessar-fogo em Gaza também vieram a público através de jornais e redes sociais, porém, nos últimos dias, o motivo não é direcionado a razão do protesto e sim, às tentativas de ações policiais acontecidas. Semelhante à Universidade do Sul da Califórnia, outras pessoas foram presas em instituições de prestígio como em Columbia, Yale e Universidade de Nova York, estima-se que 100 é o número de manifestantes detidos.  

Também nesta quarta-feira (24), em Austin, no Texas, policiais entraram com bastões e cavalos, e estudantes foram detidos.  


Estudante preso por autoridades texanas em protesto pró-Palestina em Austin, Texas (Foto: reprodução/ Jay Jenner/ AP/ The Guardian)

O presidente da Câmara dos EUA, Mike Johnson, se pronunciou nesta quarta-feira com uma visita ao campus de Columbia, onde foi recebido por vaias dos manifestantes e pediu a renúncia do presidente da universidade, Minouche Shafik. O republicano denunciou as manifestações como “governo da turba” e condenou o que chamou de “vírus do anti-semitismo” nas faculdades do país. As palavras discursas pelo presidente foram recebidas com indignação e vaias. 

Manifestações

A razão pela massa de protestos nos Estados Unidos e em muitos outros países, se dá pela continuação da guerra entre Israel e Palestina além da dificuldade de decisão sobre um cessar-fogo. Os estudantes universitários também exigem que haja corte de relações financeiras entre as instituições e o Estado de Israel, pois, de acordo com eles, se torna uma parceria intragável.  

O repúdio quanto a propaganda militar israelense em Gaza também é um pivô do discurso, sendo considerado em cartazes pelos protestantes a lembrança de mais de 34 mil pessoas mortas em ataques desde outubro do ano passado, de acordo com dados de instituições palestinas e do Hamas. 

Apesar do direcionamento dos protestos serem para o governo israelense e seu posicionamento político juntamente com o posicionamento nacional de autoridades americanas, estudantes judeus afirmam não se sentirem seguros dentro das universidades. Entretanto, também existe uma grande quantidade de judeus que apoiam e fazem parte do movimento pró-Palestina.  

Israel enfrenta pressão dos EUA para maior ajuda humanitária em Gaza

No último domingo (7), mais de 300 caminhões de auxílio humanitário entraram no enclave palestino. A Casa Branca elogiou, mas afirmou que seriam necessários, pelo menos, 350 caminhões por dia, enquanto durarem as negociações pelo cessar-fogo e pela libertação dos reféns.

Processo de negociação

John Kirby, porta-voz da Casa Branca, disse que o diretor da CIA, William Burns, esteve no Cairo no último final de semana com o objetivo de focar em negociações para libertar os reféns que estão mantidos em Gaza pelo grupo palestino Hamas.

 “Deveria ser óbvio, apenas pela quantidade de diplomacia que estamos fazendo e que nossos correspondentes estão fazendo, que estamos levando isso muito, muito a sério. E realmente queremos chegar um acordo sobre os reféns o mais rápido possível”.

John Kirby

Palavras ditas por Kirby ao ser questionado pelos repórteres se haveria motivo para otimismo sobre um possível acordo pelos reféns.

O saldo desse embate, até agora, são 1.200 pessoas mortas em um massacre no sul de Israel, em 7 de outubro pelo Hamas, de acordo com informações israelenses; e mais de 33.000 palestinos mortos pelo contra-ataque de Israel, segundo informações do Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas.


Palestinos evacuam área após ataque aéreo israelense, em outubro de 2023 (Foto: reprodução/Mahmud Hams/AFP/Getty Images embed)


Israel dá resposta à Casa Branca

Atendendo ao apelo dos EUA, Israel enviou nesta segunda-feira (8), 419 caminhões de ajuda humanitária. Segundo as Forças de Defesa de Israel, é a maior entrega de auxílio em um único dia, desde 7 de outubro do ano passado, quando iniciou o conflito.

Antes disso, entre 450 e 500 caminhões com suprimentos entravam em Gaza diariamente. O PAM (Programa Alimentar Mundial) disse que 88% da população em Gaza está em estado de emergência pela insegurança alimentar, e é iminente a fome no norte da Faixa.

Israel entrega nova proposta de cessar-fogo ao Hamas

Israel anunciou na terça-feira (2) que uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza foi elaborada e entregue ao Hamas, conforme confirmado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

Após a última rodada de negociações no Cairo, a delegação israelense está retornando para casa. Durante as negociações, formularam uma proposta atualizada para o Hamas, com a esperança de que os mediadores pressionem mais pela obtenção de um acordo. As conversas visam um cessar fogo e  a libertação de reféns. 

“Como parte das discussões, com a mediação útil do Egito, os mediadores elaboraram uma proposta atualizada a ser apresentada ao Hamas”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro.

Negociações entre Israel e Hamas 

As últimas negociações entre Israel e Hamas foram retomadas no Cairo no domingo (31), segundo a mídia estatal egípcia Al-Qahera News. Uma fonte egípcia confirmou o andamento das negociações, destacando os esforços conjuntos egípcio-catarianos para progredir nas conversas. 

No início de março, negociações semelhantes ocorreram em Doha, no Qatar, com a participação do primeiro-ministro israelense e do diretor da CIA, Bill Burns, visando a libertação de reféns e uma pausa humanitária. Posteriormente, uma proposta foi devolvida ao Hamas, que a rejeitou na terça-feira (26).

Contexto dos ataques

Os ataques terroristas ocorridos em Israel em 7 de outubro de 2023 foram conduzidos pelo grupo Hamas, considerado um grupo terrorista islâmico palestino. Esse evento foi classificado como o dia mais letal para os judeus desde o Holocausto.

Soldados israelenses caminham entre retratos de pessoas capturadas ou mortas por militantes do Hamas no ataque de 7 de outubro. Foto: reprodução/Foto de JACK GUEZ/AFP via Getty Imagens Embed

O conflito territorial entre Israel e Palestina, que ganhou destaque nos noticiários com os eventos de outubro de 2023, tem raízes históricas que remontam a mais de 70 anos, intensificando-se após a criação do Estado de Israel na esteira da Segunda Guerra Mundial.

Milhares de judeus de diversas localidades iniciaram uma série de movimentos migratórios sob a justificativa de encontrar um novo lar após o Holocausto na Segunda Guerra Mundial, embora os palestinos já estivessem naquele território.

Consequências do conflito Israel e Hamas

Desde que Israel iniciou sua resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro, estima-se que pelo menos 20 mil vidas tenham sido perdidas em Gaza. Dados do Ministério da Saúde na região, controlado pelo Hamas, indicam uma média alarmante de quase 300 mortes por dia desde o início do conflito, excluindo um breve cessar-fogo de sete dias.

Ataques aéreos israelenses na cidade de Gaza em 12 de outubro de 2023. Foto: reprodução/ Foto de MAHMUD HAMS/AFP via Getty Imagens Embed

Gaza é reconhecida como a maior prisão a céu aberto do mundo, com cerca de 80% da população forçada a abandonar seus lares, enquanto metade vive em extrema pobreza. O quadro é ainda mais preocupante considerando que mais da metade dos residentes são crianças.

De acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, mulheres e crianças compõem cerca de 70% dos mortos em Gaza no atual conflito. Além disso, mais de 52 mil pessoas foram feridas até o momento, segundo o ministério.

Médicos em Gaza advertem que o número oficial de mortos provavelmente subestima a realidade, dada a possibilidade de muitos corpos estarem soterrados sob os destroços de edifícios atingidos por bombardeios ou ainda não terem sido resgatados e levados para hospitais. 

Civis relatam torturas e interrogatórios no terceiro dia de operação de Israel em Al-Shifa

Nessa quarta-feira (20), a operação de Israel contra o Hospital Al-Shifa completou seu terceiro dia. A ação, que iniciou na segunda-feira (18), é carregada de preocupação por diversas partes. Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, os civis abrigados no local estão ficando sem água e necessidades básicas. 

Mahmoud Basal, em conversa com a CNN, revelou que as pessoas estão sofrendo com interrogatórios, torturas e assassinatos. Afirma, também, que soldados israelenses estão obrigando pessoas feridas a sair do hospital, mesmo quando elas não conseguem andar.


Palestinos feridos no Hospital Al-Shifa (Foto: reprodução/AFP/ Getty Images Embed)


Com essa situação, os feridos precisam se refugiar no Hospital Batista Al-Ahli, que fica a cerca de três quilômetros de distância, um caminho perigoso e difícil na atual condição de muitos. 

Basal continuou o relato, comentando que as pessoas não conseguem conversar com jornalistas por medo, pois o profissional Mahmoud Aliwa que estava no lugar foi preso pelas tropas de Israel.

Visões diferentes

Com base em informações de que o hospital estaria sendo utilizado por homens armados e como esconderijos de armas, o ataque foi anunciado por Israel, pedindo para que todos abandonassem o local. 

O exército também afirmou que foram presos mais de 200 terroristas suspeitos e 20 atiradores estão mortos, e que o Hamas usava o hospital como tentativa de fazer um lugar de refúgio dos extremistas. 

O escritório de imprensa do governo do Hamas negou a informação. Eles alegam que todos os mortos são pacientes feridos e pessoas deslocadas no hospital.


Civis fugindo da área do Al-Shifa (Foto: reprodução/AFP/Getty Images Embed)


Pronunciamento da OMS

Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), condenou o ataque. Em seu pronunciamento, ele disse que hospitais não devem ser campos de batalha e que profissionais da saúde, civis e pacientes estão correndo sérios riscos de vida. 

O centro médico também foi alvo de um incêndio que ocasionou em casos de sufocamento entre mulheres e crianças. Estima-se que o conflito, iniciado em outubro de 2023, já tenha passado de mais de 25.000 mortos. 

EUA pretende construir uma doca do tamanho de estádio de futebol para ajudar Gaza

Com os ataques recentes do grupo Hamas a faixa de gaza, os Estados Unidos anunciaram a construção de uma doca flutuante para entrega de alimentos ao povo israelense. O plano é enviar aproximadamente 2 milhões de refeições. A base está atualmente em frota para sua construção, que terá 548 metros de extensão. O tamanho é comparado a grandes estádios.

 O cais marítimo está sendo construído pelo governo estadunidense em junção com a empresa privada “Fogbow”, comandada por Sam Mundy, ex tenente-coronel do corpo de fuzileiros navais, que comandou missões no oriente médio, e Mick Murloy, ex oficial paramilitar da Cia. A doca será feita de segmentos de aço, uma ponte, um cais de duas pistas e 12 metros de peças interconectadas unidas e fixadas à costa. 

Carregamento do M/V Roy Benavidez para envio de ajuda à Faixa de Gaza( Foto: Haley Britzky/CNN)

Quando a plataforma ficar pronta, navios de carga vão entregar os suprimentos ao caís, depois eles serão descarregados em uma série de barcos e navios de pequeno porte, conhecidos com ‘’LSVs’’ ou ‘’navios de apoio logístico’’, que fazem o envio a terra. 

O processo é realizado dessa maneira para evitar que o exército americano entre no território de Gaza, o formato ja foi utilizado em outras operações estadunidenses, em situações aproximadas em países como Somália, Haiti, América central e Kuwait, por exemplo. O projeto tem o nome de “Joint Logistics Over-the-Shore”, ou “JLOTS”, em tradução literal seria algo como “logística conjunta além da costa”.

Carregamento do M/V Roy Benavidez para envio de ajuda à Faixa de Gaza (Foto: Haley Britzky/CNN)

  Atualmente as peças estão sendo enviadas através de navio a caminho do leste do mar mediterrâneo, um deles é o Benavidez  com  44 tripulantes saindo do estado Virgínia. A expetativa é que a obra finalize no prazo de 2 meses, com a previsão de ter uma média de mil soldados trabalhando na plataforma.  

EUA apela para que governo israelense não cometa violação dos direitos humanos

Nesta quarta-feira (28), o porta-voz do Departamento de Estado, Matt Miller, confirmou que os Estados Unidos realizaram um pedido a Israel, sendo este de assinar uma carta com a promessa de que não será cometido qualquer violação dos direitos humanos com armas americanas.

Detalhes da solicitação

Matt Miller ressaltou que o pedido não cabe somente para a nação israelense, mas sim para todo e qualquer país que receba assistência militar dos Estados Unidos.

O porta-voz também citou que a carta tem como intenção aos países relacionados “fornecer garantias por escrito de que os destinatários, em primeiro lugar, usarão as armas de acordo com a lei da guerra dos EUA e, em segundo lugar, facilitarão e não negarão ou restringirão arbitrariamente assistência”.


Destruição em Gaza (foto: reprodução/cultura.uol)

Também foi explicado por Miller que existe um processo que envolve os EUA com cada país militarmente auxiliado, processo este que serve para garantir que todos estão cientes do memorando de segurança nacional. Ainda foi indicada a necessidade de um prazo de 45 dias para que todos os países envolvidos, inclusive Israel, forneçam duas garantias por escrito.

Outros posicionamentos

Na semana passada (20), Matt Miller, ao responder algumas perguntas para a imprensa, também se pronunciou sobre a declaração de Lula direcionada às atitudes Israelenses, onde comparou a atual postura do país aos acontecimentos realizados no holocausto. Matt afirmou que o governo dos Estados Unidos discorda da fala em questão e que não acreditam que um genocídio aconteceu em Gaza, além de indicar que o desejo americano é que o conflito chegue ao fim o quanto antes.


Lula em coletiva (foto: reprodução/gazetadopovo/Nazima Raghubir)

Entretanto, vale destacar que Matt não informou se o principal diplomata dos EUA, Antony Blinken, irá abordar esta pauta com as autoridades brasileiras durante sua passagem pelo Brasil, que tem como objetivo a reunião do G20.

Silvio Almeida discursa sobre a criação do Estado Palestino na ONU

Em seu discurso na ONU, Silvio Almeida repudia a punição coletiva que Israel vem fazendo em Gaza e defende a criação do Estado palestino. Em meio a autoridades estrangeiras, o ministro disse que espera que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ratifique que a ocupação dos territórios palestinos por Israel é ilegal.

Crítica feita por Silvio em seu discurso

Durante a 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o Ministros dos Direitos Humanos, Silvio Almeida criticou durante seu discurso a proporção de força usada por Israel na Faixa de Gaza, além de pedir pela criação de um Estado Palestino visando à paz.

Perante delegações estrangeiras, abrangendo representantes tanto governamentais quanto não governamentais, Almeida expressou sua esperança de que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ratifique que a ocupação de Israel nos territórios palestinos é ilegal e contraria os preceitos institucionais.

Almeida disse no seu discurso que não pode deixar de registrar sua profunda indignação com o que está acontecendo em Gaza, que em mais de uma oportunidade condenou os ataques ofensores pelo Hamas e demandou a libertação de todos os reféns imediatamente.


Silvio Almeida e Lula. (Foto: reprodução/Marcelo Camargo).

O ministro também defendeu a criação de um Estado Palestino livre e soberano, sendo assim  uma condição imprescindível para à paz. Silvio considera ser dever do Conselho prestigiar a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor a qualquer forma de neocolonialismo.

Brasil foi selecionado para integrar o Conselho

No último mês de outubro, o Brasil foi selecionado para um período de três anos como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, composto por 47 nações.

Durante sua fala, o ministro delineou as principais metas de sua administração e enfatizou que a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realocou o Brasil em fóruns multilaterais, no que se refere à pauta dos Direitos Humanos.

Para Silvio Almeida o Conselho deve aprofundar seus trabalhos no campo de combate ao discurso de ódio e à desinformação, que vem afligindo a democracia e a convivência no interior das sociedades entre os povos.

Milícia iraquiana apoiada pelo Irã diz que continuará os ataques contra os Estados Unidos

O Al-Nujaba, uma milícia terrorista iraquiana apoiada pelo Irã, informou que continuará os ataques contra os Estados Unidos. O comunicado feito pelo porta-voz do grupo, Akram Al-Kaabi, contraria a decisão de interromper as ofensivas contra os norte-americanos tomada pelo Kataib Hezbollah, grupo mais poderoso apoiado pelos iranianos no Iraque. Recentemente, três militares dos EUA morreram devido a um ataque feito em sua base na Jordânia.

Milícia exige retirada das tropas americanas do Iraque

Al-Kaabi, porta-voz do Al-Nujaba que é listado como um Terrorista Global Especialmente Designado (SDGT), afirmou que os ataques aos Estados Unidos só serão interrompidos quando o exército de Joe Biden se retirar do território iraquiano. Além disso, exigiram também a interrupção das ações militares norte-americanas na Faixa de Gaza.


Veículos militares dos EUA na base aérea de Ain al-Asad, na província de Anbar, no Iraque (Foto: reprodução/John Davison/REUTERS)

De acordo com membros do serviço de inteligência dos EUA, o Irã pode não controlar exatamente todos os grupos militares que financia no país vizinho. Além disso, há indícios de que as lideranças iranianas não estejam contentes com as ações de seus aliados, visto que elas podem colocar o país em confronto direto com os norte-americanos.

Irã diz que não procura conflitos

Apesar de grupos financiados pelo Irã permanecerem na estratégia de atacar as tropas americanas, o país diz que não procura conflito. Seu presidente, Ebrahim Raisi, disse que “não procurará nenhuma guerra”, mas “responderá fortemente” caso alguma outra nação queira intimidá-los.

Com o início da guerra entre Israel e Hamas, os Estados Unidos têm se envolvido em disputas com outras nações do Oriente Médio, incluindo Iêmen, Iraque e Síria. Segundo as autoridades norte-americanas, seus militares já foram atacados mais de 160 vezes desde 7 de outubro.