Meta enfrenta proibição do governo brasileiro sobre dados para IA

A ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais), órgão do governo brasileiro, ordenou que a Meta (proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp) pare de utilizar dados de seus usuários para treinar inteligência artificial (IA). Um dos principais motivos é a preocupação com a proteção dos dados pessoais dos cidadãos brasileiros. 

A ordem foi emitida recentemente e publicada hoje (2) no Diário Oficial da União(DOU). A decisão aplica-se a todas as operações da Meta no Brasil. A Meta terá que suspender a coleta e uso de dados dos usuários para treinar suas IAs até que ajuste suas práticas de acordo com a legislação brasileira.

Meta usou dados sem consentimento

A Meta estava utilizando posts, mensagens e interações dos usuários para melhorar seus algoritmos de inteligência artificial (IA), sem ao menos informar aos usuários que suas contas e informações estavam sendo usadas para esse propósito. Além disso, a empresa não forneceu informações detalhadas sobre como e onde essa ferramenta seria utilizada, o que levanta questões de consentimento e transparência.


Meta poderá pagar até 50mil reais por dia se nao cumprir lei (Foto: reprodução/pixabay)

Meta sob pressão para reavaliar práticas

O governo brasileiro decidiu que a Meta precisa reavaliar suas práticas de coleta e uso de dados no Brasil. Enquanto isso, suas atividades de treinamento de IA estão suspensas e, caso haja descumprimento, a empresa estará sujeita a uma multa de 50 mil reais por dia. A Meta terá que apresentar um plano ao governo em até 5 dias após a data de publicação do documento, explicando como vai cumprir essa ordem sem violar os direitos dos usuários e cumprindo as leis brasileiras de proteção de dados.

Em nota, a Meta afirmou estar desapontada com a decisão da ANPD, alegando que já cumpre com as leis de privacidade e regulamentações no Brasil. A empresa declarou que continuará a trabalhar com a ANPD para esclarecer suas dúvidas e concluiu que a decisão do governo é um retrocesso para a inovação e a competitividade no desenvolvimento de IA, atrasando a chegada dos benefícios da IA para a população brasileira.

Governo Federal divulga nota afirmando que é contra a proposta da PEC das praias

Durante a quarta-feira (05), o governo federal soltou uma nota por meio do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) afirmando ser totalmente contrário à Proposta de Emenda à Constituição, conhecida popularmente como PEC das praias. O projeto que está atualmente em análise no Senado foi duramente criticado pelo Ministério, alegando que, se aprovado, pode causar impactos ambientais sérios, perda de receitas da União, consequências para os locais e dificuldade de acesso às praias.

O que diz a nota

A PEC das praias visa fazer com que os terrenos de marinha, áreas que ficam a 33 metros de distância do mar, pertencentes à União, possam ser vendidos para empresas, pessoas, estados ou municípios, deixando de ser compartilhados com o governo. Na nota divulgada, o governo informa que a PEC estaria indo contra um texto da Constituição que autoriza a União a possuir as propriedades exclusivas dos terrenos. 

Segundo o texto, o projeto iria impactar a proteção de áreas costeiras já que encerraria o conceito de uma faixa de segurança nas praias, permitindo a alienação e uma ocupação desenfreada do espaço, colocando em risco o ecossistema do Brasil e fazendo com o que o país se torne mais propício a receber eventos climáticos extremos, como as onda de calor. 


Post nas redes sociais divulgando o comunicado (foto: reprodução/Instagram/@canalgov/@gestaogovbr)


“A proposta pode gerar uma dificuldade de acesso da população às praias, já que ela favorece a especulação imobiliária e o interesse de um conjunto de empreendimentos costeiros que podem se estender sobre essas áreas. As comunidades pesqueiras também podem ser afetadas, pois precisam desses acessos para a sua produção”.

Nota do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI)

O Ministério também argumenta que além do perigo da população não conseguir conviver em uma área de lazer, a PEC iria contribuir para a construção de imóveis no litoral. Estas áreas já são visadas pelo turismo e construção civil, o que facilitaria para que negociações irregulares acontecessem entre empresários e os moradores, ocasionando em conflitos de propriedade e insegurança jurídica.

O MGI termina a nota afirmando que a gestão dos terrenos de marinha é de extrema importância para proteger o meio ambiente e para lidar com as questões climáticas, a possível aprovação é considerada um retrocesso. “Seria ir na contramão do que vários países têm feito de proteger essas regiões, de limitar o uso, de exercer soberania”, conclui o comunicado. 


Vídeo divulgado explicando as críticas (vídeo: reprodução/Instagram/@gestaogovbr)


Reação do presidente e votação

A PEC das praias foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 2022 e encontra-se atualmente em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Ela voltou a ser discutida no final de maio de 2024 e possui autoria do ex-deputado federal, Arnaldo Jordy. Flávio Bolsonaro, nesse ano, assumiu a relatoria e já se mostrou a favor da aprovação.  

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, declarou na segunda-feira (03) que o presidente Lula também não é favorável ao plano, afirmando que trabalharão de forma contrária ao texto e que terão tempo para discutir com a CCJ mudanças no texto. Após a polêmica, o presidente do Senado afirmou que a proposta não está entre as prioridades para votação entre os parlamentares e segue sem data para sessão. 

Conheça as taxas de laudêmio e foro previstas para mudanças em PEC das praias

A Proposta de Emenda Constitucional do Senado, que ficou conhecida como PEC das praias, vem levantando diversas discussões e polêmicas nos últimos dias. Atualmente, a União é proprietária dos espaços conhecidos como terrenos de marinha, áreas localizadas a 33 metros do início do mar que não chegam a fazer parte da praia e nem das marés. 

Devido a essa especificação, os moradores e donos de negócios da região são obrigados a pagar ao governo uma taxa para conseguirem utilizar o local privadamente. O plano apresentado visa mudar isso e passar a titularidade do terreno mediante compra para essas pessoas que usufruem do espaço, evitando o pagamento desses valores. 

Como funciona o pagamento

Os terrenos de marinha costumam ser muito ocupados por hotéis, resorts, bares e casas de moradores da região e eles devem obrigatoriamente pagar uma taxa única chamada de laudêmio. O laudêmio é um custo pago em negociações de compra ou venda de imóveis localizados no litoral pertencentes à União, seu preço pode chegar até 5% do valor que vale a propriedade. 

O Serviço de Patrimônio da União costuma realizar uma avaliação do terreno para definir o valor do pagamento que precisa ser feito antes do registro da escritura na matrícula do espaço. Além do laudêmio, existem outras taxas cobradas, como o foro e a taxa de ocupação, pagos anualmente. 


Praia do Leme no Rio de Janeiro (Foto: reprodução/Anderson Coelho/Getty Images Embed)


O foro é o honorário responsável pelo domínio do imóvel em terrenos de marinha, apesar de eles conterem uma escritura, os responsáveis pela propriedade pagam esse imposto de aforamento para representar o compartilhamento de terreno com a União, o custo é de 0,6% em cima do preço avaliado do espaço. 

A taxa de ocupação é paga para a União pela ocupação dos proprietários no imóvel, não importando a localização do terreno. O custo é entre 2% a 5% do preço avaliado da propriedade, cobrado quando uma área pública federal é usufruída por indivíduos ou negócios.  

O laudêmio deve ser pago pelo responsável que estiver vendendo o imóvel, mas é permitido realizar um acordo para que o comprador também auxilie na taxa. A quitação é feita por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU), que pode ser retirada no site da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) ou no seu aplicativo. 

Foro e taxa de ocupação são ambos quitados por parcelas ou em cota única anual pelo Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), também retirado pelo SPU. 

Mudanças estabelecidas e críticas

A União permite essa utilização para assegurar o acesso da população ao mar e para defender zonas de costa vulneráveis, mas a proposta visa transferir completamente a posse integral do governo para os proprietários, que podem ser indivíduos, estados e municípios. 


Flavio Bolsonaro, relator da proposta (Foto: reprodução/Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images Embed)


Flavio Bolsonaro, relator do plano, defende que o projeto visa encerrar o pagamento de taxas altas, os apoiadores da proposta também defendem que a PEC geraria novos empregos, aumentaria o turismo da região, melhoraria áreas degradadas e aumentaria a arrecadação de impostos pela regularização.  

A proposta é alvo de críticas de diversos ambientalistas que enxergam isso como um retrocesso e perigo ao meio ambiente. Apesar de o texto não tratar de uma privatização das praias, sua aprovação poderia contribuir para o desmatamento, segundo especialistas, o risco de grandes empreendimentos conseguirem autorização para ocuparem áreas inteiras e fecharem acessos ao litoral são grandes, pois, serão as únicas proprietárias do espaço. 

Eles ainda defendem que uma mudança nesse nível pode limitar o acesso de turistas às praias, contribuindo para uma privatização de áreas de lazer de livre acesso. A PEC foi aprovada pela Câmara dos Deputados e deve passar pelo Senado, mas sem data divulgada ainda. 

Primeira-dama visita Rio Grande do Sul para auxiliar vítimas das enchentes

Nesta quarta-feira (8), a primeira-dama Janja da Silva estará no Rio Grande do Sul para acompanhar a entrega de doações e visitar abrigos em meio à devastação causada pelas recentes chuvas e enchentes no estado. Acompanhada pelos ministros Paulo Pimenta, Simone Tebet e Waldez Góes, a visita tem como objetivo oferecer apoio direto às comunidades afetadas.

Janja planeja passar por quatro cidades: Canoas, São Leopoldo, Guaíba e Porto Alegre. A escolha dessas localidades se deve à urgência em fornecer assistência às áreas mais afetadas pela tragédia. A presença da primeira-dama ao lado dos ministros demonstra o compromisso do governo em lidar com a crise enfrentada pelo estado.


Janja da Silva adota cachorra resgatada e a chama de Esperança (Foto: reprodução/Instagram/@janjalula)


Calamidade pública

O presidente Lula, ao definir o socorro ao Rio Grande do Sul como prioridade, descreveu a situação como uma “guerra” devido à destruição causada pelas chuvas. Como resposta, o governo federal e o Congresso aprovaram um decreto de calamidade pública, permitindo gastos extras para atender às necessidades emergenciais.

Além disso, uma medida provisória será editada em breve para liberar crédito extraordinário, cujo valor ainda está sendo calculado. Estima-se que o investimento na recuperação das rodovias federais ultrapasse R$ 1 bilhão, segundo o ministro Renan Filho, do Transporte.

Em um gesto de solidariedade, Janja adotou uma cachorra resgatada em Canoas durante os temporais. Batizada de “Esperança”, a cadela se tornou parte da família da primeira-dama, que compartilhou a experiência nas redes sociais. Janja destacou a situação crítica não apenas das pessoas, mas também dos animais afetados pela tragédia.

Críticas de Michele Bolsonaro na semana passada

A ação humanitária de Janja contrasta com as críticas recentes feitas por Michelle Bolsonaro durante um evento em Manaus. A ex-primeira-dama relembrou sua vida anterior no Rio de Janeiro, mencionando que costumava levar suas filhas ao lixão onde trabalhava em Gramacho.

As palavras de Michele pareceram aludir indiretamente às extravagâncias de Janja, sugerindo que algumas pessoas se destinam ao trabalho árduo, enquanto outras apenas se beneficiam do poder público.

 

Saiba como reagir diante de golpes e bloqueio no sistema do INSS

O Ministério da Gestão e Inovação se pronunciou sobre o bloqueio de benefícios do INSS, nos últimos dias, diversos aposentados relataram problemas e golpes em contas envolvendo o serviço. 

No novo esquema, golpistas conseguem desbloquear e acessar os dados de pessoas no INSS para retirar empréstimos consignados e trocar senha, permitindo que eles tenham acesso a serviços federais da vítima sem o seu aval.  

O que se deve fazer

Em nota, o Ministério divulgou um passo a passo do que o indivíduo deve fazer para se prevenir ou descobrir um golpe. Primeiro, eles alertam da importância de não pedir auxílio a estranhos para mudar a senha do gov.br, é necessário seguir o link de recuperação de senha, caso a cadastrada não funcione e, se surgirem dúvidas, procurar auxílio somente no gov.br/atendimento


Em golpe, benefício é liberado sem autorização do aposentado (Foto: reprodução/TV Globo)

É indicando também que a pessoa confirme se consegue acessar sua conta de pessoa física no gov.br, se a senha ou e-mail cadastrados não possibilitarem o acesso, é provável que um golpe tenha acontecido. 

Ademais, o órgão explica que quando a senha é mudada, a conta do indivíduo vira bronze assim, recomenda-se aos aposentados que consultem com frequência o portal por preocupação. Caso percebam irregularidades, um boletim de ocorrência deve ser feito imediatamente.

Esquema possui aliados

Em entrevista para o Jornal Nacional, o especialista em tecnologia Ronaldo Prazo afirma que a quadrilha conta com a ajuda de um funcionário interno. Ele explica que alguns golpistas conseguem mudar o e-mail da pessoa física sem utilizar senha de terceiros, o que seria uma prova da participação de agentes, pois apenas encarregados podem fazer essas alterações no sistema. 


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Agência da Previdência Social (Foto: reprodução/Joa Souza/Stock/Getty Images Embeed)


A polícia federal segue em investigação para apurar as origens e responsáveis pelo esquema, numa averiguação realizada em 2023, a PF revelou que funcionários terceirizados e estagiários estariam envolvidos, e que também alguns dados foram alcançados por dispositivos ilegais instalados em computadores do INSS.

Governo suspende novos contratos de publicidade no X, diz Secom

A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República anunciou nesta sexta-feira (14) a suspensão de novas campanhas de publicidade com a rede social X, antigo Twitter. A medida surge após investimentos que ultrapassaram R$ 5,4 milhões, segundo dados do Portal da Transparência, mas não há previsão para novas iniciativas na plataforma. A decisão acompanha as tensões entre o empresário Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, refletindo uma postura de cautela do governo.


Acompanhe a discussão entre Lula e Musk (Vídeo: reprodução/YouTube/Vejapontocom)


Contexto de tensões

As desavenças entre Elon Musk e Alexandre de Moraes nas redes sociais têm gerado repercussões políticas e jurídicas. O empresário utilizou o X para atacar Moraes e ameaçar reativar contas desativadas em processos movidos pelo tribunal. A investigação da conduta de Musk, agora em curso, evidencia os limites da atuação judicial e dos direitos individuais no ambiente online. Em meio ao embate, Musk questionou: “Por que você está exigindo tanta censura no Brasil?

Investigação e resposta governamental

Diante das ameaças e ataques de Musk, Moraes ordenou a abertura de novo inquérito para investigar a conduta do empresário, incluindo-o também no inquérito das milícias digitais. Estabeleceu multas para a rede X em caso de reativação irregular de perfis e determinou a investigação pela Polícia Federal dos representantes brasileiros da plataforma. Essas medidas judiciais contribuem para a postura de suspensão de novos contratos de publicidade por parte do governo.

Lula e Musk

Nos últimos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva proferiu declarações que foram interpretadas como indiretas ao empresário Elon Musk, proprietário da X. Em uma de suas falas, na quarta-feira (10), Lula criticou o crescimento do extremismo, insinuando que “empresários americanos, que nunca contribuíram com o país, ousam criticar as instituições brasileiras e seu povo“. Essas palavras ecoaram um dia após comentários similares feitos na terça-feira (9), quando Lula afirmou que bilionários envolvidos em projetos espaciais devem direcionar seus recursos para a preservação do planeta Terra. Tais declarações surgem em meio ao conflito entre Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.