A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República anunciou nesta sexta-feira (14) a suspensão de novas campanhas de publicidade com a rede social X, antigo Twitter. A medida surge após investimentos que ultrapassaram R$ 5,4 milhões, segundo dados do Portal da Transparência, mas não há previsão para novas iniciativas na plataforma. A decisão acompanha as tensões entre o empresário Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, refletindo uma postura de cautela do governo.
Contexto de tensões
As desavenças entre Elon Musk e Alexandre de Moraes nas redes sociais têm gerado repercussões políticas e jurídicas. O empresário utilizou o X para atacar Moraes e ameaçar reativar contas desativadas em processos movidos pelo tribunal. A investigação da conduta de Musk, agora em curso, evidencia os limites da atuação judicial e dos direitos individuais no ambiente online. Em meio ao embate, Musk questionou: “Por que você está exigindo tanta censura no Brasil?“
Investigação e resposta governamental
Diante das ameaças e ataques de Musk, Moraes ordenou a abertura de novo inquérito para investigar a conduta do empresário, incluindo-o também no inquérito das milícias digitais. Estabeleceu multas para a rede X em caso de reativação irregular de perfis e determinou a investigação pela Polícia Federal dos representantes brasileiros da plataforma. Essas medidas judiciais contribuem para a postura de suspensão de novos contratos de publicidade por parte do governo.
Lula e Musk
Nos últimos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva proferiu declarações que foram interpretadas como indiretas ao empresário Elon Musk, proprietário da X. Em uma de suas falas, na quarta-feira (10), Lula criticou o crescimento do extremismo, insinuando que “empresários americanos, que nunca contribuíram com o país, ousam criticar as instituições brasileiras e seu povo“. Essas palavras ecoaram um dia após comentários similares feitos na terça-feira (9), quando Lula afirmou que bilionários envolvidos em projetos espaciais devem direcionar seus recursos para a preservação do planeta Terra. Tais declarações surgem em meio ao conflito entre Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.