Diferença salarial entre mulheres e homens cresce no Brasil

A diferença salarial entre homens e mulheres cresceu desde o começo do ano, de acordo com o novo relatório publicado pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta quarta-feira (18). O 2° Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios,  revelou que atualmente mulheres recebem 20,7% a menos que homens empregados no setor privado do Brasil. Até março, a diferença salarial era de 19,4%. O levantamento analisou 18 milhões de trabalhadores em 50.692 empresas com 100 ou mais empregados.

O relatório ainda destaca que essa diferença se torna ainda mais gritante quando são analisados cargos de liderança como direção e gerência em que as mulheres ganham 27% a menos do que os homens que executam a mesma tarefa. Em 85 das empresas pesquisadas, não há registros de mulheres empregadas. Apenas 0,2% das empresas possui mulheres em cargos de liderança.

O governo também divulgou um Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Homens e Mulheres, que é um documento que lista 79 ações, em três eixos, que buscam estimular a equiparação das funções e dos rendimentos entre homens e mulheres.

Discrepância salarial entre brancos e negros


Mulheres negras ganham ainda menos quando comparadas a mulheres brancas (Foto: reprodução/
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O relatório também destacou que a falta de igualdade salarial atinge principalmente pessoas negras, em especial mulheres negras. De acordo com os dados, mulheres negras ganham 35,38% a menos que mulheres não negras e 21,4% a menos que homens negros. Esse número aumenta quando a comparação é com homens não negros, com salários cerca de 49,75% menores. Segundo o governo, 27,9% das empresas pesquisadas possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres negras.

Dia Internacional da Igualdade Salarial

A segunda edição do Relatório foi lançada no Dia Internacional da Igualdade Salarial. Este é um dia, criado pela ONU em 2019, para relembrar a luta contra a discrepância salarial entre homens e mulheres. A data é uma lembrança de que a luta pela igualdade de gênero está presente em diferentes esferas da sociedade. A ONU diz que, no ritmo atual, o mundo só alcançará a igualdade de gênero em 300 anos.

Pessoas ainda tem R$ 11,2 milhões não resgatados no sistema do Banco Central

O sistema de valores a receber do Banco Central (BC) ainda tem cerca de R$ 8,6 bilhões disponíveis para resgate. Dentro desse valor, R$ 11,2 milhões pertencem a uma única pessoa física, o maior montante registrado entre os R$ 6,6 bilhões que podem ser sacados por 41,9 milhões de pessoas físicas. 

Apenas 2% da população tem mais de R$ 1.000 para sacar

Entre as empresas, o valor máximo a ser resgatado é de R$ 30,4 milhões, o que representa uma pequena parte dos R$ 1,97 bilhão devidos a 3,6 milhões de pessoas jurídicas, no entanto a maior parte dos brasileiro tem menos de 10 reais a receber, cerca de 63% das pessoas ou empresas, e cerca de menos de 2% tem mais de R$ 1.000 para sacar.


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Dinheiro “esquecido” em sua maioria esta em bancos (Foto: Reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Caso o dinheiro não seja retirado em 30 dias, ele será incorporado ao Tesouro Nacional, conforme um plano do governo para usar esses valores na compensação da reoneração gradual da folha de pagamentos de 17 setores da economia sendo que até agora, a plataforma já devolveu R$ 7,7 milhões esquecidos, e desde seu lançamento em 2022, resgatou R$ 5,6 bilhões para pessoas físicas e R$ 2 bilhões para empresas.

O plataforma que vem sendo amplamente divulgada tanto na impressa normal quanto nas plataformas oficiais do governo, tem a maior parte dos valores esquecidos em bancos (R$ 4,96 bilhões), seguidos por administradoras de consórcios, cooperativas e instituições de pagamento.

Possíveis golpes

Os usuários podem consultar se têm dinheiro a receber utilizando o Sistema de Valores a Receber, por meio do CPF e data de nascimento, evitando golpes comuns que tentam cobrar para liberar esses recursos, algo que o publico geral deve ficar atento, já que recentemente vários tipos de golpe vem surgido em relação a essa recurso do governo.

Governo Federal planeja acabar com o saque-aniversário do FGTS

O governo federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está prestes a propor mudanças significativas na forma como os trabalhadores podem acessar seus recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a administração federal já deu o aval para a eliminação do saque-aniversário do FGTS, uma medida que permitirá aos trabalhadores maior acesso ao crédito consignado.

A proposta, que será enviada ao Congresso em novembro, visa substituir o modelo atual por um sistema que oferece novas oportunidades para os trabalhadores do setor privado, particularmente em relação ao crédito.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a proposta de extinção do saque-aniversário do FGTS (Foto: Reprodução/GettyImages)


Impactos do fim do saque-aniversário

O saque-aniversário do FGTS, implementado em 2020, permite que os trabalhadores retirem parte do saldo de suas contas do FGTS no mês de seu aniversário. Embora a adesão a essa modalidade seja opcional, ela impõe restrições significativas em caso de demissão, limitando o saque ao valor da multa rescisória de 40% paga pela empresa. Desde a sua criação, mais de 9 milhões de trabalhadores foram afetados por essas regras, resultando em um bloqueio de cerca de R$ 5 bilhões que não puderam ser resgatados devido às regras do saque-aniversário.

A proposta de extinção dessa modalidade surge como uma resposta a esses desafios. Segundo Marinho, a troca pelo novo modelo de crédito consignado visa aumentar o acesso ao crédito para os trabalhadores, com descontos diretos no salário. Essa mudança é vista como uma forma de melhorar as condições financeiras dos trabalhadores, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades após uma demissão. A substituição da modalidade tem como objetivo criar um equilíbrio entre o acesso ao crédito e a proteção dos direitos trabalhistas.

Desafios e perspectivas para a nova proposta

A principal resistência encontrada até agora da proposta vem dos parlamentares, que expressam preocupações sobre o impacto das taxas de juros associadas aos empréstimos consignados. Atualmente, trabalhadores que optam pelo saque-aniversário podem antecipar o dinheiro através de empréstimos com bancos, o que envolve juros. O governo está estudando formas de mitigar essas preocupações, incluindo a possibilidade de impor limites aos juros desses empréstimos para garantir que os trabalhadores não enfrentem condições financeiras desfavoráveis.

Além disso, a proposta prevê que a empresa não precisará aprovar individualmente os empréstimos consignados. Em vez disso, a empresa será informada pelo banco, e o pagamento será automaticamente descontado da folha de pagamento do trabalhador. A transição do sistema atual para o novo modelo também está sendo cuidadosamente planejada, com a definição de um período de adaptação para que contratos existentes relacionados ao saque-aniversário sejam ajustados ou encerrados. A duração desse período ainda será discutida quando a proposta for debatida no Congresso.

Em resumo, a mudança proposta busca oferecer um alívio financeiro aos trabalhadores, mas enfrenta desafios que precisam ser superados para garantir uma transição suave e benéfica para todos os envolvidos. O sucesso dessa ideia dependerá de uma ampla discussão e da capacidade de abordar as preocupações dos diversos stakeholders envolvidos.

Possível volta do horário de verão traz à tona uma discussão sobre seus prós e contras

Nesta quarta-feira(11), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o governo está considerando reintroduzir o horário de verão como uma estratégia para reduzir os efeitos da atual crise hídrica no setor elétrico do país. A discussão está sendo realizada neste momento em razão da seca que atinge o país e da possibilidade de utilizar esse mecanismo para promover a economia de energia.

Alexandre Silveira argumenta que essa alteração pode ser benéfica para o sistema durante um “período realmente crítico” na geração de energia, exacerbado pela seca, que se combina com o calor intenso e o aumento do consumo durante os horários de pico, que atualmente ocorrem no início da tarde.

Prós e contras

Pesquisas realizadas alguns anos atrás evidenciaram que o horário de verão, ao invés de promover economias de energia, na verdade resultava em um aumento no consumo energético. Essa situação se deve a mudanças nos hábitos dos consumidores, que passaram a utilizar mais eletricidade em horários distintos.

Apesar de existirem várias considerações técnicas a serem levadas em conta, a decisão final sobre a implementação ou não da medida será de natureza política, sendo discutida em conjunto com o Palácio do Planalto. Isso acontece, pois há incertezas sobre os reais benefícios que essa estratégia traria para o setor energético.

No governo, há a percepção de que, se a situação se deteriorar, todos os recursos devem ser considerados, evitando críticas ao ministério por falta de ações diante da crise. Além disso, a reabertura da discussão sobre o horário de verão é impulsionada por um pedido recorrente do setor de turismo, bares e restaurantes, que enxergam nessa medida uma oportunidade de aumentar o consumo em seus negócios.


Saiba quem criou o horário de verão (Reprodução/g1/Foto: José Raphael Berrêdo)

Como surgiu o horário de verão

O horário de verão foi inicialmente sugerido por Benjamin Franklin em 1784 para economizar velas, mas sua implementação prática começou em 1916 durante a Primeira Guerra Mundial, quando países europeus adotaram a medida para economizar combustível e energia. Nos EUA, foi introduzido durante a guerra, suspenso após o conflito, e reintroduzido na Segunda Guerra Mundial. Em 1966, o Uniform Time Act estabeleceu um padrão nacional, permitindo que os estados optassem por adotá-lo.

No Brasil, a prática começou em 1931 com o objetivo de economizar energia, passando por diversas alterações ao longo dos anos, dependendo das condições econômicas e climáticas. O principal objetivo do horário de verão é promover a eficiência energética e aproveitar melhor a luz do dia.

Uso de VPNs na China se mantém alto

O uso de redes privadas virtuais (VPNs) é muito disseminado na China, apesar de dificuldades e riscos. Essas ferramentas permitem que os usuários acessem sites bloqueados pelo governo, como redes sociais e serviços de empresas americanas. Contudo, a prática, embora tolerada até certo ponto pelas autoridades, tem se tornado mais arriscada. Um exemplo recente disso é o caso de Gong, um internauta chinês punido em julho de 2024 por utilizar VPN para acessar conteúdos estrangeiros.

Embora essas redes não sejam totalmente proibidas no país asiático, a regulamentação a respeito ainda é discutida. Grandes empresas estatais de telecomunicações podem utilizá-las, mas o governo impõe restrições a VPNs locais não autorizadas . Estima-se que cerca de 30 milhões de chineses façam uso dessas redes, principalmente para acessar serviços de streaming e plataformas de jogos, como a Netflix, que não está disponível no país.


O uso de VPN ainda é alto na China (Foto: Reprodução/GettyImages/Carlos Duarte)


Riscos crescentes para usuários

Apesar de serem bastante utilizadas, as VPNs pode levar a consequências sérias. O caso de Gong, ocorrido na província de Fujian, trouxe à tona os riscos enfrentados pelos usuários. Ele foi detido por acessar redes sociais e sites estrangeiros, o que é visto como uma violação das regras do “muro digital” da China. Embora as punições aplicadas ao usuário específico não tenham sido detalhadas, relatos indicam que multas significativas, como a aplicada a empresários que oferecem VPNs ilegais, não são incomuns.

Esse caso não é isolado. Durante os protestos contra a política de Covid Zero no final de 2022, vários chineses também foram advertidos por utilizar essas redes, mas sem penalidades severas. No entanto, o temor entre os internautas se intensifica à medida que o governo mostra maior vigilância em relação ao uso dessas tecnologias, criando um ambiente de incerteza.

Instabilidade e controle estatal sobre as VPNs

Outro fator que contribui para o aumento dos riscos é a instabilidade do serviço de VPN no país. Recentemente, plataformas como Astrill e ExpressVPN, amplamente utilizadas pelos chineses, passaram por lentidão e interrupções frequentes. A organização GreatFire, que monitora a internet chinesa com apoio de entidades internacionais, relatou quedas na velocidade de conexão nos últimos dois meses, o que afeta diretamente os usuários.

Apesar disso, os chineses continuam a buscar maneiras de contornar o controle estatal sobre a internet. A facilidade de ativar e desativar a VPN permite que a prática ainda seja comum, especialmente entre aqueles que querem acessar informações externas ou consumir conteúdos de empresas como Meta e Alphabet.

Segundo IBGE, PIB do Brasil cresce 1,4% no 2° trimestre

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (3) que, na comparação com os três meses anteriores, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no 2º trimestre de 2024.


Cidade de São Paulo (Foto: reprodução/Christopher Pillitz/Getty Images Embed)


Ao longo do segundo trimestre, a indústria (1,8%) e o setor de serviços (1,1%) tiveram altas significativas, compensando a queda de 2,3% da agropecuária.

Todos os itens aumentaram em relação à demanda. O consumo do governo e das famílias subiu 1,3%, enquanto os investimentos voltaram a crescer depois de um período ruim em 2023, aumentando 2,1% neste trimestre.

Este é o décimo segundo resultado positivo do indicador em bases trimestrais. O saldo é resultado de um crescimento de 1% na atividade econômica brasileira no primeiro trimestre. O IBGE revisou o resultado anterior de 0,8%.

Destaques do PIB no 2º trimestre

O PIB totalizou R$ 2,9 trilhões em valores correntes. R$ 2,5 trilhões de Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 387,6 bilhões adicionais de Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios foram acrescentados.

Os números de aumento foram em: Importação: 7,6%; Investimentos: 2,1%; Indústria: 1,8%; Exportações: 1,4%; Consumo das famílias: 1,3%; Consumo do governo: 1,3%; Serviços: 1,0%, enquanto a Agropecuária teve uma queda de -2,3%.

Com os resultados, o PIB do Brasil aumentou 3,3% em comparação com o mesmo trimestre de 2023. Além disso, o aumento acumulado em quatro trimestres é de 2,5%.

Crescimento do PIB

O desempenho das atividades de eletricidade e gás, água e esgoto e gestão de resíduos destaca o resultado da indústria (4,2%), impulsionado pelo consumo residencial e pelas altas temperaturas.

Além disso, o bom desempenho da construção foi de 3,5%, impulsionado pelo aumento de crédito, um patamar de juros mais baixo no país e programas governamentais de apoio à comunidade, como Minha Casa, Minha Vida.

A indústria de transformação subiu 1,8%, com um aumento significativo tanto nos bens de capital quanto nos bens de consumo, que estão associados à melhoria da renda e dos créditos dos brasileiros, bem como nos bens de consumo, que estão associados à melhoria do desempenho dos investimentos produtivos na economia.

Com as paradas de manutenção do petróleo, a indústria extrativa caiu 4,4% no trimestre.

Reforma tributária: normas aprovadas pela Câmara aumentam a previsão de alíquota

Membros da equipe econômica do governo Lula estão revisando suas projeções sobre a alíquota-padrão para a futura tributação sobre o consumo, uma vez que a Câmara dos Deputados efetuou mudanças significativas no projeto de lei complementar relacionado à reforma tributária. Essas novas considerações indicam que a alíquota pode subir para cerca de 28%.

Além disso, os parlamentares ampliaram a relação de produtos e serviços que se beneficiarão de isenções ou redução nas alíquotas, o que poderá ter um impacto considerável na arrecadação tributária e na dinâmica econômica do país.

Anteriormente, as previsões do governo indicavam uma alíquota-padrão de 26,5%. O aumento esperado é atribuído à inclusão de carnes e queijos na cesta básica, à ampliação da alíquota reduzida para medicamentos e ao aumento de benefícios tributários para o setor imobiliário.

Com a reforma, será criado o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que unificará PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS. O IVA será dividido em duas partes: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), destinada à União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que ficará com estados e municípios.


Rodrigo Pacheco escolheu Eduardo Braga para relatar o projeto (Foto: reprodução/Jonas Pereira/Agência Senado)

A nova alíquota está sendo calculada após a aprovação do projeto regulatório pela Câmara em julho. No Senado, líderes afirmam que o avanço do projeto depende da retirada da urgência constitucional para votação em 45 dias, pois desejam uma análise mais tranquila, com a votação no plenário ocorrendo apenas após as eleições municipais de outubro.

Trava

A Câmara dos Deputados implementou um limitador para a alíquota-padrão, que funcionará como um gatilho: se a taxa de referência ameaçar ultrapassar 26,5%, medidas para reduzir a carga tributária serão ativadas. Assim, o Senado não precisa definir necessariamente uma alíquota nessa faixa.

Além disso, a proposta prevê que, em 2031, será avaliado se a soma das alíquotas de CBS e IBS (que entrarão em vigor em 2033) excederá 26,5%. Se isso ocorrer, o Executivo, juntamente com o Comitê Gestor, deverá enviar um projeto de lei para reduzir benefícios a determinados setores ou produtos.

Retorno

Para minimizar o impacto da inclusão de mais itens na cesta básica e aumentar os benefícios para setores como o imobiliário e mineral, os deputados adicionaram as empresas de apostas online (Bets) ao imposto seletivo. Contudo, aliados do ministro Fernando Haddad consideram que a arrecadação desse setor é incerta e pode não compensar a alta renúncia fiscal com as novas exceções.

Governo irá ampliar tarifa social de energia brasileira

O governo brasileiro planeja enviar ao Congresso, até setembro, um projeto de lei voltado à reestruturação do setor elétrico. A medida, anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante uma audiência na Câmara dos Deputados, promete promover mudanças significativas no acesso à energia elétrica. Entre as principais diretrizes, destaca-se a ampliação da tarifa social, beneficiando famílias de baixa renda, e a redistribuição dos custos dos subsídios energéticos, que devem onerar mais os grandes consumidores de energia.

O projeto inclui ainda a abertura do mercado de energia para consumidores menores, como residências e pequenos comércios, além de propor uma distribuição mais justa dos encargos setoriais. Segundo o ministro, a proposta visa corrigir distorções que sobrecarregam os consumidores de baixa renda e garantir uma distribuição mais equitativa dos custos no setor elétrico.


Com a nova lei, os consumidores poderão escolher sua companhia de energia (Foto: Reprodução/Freepik)

Expansão da tarifa social e reorganização de subsídios

Uma das principais novidades do projeto é a ampliação da faixa de consumo elegível para a tarifa social de energia elétrica. Atualmente, a tarifa beneficia famílias com consumo de até 50 kW por mês, mas o governo pretende aumentar esse limite para 80 kW, ampliando o alcance do subsídio para mais famílias. Essa iniciativa visa amenizar o impacto das contas de luz nas famílias de menor poder aquisitivo, proporcionando um alívio financeiro.

Além disso, o governo quer redistribuir os subsídios do setor, de modo que os grandes consumidores, como indústrias e comércios de grande porte, arquem com uma maior parcela dos custos. Essa mudança visa corrigir um problema existente, no qual parte significativa dos subsídios era paga por consumidores menores, enquanto grandes corporações se beneficiavam de tarifas mais acessíveis. A proposta também prevê uma revisão dos encargos setoriais, buscando uma alocação mais justa dos custos entre os diferentes segmentos de consumo.

Abertura do mercado livre e novas fontes de financiamento

Outro ponto importante do projeto é a abertura do mercado de energia elétrica para todos os consumidores, incluindo residências. Até agora, apenas grandes consumidores têm acesso ao mercado livre e podem negociar diretamente com fornecedores. Com a aprovação da nova lei, o consumidor comum poderá escolher seu próprio fornecedor de energia, o que pode aumentar a concorrência e reduzir os preços.

Para viabilizar essas mudanças, o governo também pretende buscar novas fontes de financiamento. O ministro Alexandre Silveira mencionou a possibilidade de utilizar os recursos gerados pelos leilões de petróleo da estatal Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA). A ideia é que parte das receitas obtidas com a venda de petróleo do pré-sal seja destinada ao setor elétrico, substituindo a atual forma de financiamento baseada na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que, segundo dados da Aneel, viu seus encargos mais que dobrarem entre 2013 e 2024.

Lula dialoga com os presidentes do México e da Colômbia sobre eleições na Venezuela

Nesta quinta-feira, 1º de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma conversa por telefone com os presidentes Gustavo Petro, da Colômbia, e Andrés Manuel López Obrador, do México. Na ocasião, os líderes discutiram os resultados das eleições na Venezuela, realizadas no domingo anterior, 25 de julho, que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, resultaram na reeleição de Nicolás Maduro.

A ligação era esperada, mas o horário preciso ainda não havia sido confirmado. A assessoria do Planalto comunicou que a conversa ocorreu no anoitecer cerca das 17h. Ao longo do dia, Lula esteve no Palácio da Alvorada envolvido em reuniões internas.

Pronunciamento do Presidente Lula

O presidente Luiz Inácio, embora ainda não tenha emitido uma declaração oficial, comentou que não observa “nada de anormal” em relação à eleição na Venezuela.

Não tem nada de grave e assustador“, disse o presidente da Colômbia em suas redes sociais, se referindo ao resultado das eleições venezuelanas. “Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz, permitindo um escrutínio transparente com a contagem de votos, atas e com observação de todas as forças políticas de seu país, além da observação internacional profissional“, escreveu Gustavo Petro.


Presidente brasileiro e Presidente venezuelano (Reprodução/ Mateus Bonomi/Anadolu Agency/Getty Images embed)


Em uma entrevista à TV Centro América, Lula afirmou que reconhecerá o resultado da eleição na Venezuela quando for comprovada a autenticidade das atas eleitorais. No entanto, o presidente declarou estar “convencido de que se trata de um processo normal e tranquilo“, disse o presidente sobre a situação.

Pronunciamento de outros presidentes

O México, assim como a Venezuela, não atendeu ao chamado da OEA. Em parceria com Brasil e Colômbia, o país optou por uma “terceira alternativa”, a fim de mostrar que não endossa as alegações de fraude apresentadas pela oposição, mas também não aceita a reeleição de Maduro.

Veja de qual lado os líderes mundiais ficaram após vitória de Nicolás Maduro

No último domingo, (28), Nicolás Maduro se reelegeu como presidente da Venezuela, em um processo eleitoral recheado de polêmicas e especulações, por parte da oposição, liderada por Edmundo González. Após apuração de 80% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral, Maduro teve 51,2% contra 44% de seu adversário, que contestou o resultado, dizendo que teria tido 70% dos votos, gerando polêmica nas eleições venezuelanas.


Manifestantes venezuelanos após o resultados das eleições (Foto: Reprodução/X/Hoje no Mundo Militar)

Os líderes que se pronunciaram

Tendo em vista toda a repercussão, alguns líderes mundiais se pronunciaram, tanto a favor quanto contra, sobre a vitória de Nicolás Maduro. Entre os que parabenizaram o presidente, estão os líderes da Rússia, China, Honduras, Cuba, Bolívia e Nicarágua.

O pronunciamento do governo brasileiro foi mais cauteloso, prezando por esperar a divulgação dos dados faltantes por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), definido como “um passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”. Ainda foi acrescentado, na nota do Ministério das Relações Exteriores, que o governo brasileiro admira a forma pacífica de como foi feita a jornada eleitoral.

O resultado foi contestado por líderes e autoridades de outras nações, como o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, o vice-presidente da União Europeia, Josep Borrell Fontelle, além de presidentes de países vizinhos, como Chile, Argentina, Uruguai e Equador. Para adicionar, os Ministérios de Relações Exteriores de Alemanha, Espanha, Reino Unido, Peru e Colômbia também contestaram o resultado e a vitória de Maduro.

Polêmica da apuração

A oposição, mesmo com a derrota divulgada pelo CNE, afirma que na apuração correta, possui 70% dos votos, o que tornaria Edmundo González vencedor das eleições. Porém, pelo que foi divulgado, Maduro venceu as eleições com 51,2% dos votos, contra 44% da oposição.

Como foi dito no pronunciamento do governo brasileiro, apesar da oficialização da vitória de Maduro, ainda são aguardados os registros dos dados faltantes, o que está gerando as reinvidicações por parte da oposição.