O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (20) o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A pasta é responsável por articular o governo com os movimentos sociais e com a sociedade civil. A nomeação foi oficializada após uma reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença de Marcio Macedo, ministro substituído por Boulos.
“Minha missão será levar o governo para a rua”, diz Boulos
Após o anúncio, Boulos agradeceu a Lula pelas redes sociais e destacou que pretende aproximar o governo da população. “Minha principal missão será ajudar a colocar o governo na rua, levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil”, afirmou. O novo ministro também destacou sua trajetória nos movimentos sociais e prometeu “honrar a confiança com muito trabalho”.
De acordo com fontes do Planalto, Boulos permanecerá no cargo até o fim do mandato de Lula e não disputará as eleições de 2026. A nomeação marca um gesto político importante do presidente em direção à esquerda, abrindo espaço ao PSOL dentro do Palácio do Planalto e reforçando a presença de lideranças ligadas aos movimentos populares. A Secretaria-Geral é um dos cinco ministérios sediados no próprio Planalto, o que facilita o contato direto com o presidente.
Presidente Lula fazendo a transição de Márcio Macedo para Guilherme Boulos (Foto: reprodução/Instagram/lulaoficial)
Trajetória marcada por militância e liderança nacional
Aos 42 anos, Guilherme Boulos é um dos nomes mais expressivos da esquerda brasileira. Professor e psicanalista, formou-se em Filosofia e tornou-se liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Foi candidato à Presidência em 2018 e à Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024. Em 2022, elegeu-se deputado federal com mais de 1 milhão de votos, sendo o mais votado do estado de São Paulo.
Ex-deputado e um dos vice-presidentes do PT, Marcio Macedo ocupava a Secretaria-Geral desde janeiro de 2023. Durante sua gestão, coordenou o G20 Social e manteve interlocução com movimentos populares. Apesar do histórico de lealdade a Lula, enfrentou críticas por dificuldades de mobilização em eventos recentes. A transição entre as equipes de Macedo e Boulos já começou e deve ser concluída nos próximos dias.
