Haider Ackermann estreia na Tom Ford Primavera/Verão 2026

Haider Ackermann apresentou sua segunda coleção para Tom Ford com uma leitura refinada do glamour da casa, traduzindo a sensualidade icônica em cortes precisos e uma elegância contida; a passarela privilegiou peças que parecem esculpidas no corpo, alternando alfaiataria afiada e vestidos de noite com drapeados fluidos, criando um jogo entre rigidez arquitetônica e movimento leve.

A paleta explorou neutros clássicos pontuados por verdes ácidos, laranjas e azuis intensos, enquanto materiais como seda, couro e acabamentos high‑shine foram combinados com detalhes técnicos, cortes a laser e transparências sutis, que transformaram cada look em uma construção quase estrutural. O styling reforçou a narrativa do desejo contido: acessórios mínimos, sandálias de tiras metálicas e saltos finos funcionaram como acentos precisos, e composições em pares ou pequenos conjuntos sugeriram uma coreografia íntima na passarela. Mais do que subverter a assinatura de Tom Ford, Ackermann a reinterpretou, imprimindo sua própria linguagem de delicadeza e controle, resultando em uma coleção coesa que equilibra sofisticação noturna e usabilidade contemporânea.

Impacto e recepção

A coleção teve recepção crítica majoritariamente positiva, elogiada por críticos que apontaram a habilidade de Haider Ackermann em preservar o glamour sensorial de Tom Ford enquanto introduzia sutilezas de construção e proporção; muitos destacaram a coesão do conjunto e a elegância contida como prova de uma direção criativa segura.


TOM FORD por Haider Ackermann (Post: reprodução/Instagram/@tomford)

No mercado, a coleção gerou expectativa comercial: peças-chave, especialmente vestidos de noite e blazers com cortes precisos, foram imediatamente identificadas como potenciais best‑sellers por compradores e varejistas, impulsionando interesse prévio em pedidos e conversas sobre reposicionamento de preço e distribuição.

O que isso mostra

Do ponto de vista da marca, o desfile reforçou a ideia de continuidade com renovação; a imagem de Tom Ford manteve sua assinatura de luxo e desejo enquanto ganhava uma camada de refinamento moderno associada ao nome de Ackermann, beneficiando a narrativa institucional e atraindo atenção de um público levemente mais jovem e aficionado por design.


TOM FORD por Haider Ackermann (Post: reprodução/Instagram/@tomford)

Nas redes e entre a comunidade da moda, o desfile produziu buzz qualitativo: elogios a looks específicos, discussões sobre as escolhas de cor e materiais, e destaque em listas de melhores momentos das semanas de moda, ampliando a visibilidade editorial da coleção. A longo prazo, críticos e observadores sugeriram que a segunda coleção de Ackermann para a casa pode ser vista como marco de consolidação, não uma ruptura radical, mas um ajuste estratégico que posiciona a marca para uma evolução elegante e comercialmente viável.

Paris Fashion Week inicia com desfiles ousados e novas promessas

A Paris Fashion Week começou em 3 de março de 2025, trazendo uma programação intensa até o dia 11. O evento promete estreias de diretores criativos e apresentações de jovens designers que estão moldando o futuro da moda.

Desfiles iniciais destacam a criatividade e a diversidade das novas coleções, enquanto o calendário reserva estreias aguardadas nos próximos dias

Destaques do primeiro dia

O primeiro dia da Paris Fashion Week foi marcado por desfiles que evidenciaram a ousadia e a inovação dos designers. Victor Weinsanto abriu a semana com sua coleção Outono-Inverno 2025, apresentando designs corsetados com saias curtas, casacos cintados e vestidos longos com fendas.

Modelos desfilaram em saltos agulha, tops estilo bustiê combinados com calças de cintura baixa e minissaias com cintos, além de um macacão prateado que se destacou na passarela. Weinsanto, ex-bailarino e com passagem pela casa de Jean-Paul Gaultier, encerrou o show com vestidos brancos transparentes sustentados por estruturas de espartilho, descrevendo uma das peças como representando um “iceberg”.


Desfile de Victor Weinsanto (Foto: reprodução/Victor Virgile/Getty Imagens Embed)


Outro destaque foi a apresentação de Alain Paul, que trouxe uma coleção inspirada no balé e na dança contemporânea, refletindo sua formação no Balé Nacional de Marselha. Suas peças intrincadas, como vestidos de náilon vermelho e botas Pina, demonstram a fusão entre moda e arte performática.

Paul, que já trabalhou na Vetements e na Louis Vuitton sob a direção de Virgil Abloh, lançou sua marca própria, Alainpaul, que rapidamente ganhou atenção, vestindo celebridades como Madonna.

Expectativas para os próximos dias

A semana de moda parisiense reserva estreias aguardadas que prometem redefinir os rumos de grandes maisons. Julien Klausner apresentará sua primeira coleção à frente da Dries Van Noten, enquanto Haider Ackermann fará sua estreia na Tom Ford.

Sarah Burton, conhecida por seu trabalho na Alexander McQueen, assumirá a direção criativa da Givenchy, trazendo expectativas sobre como ela reinterpretará os códigos da maison. Além disso, a Saint Laurent alterou sua programação tradicional, encerrando a semana de moda, o que adiciona uma expectativa adicional ao evento.


Sobre a primeira coleção de Klausner na Dries Van (Vídeo: reprodução/Instagram/@myfashionblomme)


Com uma programação intensa até 11 de março, a Paris Fashion Week promete continuar surpreendendo e encantando o público com desfiles que mesclam tradição e inovação, reafirmando a posição de Paris como a capital mundial da moda.

Haider Ackermann é anunciado como novo diretor criativo da Tom Ford

Após a saída de Peter Hawkings da cadeira de diretor criativo, em julho deste ano, o novo nome que irá encabeçar a Tom Ford acaba de ser anunciado, na manhã desta quarta-feira (04): Haider Ackermann. Em comunicado oficial, o estilista que nasceu em Bogotá, mas foi adotado, ainda criança, por uma família francesa, afirmou: “É com tremendo orgulho que vou honrar o legado de Tom Ford, um homem que admiro há muito tempo e por quem tenho extremo respeito”.


Haider Ackermann é o novo diretor criativo da Tom Ford (Foto: reprodução/Elle Brasil) 

O fundador da grife e prestigiado estilista, Tom Ford, também comentou sobre a escolha de Haider para o posto: “Sou um grande fã do trabalho de Haider. Acho sua moda masculina e feminina igualmente atraentes. Ele é um colorista incrível, sua alfaiataria é afiada e, acima de tudo, ele é moderno. Nós dividimos algumas das mesmas referências históricas e eu não poderia estar mais animado para ver o que ele vai criar”. 

Ackermann é celebrado desde do começo de sua carreira e com pouco tempo se tornou uma figura ilustre no universo da moda. Já colaborou com marcas como Maison Ullens, Fila e Canada Goose, além de ser um dos designers convidados a assinarem uma coleção de alta-costura de Jean-Paul Gaultier.

Uma trajetória ilustre

O legado principal de Haider Ackermann para o mundo da moda foi a sua visão única para a alfaiataria, de construção estruturada e visual alongado, além de um exímio trabalho com drapeados. Sua precisão de corte está muito correlata a sua bagagem de início de carreira. O estilista estudou na Royal Academy of Fine Arts, em Antuérpia, e logo após sua formatura, estagiou com John Galliano por cinco meses. Em 2002, o estilista fundou sua marca homônima.


Desfile da Haider Ackermann, inverno 2019 (Foto: reprodução/Now Fashion)

Ao longo de sua carreira, Ackermann foi cogitada para muitas cadeiras importantíssimas no universo fashion, de Margiela, até ser mencionada por Karl Lagerfeld para o substituir no comando da Chanel. Mas o estilista preferiu encerrar sua marca, e desde 2020 está focada apenas em vestir estrelas famosas de Hollywood, como Tilda Swinton e Timothée Chalamet, em ocasiões pontuais.

Um futuro na Tom Ford

A marca homônima do estilista americano Tom Ford carrega uma forte identidade, desde sua fundação, em 2005. Após anos de excelência como diretor criativo da Gucci, e de receber o mérito de ter tirado a tradicional “maison” italiana dos maus lençóis que ela se encontrava na década de 90, o americano apostou em menos extravagância na hora de produzir os eventos de lançamento de suas coleções. 


Tom Ford, verão 2018 (Foto: reprodução/Vogue Brasil) 

A primeira coleção da grife brilhou nas passarelas apenas em 2010, cinco anos depois de sua fundação, em um desfile intimista, realizado em uma de suas lojas, na Madison Avenue, em Nova York. A reviravolta aconteceu em 2022, quando a marca Tom Ford foi comprada pela Estée Lauder Companies, com a condição contratual de que o grupo, a partir daquele momento, tomaria conta total das operações. Assim, o posto de criação saiu das mãos de Tom Ford e passou para Peter Hawkins, seu braço direito. Hawkins deixou a cadeira vaga este ano. 

Apesar dos estilos evidentemente diferentes entre o estilista fundador da marca e mais novo contratado, as poucas semelhanças que possuem, são precisas para acontecer um casamento perfeito entre as partes. Ambos são especialistas em alfaiataria, e a sensualidade é uma de suas características chaves, por isso, muitos críticos acreditam que a escolha por Ackermann foi precisa e retornará prosperamente para a Tom Ford.