Governo americano aprova envio de US$ 1 bilhão em armas para Israel

O governo dos Estados Unidos aprovou o envio de um pacote de armas no valor de US$ 1 bilhão para Israel. Essa medida ocorre em meio a crescentes tensões no conflito entre Israel e o grupo Hamas, na Faixa de Gaza, e menos de uma semana após o presidente Joe Biden indicar a possibilidade de suspender o fornecimento de armas ao aliado israelense.

Segundo informações de autoridades americanas à agência Reuters, o pacote de armamentos inclui projéteis de tanque, morteiros e veículos táticos blindados, sendo elaborado pelo Departamento de Estado dos EUA.

Os detalhes sobre o envio de armas foram discutidos em alto nível, envolvendo presidentes e membros dos Comitês de Relações Exteriores do Senado e dos Assuntos Exteriores da Câmara. Isso ocorreu em meio a uma discordância sobre a operação israelense em Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza, que abriga mais de 1 milhão de palestinos refugiados dos conflitos entre Israel e o Hamas.


“Somos nós ou os monstros do Hamas” disse Netanyahu no Memorial Day (Foto: reprodução/Instagram/Shalev Shalom)

Restrições ao fornecimento de armas

As tensões aumentaram após declarações de Biden no dia 8 de maio, quando ele indicou que interromperia o fornecimento de artilharia e outras armas a Israel caso o país lançasse uma grande ofensiva contra Rafah. O presidente dos EUA enfatizou que não forneceria armas utilizadas em ataques contra o Hamas, especialmente se Israel visasse centros populacionais.

Biden deixou claro a Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e ao gabinete de guerra, que os Estados Unidos não apoiariam ataques a áreas civis. No entanto, ele ressaltou que isso não significava um afastamento da segurança de Israel, mas sim uma limitação da capacidade de Israel de travar guerra nessas áreas.

Tensões

Inicialmente, houve uma interrupção no envio de armas, incluindo bombas de diferentes tamanhos, mas não foi tomada uma decisão definitiva sobre como proceder. Essas declarações e ações destacam a tensão crescente entre os EUA e Israel sobre as operações militares em Gaza e a proteção de civis palestinos.

O posicionamento de Biden tenta equilibrar o apoio tradicional dos EUA a Israel com uma crescente preocupação com os direitos humanos e a proteção de civis em conflitos armados, um tema que tem sido cada vez mais debatido internacionalmente.

Agência da ONU estima 300 mil palestinos refugiados de Rafah

A UNRWA, subsidiária da Organização das Nações Unidas criada em 1949 para atender refugiados palestinos, divulgou neste domingo (12) que cerca de 300 mil palestinos já fugiram da cidade de Rafah, localizada no sul da Faixa de Gaza. Rafah é considerada o último refúgio para os afetados pela guerra entre Israel e o Hamas, mas Israel também acredita que este seja o último reduto do grupo terrorista.

Último refúgio

A ONU considera que estes palestinos estão sendo deslocados à força e é contra a incursão israelense, criticando a ação por causa das implicações humanitárias aos refugiados. O Departamento de Estado dos EUA emitiu um relatório afirmando que Israel pode ter violado lei humanitária em Gaza, dizendo que não há lugar seguro para estas pessoas irem.

A guerra entre Israel e Hamas completou sete meses em maio, tendo sido iniciada no ataque do grupo terrorista em outubro de 2023, que vitimizou 1.200 pessoas. Israel então lançou ofensivas para tentar eliminar o grupo, causando no total a morte de 35 mil palestinos segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. Israel afirma que a cidade de Rafah é o último refúgio do grupo terrorista e, portanto, o último passo para encerrar a guerra.


A guerra entre Israel e Hamas, além de causar milhares de mortes, obriga a população local a fugir de seus lares (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images embed)


Os EUA apoiam Israel, mas são contra uma operação em larga escala do exército, pois não houve a formulação de um plano humanitário apropriado para a população refugiada na cidade durante a guerra. Em resposta, os americanos interromperam o envio de bombas para Israel na semana passada.

A incursão terrestre do exército israelense teve início na última terça-feira (07), quando o país assumiu o controle do lado palestino na travessia de Rafah, cque conta com mais de 1 milhão de refugiados da guerra Israel-Hamas. Segundo a Reuters, os tanques israelenses bloquearam o acesso e realizaram ataques contra alvos do Hamas durante a semana inteira. A ordem para evacuar o leste da cidade veio na segunda-feira (06) pelas Forças de Defesa de Israel, em “preparação para uma operação terrestre na região”, reportou Daniel Hagari, porta-voz da FDI. Cinco dias depois, um novo comunicado de evacuação foi emitido e a operação afetou a entrada de ajuda humanitária. Felizmente, a passagem de Kerem Shalom foi reaberta na quarta (08), possibilitando o auxílio ser retomado vindo do Egito.

Negociações de cessar-fogo

Desde o início do conflito, a cidade de Rafah foi o principal ponto de comunicação entre Gaza e o restante do mundo. A cidade também é a principal entrada de ajuda humanitária para os palestinos e o ponto de saída de estrangeiros e reféns libertados durante o cessar-fogo de novembro. Com o avanço do confronto, Rafah subiu de 280 mil pessoas para 1,5 milhão de habitantes, que se alojaram em tendas. O lugar é um último refúgio para quem tenta escapar dos horrores da guerra. 

Em comunicado divulgados pelas redes sociais, o governo de Israel pediu aos moradores que deixassem a região leste de Rafah e fossem para Al-Mawasi, cidade palestina vizinha. Israel disse ter criado uma zona humanitária para receber as pessoas, com instalações de hospitais de campanha, além de tendas, comida e água.


O governo norte-americano tenta mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas (Foto: reprodução/Miriam Alster/Getty Images embed)


De acordo com o governo palestino, controlado pelo Hamas, as forças israelenses bombardearam a parte leste da cidade, preparam sua entrada em Rafah afirmando que a cidade é o último reduto do grupo na Faixa de Gaza. Mas a cidade que faz fronteira com o Egito também é o último refúgio para os palestinos que deixaram suas cidades no norte, centro e no sul do país no percurso da guerra.

Segundo o Hamas, o grupo havia aceitado uma proposta de cessar-fogo elaborada pelo Egito e pelo Catar no início da semana passada, mas Israel não aceitou e uma nova rodada de negociações de trégua com troca de reféns não foi bem sucedida. Apesar das tentativas falhas, os Estados Unidos, o maior aliado de Israel, ainda se mostra otimista e vai continuar a mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Israel retalia Hezbollah após ataques com drones e mísseis deste sábado

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atacou o Irã nesta segunda-feira (15). No final da noite, pelo horário local, a conta do IDF no Telegram informou que caças israelenses dispararam contra dois complexos militares do Hezbollah no sul do Líbano. 

A ofensiva foi em resposta a dezenas de drones e mísseis que foram enviados pelo Irã e aliados, atingindo Israel no sábado (13). O atentado foi atribuído ao Hezbollah, um grupo aliado dos iranianos. Embora muitos drones tenham sido interceptados, o balanço de Israel notificou que uma criança de dez anos ficou ferida e uma base do exército israelense foi levemente atingida.

O ataque do Irã ocorrido no sábado, é uma retaliação ao bombardeio em 1º de abril contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria. O ataque deixou sete mortos, todos membros da Guarda Revolucionária do Irã. Entre eles estavam três comandantes iranianos. 


Irã celebra ataque com mísseis contra Israel em Teerã (Foto: reprodução/Morteza Nikoubazl/NurPhoto/Getty Images Embed)


Israel afirma que sua intenção é conter o Irã

Antes do ataque de segunda-feira, o chefe de gabinete das Forças de Defesa Israelenses, Herzi Halevi, já havia dito que o país responderia ao ataque iraniano ocorrido no sábado. A ação de Israel foi decidida após uma reunião do gabinete de guerra montado pelo governo.

O canal israelense Channel 12, também havia noticiado que a intenção de Israel era “ferir” o Irã no sentido de contê-lo, sem chegar ao ponto de provocar uma guerra regional. 

Avi Hyman, primeiro-ministro de Israel, disse ainda através do canal que o Irã “continua a desestabilizar o mundo e a trazer perigo para a região,” e que “nenhum país no mundo toleraria ameaças repetidas dessa natureza.”

Ataque de Israel: alvo são facções fundamentalistas

Em 7 de outubro de 2023, ocorreu o ataque à Faixa de Gaza liderado pelo grupo Hamas, que é apoiado pelo Irã. Estima-se que a invasão tenha deixado 1200 mortos, e 240 pessoas foram sequestradas. 

Desde então, Israel tem intensificado as ações contra o grupo libanês Hezbollah e as Guardas Revolucionárias do Irã, ambos atuantes em território sírio.

Retaliaçâo: Irã envia drones e mísseis em direção a Israel

De acordo com fontes militares israelenses, neste sábado (13), o Irã realizou um ataque com drones e mísseis contra o território de Israel. Os drones levaram horas para alcançar seu alvo, enquanto explosões foram ouvidas em Jerusalém pouco antes das 20h. Sirenes de alerta foram ativadas em várias regiões do país, conforme relatado pela mídia local.

Em um comunicado lançado na última sexta-feira (12), os Estados Unidos confirmaram que havia uma grande possibilidade de Irã revidar contra Israel pelo ataque ao consulado iraniano na Síria que ocorreu no dia 1. Joe Biden, o presidente dos EUA, afirmou que ataque ocorreria em breve.

Planos Revelados

Conforme o jornal “The Wall Street Journal”, Israel está em alerta para o possível ataque, onde podem ser bombardeados por mísseis iranianos, que serão utilizados para retaliar seus rivais geopolíticos, e depois como instrumentos para afastar outros países que que poderiam ficar contra eles. 


ataque de Israel a Siría(Foto/reprodução/Firas Makdesi/Reuters)

Revelados em junho do ano passado, o Irã demostrou seus primeiros misseis balísticos, baseados nos designs de armas russas e da coreia do norte, os projeteis podem chegar à velocidade próxima a cinco vezes a velocidade do som, difíceis de ser interceptados por conseguir realizar trajetórias complexas. 

Mísseis do Irã

Na semana passada, a ISNA, uma agência de notícias semioficial, postou um gráfico que revela alguns misseis em posse do país do oriente médio entre elas, são: 

  • ‘Sejil’, que tem a capacidade de voar a 17 mil km por hora e possui um alcance de 2.500 quilômetros. 
  • ‘Kheibar’, pode alcançar 2.000 kms. 
  • ‘Haj Qasem’, consegue tem o alcance de 1.400 kms (recebeu tal nome em sua forma de homenagem ao comandante das forças Quds Qasem Soleimani, vítima em um ataque dos EUA em Bagdá, no Iraque, em 2020). 

Desde que foram revelados, os Estados unidos e as nações do continente europeu se declaram contra o programa de mísseis do Irã, a nação em informou que mesmo com as críticas iriam continuar com seus planos  

Auxilio a Israel

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA informou que o seu país garantirá suporte aos israelenses ao tudo que precisarem para se defender, inclusive estão a analisando a possibilidade de envio de milhares de soldados americanos para a região. 


John Kirby em entrevista ( Foto/reprodução/SAUL LOEB-POOL/GETTY IMAGES)

“tenham o que precisam e que sejam capazes de se defender“. Disse Kirby. “garantir que estamos devidamente preparados”. Completou o porta voz. 

Autoridade do Hamas promete “arruinar Israel” após ataque com palestinos mortos e feridos

Após 33.545 mortes de palestinos, a guerra entre Israel e Palestina continua. Nesta sexta-feira (12), o exército israelense lutou contra os palestinos no norte e no centro da Faixa de Gaza.

As tropas israelenses se retiraram de Gaza para se prepararem para um ataque à cidade de Rafah, ao sul, onde mais de 1 milhão de palestinos estão abrigados. No entanto, os combates persistiram em várias regiões.

Número de mortos não para de subir

Moradores do campo de Al-Nusseirat (onde refugiados palestinos se abrigam, localizado no meio da Faixa de Gaza), disseram que após uma ofensiva terrestre surpresa na quinta-feira, dezenas de pessoas foram relatadas como mortas ou feridas devido aos bombardeios israelenses por ar, terra e mar, entre eles estava um jornalista turco, identificado como Sami Shahada, que teve sua perna amputada em consequência. Houve relatos de casas e duas mesquitas destruídas durante os ataques.

Já na cidade de Gaza, o ministério da saúde (hoje controlado pelo Hamas), afirmou que 89 palestinos foram mortos por ataques militares israelenses em 24 horas, sendo pelo menos 25 da mesma família, os Tabaribi.

De acordo com a agência de notícias palestina Wafa, helicópteros de guerra israelenses também atingiram casas nos bairros de Zeitoun, Shujayea e Remal, causando mais ferimentos a civis.

O IDF (Forças de Defesa de Israel), afirmou que estavam realizando “uma operação precisa baseada em inteligência” contra militares e sua infraestrutura no centro de Gaza.

No último dia, os caças da IDF atingiram mais de 60 alvos terroristas na Faixa de Gaza, incluindo postos de lançamento subterrâneos, infraestrutura militar e locais onde operavam terroristas armados“, disseram em comunicado militar. “Paralelamente, a artilharia da IDF atingiu a infraestrutura terrorista na região central da Faixa de Gaza.”

Khaled Meshaal


Khaled Meshaal (PPM via Getty Images)


Khaled Meshaal, um dos dirigentes da organização islâmica Hamas, grupo que liderou um ataque ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, disse que vai “arruinar o inimigo em breve”, depois de 6 meses de guerra.

Biden faz críticas a  Netanyahu sobre a guerra em Gaza

Em entrevista ao canal de TV Univision que foi ao ar nesta terça–feira (09), Joe Biden criticou abertamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em relação à sua atuação na Faixa de Gaza. Além disso, Biden também cobrou que o chefe do poder  Executivo de Israel acate um cessar-fogo com o Hamas. 

“Peço simplesmente que os israelenses estabeleçam um cessar-fogo, que permitam durante as próximas seis, oito semanas, acesso total a todos os alimentos e medicamentos que entrem [em Gaza]” , enfatizou Joe Biden em entrevista à televisão norte-americana que foi ao ar nesta terça-feira (09). 

Além disso, Biden também teceu fortes críticas direcionadas ao primeiro-ministro israelense, inclusive apontando que não concorda com seu posicionamento diante do conflito. “Acho que ele comete um erro no que faz. Não concordo com o ponto de vista dele”, concluiu o presidente dos EUA. 


Mais de 30 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza em seis meses de conflito. (Foto: reprodução/Mohammed Faeq/AFP)

Seis meses de guerra em Gaza

O conflito que teve início em outubro de 2023 devido a um ataque do Hamas, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns, na fronteira de Gaza com Israel, acaba de completar seis meses de duração. Na atual situação em que se encontra a guerra, tropas israelenses continuam seu domínio sob a Faixa de Gaza, além de bombardeamentos constantes que se concentram principalmente no norte e no centro do território. 

Nesses seis meses em que se perdura o conflito, mais de 30.000 pessoas já foram mortas na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas. No entanto, no último domingo (7),  países que atuam como mediadores do diálogo entre o grupo terrorista e Israel , como Egito, Estados Unidos e Catar, apresentaram uma proposta de trégua dividida em três fases. 

Histórico do conflito

Em 1947 a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação do  Estado de Israel em área na qual pertencia à Palestina, com o intuito de solucionar o antissemitismo. Assim, a partir de 1948, a região foi dividida em dois Estados, um judeu, pertencente à Israel e um árebe, pertencente à Palestina

A configuração proposta pela ONU gerou uma série de conflitos históricos entre os dois povos, com a ocupação de judeus em áreas que, inicialmente, deveriam pertencer aos palestinos.

 Segundo relatório da ONU, desde 2008, Israel matou mais de 6.300 árabes, sendo mais da metade civis, e feriu cerca de 150 mil. Pelo outro lado, o relatório registrou 308  mortes de israelenses por palestinos, no qual 131 eram civis, os feridos somam-se mais de 6.307.

Israel enfrenta pressão dos EUA para maior ajuda humanitária em Gaza

No último domingo (7), mais de 300 caminhões de auxílio humanitário entraram no enclave palestino. A Casa Branca elogiou, mas afirmou que seriam necessários, pelo menos, 350 caminhões por dia, enquanto durarem as negociações pelo cessar-fogo e pela libertação dos reféns.

Processo de negociação

John Kirby, porta-voz da Casa Branca, disse que o diretor da CIA, William Burns, esteve no Cairo no último final de semana com o objetivo de focar em negociações para libertar os reféns que estão mantidos em Gaza pelo grupo palestino Hamas.

 “Deveria ser óbvio, apenas pela quantidade de diplomacia que estamos fazendo e que nossos correspondentes estão fazendo, que estamos levando isso muito, muito a sério. E realmente queremos chegar um acordo sobre os reféns o mais rápido possível”.

John Kirby

Palavras ditas por Kirby ao ser questionado pelos repórteres se haveria motivo para otimismo sobre um possível acordo pelos reféns.

O saldo desse embate, até agora, são 1.200 pessoas mortas em um massacre no sul de Israel, em 7 de outubro pelo Hamas, de acordo com informações israelenses; e mais de 33.000 palestinos mortos pelo contra-ataque de Israel, segundo informações do Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas.


Palestinos evacuam área após ataque aéreo israelense, em outubro de 2023 (Foto: reprodução/Mahmud Hams/AFP/Getty Images embed)


Israel dá resposta à Casa Branca

Atendendo ao apelo dos EUA, Israel enviou nesta segunda-feira (8), 419 caminhões de ajuda humanitária. Segundo as Forças de Defesa de Israel, é a maior entrega de auxílio em um único dia, desde 7 de outubro do ano passado, quando iniciou o conflito.

Antes disso, entre 450 e 500 caminhões com suprimentos entravam em Gaza diariamente. O PAM (Programa Alimentar Mundial) disse que 88% da população em Gaza está em estado de emergência pela insegurança alimentar, e é iminente a fome no norte da Faixa.

Israel entrega nova proposta de cessar-fogo ao Hamas

Israel anunciou na terça-feira (2) que uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza foi elaborada e entregue ao Hamas, conforme confirmado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

Após a última rodada de negociações no Cairo, a delegação israelense está retornando para casa. Durante as negociações, formularam uma proposta atualizada para o Hamas, com a esperança de que os mediadores pressionem mais pela obtenção de um acordo. As conversas visam um cessar fogo e  a libertação de reféns. 

“Como parte das discussões, com a mediação útil do Egito, os mediadores elaboraram uma proposta atualizada a ser apresentada ao Hamas”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro.

Negociações entre Israel e Hamas 

As últimas negociações entre Israel e Hamas foram retomadas no Cairo no domingo (31), segundo a mídia estatal egípcia Al-Qahera News. Uma fonte egípcia confirmou o andamento das negociações, destacando os esforços conjuntos egípcio-catarianos para progredir nas conversas. 

No início de março, negociações semelhantes ocorreram em Doha, no Qatar, com a participação do primeiro-ministro israelense e do diretor da CIA, Bill Burns, visando a libertação de reféns e uma pausa humanitária. Posteriormente, uma proposta foi devolvida ao Hamas, que a rejeitou na terça-feira (26).

Contexto dos ataques

Os ataques terroristas ocorridos em Israel em 7 de outubro de 2023 foram conduzidos pelo grupo Hamas, considerado um grupo terrorista islâmico palestino. Esse evento foi classificado como o dia mais letal para os judeus desde o Holocausto.

Soldados israelenses caminham entre retratos de pessoas capturadas ou mortas por militantes do Hamas no ataque de 7 de outubro. Foto: reprodução/Foto de JACK GUEZ/AFP via Getty Imagens Embed

O conflito territorial entre Israel e Palestina, que ganhou destaque nos noticiários com os eventos de outubro de 2023, tem raízes históricas que remontam a mais de 70 anos, intensificando-se após a criação do Estado de Israel na esteira da Segunda Guerra Mundial.

Milhares de judeus de diversas localidades iniciaram uma série de movimentos migratórios sob a justificativa de encontrar um novo lar após o Holocausto na Segunda Guerra Mundial, embora os palestinos já estivessem naquele território.

Consequências do conflito Israel e Hamas

Desde que Israel iniciou sua resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro, estima-se que pelo menos 20 mil vidas tenham sido perdidas em Gaza. Dados do Ministério da Saúde na região, controlado pelo Hamas, indicam uma média alarmante de quase 300 mortes por dia desde o início do conflito, excluindo um breve cessar-fogo de sete dias.

Ataques aéreos israelenses na cidade de Gaza em 12 de outubro de 2023. Foto: reprodução/ Foto de MAHMUD HAMS/AFP via Getty Imagens Embed

Gaza é reconhecida como a maior prisão a céu aberto do mundo, com cerca de 80% da população forçada a abandonar seus lares, enquanto metade vive em extrema pobreza. O quadro é ainda mais preocupante considerando que mais da metade dos residentes são crianças.

De acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, mulheres e crianças compõem cerca de 70% dos mortos em Gaza no atual conflito. Além disso, mais de 52 mil pessoas foram feridas até o momento, segundo o ministério.

Médicos em Gaza advertem que o número oficial de mortos provavelmente subestima a realidade, dada a possibilidade de muitos corpos estarem soterrados sob os destroços de edifícios atingidos por bombardeios ou ainda não terem sido resgatados e levados para hospitais. 

Ataque ao consulado do Irã na Síria: presidente iraniano promete revidar

Nesta segunda-feira (1), um ataque de Israel ao prédio do consulado do Irã localizado em Damasco, na Síria, deixou sete mortos, todos membros da Guarda Revolucionária do Irã. Entre eles estavam três comandantes iranianos. A embaixada do Irã na Síria afirmou que o consulado foi atingido por seis mísseis disparados por caças F-35.

Segundo a mídia estatal iraniana, o ministro de Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, falou que o país responsabiliza Israel pelo bombardeio. Em comunicado ao Conselho de Segurança da ONU, o Irã solicitou uma reunião de emergência e disse estar em seu direito de revidar. 

Presidente do Irã: ‘ação agressiva e desesperada’

Nesta terça-feira (2), o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou na agência de notícias iraniana Tasnim que o ataque “não ficará sem resposta“, e classificou o bombardeio como uma “ação agressiva e desesperada“. O presidente também afirmou que a investida israelense viola regras internacionais.


O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, prometeu retaliação ao ataque de Israel (Foto: reprodução/Getty Images Embed)


Segundo informações do G1, o jornal The New York Times afirmou que conversou com quatro autoridades de Israel, que confirmaram que o país realmente foi o autor do ataque.

O Irã não deixou claro quais serão as próximas ações tomadas como resposta ao atentado.

Ataque ao consulado mata autoridades iranianas

O bombardeio feito com aviões militares de Israel matou Mohammad Reza Zahedi, comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã. Entre os mortos também estavam Mohammad Hadi Haji Rahimi, braço direito de Zahedi, e outro comandante sênior. Como informa o portal G1, os três fariam parte da Força Qods, o braço de operações exteriores do grupo.

Irã e o conflito na Faixa de Gaza

O grupo terrorista Hamas, responsável pelo ataque a Israel na região da Faixa de Gaza em 7 de outubro, é apoiado pelo Irã. Estima-se que a invasão do Hamas ao sul do país no ano passado deixou 1200 mortos, e 240 pessoas foram sequestradas. 

Desde então, Israel tem intensificado as ações contra os grupos grupo libanês Hezbollah e As Guardas Revolucionárias do Irã, ambos atuantes em território sírio.

Conselho de Segurança da ONU aprova cessar-fogo em Gaza

Na segunda-feira (25), foi alcançado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas um marco significativo, com a aprovação de uma resolução que exige um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Esta medida, liderada por Moçambique e respaldada por um grupo de dez países rotativos, marca a primeira ocasião em que o Conselho conseguiu aprovar uma resolução dessa natureza para o território palestino.

Em meio a uma ofensiva militar intensa por parte de Israel, desencadeada após um ataque perpetrado pelo grupo terrorista Hamas em outubro de 2023, a aprovação ocorre. Desde então, um aumento alarmante de violência e sofrimento humano foi testemunhado na região, com centenas de vidas perdidas e inúmeras famílias deslocadas devido aos conflitos.

Proposta vetada


China e Rússia vetaram uma resolução proposta pelos EUA (Fotografia: reprodução/XINHUA/ONU)

Na semana passada, uma resolução proposta pelos Estados Unidos, solicitando uma interrupção nos bombardeios, foi vetada pela China e pela Rússia, que são dois dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança com poder de veto.

A mudança notável na posição de Washington em relação ao conflito, representada pela proposta dos EUA, incluiu não só o pedido de um cessar-fogo imediato, mas também a libertação de reféns. No entanto, alguns membros do Conselho resistiram a essa iniciativa, argumentando que os Estados Unidos não demonstraram comprometimento suficiente com uma solução duradoura para o conflito.

Desafios da implementação do cessar-fogo

No entanto, embora represente um passo crucial em direção à paz, não se pode garantir sua eficácia na total resolução do conflito. O desafio atual é implementar de forma efetiva as determinações contidas no texto da ONU, com ênfase na garantia de cumprimento pelos principais atores envolvidos: o governo de Israel e o grupo Hamas.

Posição Americana sobre a guerra Israel x Hamas

Nas últimas semanas, houve uma alteração de postura por parte do governo norte-americano em relação ao conflito. O presidente Joe Biden manifestou preocupação com o alto índice de civis mortos no território palestino.

Em fevereiro, começou a ser debatida a possibilidade de os Estados Unidos proporem uma resolução no Conselho de Segurança da ONU visando interromper o conflito no território palestino.