A morte de Giorgio Armani, anunciada nesta quinta-feira (4/9), encerra um capítulo essencial da alta-costura mundial. O estilista italiano, que nunca se casou nem teve filhos, construiu um legado que vai muito além das passarelas. Com mais de R$ 65 bilhões em patrimônio e décadas de influência sobre tendências globais, Armani figurava entre os 200 homens mais ricos do planeta segundo a Forbes. Sua marca se tornou sinônimo de sofisticação e inovação, moldando o guarda-roupa de gerações.
Quem herda o trono e o futuro fashion
Sem herdeiros diretos, Armani estruturou cuidadosamente quem ficaria à frente de sua fortuna e da grife. A irmã Rosanna e os sobrinhos Silvana, Roberta e Andrea Camerana, já envolvidos no grupo, são considerados herdeiros legítimos segundo a lei italiana. Além deles, Leo Dell’Orco, companheiro e braço direito de Giorgio por décadas, surge como peça-chave para manter a identidade da casa. O testamento, ainda mantido em sigilo, deve distribuir a herança entre familiares, Dell’Orco e entidades escolhidas pelo estilista.
Visando garantir independência e estabilidade, Armani criou em 2016 a Fundação Giorgio Armani, que detém parte relevante das ações. A entidade deverá supervisionar a manutenção dos valores da marca e também financiar projetos sociais e culturais, conforme diretrizes do próprio fundador. Especialistas indicam que a fundação será peça central na governança, atuando como guardiã do DNA criativo e evitando a absorção por conglomerados de luxo internacionais.
Morre o estilista italiano, Giorgio Armani, aos 91 anos (Foto: reprodução/Instagram/@giorgioarmani)
Um legado que inspira gerações
Mesmo após sua partida, Armani deixa um universo criativo que moldou o conceito de elegância moderna. Sua visão minimalista e atemporal transformou o luxo em acessível sem perder refinamento. A fortuna bilionária e o prestígio mundial garantem que seu nome continue vivo, agora guiado por familiares, colaboradores e pela fundação que carrega sua assinatura. Para o universo fashion, é o fim de uma era, mas também o início de um novo ciclo inspirado na genialidade do mestre italiano.
De acordo com especialistas em sucessões, a gestão do Grupo Armani passará a ser feita por um conselho, reunindo Dell’Orco e membros da família já inseridos na operação. O modelo de governança visa uma transição gradual, preservando o estilo clássico e a identidade da grife. Alterações nos estatutos da empresa, realizadas em 2023, criaram diferentes classes de ações, permitindo dividir propriedade sem comprometer o controle estratégico.
