Espiões russos forjaram e-mails usados por Trump contra Hillary, segundo EUA

A divulgação de um anexo recentemente desclassificado lançou nova luz sobre antigos relatórios de inteligência russa de 2016, que analisavam supostos e-mails hackeados de cidadãos americanos. O material revela os esforços do procurador especial John Durham para comprovar a autenticidade de alguns desses e-mails — tentativa que acabou fracassando, já que os documentos foram considerados provavelmente forjados.

Falsas acusações foram refutadas através do anexo


Hillary Clinton (Foto: reprodução/AFP Brendan Smialowski/Getty Images Embed)


Negação e e-mails contendo informações duvidosas

O anexo demonstra que os principais e-mails usados como suposta prova — datados de 25 e 27 de julho de 2016 — são altamente duvidosos. Leonard Benardo, da Open Society Foundations (organização ligada a George Soros), negou ter escrito os e-mails. Ele disse nunca ter usado a linguagem contida nas mensagens e sequer conhecer a pessoa citada como “Julie” ou “Julia”.

Além disso, a equipe de Durham descobriu que os e-mails suspeitos pareciam ser composições feitas a partir de trechos reais extraídos de mensagens hackeadas de think tanks progressistas americanos, como a Open Society Foundations, a Carnegie Endowment e o Atlantic Council — todos alvos de espionagem russa.

Durham admitiu que, embora os agentes do FBI devessem ter sido mais cautelosos ao lidar com o dossiê Steele (financiado por democratas), a alegação central da chamada “inteligência do Plano Clinton” provavelmente tinha origem em desinformação russa.

Mesmo assim, o procurador usou seu relatório final e petições judiciais para insinuar que a campanha de Clinton teria fabricado a narrativa de conluio, embora não tenha conseguido apresentar provas disso. Duas pessoas foram acusadas por declarações falsas ligadas à investigação — ambas foram rapidamente absolvidas.

Hillary Clinton critica Trump por taxar em 50% produtos brasileiros

A advogada e ex-secretária de Estado dos Estados Unidos Hillary Clinton se posicionou através da rede social Bluesky de forma contrária à escolha do presidente americano Donald Trump de taxar em 50% produtos brasileiros. Clinton afirmou que a medida, que começará a valer a partir do dia 1º de agosto, fará com que os estadunidenses paguem mais caro na carne bovina. Ela ainda disse que Trump quer “proteger seu amigo corrupto”, em referência à Jair Bolsonaro.

A advogada adicionou à postagem um link para uma matéria do New York Times. O título da publicação do jornal diz “Trump promete tarifa de 50% contra o Brasil, citando ‘caça às bruxas’ contra Bolsonaro”.

Carta para Lula

Em carta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Donald Trump mencionou o processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) e envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado. O republicano também citou o que chamou de “ordens de censura às mídias sociais” para justificar a taxação.


Presidente americano Donald Trump (Foto: reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed)


A tarifa de 50% sobre produtos do Brasil é a mais alta da série de taxações impostas por Donald Trump.

Trump defende Bolsonaro

O presidente americano já defendeu Jair Bolsonaro em outras postagens nas redes sociais. O republicano se referiu ao julgamento do STF como uma “caça às bruxas”. Trump já usou a expressão outras vezes para falar sobre seus próprios processos. Ele também apelou para que deixassem Bolsonaro “em paz”.


Publicação de Hillary Clinton no Bluesky (Foto: reprodução/Bluesky/@hillaryclinton.bsky.social)

Além de criticar as tarifas, Hillary Clinton também falou sobre as taxações que os “Republicanos no Congresso decidiram ceder o seu poder sobre a política comercial para ele (Donald Trump)”. Durante o governo Barack Obama, Clinton foi secretária de Estado dos Estados Unidos e representou o Partido Democrata nas eleições de 2016, quando Donald Trump foi eleito para seu primeiro mandato.

Hillary Clinton escreve artigo apoiando a candidatura de Kamala Harris à presidência

Nesta terça-feira (23), Hillary Clinton divulgou um artigo de opinião que escreveu para o jornal The New York Times, destacando seu apoio para a candidatura de Kamala Harris para a presidência dos Estados Unidos. A ex-secretária de Estado do país discorreu no texto sobre a importância de Kamala ser escolhida como a candidata democrata e também sobre a desistência de Joe Biden. 

Palavras de Hillary Clinton

Clinton escreveu que Harris representa uma nova visão de esperança, unificação e recomeço para os americanos, destacando sua experiência como procuradora e vice-presidente. “Kamala Harris pode vencer e fazer história”, continuou ela, afirmando que a democrata pode derrotar Donald Trump nas eleições. 

A ex-primeira dama também declarou que as próximas semanas irão gerar grandes expectativas, “serão diferentes de tudo o que este país alguma vez viveu politicamente, mas não tenha dúvidas: esta é uma corrida que os democratas podem e devem vencer”. Esse período refere-se ao tempo que o partido democrata precisa para oficializar a campanha de Kamala Harris. 

Os democratas devem confirmar a escolha de Harris para as eleições até o dia 7 de agosto em uma votação online e sua nomeação é prevista para acontecer na Convenção Democrata, evento que durará de 19 a 22 de agosto. 


Post de Hillary Clinton apoiando Harris no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@hillaryclinton)


Ao falar sobre a desistência de Joe Biden das eleições, Hillary destacou o ato de coragem do atual presidente. “A decisão do presidente Biden de encerrar a sua campanha foi um ato de patriotismo tão puro quanto já vi em toda a minha vida”, escreveu a ex-secretária, afirmando que vive um sentimento agridoce em relação aos acontecimentos envolvendo seu amigo e apoiador. 

Ela reitera que Biden é um homem sábio e soube liderar o país, destacando que todos sentirão falta do espírito de luta do atual presidente. Porém, Hillary continua o artigo dizendo que, com Kamala, o país ganhou um novo campeão com um propósito renovado para seguir em frente. 

Desafios a serem enfrentados 

Hillary Clinton disputou as eleições para a presidência em 2016 contra Donald Trump, na época ela perdeu a disputa contra o republicano, e durante o artigo comparou as narrativas dela e de Harris, evidenciando os desafios que a vice-presidente deve enfrentar agora.

“Eu sei algumas coisas sobre como pode ser difícil para mulheres candidatas fortes lutarem contra o sexismo e os padrões duplos da política norte-americana. Já fui chamada de ‘bruxa’, de ‘mulher desagradável’ e coisa muito pior, fui até queimada em efígie. Como candidata, às vezes evitei falar sobre fazer história. Eu não tinha certeza se os eleitores estavam preparados para isso”

Hillary Clinton

A ex-primeira dama comentou que Harris enfrentará desafios maiores por ser a primeira mulher negra e do sul da Ásia a estar no topo da chapa de um partido grande como os democratas, mas que não é impossível atingir o progresso e o sucesso da campanha. 


Kamala Harris em discurso (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Ela encerra o artigo comentando que um segundo mandado de Trump é extremamente perigoso para os Estados Unidos, afirmando que ele está mais desequilibrado e sem medo para tomar decisões prejudiciais ao povo. 

Ainda no último domingo (21), quando Joe Biden anunciou que iria desistir das eleições e demonstrou apoio para sua vice-presidente, Hillary e o marido, o ex-presidente Bill Clinton declaram apoio para a candidatura de Kamala Harris. Os governantes dos estados de Minnesota, Maryland, Kentucky e Wisconsin também declaram apoio, além de outros integrantes do partido. 

As eleições para eleger o 47º presidente dos Estados Unidos estão marcadas para o dia 5 de novembro, em uma disputa acirrada entre republicanos e democratas.