iFood é proibido pela justiça de cobrar taxa mínima em pedidos 

A Justiça de Goiás determinou a extinção do valor mínimo em pedidos feitos na plataforma de delivery iFood. A decisão ocorreu por conta de um pedido do  Ministério Público que considera a taxa mínima como uma prática abusiva contra o consumidor.

Apesar da decisão ter partido da Justiça de Goiás, ela abrange o serviço da empresa em todo o país, porém, só entrará em vigor após o final do processo. 

Em nota, a empresa informou que a decisão não impacta diretamente seu funcionamento e que os restaurantes ainda podem permanecer com o pedido mínimo até o final do processo. Além disso, o iFood declarou que vai recorrer à decisão e que a taxa de pedido mínimo é uma estratégia legítima que serve para viabilizar a operação dos estabelecimentos parceiros. 


Reportagem sobre a proibição da taxa mínima no iFood (Vídeo: reprodução/Youtube/Band Jornalismo)

Decisão da Justiça 

A Justiça de Goiás foi acionada pelo Ministério Público (MPGO), que considera as taxas abusivas. O MPGO argumentou que a prática obriga os consumidores a adicionarem produtos extras para alcançar o valor mínimo, sem que haja uma justificativa razoável.

A sentença foi proferida na última sexta-feira (7). Por ser uma determinação de primeira instância, ainda cabe recurso da empresa. A decisão estabelece que a plataforma deve retirar gradualmente a exigência mínima, dentro de um prazo de 18 meses. Sendo assim, após o trânsito em julgado, que é quando o iFood não poderá mais recorrer, iniciará o prazo para cumprimento da sentença. 

O que muda?

Caso a decisão seja mantida, o limite máximo da taxa será reduzido imediatamente para R$30, com diminuições de R$10 a cada seis meses até atingir o valor zero. Além disso, serão anuladas as cláusulas contratuais entre o iFood e os restaurantes parceiros que preveem a existência do valor mínimo. Em caso de descumprimento, o iFood será multado em até R$ 1 milhão por cada etapa não cumprida. 

A Justiça afirma ainda que a plataforma, apesar de atuar como intermediária na venda dos produtos, também é responsável solidária na cadeia de fornecimento.

Ainda, a empresa, por conta de sua abrangência que conta com mais  270 mil estabelecimentos cadastrados, também foi condenada a pagar 5,4 milhões por danos morais coletivos. O valor será enviado para o Fundo Estadual de Defesa do Consumidor. 

Justiça do Trabalho multa iFood em R$ 10 milhões e determina registro de entregadores

O iFood foi condenado pela Justiça do Trabalho de São Paulo ao pagamento de uma multa de R$ 10 milhões por irregularidades trabalhistas. A decisão exige que a plataforma registre formalmente seus entregadores da região, reconhecendo vínculo empregatício e garantindo direitos trabalhistas.

A sentença é um marco para os trabalhadores de aplicativos no Brasil, apontando para possíveis mudanças no modelo de negócios das plataformas digitais.


Sobre a decisão — (Vídeo: Reprodução / YouTube / Band Jornalismo)


Multa e a exigência de registro formal

A Justiça do Trabalho Paulista condenou o iFood a pagar R$ 10 milhões por descumprimento de normas trabalhistas e a registrar seus entregadores como funcionários. A decisão, divulgada em dezembro de 2024, surge após denúncias de precarização das condições de trabalho. A sentença determina que o iFood adote medidas para assegurar direitos como férias, 13º salário, FGTS e outros benefícios, atualmente não oferecidos.

A empresa foi criticada por utilizar os entregadores como prestadores de serviço autônomos, o que, segundo o tribunal, desrespeita o vínculo empregatício existente na prática. Com a medida, milhares de entregadores podem ser beneficiados, mas a mudança também levanta debates sobre o impacto no modelo de negócios das plataformas.

Impacto para entregadores e empresas de tecnologia

A decisão da é considerada um evento importante para o setor de aplicativos. Enquanto para os entregadores o reconhecimento do vínculo empregatício é uma vitória que garante direitos fundamentais, para as empresas de tecnologia representa um desafio financeiro e operacional.

A adaptação ao novo cenário pode significar aumento nos custos das plataformas, que deverão rever suas políticas e contratos para atender às exigências legais. Para especialistas, a decisão do caso iFood pode abrir precedentes para ações semelhantes contra outras empresas do setor.

Apesar de recorrer à sentença, o iFood enfrenta pressão pública e jurídica, enquanto trabalhadores esperam que a decisão inspire mudanças mais amplas no mercado digital.

Uber pede ao STF que suspenda processos pendentes sobre vínculos empregatícios

Nesta segunda-feira (4), a Uber encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de suspensão de processos nas primeiras instâncias sobre vínculo empregatício entre motoristas e entregadores e a plataforma. A empresa tomou essa medida após o STF decidir que vai criar uma categoria profissional para o grupo de trabalhadores autônomos por plataforma, delimitando regras e garantindo direitos previdenciários. As informações são do G1 e da Folha.

No mesmo dia, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou no Palácio do Planalto projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas de aplicativos.

O ministro Edson Fachin, relator do caso, deverá decidir se interrompe a tramitação dos processos movidos pelos trabalhadores. No pedido dirigido ao STF, a Uber citou que acumulou 17 mil processos sobre a questão até maio do ano passado.

O portal Folha teve acesso ao documento enviado pela Uber ao STF, no qual a empresa afirma que um eventual reconhecimento do vínculo vai “inviabilizar a intermediação oferecida pela Uber por meio da sua plataforma digital, porque o vínculo empregatício é incompatível com seu modelo de negócio”.


Uber enfrenta milhares de processos judiciais nas varas trabalhistas (Foto: reprodução/Velozes e Curiosos)

STF aplica repercussão geral

Na última sexta-feira (1), por unanimidade, os ministros concluíram pela aplicação da chamada “repercussão geral” na discussão sobre a existência ou não de vínculo de emprego entre motoristas de aplicativo e as plataformas que prestam serviços.

Isso significa que, a partir de agora, as decisões tomadas pelo Supremo sobre este tema valerão como base para os casos semelhantes que surgiram na Justiça, inclusive nas instâncias inferiores.

‘Uberização’ já é discutida à tempos

O chamado emprego “uberizado” gera discussões desde que popularizou-se no país como alternativa ao desemprego e a crise. Entidades de trabalhadores e aplicativos buscam elaborar uma proposta para regulamentar as atividades executadas por meio de plataformas.

Os principais problemas apontados por especialistas são a falta de regras quanto à contribuição previdenciária e ausência de direitos dos trabalhadores do setor. Isso os deixa desprotegidos em casos de acidente ou de doenças que exijam afastamento do trabalho. Também não recebem salário-maternidade e não deixam pensão por morte para dependentes.