Decreto do papa Leão XIV afirma que a virgem Maria não ajudou Jesus a salvar o mundo

Nesta terça-feira (04), no Vaticano, concluiu-se um decreto pelo atual Papa, Leão XIV, que afirma que a mãe de Jesus, Maria, não ajudou a salvar o mundo da condenação. Que Jesus pode ter ouvido as palavras de sabedoria de Maria, mas diz categoricamente que ela não tem participação direta.

Esse novo decreto, aprovado pelo Papa Leão XIV, instruiu os 1,4 bilhão de católicos do mundo a não se referirem a Maria como a “corredentora” do mundo. Maria continua sendo a mãe de Jesus e uma ligação fundamental ao apoiar o salvador, sendo somente Jesus Cristo o redentor. Ao mesmo tempo, encerra um debate que vem há séculos entre membros da Igreja e até mesmo outros papas.

Decreto do Papa Leão XIV

Na religião do catolicismo, acredita-se que Jesus, ao se sacrificar por meio da sua crucificação e a conclusão de morte, redimiu a humanidade pelos nossos pecados. Os estudiosos da Igreja Católica têm debatido durante séculos se Maria teria ajudado Jesus a salvar o mundo de uma forma direta, além de ter-lhe dado à luz.

Leão XIV afirmou que somente Jesus salvou o mundo e decretou uma nova instrução, resolvendo assim o debate interno que confundia as principais figuras da Igreja por décadas e até mesmo provocou um raro desacordo aberto entre os papas recentes.


Imagem do Vaticano (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Vatican Pool)


Começamos pelo Papa João Paulo II, que ficou no cargo mais importante da Igreja Católica durante 26 anos. Ele chegou a apoiar a concessão do título a Maria, como “corredentora” ao lado de Jesus, porém parou de usá-lo publicamente em meados da década de 1990, depois que alguns estudiosos da Igreja começaram a expressar um certo ceticismo sobre o assunto.

Já Bento XVI se opôs ao título. Ele comandou o Papado por 8 anos e, durante esse tempo, negava qualquer relação sobre o tema. Papa Francisco era conhecido por ser o mais fervoroso sobre a ideia de conceder a Maria o título de “corredentora”, chegando a chamar a ideia de “tolice”, e hoje chega ao fim essa discussão, quando o atual Papa Leão XIV decreta o fim a essa correlação.

Conclusão do debate

Portanto, o Papa Leão XIV colocou, enfim, um ponto final à discussão sobre se Maria é ou não “corredentora” ao lado de Jesus na salvação do mundo, decretando firmemente que não. O Vaticano reforça a importância do papel da mãe de Jesus como fundamental na vida dele, ao dar à luz, aconselhar e estar ao seu lado. Mas somente a morte de Jesus Cristo salvou a humanidade da morte eterna e dos pecados.


Papa Leão prestando homenagem ao falecido Papa Francisco (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Vatican Pool)


Para concluir, como o Papa Francisco disse, Leão XIV reforçou que Maria, como mãe de Jesus, “nunca quis tirar nada de seu filho para si mesma”, afirmando que o único a realmente ser o redentor do mundo seria Jesus. Ao final do decreto de Leão XIV, ele relembra a passagem bíblica e, de acordo com a Bíblia, a resposta de Maria ao anjo, que lhe disse que ela ficaria grávida mesmo sendo virgem, foi “Que assim seja”. Demonstrando o quanto ela estava empenhada em fazer aquilo que Deus queria para sua vida, sem querer mais do que lhe pertencia, muito menos esse título.

 

 

Moda molda imagem dos papas ao longo da história e reflete mudanças na Igreja

Na primeira semana de maio de 2025, no Vaticano, a morte do Papa Francisco marca não apenas uma transição religiosa, mas também simbólica e visual. Com o início do conclave, que escolherá o novo pontífice, uma nova etapa será iniciada para a Igreja Católica.

Francisco, conhecido por sua simplicidade, deixou um legado que influenciou a forma como a figura papal é representada. A moda papal, historicamente usada como instrumento de poder e comunicação, volta a ser discutida, pois pode sinalizar a direção que será assumida pelo próximo papa.

Símbolos visuais reforçam autoridade espiritual

Ao longo dos séculos, a moda dos papas foi usada para comunicar poder, espiritualidade e tradição. Roupas luxuosas, como mantos bordados a ouro, mitras e estolas, foram adotadas para destacar a autoridade dos pontífices.

Cada detalhe — desde a cor vermelha, que simboliza o sangue dos mártires, até o anel do pescador, que representa a sucessão de São Pedro — foi cuidadosamente escolhido para transmitir mensagens profundas. Até mesmo os sapatos vermelhos, usados por séculos, refletiram uma conexão entre fé e influência política.


Papa Franscico (Foto: reprodução/Vatican Pool/Getty Imagens Embed)


Contudo, essas tradições começaram a ser revistas. Durante o pontificado de Bento XVI, o uso de trajes mais simbólicos voltou a ganhar destaque, como o retorno dos sapatos vermelhos. Já com o Papa Francisco, o visual papal passou por uma transformação.

Elementos luxuosos foram deixados de lado. Cruz de ferro, sapatos pretos e anel de prata foram usados em vez das versões tradicionais. Essa escolha representou mais do que um estilo: sinalizou uma postura de serviço e humildade.

Moda e Vaticano influenciam tendências culturais

A influência da moda papal ultrapassa os muros da Igreja. Grifes como Dolce & Gabbana, Valentino e Jean Paul Gaultier frequentemente buscaram inspiração na estética católica. Silhuetas solenes, tecidos nobres e símbolos religiosos foram incorporados a desfiles e coleções, como no Met Gala de 2018, que teve como tema “Corpos Celestiais: Moda e Imaginação Católica”.


Papa Francisco comparece à missa de corpo presente do Papa Emérito Bento XVI na Praça de São Pedro, em janeiro de 2023 (Foto: reprodução/Antonio Masiello/Getty Imagens Embed)


Com a morte de Francisco, especialistas e fiéis se perguntam se o próximo papa retomará os símbolos visuais tradicionais ou manterá a linha mais sóbria. De qualquer forma, o vestuário continuará sendo usado como ferramenta de expressão da Igreja. A moda papal, ao longo da história, refletiu os dilemas entre tradição e mudança, espiritualidade e poder. Agora, esse diálogo será reatualizado pelo novo sucessor de São Pedro.

Conheça Dominique Mambert, Cardeal que anunciará novo Papa

Começou nesta quarta-feira (7), o conclave para escolha do novo líder da Igreja Católica, que será anunciado pelo cardeal francês, Dominique Mamberti. E, após a primeira votação, por volta das 21h, horário local (16h, horário de Brasília), a fumaça escura apareceu. Isso indica que não houve consenso entre os cardeais, e haverá outra votação amanhã, adiando o anúncio.

Quando um cardeal receber dois terços dos votos, ou seja, 89 votos, o passo seguinte é o anúncio oficial, chamado de “Habemus Papam”, que significa “temos um papa”. E neste conclave, o francês Dominique Mamberti, atual protodiácono, é o responsável por fazer o anúncio oficial do novo Papa.

O anúncio do novo papa é feito tradicionalmente pelo protodiácono do Colégio dos Cardeais, diretamente da loggia da Basílica de São Pedro. Assim, ele proclama, em latim, o nome de nascimento do pontífice eleito e o título que ele escolheu adotar como papa.

Dominique Mamberti é o mais antigo entre os votantes

Além de confidente do Papa Francisco, será a voz que anunciará ao mundo o nome do novo papa. Dominique tem 73 anos e é o mais antigo entre os votantes.

Nascido em Marrakech em março de 1952, atuou como sacerdote na França em 1981, ainda jovem. Com formação em estudos políticos e direito público, ele ingressou no serviço diplomático da Santa Sé em 1986. Ao longo de sua trajetória, atuou em missões na Argélia, Chile, ONU e Líbano. Além disso, serviu no Vaticano como assessor da Secretaria de Estado para relações internacionais.


Dominique Mamberti, de 73 anos, é quem anunciará oficialmente ao mundo o nome do novo papa (Foto: reprodução/Instagram/@cardialmamberti)


Mamberti foi ministro das Relações Exteriores do Vaticano

Entretanto, desde 2002, Dominique atuou como núncio apostólico no Sudão, Eritreia e Somália. Graças à sua experiência diplomática, Bento XVI o nomeou, em 2006, ministro das Relações Exteriores do Vaticano. E a propósito, em novembro de 2014, Francisco o designou como prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, um dos cargos mais altos da hierarquia papal. Posteriormente, o pontífice argentino o elevou ao posto de cardeal.

O “Habemus Papam”

Com o conclave finalizado, o rito segue com duas perguntas de Dominique ao cardeal eleito: ‘Aceita sua eleição como Sumo Pontífice?’ e ‘Qual nome deseja usar?’. Ao aceitar, ele se torna oficialmente papa e bispo de Roma. Em seguida, os cardeais prestam respeito e obediência ao novo pontífice. Por fim, o Papa aparece diante dos fiéis e concede a tradicional bênção ‘à cidade e ao mundo’.

Conheça 5 cardeais que podem se tornar o próximo Papa

Após o anúncio do falecimento do Papa Francisco nesta segunda (21), a Igreja Católica já começa os preparativos para o Conclave, cerimônia que definirá o novo líder papal. A escolha de um novo papa pode ser um momento decisivo para a igreja, e para os milhões de fiéis acompanharem por quais caminhos a religião irá seguir.

A cerimônia de escolha para um novo papa deve começar entre quinze a vinte dias após o anúncio de falecimento do atual pontífice. Durante esses dias, além da organização do conclave, também ocorrerão cerimônias de despedidas, achegada dos cardeais ao Vaticano além de reuniões para as “Congregações Gerais”.

Os possíveis sucessores de Francisco

Conheça a seguir alguns dos nomes mais cotados para assumir o cargo de Pontífice

Pietro Parolin (Itália)

Pietro Parolin tem 70 anos e é atualmente o secretário de Estado do Vaticano, posto esse considerado o mais importante na hierarquia da Santa Sé desde 2013. De todos os cardeais nomeados por Francisco, Parolin foi o primeiro, em 2013.


O Cardeal Secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, chega para se encontrar com o Presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, no Schloss Bellevue, em 29 de junho de 2021, em Berlim, Alemanha (Foto: Reprodução/Adam Berry/Getty Images Embed)


Luis Antonio Tagle (Filipinas)

Luis Antonio Gokim Tagle está prestes a completar 68 anos, é cardeal das Filipinas e também está entre os nomes cotados para ser o novo papa. Tagle é atual Pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização. Muitos o conhecem por ser uma pessoa carismática e ser alinhado as reformas pastorais do Papa Francisco.


O Arcebispo de Manila, Cardeal Luis Antonio G. Tagle, participa do encontro de oração do Papa Francisco com as famílias na Praça de São Pedro, em 26 de outubro de 2013, na Cidade do Vaticano (Foto: Reprodução/Franco Origlia/Getty Images Embed)


Matteo Zuppi (Itália)

Matteo Maria Zuppi é um cardeal italiano da comunidade de Santo Egídio. Ele está à frente da Arquidiocese de Bolonha a quase 10 anos, além de ser o atual presidente da Conferência Episcopal Italiana. Zuppi tem 69 anos e é reconhecido por seu trabalho em mediação de conflitos e defesa dos imigrantes.


Celebração da missa presidida pelo Cardeal Matteo Zuppi, Arcebispo Metropolitano de Bolonha e Presidente da Conferência Episcopal Italiana, durante a 77ª Assembleia Geral da CEI, Cidade do Vaticano (Foto: Reprodução/Nur Photo/Getty Images Embed)


Peter Turkson (Gana)

Peter Kodwo Appiah Turkson tem 76 anos, ele é prefeito-emérito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral no Vaticano. Podendo ser o primeiro papa africano, Turkson é reconhecido por seu trabalho em justiça social.


O cardeal ganês Peter Kodwo Appiah Turkson aguarda para trocar votos de Natal com o Papa Francisco na Sala Clementina, em 21 de dezembro de 2013, na Cidade do Vaticano (Foto: Reprodução/Vatican Pool/Wikipédia)


​Jean-Marc Aveline (França)

Jean-Marc Noël Aveline, 67 anos, é arcebispo de Marselha além de ser conhecido por ter uma visão progressista e com experiência em diálogo inter-religioso.