Diretor da abertura dos Jogos Olímpicos afirma não ter se inspirado na “Última Ceia”

Mari Aldemira Por Mari Aldemira
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Foto destaque: Cerimonia de abertura dos Jogos Olímpicos (Reprodução/globoplay)

Na última sexta-feira, (26), aconteceu a tão aguardada cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris 2024. Porém, o diretor artístico da cerimônia, Thomas Jolly, precisou se pronunciar após polêmicas em relação a apresentação. Neste domingo, (28), Jolly negou ter zombado da cena bíblica “Última Ceia” em um dos momentos do espetáculo, tendo em vista as críticas tecidas pela extrema direita francesa e pelo episcopado católico.

Motivo da polêmica

Em um dos momentos da cerimônia de abertura, chamada de “Festividade”, um grupo de pessoas apareceu em uma longa mesa, o que segundo os críticos, recordava o momento da última refeição que Jesus teria compartilhado com seus apóstolos antes de sua crucificação, de acordo com a Bíblia. Aparentemente, a cena teria deixado algumas pessoas irritadas pelo o fato de estarem presentes pessoas diferentes da representação original do momento, conhecida pelo quadro de Leonardo da Vinci “A Última Ceia”. No sábado, (27), a conferência episcopal francesa (CEF) afirmou considerar as cenas “zombaria do cristianismo”.

Em seu pronunciamento o diretor disse: “Nunca encontrarão da minha parte nenhuma vontade de zombar, de difamar nada. Eu queria fazer uma cerimônia que reparasse, que reconciliasse. Que também reafirma os valores da nossa República”, afirmou à rede de televisão BFMTV.


Cerimonia de abertura dos Jogos Olímpicos (Foto: reprodução/globoplay)

De acordo com Jolly, a “Última Ceia” não foi uma inspiração para a cerimônia. “A ideia era fazer um grande festival pagão ligado aos deuses do Olimpo… Olimpismo”, afirmou o diretor da apresentação. Além disso, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (COJO), também declarou que não houve a intenção de desrespeitar. “Nunca houve qualquer intenção de desrespeitar qualquer grupo religioso”, disse Anne Descamps, diretora de comunicações do COJO, em uma entrevista coletiva.

Apesar da polêmica, a cerimônia de abertura foi muito bem recebida quase que unanimemente na França e em outros países do mundo.

Críticas da Igreja católica

A Conferência dos Bispos Franceses emitiu um comunicado afirmando: “Infelizmente, esta cerimônia apresentou cenas de escárnio e zombaria do Cristianismo, que deploramos profundamente”. Além disso, políticos de extrema-direita da França e de outros países também expressaram seu descontentamento nas redes sociais. A política de direita Marion Marechal, o italiano de direita Matteo Salvini e o bilionário Elon Musk, apoiador de Donald Trump, foram alguns dos nomes que manifestaram indignação com a show de abertura. 

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