Conclave inicia nesta quarta-feira sem consenso sobre novo papa

Cardeais do mundo inteiro estão reunidos no Vaticano em prol da escolha de um sucessor para o Papa Francisco. Em entrevista, a maioria diz ainda não saber em quem irá votar e que os discursos ajudam muito no processo de escolha e decisão deles, onde tudo pode mudar, como aconteceu no último conclave. Papa Francisco não era cotado como favorito por nenhum veículo de informação, mas seu discurso fez com que os cardeais votantes optassem por ele, em 2013.

Os 133 cardeais votantes estão aproveitando o tempo antes do início do conclave para discutir acerca da Igreja Católica e suas realidades. Em seguida ficarão reclusos na Casa Santa Marta, sem contato com o mundo exterior para o início do conclave.

De olho nos discursos

Alguns nomes encabeçam as listas de favoritos à sucessão, entre eles estão o cardeal italiano Pietro Parolin e o filipino Luis Antonio Tagle. Entretanto, muitos clérigos ressaltam não saberem ainda em quem irão votar, outros até mesmo chegaram a mudar de ideia desde que chegaram ao Vaticano.

Em entrevistas a diversos veículos, clérigos ressaltaram a importância dos discursos realizados nas congregações gerais, e como eles podem mudar o rumo das votações. Ajudam a formar opiniões e entenderem melhor quem são os cardeais que melhor se encaixam nesta função, no atual contexto mundial vivenciado.

Como funciona o processo do conclave?

Foram previstas duas sessões pré-conclave, uma na última segunda-feira e a outra está prevista para hoje, véspera do início do conclave. Na manhã de quarta, com uma missa realizada na Basílica de São Pedro, será o marco inicial do conclave 2025.

Na parte da tarde, os cardeais irão entrar oficialmente na Capela Sistina para começar a votação do sucessor de Francisco. É esperado que neste mesmo dia seja realizada a primeira votação. Já no dia seguinte, duas votações serão realizadas, uma no turno da manhã, outra a tarde.

Para que haja um novo papa eleito, é necessário que uma maioria de dois terços votem no mesmo cardeal. Caso não consiga este feito após os primeiros três dias, será feita uma “pausa de oração”, com a duração de um dia, antes que uma nova votação seja iniciada.


Fumaça solta após a decisão do Conclave (Foto: reprodução/AFP/Getty Images Embed)


Anúncio do resultado da votação para o mundo

O sinal dado ao mundo exterior acerca do andamento do conclave vem através de uma chaminé instalada acima da Capela Sistina. Existem dois tipo de anúncio; a fumaça preta que sinaliza a votação inconclusiva e a fumaça branca quando um novo papa estiver sido escolhido. Essas fumaças são geradas com a junção de um produto químico e as cédulas dos cardeais que são queimadas.

Anotações e trocas importantes durante o jantar

A expectativa dos cardeais é que a votação não seja concluída nas duas primeiras votações, que os primeiros votos são apenas para orientações e ajustes. O cardeal Filoni destaca a importância de todos os cardeais ficarem isolados do mundo e hospedados juntos na casa de hóspedes Santa Marta, já que depois do jantar eles se reúnem e comparam anotações após as votações.

Morte de Papa Francisco consterna Rei Charles III e a Rainha Consorte Camilla Parker Bowles

O posto de governador da Igreja Anglicana no Reino Unido não impediu o Rei Charles III de lembrar os feitos históricos do líder da Igreja Católica, destacando a preocupação que o Pontífice argentino teve pela união de sua Igreja e o compromisso incansável com as causas das pessoas de fé e com aqueles que trabalharam em benefício dos outros.

Recordou, ainda, dos encontros carinhosos que teve com Sua Santidade, e de sua profunda emoção pela chance de ter encontrado o Papa no início deste mês, no Vaticano, em visita oficial à Roma, viagem realizada em meio a um tratamento contra o câncer.

Causa do falecimento e histórico de saúde

O Bispo de Roma faleceu na madrugada desta segunda-feira, às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, aos 88 anos. A causa da morte teria sido um derrame, segundo noticiou o jornal italiano Corriere Della Sera.


Papa Francisco (Foto: reprodução/Vatican Pool/Getty Images Embed)


O Papa recebeu alta no último dia 23 de março, após permanecer 38 dias internado para tratamento de uma complexa pneumonia. Antes de ser Papa, quando tinha 21 anos, desenvolveu pleurisia (uma inflamação da membrana que reveste o pulmão), fato que ocasionou a remoção de uma parte de um dos seus pulmões.

Mesmo com recomendações médicas para permanecer em isolamento, o Papa Francisco fez questão de cumprir seu compromisso com os fiéis católicos. Apareceu neste Domingo de Páscoa, 20, para abençoar os fiéis que acompanhavam as celebrações na Praça São Pedro, no Vaticano. Durante a missa, discursou apelando pela paz, e seguiu saudando os fiéis no interior do papamóvel.


Papa Francisco em última aparição em público (Vídeo: reprodução/X/@EWTNMaticano)

Legado de simplicidade e transformação e uma comunicação eficaz

De hábitos simples, Francisco se recusava às mordomias oferecidas pelo Vaticano, relembrando a trajetória de abnegação de São Francisco de Assis, que inspirou seu nome.  

Enfrentou, com muita firmeza e coragem, discussões tidas como polêmicas pela sociedade, como autoridade e visibilidade às mulheres e defesa à união civil entre homossexuais.