Brasil registra queda no superávit comercial de 13% em novembro

A balança comercial do Brasil registrou, em novembro de 2025, um superávit de US$ 5,842 bilhões. Contudo, esse resultado representa uma queda de 13,4% em relação a novembro do ano anterior, evidenciando uma desaceleração no ritmo do saldo. A informação foi divulgada na última quinta-feira (4) pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

De acordo com os dados do MDIC, o recuo no saldo ocorreu mesmo com o avanço das exportações e importações no período. A alta das importações, que subiram em um ritmo mais acelerado, acabou sendo importante para o resultado final. As expectativas da Reuters apontavam um superávit levemente mais baixo, em cerca de US$ 5,7 bilhões, o que coloca o saldo atual praticamente em linha com a projeções de economistas.

Saldo anual

O superávit de novembro foi composto por US$ 28,515 bilhões em exportações, tendo um aumento de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024, segundo o MDIC. Já as importações registraram aumento de 7,4%, acumulando US$ 22,673 bilhões.

Dentro das exportações, o setor agropecuário apresentou o maior avanço em novembro com um percentual positivo de 25,7%. Nas importações, a indústria da transformação se destacou, com aumento de 9,3%, enquanto a indústria extrativa (18,1%) e o agropecuário (5,4%) apresentaram quedas.


Setor agropecuário no Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/NELSON ALMEIDA)


Mesmo com a queda registrada no mês anterior, o acumulado do ano continua alto, com saldo de US$ 57,839 bilhões, resultado de exportações de US$ 317,821 bilhões, com percentual positivo de 1,8%  e importações que totalizaram US$ 259,983 bilhões, com avanço de 7,2%. Esses valores representam os mais altos registrados na série histórica, iniciada em 1989.

Comércio exterior

O comportamento da balança comercial do Brasil também está ligado ao comércio com a China e os EUA, que influenciaram diretamente no saldo de novembro. Embora a queda do superávit tenha sido explicada em maior parte pelo avanço das importações e pelo crescimento mais lento das exportações, o ritmo de demanda desses dois mercados foi essencial para o resultado.

As exportações para a China apresentaram aumento de 41%, representando um dos motivos para a alta das exportações no mês anterior. Já as exportações para os Estados Unidos apresentaram queda de 28,1%, devido em parte às tarifas impostas pelo presidente do país, Donald Trump. No dia 20 de novembro, Trump retirou os impostos em importações de carne bovina, café e outros produtos que haviam sido afetados pelas tarifas, diminuindo a queda de 37% que ocorreu em outubro para 28,1%.

Japão suspende parcialmente importação de frango do Brasil após surto de gripe aviária

O Japão suspendeu, na última sexta-feira, as importações de carne de aves provenientes da cidade de Montenegro e de aves vivas de todo o estado do Rio Grande do Sul, após a confirmação do primeiro surto de gripe aviária em uma granja comercial brasileira. A medida foi anunciada por uma autoridade do Ministério da Agricultura japonês nesta segunda-feira.

Como o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, o incidente levou outros países, como China, México, Chile e União Europeia, a imporem restrições semelhantes. Em resposta, o governo brasileiro intensificou as ações de contenção, incluindo a formação de uma força-tarefa para erradicar o foco e reforçar a vigilância sanitária nas regiões afetadas.

Restrição do Japão afeta quase 70% das importações de carne de frango brasileiras

A suspensão das importações por parte do Japão, que depende fortemente do frango brasileiro, pode impactar o mercado interno japonês, especialmente em um momento de alta nos preços dos alimentos. Em 2024, o Japão importou cerca de 429 mil toneladas de carne de frango do Brasil.


Vídeo da CNN Brasil explicando o que é a gripe aviária e as formas de transmissão (Vídeo: reprodução/X/@CNNBrasil)

O que é a gripe aviária

A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves. Inicialmente, um surto geralmente ocorre quando aves migratórias, que são hospedeiras naturais do vírus, transmitem a infecção para aves domésticas, como galinhas e patos. Essa transmissão pode ocorrer por meio do contato direto ou indireto com secreções contaminadas, como fezes e fluidos corporais. Essas aves selvagens podem introduzir o vírus em novas regiões durante suas rotas migratórias, contaminando ambientes como fontes de água, ração e utensílios utilizados na criação de aves domésticas.

A transmissão para humanos é rara e, quando ocorre, está associada ao contato próximo com aves infectadas ou ambientes contaminados. As principais formas de infecção incluem:

  • Contato direto com aves doentes, vivas ou mortas;
  • Manipulação de carne crua ou penas de aves infectadas;
  • Inalação de partículas presentes em fezes ou secreções das aves;
  • Consumo de carne de aves mal cozida.

A transmissão de pessoa para pessoa é extremamente rara e não sustentada. No entanto, especialistas expressam preocupação de que mutações no vírus possam aumentar sua capacidade de infectar humanos e facilitar a transmissão entre pessoas.