Incêndio florestal na Turquia atinge área residencial e obriga moradores a abandonarem casas

A província de Izmir, na Turquia, sofreu com um incêndio florestal que se espalhou para áreas residenciais. De acordo com informações da prefeitura, cerca de 20 casas foram destruídas pelas chamas. Autoridades turcas trabalharam nesta segunda-feira (30) para acabar com as chamas. Além de bombeiros, helicópteros e aviões também auxiliaram no combate à queimada.

Moradores deixaram suas casas

Até o momento, mais de 50 mil pessoas precisaram abandonar suas casas em 41 localidades de Izmir e arredores. Moradores que viviam em quatro aldeias e dois bairros precisaram evacuar de suas residências por questões de segurança, de acordo com o ministro Florestal Ibrahim Yumakli. Os telhados de algumas casas caíram e restaram apenas as paredes queimadas.


Cenas do incêndio florestal que atingiu área residencial em Izmir (Reprodução/X/@anadoluajansi)


“Temos 40 anos de memórias aqui”, lamentou um morador. “Só consigo virar as costas para isso, não consigo olhar para isso. É o quanto isso me dói”.

No domingo (29), uma equipe de mobilização de ajuda humanitária salvou um idoso que usava cadeira de rodas quando o fogo atingiu sua casa. Um dos socorristas carregou o homem para longe das chamas enquanto o outro carregou sua cadeira.


Socorristas salvam idoso em cadeira de rodas (Foto: reprodução/X/@gztcom)


Vento propagou as chamas

O prefeito da província de Izmir, Cemil Tugay, afirmou que ventos fortes contribuíram para que as chamas se espalhassem. Tugay ainda acrescentou que o incêndio nas áreas de moradias foi praticamente controlado.

A Direção Geral Florestal declarou que quatro aviões, 14 helicópteros e 106 caminhões de bombeiros foram disponibilizados e chamados para combater as chamas. O incêndio florestal afetou as áreas de Menderes e Seferihisar, em Izmir. As regiões da costa da Turquia foram atingidas por incêndios flores nos últimos anos devido aos verões que têm se tornado cada vez mais quentes e secos. De acordo com especialistas, esse é um efeito direto das mudanças climáticas causadas pela ação humana.

Fernanda Torres está em Los Angeles e postou o incêndio

A atriz Fernanda Torres, de 59 anos, está em Los Angeles, nos Estados Unidos, para divulgar o filme “Ainda estou aqui”, que rendeu a ela, o prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro, no último domingo (05). Mas, os recentes incêndios que ocorreram na cidade e a necessidade de evacuação deixaram várias áreas em alerta. Em seu perfil do Instagram, nesta quarta-feira (08/01), ela postou uma foto da janela do hotel, onde pode-se ver a fumaça e o céu vermelho.

Nos comentários da postagem, vários internautas se preocuparam com a atriz e com as pessoas estão sofrendo devido aos incêndios. Carolina Dieckmann escreveu que poderia ser só queimando de amor pela Fernanda.

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Postagem feita pela atriz Fernanda Torres (reprodução/Instagram/@oficialfernandatorres)

Incêndios em Los Angeles 

Os incêndios florestais, que acontecem na cidade de Los Angeles, começaram na noite de ontem (07), e espalharam-se hoje (08), pelo território, vem causando proporções significativas. O primeiro foco foi em Santa Monica e Malibu, alastrando-se até a Califórnia. Os bombeiros tentam controlar o fogo, mas os ventos de 100km/h dificultam o trabalho deles. 

Segundo a CNN, cerca de 155.000 mil moradores próximos às áreas atingidas tiveram que evacuar suas casas por segurança. Esse número é maior do que as autoridades esperavam. Pela manhã, o número era de 70.000 mil pessoas. Com o tamanho do desastre, o governo americano disse que está enviando os recursos necessários para ajudar a população.

Globo de Ouro e Oscar 2025

A protagonista de “Ainda estou aqui” foi para a cidade para participar da premiação. O filme tem grandes chances de ser indicado ao Oscar, tanto para a categoria de melhor atriz como de melhor filme estrangeiro. Porém, o evento que seria de exibição do longa e contaria com as presenças de Fernanda Torres, Walter Salles, o diretor; mediado pelo cineasta e roteirista mexicano, Guillermo del Toro, foi cancelado. 

A produtora Sony Pictures Classics está promovendo a visibilidade do filme, projetando ao Oscar 2025. 

INPE: Brasil teve mais de 278 mil focos de incêndio em 2024

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil registrou 278.299 focos de incêndios florestais em 2024, o que representa um aumento de 46,5% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 189.901 incêndios. O número de ocorrências de 2024 fica abaixo do recorde registrado em 2010, com 319.383 focos, mas ainda distante do pico histórico de 2007, quando o país enfrentou 393.915 queimadas, o maior número desde o início da série histórica em 1998.

Focos de incêndio por bioma

Na divisão por biomas, a maioria dos incêndios ocorreu na Amazônia (140.346). Em seguida estão Cerrado (81.468), Mata Atlântica (21.328), Caatinga (20.235) e Pampa (424). A análise dos dados também aponta que janeiro e fevereiro de 2024 apresentaram os maiores registros de focos de incêndio desde o início da série histórica, com 4.566 e 5.448 ocorrências, respectivamente. Em setembro de 2024, foi registrado o pico do ano, com 83.154 focos de incêndio.


Gráfico sobre os focos de incêndio durante os anos no Brasil (Reprodução/INPE/CNN Brasil)


O Ministério do Meio Ambiente anunciou que, a partir de 2025, a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo estará em operação. A pasta destacou que a implementação da política visa fortalecer a coordenação com estados e municípios, o que é considerado essencial para respostas mais rápidas no combate aos incêndios.

Em 2024, o Fundo Amazônia aprovou a destinação de aproximadamente R$ 280 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros de sete dos nove estados da Amazônia Legal.

A neblina de fumaça nas cidades

Em 2024, o Brasil vivenciou um ano alarmante de incêndios florestais, com grande parte do impacto concentrado em biomas como a Amazônia e o Cerrado. Em Brasília, a situação foi alarmante, especialmente durante o incêndio no Parque Nacional de Brasília, que, além de devastar uma vasta área de cerrado, provocou uma densa neblina de fumaça que cobriu a cidade por vários dias.


Brasília coberta por fumaça (Foto: reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)


Mas a capital federal não foi a única a sofrer com a fumaça. Em outras cidades do Centro-Oeste e Norte do Brasil, a qualidade do ar também se deteriorou drasticamente. Goiânia, por exemplo, foi fortemente impactada pelos incêndios no entorno, principalmente no Cerrado e em áreas do Parque Nacional de Emas. A fumaça chegou a encobrir a cidade, criando uma nuvem espessa que afetou a visibilidade e a saúde dos moradores.


Incêndio de grandes proporções atinge o Parque Nacional das Emas, em Goiás (Foto: reprodução/Divulgação/Parque Nacional das Emas)


Da mesma forma, Cuiabá e Porto Velho enfrentaram dias de poluição extrema, com a fumaça proveniente dos incêndios em Mato Grosso e Rondônia, prejudicando a qualidade do ar e aumentando a preocupação com os efeitos na saúde pública, especialmente entre crianças e idosos.


Cuiabá foi ofuscada pela fumaça (Foto: reprodução/Adriana Furtado)


Além do Centro-Oeste, o Norte do Brasil também foi severamente afetado. Em Belém, no Pará, a fumaça de incêndios na Amazônia invadiu a cidade. O município, com outros da região, como Manaus e Rio Branco, enfrentou uma situação similar, com o ar carregado de partículas tóxicas proveniente dos focos de incêndio que devastavam a vegetação amazônica. A situação gerou um alerta geral sobre o impacto ambiental das queimadas e sobre a necessidade de medidas mais eficazes de combate ao fogo.

Estados Unidos declara emergência no Novo México por causa de incêndios

Michelle Lujan Grisham, a governadora do Novo México, estado ao sudeste dos Estados Unidos, declarou estado de emergência nesta terça-feira (18). O comunicado serve para o condado de Lincoln e a reserva indígena Mescalero Apache enquanto os dois incêndios florestais registrados ainda estiverem ativos. O Departamento de Segurança Interna e Gerenciamento de Emergências do Novo México e o Gabinete dos Bombeiros confirmaram a morte de uma pessoa até o momento.

O início dos incêndios

O fogo foi avistado primeiro na reserva Mescalero Apache, localizada ao sul da vila Ruidoso, e se espalhou rapidamente pelas terras indígenas, forçando milhares de residentes a abandonarem suas casas às pressas. Pessoas reportaram ver uma enorme parede de fumaça subir aos céus na noite de segunda-feira (17), deixando-o laranja. O fogo se alastrou madrugada adentro, devastando 5 mil hectares sem qualquer tipo de contenção, segundo autoridades locais.

Um segundo incêndio atinge as terras tribais ao sul da vila, queimando mil hectares na manhã desta terça (18). Ordens de retirada de moradores foram emitidas para partes da reserva Ruidoso, além de áreas em Snow Springs, Fence Canyon, Fantasy Lane, Whitetail, Chihuahua Well e Botella Road. De acordo com as autoridades, as Rodovias 48 e 70 em Apache Mountain foram fechadas após o incêndio em South Fork, então a única rota de retirada disponível é em Sudderth até a Rodovia 70 e sair pela cidade de Roswell, que fica a 100 km de Ruidoso.


A vegetação de milhares de hectares já foi consumida pelas chamas (Foto: reprodução/Andrew Merry/Getty Images Embed)


Com a ordem executiva da governadora, mais recursos e financiamento do departamento de segurança serão autorizados para ajudar a conter a crise. Uma ajuda muito bem-vinda, já que os socorristas do Novo México reportaram dificuldade em atender os chamados, pois o centro de comunicações está enfrentando interrupções telefônicas, prejudicando o atendimento dos chamados de socorro no 911.

Relatos de quem estava na região

A área atingida pelos incêndios passa por uma seca extrema há quase um ano e no sudeste do Novo México, ela foi considerada “excepcional”. A região, apesar de comportar apenas oito mil residentes, possui muitas áreas de trilha e parques com natureza selvagem, atraindo turistas. A vila de Ruidoso estima que 60% das casas são de férias.

Rebecca Dennis estava de férias com a família em Ruidoso quando foi forçada a arrumar as malas para escapar do fogo que se aproximava. “Não consigo imaginar o caos se não estivéssemos preparados. Eu realmente me sinto péssima por esses residentes. Mas foi horrível ver os incêndios ao nosso redor”, escreveu Rebecca no Facebook. A família conseguiu sair a tempo e voltou para sua casa em Oklahoma em segurança.


A vila de Ruidoso atrai turistas recreativos por conta de suas belezas naturais (Foto: reprodução/SWInsider/Getty Images Embed)


Já Eric Moro, residente de Ruidoso, teve que fugir de forma repentina com a família da casa para a qual haviam se mudado em março deste ano. “Neste momento, os incêndios estão provavelmente a cerca de 1.200 metros da nossa casa – a última vez que verifiquei. Portanto, corremos um risco muito alto de perder tudo”, disse Moro à Rede CNN. Eric disse não saber o que fazer agora, mas que iria se hospedar com parentes no México por enquanto.

A falta de chuvas, as altas temperaturas e o clima seco aumentam a incidência de incêndios. Enquanto a chuva não vem, os residentes se hospedam em abrigos temporários em locais como a universidade Eastern New Mexico e a Igreja de Mountain View. As autoridades postaram um comunicado no Facebook, garantindo que a segurança pública é prioridade máxima e que estão fazendo tudo o que podem para trabalhar em conjunto com os socorristas locais para ajudar as comunidades afetadas.