Incêndios florestais no Texas põem em risco instalação de armas nucleares

Desde o último domingo (25), uma série de incêndios florestais no estado do Texas vem gerando sérias preocupações. Ameaçando a base da Pantex — principal local de montagem e desmontagem de bombas atômicas dos Estados Unidos desde 1975, os eventos levaram ao fechamento da instalação na noite de terça-feira (27).

Durante as fatalidades, diversas casas foram devastadas no norte do estado, deixando milhares de pessoas sem energia elétrica. Embora a causa dos incêndios ainda não tenha sido divulgada, ventos fortes, grama seca e temperaturas muito altas contribuem para o agravamento das chamas.

Devido ao risco, a Administração Nacional de Segurança Nuclear tomou medidas rápidas, retirando funcionários não-essenciais da base localizada a 515 km de Dallas.


Equipes de resgate em meio à desolação de 500,00 acres de terra (Reprodução/Resgate de Greenville)

Incêndio no Texas Panhandle se torna o segundo maior da história

Nesta quarta-feira (28), a região do Texas Panhandle registrou seu segundo maior incêndio na história do estado. A devastação atingiu quase 800 milhas quadradas, ameaçando cidades rurais e forçando evacuações em larga escala.

Diante disso, o governador Greg Abbott declarou estado de desastre em 60 condados. O maior incêndio, denominado Smoke House Creek Fire, cresceu para mais da metade do tamanho do estado de Rhode Island desde segunda-feira.

Uma instalação-chave envolvida na desmontagem do arsenal nuclear teve suas operações interrompidas na terça-feira à noite, mas conseguiu retomar as atividades na quarta-feira.

Evacuações e danos à durante o avanço dos incêndios

Incêndios nas proximidades de Borger, Texas, levaram ao fechamento de estradas e aconselharam a evacuação da comunidade de 13.000 habitantes. O governador emitiu alertas de evacuação, e o senador Kevin Sparks relatou evacuações em Canadian.

Ordens semelhantes foram dadas em cidades a nordeste de Amarillo, com autoridades em Durham, Oklahoma, incentivando a fuga.

Danos significativos foram causados a residências e estruturas em condados pouco povoados nas planícies devido aos incêndios, levando à evacuação de moradores em Fritch devido a outro incêndio.

Perigo persistente

Na terça-feira à noite, os incêndios estavam a 32 a 40 quilômetros de Amarillo, ameaçando a cidade com fumaça prejudicial à saúde. Alertas de bandeira vermelha e perigo de incêndio foram emitidos devido a condições propícias, incluindo ventos acima de 40 mph, altas temperaturas, baixa umidade e vegetação seca.

No centro de Nebraska, um cortador de grama provocou um incêndio de grandes proporções numa pradaria

A situação continua a se agravar, mantendo a comunidade em estado de alerta diante dos problemas que os incêndios florestais apresentam. Mas, apesar do cenário crítico, a previsão do tempo oferece alguma esperança, com temperaturas mais baixas, menos vento e possibilidade de chuva na quinta-feira.

Incêndios florestais devastam o Chile e deixam mais de 130 mortos e centenas de desaparecidos

No Chile, uma das mais graves tragédias dos últimos 15 anos assola o país, com mais de 130 vítimas fatais e centenas de pessoas desaparecidas devido aos incêndios florestais. Os repórteres especiais, Bruno Tavares e Wellington Valssechi, testemunharam a devastação na área turística de Viña del Mar.

O fogo teve início no Parque Nacional Peñuelas, uma vasta reserva florestal, alimentado por fortes rajadas de vento atingindo até 80 km/h em direção às áreas mais densamente habitadas da região.

Dois fatores adicionais contribuíram para a propagação dos incêndios: o clima seco, típico do Chile, e o intenso calor. Na semana passada, o país foi atingido por uma onda de calor, com temperaturas atingindo os 40°C na região de Viña del Mar.

Desdobramentos do incêndio

O número de mortos ultrapassa os 130 e ainda há pessoas desaparecidas nas regiões de Viña del Mar e Valparaíso. Os bairros mais afetados foram os localizados na periferia, distantes do centro, incluindo áreas de ocupação com casas de madeira. Isso contribuiu significativamente para o alto número de vítimas.

Neste momento, os bombeiros estão concentrados em realizar operações de rescaldo, uma vez que a maioria dos focos de incêndio está sob controle. Além disso, estão empenhados em localizar e identificar as vítimas desse desastre.

Cenário devastador causado pelo fogo


A extensão afetada pelo fogo equivale ao tamanho da cidade de Guarulhos, São Paulo (reprodução/BBC)

Incêndios florestais não são raros nessa região do Chile, mas, desta vez, atingiram uma dimensão sem precedentes. Muitas vítimas só serão reconhecidas por meio de testes de DNA. Mais de 300 pessoas continuam desaparecidas.

Voluntários estão entregando alimentos para os moradores. Outra prioridade é aplicar vacina antitetânica e atender quem sofreu danos oculares pelas fagulhas. Veterinários tratam os animais feridos.

Causas e investigação

Nos últimos dias, autoridades afirmaram que alguns dos focos de incêndio foram iniciados deliberadamente. O presidente Gabriel Boric visitou as áreas afetadas e declarou que todas as possibilidades serão investigadas.

Os incêndios no Chile já são considerados um dos três mais mortais do mundo neste século, comparáveis aos ocorridos na Austrália em 2019 e no Havaí em agosto de 2023. O governo chileno também ressalta que esta é a maior tragédia nacional desde o terremoto de 2010, que resultou na morte de mais de 500 pessoas.

50 anos do incêndio no Edifício Joelma: tragédia que marcou São Paulo

Numa manhã de sexta-feira, sob uma fina chuva, São Paulo testemunhou, horrorizada, seu mais devastador incêndio em 1º de fevereiro de 1974. Do topo do Edifício Joelma, pessoas lançavam-se no vazio para escapar das chamas, enquanto os bombeiros enfrentavam a batalha contra o fogo por mais de 10 horas.

Mesmo com os esforços heroicos, o incêndio resultou em 187 vidas perdidas, mais de 300 feridos e a persistente lembrança de algumas das cenas mais dramáticas na história da capital paulista.

O Edifício Joelma, situado no cruzamento da Avenida Nove de Julho com a Praça da Bandeira e a Rua Santo Antônio, representa um dos imponentes colossos de concreto que contribuíram para transformar São Paulo numa das metrópoles mais impressionantes do mundo.

Naquele início de 1974, aproximadamente mil colaboradores do Banco Crefisul ocupavam os 25 andares do edifício, que seria tragado pelas chamas de maneira rápida e avassaladora.

Início do Incêndio


O incêndio teve origem no sistema de ar-condicionado de um escritório no 12º andar, propagando-se rapidamente por cortinas e carpetes (Foto: Reprodução/Agência Brasil)

Era por volta das 8h45 quando o Edifício Joelma começou a ser consumido pelo fogo. Ventos fortes contribuíram para a rápida propagação das chamas, transformando um local de trabalho em palco de desespero e tragédia.

O incêndio, originado no 12º andar devido a um curto-circuito no sistema de refrigeração do Banco Crefisul, causou a morte de 181 pessoas e deixou mais de 300 feridos. A falta de segurança do prédio e as condições climáticas adversas agravaram a situação, deixando um legado de dor e tristes lembranças.

Busca por justiça

Adriano Dolph, jornalista e autor de “Fevereiro em Chamas”, dedicou-se a buscar a verdade por trás dos números. Documentos oficiais do IML, do Cemitério do Vila Alpina, processos criminais e registros históricos foram peças fundamentais para reconstruir a história e garantir que as vítimas não fossem esquecidas.

Dolph destaca a batalha travada pelo reconhecimento da responsabilidade do Crefisul no desastre. O banco, que inicialmente resistiu às indenizações, foi obrigado, após cinco anos de disputas judiciais, a reparar parte dos danos causados.

Julgamentos e condenações

No âmbito criminal, cinco indivíduos foram responsabilizados pelo incêndio. Kiril Petrov, engenheiro responsável, foi condenado a três anos de prisão. Eletricistas e o proprietário da empresa Termoclima também enfrentaram a justiça, mas as penas foram reduzidas em apelação.

Medidas tomadas

Após a tragédia, o laudo pericial do Instituto de Polícia Técnica referente ao incêndio foi finalizado em março de 1974, dando início a um renovado debate sobre a revisão do Código de Obras de São Paulo. Em vigor desde 1934, o código nunca havia sido submetido a uma análise que o ajustasse às novas condições urbanas e aprimorasse seu sistema de prevenção e combate a incêndios.