No Chile, uma das mais graves tragédias dos últimos 15 anos assola o país, com mais de 130 vítimas fatais e centenas de pessoas desaparecidas devido aos incêndios florestais. Os repórteres especiais, Bruno Tavares e Wellington Valssechi, testemunharam a devastação na área turística de Viña del Mar.
O fogo teve início no Parque Nacional Peñuelas, uma vasta reserva florestal, alimentado por fortes rajadas de vento atingindo até 80 km/h em direção às áreas mais densamente habitadas da região.
Dois fatores adicionais contribuíram para a propagação dos incêndios: o clima seco, típico do Chile, e o intenso calor. Na semana passada, o país foi atingido por uma onda de calor, com temperaturas atingindo os 40°C na região de Viña del Mar.
Desdobramentos do incêndio
O número de mortos ultrapassa os 130 e ainda há pessoas desaparecidas nas regiões de Viña del Mar e Valparaíso. Os bairros mais afetados foram os localizados na periferia, distantes do centro, incluindo áreas de ocupação com casas de madeira. Isso contribuiu significativamente para o alto número de vítimas.
Neste momento, os bombeiros estão concentrados em realizar operações de rescaldo, uma vez que a maioria dos focos de incêndio está sob controle. Além disso, estão empenhados em localizar e identificar as vítimas desse desastre.
Cenário devastador causado pelo fogo
Incêndios florestais não são raros nessa região do Chile, mas, desta vez, atingiram uma dimensão sem precedentes. Muitas vítimas só serão reconhecidas por meio de testes de DNA. Mais de 300 pessoas continuam desaparecidas.
Voluntários estão entregando alimentos para os moradores. Outra prioridade é aplicar vacina antitetânica e atender quem sofreu danos oculares pelas fagulhas. Veterinários tratam os animais feridos.
Causas e investigação
Nos últimos dias, autoridades afirmaram que alguns dos focos de incêndio foram iniciados deliberadamente. O presidente Gabriel Boric visitou as áreas afetadas e declarou que todas as possibilidades serão investigadas.
Os incêndios no Chile já são considerados um dos três mais mortais do mundo neste século, comparáveis aos ocorridos na Austrália em 2019 e no Havaí em agosto de 2023. O governo chileno também ressalta que esta é a maior tragédia nacional desde o terremoto de 2010, que resultou na morte de mais de 500 pessoas.