Desde o começo dos anos 2000 até a década de 2010, o estilo Indie Sleaze estava no auge, sendo uma alternativa mais ousada e imperfeita à moda mais tradicional. Ele era marcado por delineado borrado, jaquetas de couro bem gastas (quanto mais usadas, melhor) e estampas de bichos. Se comparado ao visual mais elegante que vemos hoje nas redes sociais, a aparência do Indie Sleaze parece até meio provocadora. Mas, para surpresa de muitos, esse estilo está voltando! E isso dá uma visão interessante de como a moda gosta de brincar com a nostalgia, sempre se reinventando e se adaptando às mudanças culturais ao longo do tempo.
Recentemente, houve bastante discussão, tanto na internet quanto na Vogue, sobre o retorno do estilo, e tudo indica que essa volta pode estar bem próxima. Alexa Chung e Kate Moss apareceram com frequência nas passarelas do outono de 2025, e a temporada trouxe de volta as estampas de animais e jaquetas de couro desgastadas.
O indie sleaze atual não é apenas um resgate, mas uma reinvenção. Os óculos sem lentes e as bodysuits metálicas ficaram para trás, dando espaço a jaquetas de couro garimpadas em brechós e blazers oversized. Essa estética evoluiu com influências de meias arrastão usadas com sapatos de grife, e foi remodelada pelas redes sociais.
O TikTok se tornou um palco para tutoriais que ensinam a construir um visual que equilibra autenticidade com a realidade de um mundo onde cada momento pode ser registrado e compartilhado online.
Animal Print
O Indie Sleaze e o Animal Print compartilham uma essência de rebeldia e atitude despreocupada, tornando-se elementos visuais complementares na moda.
Kate Moss utilizando casaco Animal Print (Foto: reprodução/Instagram/@dietcokegb)
O animal print, sempre esteve associado ao glamour ousado e à expressão de individualidade. No indie sleaze, ele é ressignificado, aparecendo em combinações despretensiosas, como casacos oversized de oncinha com jeans rasgado ou botas com estampa de cobra contrastando com camisetas vintage.
Maquiagem escura e cabelo bagunçado
Lily-Rose Deep em evento de moda (Foto: reprodução/Instagram/@lilyrose_deep)
O preto é predominante, criando um efeito intenso e descompromissado, como se a maquiagem tivesse sido usada a noite toda. O lápis preto na linha d’água reforça essa estética. Para complementar o visual, os cabelos costumam estar desalinhados, com efeito, úmido ou textura bagunçada.
Renda branca ou creme
Tops de renda são frequentemente combinados com jeans rasgado, jaquetas de couro oversized ou minissaias, trazendo um contraste entre o refinado e o desgastado. Vestido com o mesmo material e aparência desgastada são resgatados de brechós e estilizados de forma casual, muitas vezes usados com botas pesadas ou óculos escuros.
Lana Del Rey com violão e vestido branco de renda (Foto: reprodução/Instagram/@honeymoon)
Jaquetas de couro
As jaquetas de couro são um dos itens mais presentes no indie sleaze, representando perfeitamente a atitude irreverente e descompromissada dessa estética. No auge do movimento nos anos 2000, elas eram essenciais para criar um visual noturno, desgastado e cheio de personalidade.
Gabriette usando jaqueta de couro preta (Foto: reprodução/Instagram/@gabriette)
Os paralelos culturais entre o presente e os anos 2000 são evidentes: a instabilidade econômica, a busca intensa por autenticidade e uma nostalgia por tempos mais caóticos e menos estruturados. Famosas como Bella Hadid e Julia Fox, junto a influenciadores do TikTok, impulsionam esse retorno, trazendo de volta o visual de brechó e a maquiagem propositalmente borrada. Expressões que vem em contraponto com o “Clean Girl Aesthetic”.
