Vaquinha para Agam é retomada após a repercussão, mais de R$520 mil serão entregues integralmente

Nesta segunda-feira (30), o sócio-fundador da página Razões Para Acreditar, diz que suspendeu o cancelamento da vaquinha feita para Agam, uma voluntário que ajudou no regaste da brasileira Juliana Marins, a mesma tinha sido cancelada no domingo (29).

O Vídeo

Nosso objetivo jamais foi outro senão ajudar o Agam. Quando fizemos esse comunicado [do cancelamento], muitos de vocês expressaram o desejo e a importância desse valor chegar até ele e vocês tem toda razão”, afirma Vicente.

A campanha foi realizada pelo site Razões Para Acreditar e o Voaa, um site especializado em vaquinhas onlines, o motivo do cancelamento da vaquinha inicialmente foi, segundo o comunicado, o grande número de questioanamento dos doadores sobre a taxa cobrada em cima da vaquinha de 20%.

Vicente afirmou que irá passar 100% do valor que conseguiram arrecadar na vaquinha para Agam, mais de R$520 mil, sem as cobraças das taxas e que quem preferisse poderia ter o dinheiro de volta, se notificassem a página em 48 horas.


Vídeo do sócio-fundador explicando sobre a suspensão do cancelamento da vaquinha (Vídeo:reprodução|Instagram|@razoesparaacreditar)


O Voluntário

Agam é conhecido como uma montanhista com grande experiência, que arrisca a própria vida para resgatar pessoas, ele foi o líder do grupo de socorristas para resgatar Juliana Marins, por meio das redes sociais o socorrista mostrou como conseguiu resgatar o corpo da vítima, os equipamentos utilizados foram capecete, lanternas, maca e cordas. Ele passou a madrugada ao lado da brasileira, em uma encosta instável, para que o corpo não escorregasse mais.

A comoção gerada pela atitute de Agam comoveu os brasileiros, os internautas elogiaram a coragem e a dedicação do voluntário, que agiu de forma humilde no momento tão delicado. Muitos apontaram que o apoio financeiro seria uma forma justa de reconhecer o esforço do socorrista, que se expôs fisicamente e emocionalmente durante a operação. Além disso, a repercussão positiva fez com que a campanha ganhasse ainda mais visibilidade.

Caso Juliana: arrecadação comunitária para alpinista voluntário é cancelada

A arrecadação online criada em apoio ao alpinista Agam, que se ofereceu como voluntário no resgate do corpo da brasileira Juliana Marins, foi cancelada neste domingo (29). Até às 19h, a campanha havia somado mais de R$ 522 mil em doações.

Por meio de nota divulgada nas redes sociais, os organizadores anunciaram a suspensão imediata da vaquinha. Segundo o comunicado, todas as contribuições serão devolvidas automaticamente aos doadores, utilizando os mesmos métodos de pagamento, a partir desta segunda-feira (30).

Vaquinha será devolvida

A decisão de encerrar a vaquinha foi motivada pelo grande volume de críticas e questionamentos de doadores e internautas em relação à taxa de 20% aplicada sobre o total arrecadado. A campanha estava sob responsabilidade do portal Razões Para Acreditar, em parceria com a plataforma Voaa, especializada em arrecadações online. Em nota, as instituições explicaram que a cobrança se deve ao modelo de operação adotado, que envolve mais do que apenas oferecer uma plataforma digital para doações.


Vaquinha já havia conseguido somar mais de R$ 500 mil, antes de ser cancelada (reprodução/X/Razões Para Acreditar)

Convertido para a moeda local, o montante ultrapassa 1,09 bilhão de rúpias indonésias, valor suficiente para pagar cerca de 218 salários mínimos mensais na Indonésia.

Nos últimos dias, tanto a plataforma Voaa quanto o Razões Para Acreditar, além de outras pessoas ligadas à campanha, passaram a ser alvo de críticas, ameaças, desinformação e discursos de ódio. Diante desse cenário, os organizadores reconheceram que a polêmica em torno da vaquinha acabou desviando o foco principal da mobilização, que era justamente dar visibilidade e apoio à trajetória de Agam e à causa humanitária envolvida.

Alpinista arriscou sua vida

O alpinista atuou como voluntário no resgate de Juliana Marins e relatou que ele e a equipe estavam cientes dos riscos extremos envolvidos na operação, incluindo a possibilidade de morte. Segundo ele, qualquer passo em falso poderia ser fatal. Ao lado de Tyo, também alpinista e guia da região, Agam enfrentou condições adversas para ajudar na missão.

Desde o início, ao se oferecer para participar do resgate, Agam afirmou que não deixaria a montanha sem garantir que Juliana também fosse retirada de lá. Ele conseguiu chegar até o local onde estava o corpo da jovem já durante a noite. Sem alternativa segura para descer de imediato, Agam passou a madrugada segurando a vítima, impedindo que o corpo escorregasse ainda mais na encosta.

Entre esse momento e a chegada ao hospital, foram cerca de 15 horas de esforço contínuo, enfrentando o frio e sem acesso a uma alimentação adequada.

Governo da Indonésia admite falta de estrutura para resgates como o caso de Juliana Marins

O governador Lalu Muhamad Iqbal, responsável pela província de Sonda Ocidental, onde está localizado o vulcão Rinjani, cenário da morte da turista brasileira Juliana Marins, divulgou neste sábado (28), por meio do Instagram, uma carta aberta direcionada aos brasileiros.

No vídeo, ele explica que as operações de resgate foram dificultadas por chuvas constantes e forte neblina. Iqbal também reconhece que a região carece de infraestrutura apropriada para lidar com emergências como essa.

Pronunciamento

Em vídeo publicado em inglês no Instagram, o governador Lalu Muhamad Iqbal lamentou a morte da turista brasileira, a quem se referiu como uma “irmã” e expressou condolências à família. Ele afirmou que toda a população local ficou abalada com a tragédia e garantiu que assim que o acidente foi comunicado, as equipes de resgate foram mobilizadas com urgência, mesmo enfrentando riscos para cumprir a missão.


Local de resgate é de difícil acesso, vertical e profundo (Reprodução/Youtube/UOL)

O governador destacou que muitos dos socorristas eram voluntários e atribuiu as dificuldades do resgate às condições climáticas adversas, como chuva intensa e nevoeiro, que impediram o uso eficaz de drones térmicos.

Também mencionou que o terreno arenoso representava perigo para os helicópteros, já que a areia poderia comprometer os motores. Por fim, admitiu que a região ainda não conta com profissionais suficientes especializados em resgate vertical, nem com equipamentos adequados para operações complexas como essa. O governador da Indonésia também afirmou que pretende implementar ações efetivas para aprimorar a resposta a incidentes parecidos no futuro.

Outra ocorrência no local

Um turista da Malásia sofreu uma queda de aproximadamente 200 metros na sexta-feira (27) no Monte Rinjani. O incidente aconteceu poucos dias após Juliana Marins ter perdido a vida na mesma trilha. De acordo com as autoridades, o homem ficou ferido, mas seu estado de saúde é estável.

A informação foi confirmada pela administração do parque que abriga o vulcão, por meio de uma publicação no Instagram. Conforme o comunicado, uma equipe de resgate foi enviada imediatamente ao local.

Brasileira morre no Monte Rinjani; Lula lamenta tragédia

O corpo de Juliana Marins, brasileira que sofreu um acidente durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, foi encontrado sem vida na manhã desta terça-feira, 24. A família foi a primeira a confirmar a morte da jovem. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou o ocorrido em suas redes sociais e afirmou que os serviços diplomáticos e consulares do Brasil na Indonésia seguirão prestando apoio à família da vítima.

Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Juliana Marins após queda durante trilha no vulcão Rinjani. Nossos serviços diplomáticos e consulares na Indonésia seguirão prestando todo o apoio à sua família neste momento de tanta dor”, escreveu Lula. “Quero expressar minha solidariedade à sua família, solidariedade que, tenho certeza, também é de todo o povo brasileiro. Que Deus conforte seus corações”, completou o presidente.

A equipe de resgate conseguiu avançar e chegar ao local onde Juliana estava, mas ela já se encontrava sem vida. Juliana caiu de um penhasco durante a trilha rumo ao cume do Monte Rinjani, na ilha de Lombok, no último sábado 21, horário local.

Aventura pela Ásia terminou em tragédia

Segundo o Itamaraty, as buscas duraram quatro dias e foram dificultadas pelas condições meteorológicas da região. Em comunicado, o órgão informou que, assim que tomou conhecimento do acidente, a embaixada do Brasil em Jacarta acionou as equipes locais e acompanhou de perto as operações de resgate.

Em busca de novas experiências, Juliana, formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e apaixonada por pole dance, embarcou em fevereiro em um mochilão pela Ásia. No roteiro, já havia visitado Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.

Foi em Lombok, ilha vizinha a Bali, que decidiu encarar o desafio do Monte Rinjani, um vulcão ativo de 3.721 metros de altitude, cercado por um lago. A aventura, infelizmente, terminou em tragédia.

Juliana fazia parte de um grupo de seis turistas, acompanhados por dois guias, segundo as autoridades do parque. Contudo, a família denuncia que ela ficou sozinha por mais de uma hora, abandonada pelo guia, antes do acidente.


Trilha na Indonésia ( Vídeo: reprodução/Instagram/@portalg1)


Guia é acusado de negligência e se defende

A gente descobriu isso em contato com pessoas que trabalham no parque. Juliana estava nesse grupo, porém ficou muito cansada e pediu para parar um pouco. Eles seguiram em frente e o guia não ficou com ela”, relatou a irmã, Mariana, em entrevista ao Fantástico. “O guia seguiu com o grupo até o cume que eles iam alcançar, e Juliana ficou sozinha por mais de uma hora”, acrescentou.

O parque informou que Juliana entrou em pânico durante a trilha, sem saber para onde ir ou como agir. O guia só percebeu o que havia acontecido ao retornar, após notar que a jovem não acompanhava mais o grupo. “Ele voltou porque viu que ela estava demorando muito e a encontrou caída”, contou a irmã de Juliana.

Em declaração ao jornal O Globo, o guia Ali Musthofa, de 20 anos, negou ter abandonado Juliana. Segundo ele, a orientação era que ela fizesse uma pausa e retomasse a trilha em seguida. “Não fiquei longe. Caminhei só um pouco à frente e voltei em poucos minutos quando percebi que ela não vinha”, explicou.

Musthofa trabalha frequentemente no Monte Rinjani desde novembro de 2023, sobe a montanha pelo menos duas vezes por semana. Ele disse ter estranhado o atraso de Juliana e, por isso, decidiu voltar rapidamente para verificar o que havia ocorrido.

Morte de brasileira no Monte Rinjani expõe risco na Indonésia

A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, natural de Niterói (RJ), morreu após sofrer uma queda de aproximadamente 300 metros durante uma trilha no Monte Rinjani, um vulcão ativo na ilha de Lombok, Indonésia. O acidente ocorreu na madrugada do dia 21 de junho, mas o corpo só foi localizado quatro dias depois, devido ao mau tempo na região. Juliana fazia um mochilão pela Ásia desde fevereiro e já havia passado pelas Filipinas, Vietnã e Tailândia.

As autoridades locais afirmam que o local da queda é uma área cercada por desfiladeiros e encostas íngremes. A demora no resgate, segundo os socorristas, foi causada pelas más condições climáticas. Especialistas sugerem que Juliana pode ter falecido por causas relacionadas à desidratação, fome ou exposição prolongada ao frio intenso da montanha.

Trilha difícil e visibilidade baixa no momento do acidente

Segundo relatos de companheiros de trilha, Juliana estava no fim do grupo, ao lado de um guia local, quando caiu de um penhasco próximo à cratera do vulcão, por volta do amanhecer.

A visibilidade era baixa, com uso apenas de lanternas simples em um terreno escorregadio e inclinado. “Era muito cedo, antes do nascer do sol. Estava frio, o terreno era difícil e a luz era pouca”, disse um dos trilheiros à TV Globo.

Monte Rinjani: beleza natural marcada por riscos frequentes

Com cerca de 3.726 metros de altura, o Monte Rinjani atrai viajantes do mundo todo por sua vista deslumbrante e trilhas desafiadoras. No entanto, a caminhada é considerada extremamente exigente. A agência local Green Rinjani Tour and Travel alerta: “A trilha no Rinjani é difícil. É preciso estar preparado com roupas apropriadas, equipamento resistente ao frio e ao vento, e evitar riscos desnecessários”.


Monte Rinjani, Indonésia (reprodução/Kitti Boonnitrod/Getty Images embed)


Além de trilhas escorregadias e mudanças bruscas no clima, há risco de atividade vulcânica e queda de rochas. Em 2022, um turista português morreu após cair de um penhasco no cume do vulcão. Em maio deste ano, um trilheiro da Malásia também perdeu a vida no local.

Comoção nas redes mobiliza governo brasileiro

A morte de Juliana causou grande comoção nas redes sociais brasileiras, onde internautas expressaram tristeza, revolta e indignação com a condução das buscas pelas autoridades da Indonésia. Muitos usuários acusaram o governo local de descaso e falta de agilidade, levantando questionamentos sobre o tempo que se passou até que a vítima fosse encontrada.

A repercussão do caso chegou ao Itamaraty. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, foi informado sobre o acidente e, desde então, passou a manter contato direto com autoridades indonésias para acompanhar de perto as operações de resgate e a situação da família de Juliana.

Segundo as autoridades da Indonésia, a demora no resgate ocorreu por conta das más condições climáticas na região do Monte Rinjani. A baixa visibilidade e os ventos fortes teriam impedido o avanço das equipes de busca pelos trechos íngremes da trilha. Ainda assim, nas redes sociais, brasileiros continuaram criticando a lentidão e cobrando maior atenção às vidas de turistas estrangeiros no país.

Acidente reacende alerta sobre segurança em trilhas de alto risco


Juliana Marins em um de seus últimos momentos durante a viagem (reprodução/Instagram/@resgatejulianamarins)


A morte de Juliana Marins não apenas comoveu o país, como também expôs a dura realidade enfrentada por viajantes em busca de aventura em trilhas extremas. Locais como o Monte Rinjani exigem mais do que coragem: demandam preparo técnico, atenção ao clima, estrutura de apoio e ações rápidas das autoridades em casos de emergência.

A tragédia reacende discussões sobre responsabilidade compartilhada entre turistas, agências de turismo e governos locais. Em meio à dor e à indignação, a memória de Juliana agora serve como alerta para que outras vidas não se percam em meio à beleza traiçoeira das grandes montanhas.