Israel e Hamas: acordo de cessar-fogo põe fim a mais de 460 dias de guerra

Nesta quarta-feira (15), o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, declarou que o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrará em vigor no domingo (19). No entanto, ele destacou que as negociações sobre os detalhes da implementação continuam em andamento. Israel informou que alguns pontos ainda precisam ser definidos, e uma votação no governo israelense está marcada para quinta-feira.

O acordo inclui um cessar-fogo temporário que, por enquanto, interromperá a destruição em Gaza, juntamente com a libertação de 94 israelenses mantidos em cárcere, e cerca de 10 mil prisioneiros palestinos. Além disso, permitirá que os palestinos deslocados retornem às suas casas, embora muitas delas tenham sido destruídas pela força israelense.


Anúncio do Primeiro Ministro do Qatar feito em conferência. (Vídeo: reprodução/Youtube/ABC News)


O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, interrompeu sua viagem à Europa, para retornar ao país e participar de uma reunião do governo sobre o cessar-fogo, marcada para quinta-feira (16). O ministro da Cultura e Esportes, Miki Zohar, afirmou que votará a favor do acordo, considerando ser dever de todo ministro apoiar a medida.

Mais cedo, o Hamas divulgou uma declaração sobre uma reunião entre um de seus líderes, Mohammed Darwish, e Ziad al-Nakhalah, chefe do grupo Jihad Islâmica, destacando os esforços conjuntos para o sucesso das negociações.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, acolheu positivamente a notícia do acordo, afirmando: “Nossa prioridade deve ser aliviar o tremendo sofrimento causado por este conflito. Peço a todas as partes que facilitem o socorro humanitário rápido, desimpedido e seguro para todos os civis necessitados.”

Fases do Acordo

O acordo de cessar-fogo será implementado em duas fases. Na primeira fase, Hamas concordou em libertar 33 prisioneiros israelenses, incluindo mulheres, crianças e civis com mais de 50 anos. Em contrapartida, libertará um número maior de prisioneiros palestinos. Além disso, as forças israelenses irão se retirar das áreas residenciais de Gaza, limitando sua presença a, no máximo, 700 metros dentro da fronteira de Gaza.

Outra medida importante será a permissão para o retorno de civis ao norte de Gaza, além do aumento significativo na ajuda humanitária, com até 600 caminhões podendo entrar diariamente no enclave. Também será autorizado que palestinos feridos deixem Gaza para tratamento médico, com a passagem de Rafah sendo aberta em até sete dias, após o início da implementação dessa primeira fase.

O acordo também prevê a redução da presença militar israelense no Corredor Filadélfia, a área de fronteira entre Gaza e o Egito, com a retirada completa das forças israelenses até o 50º dia pós-implementação do cessar-fogo.

Na segunda fase, caso todas as condições sejam atendidas, o Hamas comprometer-se-á a liberar todos os prisioneiros israelenses restantes, que são, em sua maioria, soldados. Em troca, Israel libertará mais prisioneiros palestinos. A segunda fase culminará com o início da retirada total das forças israelenses de Gaza.

Reações e Expectativas

Até o presente momento, nem Israel nem o Hamas confirmaram oficialmente o acordo, mas fontes próximas às negociações disseram à National Public Radio (NPR), que ambas as partes concordaram com um cessar-fogo provisório, procurando encerrar mais de 15 meses de combate intenso.

Segundo a Al Jazeera, veículos de mídia israelenses relataram que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não se dirigirá ao público, até que a votação sobre o cessar-fogo seja concluída e os processos formais sejam finalizados.


Anúncio Oficial do Presidente dos Estados Unidos para a imprensa. (Vídeo: reprodução/Youtube/ABC News)


Está prevista para amanhã uma reunião importante no gabinete de segurança de Israel. O acordo estabelece uma pausa no combate, mas ministros de extrema-direita temem que a guerra possa ser retomada após a primeira fase. “O público israelense quer um acordo de cessar-fogo para trazer de volta os prisioneiros, não para acabar com o sofrimento do povo palestino”, afirmou a repórter Hamdah Salhut.

O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, pronunciou-se nesta tarde, confirmando as tratativas de cessar fogo entre os dois países e que está em contato com os presidentes do Kuwait e Egito, para garantir que as negociações saiam nos conformes.

Israel bombardeia Iêmen como forma de retaliação

Aviões israelenses realizaram bombardeios no Iêmen nesta sexta-feira (10), atingindo uma usina elétrica e dois portos controlados pelos Houthis. A ofensiva foi uma retaliação aos ataques de drones lançados pelos Houthis contra Israel e um porta-aviões norte-americano no Mar Vermelho nos últimos dois dias.

Portos e infraestrutura atingidos

Os ataques israelenses deixaram uma pessoa morta e nove feridas. O porto de Ras Issa foi atingido, assim como o de Hodeidah, alvo de nove bombardeios. A província de Amran também sofreu ataques. Segundo a empresa britânica Ambrey, Israel buscava atingir instalações de armazenamento de petróleo, mas nenhum navio mercante foi danificado.

Em outro ataque, 13 bombardeios foram direcionados à estação central de energia na capital do Iêmen, Sanaa. A ação deixou três pessoas gravemente feridas, destruiu casas e causou danos significativos à infraestrutura local.


Pessoas saindo de lugar devastado por bombardeios em Iêmen (Foto: reprodução/X/@g1)

Tensão crescente no Oriente Médio

O Exército israelense afirmou que os alvos atingidos são considerados fontes de energia que sustentam o “regime terrorista” dos Houthis.

Nos últimos dias, os Houthis intensificaram ataques contra Israel, disparando três drones em direção a Tel Aviv, além de alvejar um porta-aviões norte-americano na região.

O conflito entre Israel e os Houthis aumenta a tensão no Oriente Médio, já marcada por disputas geopolíticas e ações militares na região do Mar Vermelho. A escalada de violência ameaça ampliar o impacto humanitário no Iêmen, um país que já enfrenta uma grave crise humanitária devido a anos de guerra.

O cenário agrava as preocupações internacionais sobre a estabilidade na região e a segurança do comércio marítimo, especialmente em áreas estratégicas como o Mar Vermelho.

O crucial como o Mar Vermelho, um corredor estratégico para o transporte global de petróleo e mercadorias. A intensificação das hostilidades também pode atrair a participação de outras potências regionais e globais, complicando ainda mais as tentativas de mediação e resolução de conflitos.

Além disso, a comunidade internacional teme que os confrontos entre Israel e os Houthis possam desviar a atenção dos esforços para mitigar a crise humanitária no Iêmen, onde milhões de pessoas continuam a enfrentar fome, deslocamento e falta de acesso a serviços básicos. Organizações humanitárias alertam que a escalada do conflito pode dificultar a entrega de ajuda vital à população iemenita, agravando ainda mais o sofrimento das comunidades mais vulneráveis.

Belém, cidade de Jesus, cancela celebrações de Natal por guerra entre Israel e Hamas

Belém, cidade do nascimento de Jesus, cancelou pela segunda vez as celebrações de Natal. A decisão drástica foi tomada devido a guerra entre Israel e Hamas. O conflito não tem previsão para acabar.

Celebrações canceladas

Belém é um dos destinos mais visitados da região em período natalino pelo grande valor simbólico que a cidade representa para os cristãos. A Igreja da Natividade, local onde Jesus nasceu de acordo com a História, recebe centenas de milhares de turistas todos os anos neste período. No entanto, esse ano, os hotéis e a Igreja se encontram praticamente vazios.


Tradicional árvore de Natal não será montada esse ano (Foto: reprodução/UOL)

Centenas de fieis se reuniram ao redor da igreja nesta terça-feira (24). A praça da manjedoura também não recebeu a sua típica decoração de Natal e os clássicos desfiles foram cancelados. Os moradores e comerciantes locais lamentam a situação.

Meu filho me perguntou por que não há árvore de Natal este ano, não sei como explicar”,

Ali Thabet, moradora de uma aldeia próxima à Belém, à CNN.


Igreja da Natividade, construída no local onde Jesus nasceu, em Belém, na Cisjordânia (Foto/Reprodução/Viator)

A guerra

A decisão foi tomada pelas autoridades diante do avanço do conflito e em solidariedade à população palestina em Gaza. No dia 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas atacaram a região sul de Israel. Na ocasião, 1.2 mil pessoas foram mortas e 250 pessoas foram feitas reféns. Além disso, 380 soldados morreram no ataque. No entanto, não são apenas os moradores locais que foram afetados com o conflito, a violência também chegou na Cisjordânia, com aproximadamente 300 palestinos mortos pelas forças israelenses.

Nunca vi algo assim. Natal é alegria, amor e paz. Não temos paz. Não temos alegria”,

Padre Spiridon Sammour, sacerdote ortodoxo grego da Igreja da Natividade.

Autoridades palestinas e da Igreja Católica pediram que fieis não percam a esperança. De acordo com o prefeito, sem esperança, não é possível viver na Terra Santa.

Pelo menos 218 pessoas foram mortas em conflito na Síria, afirma ONG

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), ONG com sede no Reino Unido, afirmou nesta terça-feira (10), que pelo menos 218 pessoas foram mortas em um conflito na região, as mortes teriam ocorrido em um período de três dias. A disputa começou após grupos apoiados pela Turquia e curdos aproveitarem os resultados da ofensiva do grupo Hayet Tahrir al-Sham (HTS) contra o regime de Bashar al-Assad. O regime do então presidente sírio caiu após uma ofensiva apoiada pelas forças militares de Israel.

Temores

Com a queda do regime de Bashar al-Assad, há temores de que a Síria possa entrar em um período ainda mais tenso, uma vez que há diversas forças com interesse no território. O regime de Assad, que iniciou com o seu pai, Hafez al-Assad, começou em 2011 após a Primavera Árabe. Em seus últimos dias o regime apoiou o grupo Hezbollah, que está em conflito com as forças de Israel.


Forças de Israel destruíram equipamentos militares da Síria. (Foto: reprodução/ X/ @MonicaLaredo2)

O governo enfrentou diversas crises por conta de corrupção e falta de apoio popular, porém mantinha um grande poder e influência militar na região. Com o vácuo de poder, outros grupos na região iniciaram uma disputa pelo controle do território, o que tem causado destruição e mortes. Os combates estão concentrados nas regiões de Raqqa e Manbij.

As forças curdas, minoria étnica na região, têm se mostrado um dos principais aliados dos Estados Unidos na região, lutando sob a bandeira de Forças Democráticas Sírias. Após a queda do regime de forças extremistas, os curdos aproveitaram para aumentar suas áreas de influência na região.

Conflitos regionais

A região do Oriente Médio sofre com diversas disputas entre grupos extremistas ou políticos. Os combates se intensificaram após o início do conflito entre palestinos e israelenses, onde há o embate entre as forças de Israel e o grupo palestino Hamas. Nas últimas semanas a Síria foi atacada pelo menos 480 vezes pelas forças israelenses.

Hezbollah e Irã vão pagar um total de 77 milhões de dólares a famílias afetadas pela guerra

O grupo libanês Hezbollah, pagou mais de 50 milhões de dólares a famílias afetadas pela guerra contra Israel. De acordo com o líder Naim Qassem em discurso gravado, o Irã ajuda a organização política a financiar o auxílio. 

Ele também disse que o programa contempla 233,500 famílias que se registraram para receber o pagamento. Ao fim, o auxílio, que varia entre 300 e 400 dólares por família (entre R$1815,21 e R$2420,28), totalizará o montante de 77 milhões de dólares utilizados pela organização.

Além disso, O grupo fará um pagamento único de 8000 dólares (R$48.405,61) àqueles que tiveram a moradia destruída pela guerra e 6000 dólares (R$36.304,21) por um ano de aluguel aos moradores da sede do governo libanês, Beirute, e áreas próximas. O Hezbollah auxiliará com 4000 dólares (R$24.202,80), os que estão se refugiando fora da capital enquanto esperam melhorias nas condições da cidade para voltar.

 O governo iraniano irá providenciar a maior parte desse dinheiro.

No dia 27 de novembro, Hezbollah e Israel firmaram um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e França. Mas, os dois países continuam com ataques, mesmo depois do acordo.

Além dos países em guerra direta

As principais tensões no Oriente Médio dos últimos dois anos aconteceram na Faixa de Gaza, entre Israel e o grupo palestino Hamas, e no Líbano, em que o Hezbollah guerreia com o inimigo da . As duas guerras têm como característica o aporte financeiros e apoios militares de potências armamentistas. 

No caso de Israel, o apoio para continuar lutando vem dos Estados Unidos, que se esforça para manter o único aliado político na região. Já as organizações da Palestina e do Líbano são patrocinadas pelo Irã, que começou a desenvolver bombas nucleares em seu território.

Relação entre Hezbollah e Irã

Apesar de ser o principal fornecedor das armas utilizadas pelo Hezbollah na guerra, o Irã ainda não se envolveu diretamente com seus exércitos em defesa das áreas de risco libanesas.

Segundo a BBC News Brasil, isso tem preocupado alguns grupos conservadores, que pedem que o Irã, governado pelo presidente eleito em julho Masoud Pezeshkian, vingue os bombardeios sofridos pelo Líbano.


Presidente iraniano Masoud Pezeshkian (Foto:Reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images Embed)


Ao ser eleito, Pezeshkian garantiu que estes ataques não ficariam sem resposta. Na prática, acabou optando por um governo mais conciliador e que evita os comentários extremos relacionados à aniquilação de Israel.

Trump promete retaliação severa se reféns em Gaza não forem libertos até sua posse

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou suas declarações sobre o conflito na Faixa de Gaza, enviando um recado direto aos grupos palestinos que mantêm reféns desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Em publicação na rede social, Truth Social, nesta segunda-feira (2), Trump afirmou que, caso os reféns não sejam libertos até 20 de janeiro de 2025, data de sua posse, “os responsáveis ​​serão atingidos com mais força do que qualquer outro na longa e célebre história dos Estados Unidos da América, libertem os reféns agora!”.


O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)


“Se reféns não forem libertados antes de 20 de janeiro de 2025, data em que assumirei com orgulho o cargo de presidente dos Estados Unidos, vão pagar caro no Oriente Médio aqueles que cometeram essas atrocidades contra a humanidade”

Além disso, o Trump ainda prometeu apoio firme a Gaza e a Israel, país que o atual presidente Joe Biden também tem apoiado, embora com críticas ocasionais a maneira como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu conduz a ofensiva militar na faixa de gaza em 7 de outubro de 2023.

Crise humanitária

Essa declaração do presidente eleito, surge em meio à escalada de tensão na região Palestina e destaca a disposição do futuro governo americano em adotar medidas drásticas contra o palestino, Hamas. Grupo esse que foi responsável por realizar o ataque mais mortal já visto contra Israel, o que resultou em 1208 mortos, sendo a maioria civis. Além de capturarem mais de 250 pessoas, conforme registros israelenses, incluindo cidadãos israelenses e estrangeiros.

Fontes israelenses relatam que cerca de 97 reféns continuam sendo mantidas em cativeiro vivos, mas enfrentam condições precárias em cativeiro. O Hamas, por sua vez, informou que 33 reféns morreram durante a represália de Israel, que resultou na morte de mais de 44.000 pessoas em Gaza, de acordo com números do Ministério da Saúde dos territórios considerados confiáveis pela ONU.


Guerra no Oriente Médio é responsável pelo sumiço de diversos cidadãos (Foto: reprodução/Sean Gallup/Getty Images Embed)


Joe Biden adotou uma postura de apoio crítico ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. A insistência de Netanyahu em continuar a guerra até a erradicação completa do Hamas tem sido alvo de críticas internacionais, principalmente por rejeitar qualquer possibilidade de trégua, ocasionando protestos dentro de Israel que pedem negociações para um cessar-fogo e a liberação dos reféns.

Futuro do conflito

Com a posse de Trump se aproximando, o impasse sobre os reféns promete se tornar um ponto central na política internacional, na diplomacia e no conflito na região, mantendo o mundo em alerta para os desdobramentos dessa questão.

O grupo Hamas exige o fim das operações militares de Israel e a retirada total das forças israelenses de Gaza como condição para libertar os reféns. Netanyahu, no entanto, rejeita categoricamente.

O conflito, que já resultou em mais de 44.400 mortes de palestinos e no deslocamento de grande parte da população de Gaza, vem criando uma situação humanitária sem precedentes.  A situação agrava quando se pensa no alerta para a falta de alimentos, medicamentos e as possíveis doenças na população fora de seu território.

A expectativa em torno das ações do futuro governo americano mantém o mundo em alerta.

Libaneses retornam ao país, após cessar-fogo entre Israel e Hezbollah

Israel e grupo armado libanês Hezbollah firmaram um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e pela França, encerrando um confronto que já resultou em milhares de mortos e 900 mil deslocados no Líbano, além de dezenas de milhares de pessoas obrigadas a fugir do norte de Israel. Porém, o confronto entre Israel e o grupo militante palestino Hamas continua na Faixa de Gaza.

A trégua, iniciada nesta quarta-feira (27), foi considerada uma rara vitória diplomática em meio às tensões regionais e permite uma pausa nas hostilidades que vinham acontecendo há alguns meses, além da volta de milhares de libaneses deslocados pelos confrontos, que começaram a voltar para suas casas.

Essa decisão, que começou às 4h (23h de terça-feira, no horário Brasília), exige que Israel retire gradualmente suas tropas do sul do Líbano, um reduto do Hezbollah, e que as forças militares libanesas se posicionem na região num prazo de 60 dias. O Exército libanês afirmou que já estava se preparando para despachar 5.000 soldados para a região.

Militares garantem a segurança

O Exército do Líbano, encarregado de garantir a manutenção do cessar-fogo, anunciou que está organizando sua mobilização para o sul do país, uma área devastada por intensos bombardeios de Israel durante os combates contra o Hezbollah. Essa região inclui vilarejos no leste e os subúrbios ao sul de Beirute.

Os militares orientaram os habitantes das áreas fronteiriças a adiar o retorno para suas residências, até que as tropas israelenses finalizem a retirada. Desde setembro, as forças israelenses avançaram cerca de 6 km em território libanês em operações terrestres. “Com a entrada em vigor do cessar-fogo, o exército está tomando medidas para finalizar sua implantação no Sul, conforme determinação do governo libanês”, declararam.

Enquanto isso, veículos carregados com colchões, bagagens e móveis foram vistos em direção ao sul, saindo da cidade de Tiro, duramente bombardeada. A intensificação dos confrontos nos últimos dois meses forçou milhares de libaneses a deixarem suas casas.

Israel afirmou ter identificado militantes do Hezbollah retornando para áreas próximas à fronteira e abriu fogo para impedi-los de se aproximarem, sem compromissos de que o incidente comprometesse a trégua.

Conflito histórico

O acordo, mediado pelos Estados Unidos e França, busca encerrar um conflito na fronteira entre Israel e Líbano que já deixou milhares de mortos, desencadeado pela guerra de Gaza no ano anterior. A administração de Joe Biden celebrou a trégua como um marco diplomático nos últimos dias de seu governo.

A atenção diplomática agora se volta para Gaza, devastada por ataques de Israel que visam desmantelar o Hamas, responsável pelos ataques de 7 de outubro de 2023 em território israelense. Israel declarou que o objetivo no Líbano era garantir a segurança de aproximadamente 60 mil israelenses deslocados, devido aos foguetes disparados pelo Hamas em Gaza.


Decisão de cessar-fogo marca retorno de libaneses ao Líbano, gerando congestionamento (Foto: reprodução/Mahmoud Zayyat/AFP/GZH)

Entre os que retornam ao Líbano, alguns exibem bandeiras nacionais, enquanto outros demonstram euforia. Apesar disso, muitas aldeias para onde os moradores voltam estão em ruínas. Hussam Arrout, pai de quatro filhos, afirmou que aguardará a retirada completa israelense antes de retornar.

“Os israelenses não se retiraram completamente, eles ainda estão no limite. Decidimos esperar até que o exército anuncie que podemos entrar. Então ligaremos os carros imediatamente e iremos para a vila”, disse ele.

Joe Biden destaca decisão

O presidente Joe Biden destacou que o cessar-fogo foi projetado para ser permanente e prometeu que o Hezbollah e outras organizações terroristas não serão mais ameaças.

“Isso foi projetado para ser um cessar-fogo permanente das hostilidades”, disse Biden. “O que resta do Hezbollah e de não será permitido ameaçar a segurança de Israel novamente.”

Israel iniciará a retirada de suas tropas nos próximos 60 dias, enquanto o Exército Libanês assumirá o controle das áreas limítrofes. Biden também mencionou os esforços para uma trégua em Gaza, onde os conflitos permanecem.

Essa pausa no conflito proporciona a Israel a oportunidade de restabelecer seus recursos militares e concentrar esforços na luta contra o Hamas em Gaza. A tensão permanece alta, mas o acordo marca um possível passo para o fim da guerra no Oriente Médio.

Ministro de Israel deseja reduzir a população de Gaza pela metade

Bezalel Smotrich, ministro das finanças israelense, disse nesta terça-feira (26), que Israel deveria reduzir pela metade a população de Gaza, por meio da conquista da Faixa de Gaza, realizando uma “emigração voluntária”.

Defensor da ocupação de Israel em terras palestinas, Smotrich é um político de extrema-direita, nascido em um assentamento israelense, reconhecido como território sírio, nas Colinas de Golã.

O plano do ministro de Israel para Gaza

A fala do político sobre a conquista da Faixa de Gaza ocorreu em um simpósio organizado pelo Conselho Yesha, instituição que representa os colonos na Cisjordânia ocupada. Segundo Smotrich, a emigração voluntária é uma “oportunidade única”, que fica disponível mediante o governo de Donald Trump.

Líder do Partido Sionista Religioso, de extrema-direita, o ministro acredita que, em dois anos, a população de Gaza pode ser reduzida pela metade. Em 14 de novembro, o pedido de deslocamento forçado dos palestinos que estão na Faixa de Gaza foi tido pela Human Rights Watch como um crime contra a humanidade, o que foi negado plenamente por Israel, que informou que tais acusações são falsas.

O conflito entre Israel e Palestina

A guerra entre Israel e Palestina é histórica, e em 7 de outubro do ano passado iniciou-se o Conflito Israelo-Palestino de 2023, que vem acontecendo até hoje, deixando milhares de civis mortos na Faixa de Gaza e na Palestina como um todo, tendo o genocídio já completado um ano.


Bombardeio de Israel (Vídeo: Reprodução/Instagram/@motaz_azaiza)


O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, relatou que o número de mortos devido à ofensiva militar desde o princípio da guerra entre Israel e Palestina ultrapassou 44 mil pessoas. Destas mortes, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), aproximadamente 70% são mulheres ou crianças.

O Tribunal Penal Internacional (TPI), emitiu um mandado de prisão na última quinta-feira (21) contra Netanyahu pelos crimes de guerra; bem como para Mohammed Deif, líder do Hamas, que Israel afirma ter matado; e também para Yoav Gallant, ex-ministro da Defesa de Israel.

Governante da Arábia Saudita acusa Israel de “genocídio” contra a Palestina

Na última segunda-feira (11), Mohammed bin Salman, durante a reunião que ocorria entre os líderes dos outros países muçulmanos, falou que as atitudes de Israel contra a Palestina são “genocídio”. Conforme o líder saudita, ele cogita a possibilidade de não criar relações com o país presidido por Benjamin Netanyahu.

Acordo

Após um histórico de tensões, Arábia Saudita e Israel vinham tentando se reaproximarem nos últimos anos, porém quando se iniciou o conflito contra o Hamas em 2023, o país saudita decidiu parar com as negociações. Salman disse em setembro que, se não for criado um estado palestino, Israel não terá o reconhecimento do reino. Ainda na reunião, ele disse:

O Reino renova sua condenação e rejeição categórica do genocídio cometido por Israel contra o povo palestino irmão.

Mohammed bin Salman


Benjamin Netanyahu discursando na Assembleia Geral nas Nações Unidas, no último dia 27 de Setembro (Foto: reprodução/Stephanie Keith / Getty Images embed)


Respeito

Mohammed solicitou à comunidade internacional, o impedimento para que Israel não continue a atacar o Irã, e que haja respeito com o país. O ministro de relações exteriores da Arábia Saudita voltou a falar sobre essa questão no final de outubro, reforçando o que foi dito anteriormente pelo bin em setembro. O país do Tio Sam tentou mediar as relações entre esses dois países. Dentro do Tratado que tinha sido feito, durante o período em que estavam acontecendo as negociações, havia garantias de segurança para os Estados Unidos.

Investigações

Mohammed bin Salman está sendo investigado por cometer crimes contra a humanidade. Ele estaria sendo acusado de assassinar um jornalista no ano de 2018, por estar fazendo críticas ao governo da Arábia Saudita. Ainda teria perseguido pessoas que eram ativistas em prol dos direitos humanos.

Recentemente, o Príncipe da Arábia Saudita condenou o país de Israel pelo que tem feito contra Gaza.

Confrontos em Amsterdã: 62 detidos após ataques a torcedores israelenses

Uma série de confrontos ocorreu em Amsterdã, na última quinta-feira (7), envolvendo torcedores do Ajax, time holandês, e do Maccabi Tel Aviv, time israelense. A violência iniciou após a partida de futebol, quando torcedores israelenses vandalizaram um táxi e queimaram uma bandeira palestina, gerando grande tensão. Em resposta, grupos em scooters agrediram torcedores israelenses, deixando cinco hospitalizados e outros com ferimentos leves.

Segurança reforçada

O cenário de violência gerou uma reação rápida das autoridades locais. A prefeita Femke Halsema emitiu uma ordem de emergência proibindo manifestações e o uso de máscaras faciais. A segurança em locais judaicos foi intensificada e centenas de policiais foram mobilizados para evitar novos ataques. Halsema afirmou que a polícia foi pega de surpresa, pois não conseguiu identificar os atacantes antes dos confrontos. Antes do jogo, protestos pró-palestinos foram planejados para aquele dia, mas foram proibidos. 

David van Weel, ministro da Justiça, destacou que a polícia foi surpreendida pelo tamanho da força dos ataques e para garantir a segurança dos cidadãos israelenses, o governo de Israel recomendou que se evitassem símbolos israelenses e permanecessem fora das ruas.


Torcedores do Maccabi Tel Aviv em manifestação pró-Israel (Foto: reprodução/Mouneb Taim/Anadolu/Getty Images embed)


Riscos sempre iminentes

Desde o ataque de Israel a Gaza, em resposta às ofensivas do Hamas em outubro passado, os incidentes antissemitas aumentaram na Holanda. Organizações e escolas judaicas relataram um número crescente de ameaças e mensagens de ódio. A prefeita Halsema também destacou o papel das redes sociais, especialmente grupos no Telegram.

“Houve uma rápida disseminação por meio de grupos do Telegram”, disse a prefeita. Gideon Saar, ministro das Relações Exteriores de Israel, viajou à Holanda, onde se reuniu com autoridades locais para discutir a situação e reforçar a segurança. 

A violência coincidiu com o 86º aniversário da Noite dos Cristais, data de perseguição aos judeus na Alemanha nazista, o que aumentou a preocupação com as crescentes tensões na cidade.