Israel infiltra em hospital com soldados disfarçados e mata três pessoas

Nesta terça-feira (30), um grupo de soldados israelenses disfarçados infiltrou em um hospital na Cisjordânia para assassinar integrantes do Hamas em uma operação militar secreta. Os agentes estavam vestidos como mulheres palestinas, profissionais de saúde, e até uma pessoa com deficiência.

O que aconteceu é sem precedentes,” afirmou Tawfiq al-Shobaki, o porta-voz do hospital Ibn Sina, na cidade de Jenin. “Nunca houve um assassinato dentro de um hospital. Houve prisões e agressões, mas não um assassinato.

No total, as Forças Armadas de Israel (IDF) mataram três palestinos, de forma rápida e de modo que não chegou a ocorrer troca de tiros. De acordo com Israel, um dos alvos era Mohammed Jalamneh, um comandante da brigada Al-Qassam do grupo terrorista – o que o Hamas confirmou, intitulando a operação ao todo como um “assassinato covarde“.


Cama de hospital com marca de tiro e sangue no hospital Ibn Sina. (Foto: reprodução/Reuters/Raneen Sawafta)


Alvos da operação

Os alvos dos soldados israelenses foram identificados como os seguintes: Mohammed Jalamneh, um dos comandantes do grupo Hamas; Basel e Mohammed Ghazawi, irmãos que estavam abrigados no hospital.

De acordo com as autoridades militares israelenses, estes últimos dois também eram integrantes do grupo terrorista, e estavam envolvidos nos ataques. Já o hospital afirmou que Basel estava hospitalizado por paralisia parcial desde outubro do ano passado, imobilizado há praticamente quatro meses.

Crime de guerra

As convenções de Genebra, formadas após a Segunda Guerra Mundial e base das leis humanitárias internacionais, são claras sobre operações militares em hospitais.

É proibido transformar hospitais civis em zona de conflito,” clarifica Mathilde Philip-Gay, especialista da Universidade de Lyon. “É também proibido utilizar populações civis, os doentes ou os feridos como escudos humanos. É um crime de guerra, como é atirar dentro de um hospital.

Uma vez que não foi documentada a troca de tiros – embora Jalamneh supostamente estivesse armado, de acordo com a IDF – as tropas israelenses foram as únicas a atirar em um local supostamente protegido. Assim se explicam graves críticas às ações dos soldados, como a condenação do ataque pelo Ministério da Saúde da Palestina, que agora pede para a comunidade internacional pressionar Israel para suspender tais operações em hospitais.

Hamas tem metade dos combatentes mortos ou feridos, diz ministro de Israel

Nesta segunda-feira (29), o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou durante uma reunião feita com tropas perto da fronteira com Gaza que um quarto dos combatentes do Hamas foram mortos e mais um quarto está ferido: “A ‘ampulheta’ virou contra eles”, disse.

Conflito deve continuar por meses

Além das declarações sobre o exército israelense ter matado ou ferido metade dos combatentes do grupo terrorista, Gallant declarou que, segundo suas expectativas, a guerra ainda irá durar ao menos mais alguns meses; ele afirmou que “Continuarão existindo terroristas, e lutaremos nos focos de ações terroristas. E isso levará meses, não um único dia”. O ministro também salientou que, apesar dessa situação, os integrantes do grupo armado palestino “não têm abastecimentos, não têm munições, não têm reforços”, o que considerou ser um ponto a favor de Israel.


Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel (Foto: reprodução Gil Cohen-Magen/AFP)

Hamas reutiliza munições do exército israelense

As falas do ministro da Defesa vieram em um momento no qual as autoridades de Israel chegaram à conclusão de que um grande número das armas em posse do Hamas são, na verdade, munições reutilizadas e contrabandeadas das próprias forças israelenses. 

Não é de hoje que analistas que já diziam existir rotas subterrâneas usadas para contrabandear material bélico entre os territórios israelense e palestino: devido ao bloqueio militar exercito por Israel na região da Faixa de Gaza, essa era uma forte hipótese levantada para explicar como o grupo terrorista conseguia se manter fortemente armado ao longo dos anos.

No entanto, informações apuradas recentemente pelas autoridades israelenses indicam que uma boa porcentagem das bombas utilizadas pelo Hamas foram obtidas a partir das que foram lançadas por Israel no território palestino, mas não detonaram.

Protestantes pró Palestina manifestam durante comício de Joe Biden

Nesta terça-feira (23) protestantes pró Palestina fizeram uma manifestação durante comício realizado pelo Presidente Joe Biden em Manassas, Virgínia. Durante o debate sobre o aborto, manifestantes o acusaram de ser genocídio. Também houveram falas de ordem pedindo o cessar fogo e comentários em relação aos direitos femininos em Gaza. 


Joe Biden em um pronunciamento (Foto: reprodução/ AFP/ brasildefato) 


Sobre a guerra entre Israel e Gaza 

Há mais de 70 anos acontece a guerra entre Israel e a Palestina, causando a morte de milhares de pessoas nos dois territórios. Em 1947 a ONU decidiu criar dois estados: um judeu e outro árabe. Os judeus ficaram responsáveis por Israel enquanto os palestinos ficaram com Gaza e Cisjordânia.

Os árabes decidiram não aceitar a decisão por conta dos poucos recursos que teriam, em 1948 ocorreu a Guerra árabe- Israelense devido a revolta dos árabes. Foram realizadas diversas tentativas de paz entre os territórios, mas nenhuma foi bem sucedida.

Sobre a  união entre os Estados Unidos e Israel 

Os Estados Unidos têm uma longa relação de amizade com Israel desde o fim da segunda guerra mundial, o apoiando financeiramente, e o reconhecendo como país. Algumas potências como  a União Europeia  e os EUA consideram o Grupo radical Hamas como terrorista.

Atividades recentes dos Estados Unidos na Guerra entre Israel e Gaza

No dia 11 de Janeiro os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram ataques ao grupo Houthis no Iêmen. Rússia, China e Irã confrontaram os EUA sobre o assunto. A Rússia pediu uma reunião urgente para falar sobre o ocorrido e comentou que o país distorceu as resoluções do conselho de segurança (ONU). A China mostrou  preocupação com a tensão recente no Oriente Médio, devido a ataques no mar vermelho. O Irã condenou o acontecimento, devido ao país ser vizinho mais próximo do alvo do bombardeio.

Nesta terça-feira, os Estados Unidos direcionaram um bombardeio contra grupos pró iranianos no Iraque. Ataque levou a morte de duas pessoas. Acontecimento foi resposta ao ataque contra soldado americano no país. Acidente ocorreu nas brigadas de Hezbollah em Hashd al Shaabi, na região de Jurf al Sakhr, a 60 quilômetros de Bagdá.

Operação mortal do Hamas mata 24 militares israelenses

O Exército de Israel afirmou que 24 soldados morreram, nesta terça-feira, durante um ataque terrestre na Faixa de Gaza. A operação foi a mais mortal para o exército israelense até agora. 

Explosão do tanque

Com uma única explosão, 21 militares que estavam em um tanque foram mortos por uma granada. Outros três soldados foram assassinados horas antes do ataque contra o tanque de guerra israelense. 

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel Daniel Hagari disse que uma granada foi lançada de um foguete e atingiu um tanque de guerra que protegia os combatentes israelitas próximo de dois edifícios. Ainda segundo o porta-voz, os dois prédios explodiram provavelmente por conta de explosivos que os palestinos instalaram.


Militares israelenses durante operação na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Reuters/CNN)

O conflito ocorreu na região central da Faixa de Gaza, próximo ao kibutz de Kissufim, ao lado israelense da fronteira. De acordo com Hagari, os soldados mortos eram todos reservistas e estavam em uma operação para o oferecer um retorno seguro para os moradores da cidade do sul de Israel, depois de grande parte dos moradores terem evacuado o local desde o começo da guerra.

O presidente de Israel Isaac Herzog disse em sua conta no X (antigo Twitter) que o país enfrentou uma “manhã insuportavelmente difícil”. Ele acrescentou e prestou suas condolências aos feridos e mortos. “Em nome de toda a nação, consolo as famílias e rezo pela cura dos feridos“, escreveu no post.

Mortos em Israel

As Forças de Defesa de Israel afirmam que 217 militares israelenses morreram desde a invasão terrestre no dia 27 de outubro do ano passado. No total, 545 soldados perderam a vida desde o primeiro ataque do Hamas, que ocorreu no sul de Israel. 

A guerra entre as duas nações começou depois que o Hamas invadiu, matou 1.300, sendo a maioria civis, e fez cerca de 240 israelenses de reféns.

Mais de meio milhão de palestinos sofrem de fome, diz a ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou, nesta terça-feira, que mais de meio milhão de pessoas que moram em Gaza enfrentam uma “fome catastrófica”. A ONU fez essa afirmação por conta do bloqueio do abastecimento de comida, água e combustível que Israel impôs desde o início dos conflitos contra o Hamas, em outubro do ano passado.

UNRWA na ONU

A agência da ONU responsável por ajudar os refugiados palestinos, a UNRWA, também estava presente na reunião desta terça-feira e fez observações sobre a situação dos palestinos. A agência disse que os hospitais de Gaza foram dizimados e fez um apelo pelo cessar-fogo para que toda ajuda necessária possa chegar até as vítimas

Juliette Touma, porta-voz da UNRWA, apareceu em um vídeo, divulgado pela ONU, que foi gravado em uma região bombardeada por Israel. No vídeo, Touma mostra pessoas feridas recebendo assistência médica enquanto estão deitadas no chão de um complexo hospitalar precário. Além dessa cena, há outro momento do vídeo que pessoas aparecem em um fila para pegar comida e palestinos habitando em casas improvisadas.


Palestinos reunidos se alimentando com pão sírio (foto: reprodução/ EPA/ Haitham Imad/ Diário de Notícias)

Segundo a porta-voz, a situação é muito desesperadora. “Essas não são condições adequadas para seres humanos”, afirmou Touma. Em sua conta no X (antigo Twitter), Juliette Touma escreveu em um post que a ONU não deixará de falar sobre a crise humanitária enquanto houver um aumento de pessoas com fome em Gaza. “À medida que o risco de fome aumenta, as Nações Unidas pedem um aumento crítico no acesso humanitário“.

Mortos em Gaza

O número de mortos no conflito entre o Hamas e Israel, de acordo com autoridades de saúde palestinas, já é maior que 25 mil pessoas. Segundo a Organização das Nações Unidas, 70% dessas pessoas eram mulheres e crianças, totalizando cerca de 17.500 mortes.

O governo israelense disse que está fazendo o possível para evitar que crianças e mulheres morram na guerra contra o Hamas.

Foto destaque: tanques de guerra do exército de Israel no centro da Faixa de Gaza (reprodução/ Menahem Kahana/ AFP/ Folha de Pernambuco)

Netanyahu rejeita solução de dois Estados após guerra em Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quinta-feira (18) que rejeita a criação de um Estado Palestino em qualquer cenário pós-guerra, enfatizando a necessidade de controle total de Israel sobre a Faixa de Gaza para garantir a segurança. A declaração ocorre em meio a crescentes tensões regionais e após países árabes discutirem com os Estados Unidos uma iniciativa para encerrar o conflito, condicionada à solução de dois Estados, proposta também apoiada pelos EUA, mas rejeitada, de forma contundente, por Israel.



Desacordos com os Estados Unidos 

Durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18). Netanyahu afirmou: “Em qualquer acordo futuro, Israel precisa controlar a segurança de todo o território a oeste do Jordão. Isto colide com a ideia de soberania. O primeiro-ministro precisa ser capaz de dizer não aos seus amigos”, referindo-se aos Estados Unidos.

A vitória, segundo o líder israelense, exigirá mais tempo, mas ele reiterou a determinação em alcançá-la. Netanyahu destacou objetivos, incluindo o retorno de reféns, a eliminação do Hamas e a garantia de que Gaza não representa mais uma ameaça para Israel.

A declaração de Netanyahu representa uma rejeição clara à posição oficial dos Estados Unidos, que busca um acordo que inclua a criação de um Estado palestino. O Departamento de Estado norte-americano respondeu, afirmando que não há solução duradoura e reconstrução viável para Gaza sem o estabelecimento de um Estado palestino.

Recentes ataques 

Essas tensões ocorrem em um momento crítico no Oriente Médio, com preocupações sobre a possível escalada do conflito. Os recentes ataques dos EUA a posições dos rebeldes houthis no Iêmen adicionam mais complexidade à região, intensificando os receios de uma disseminação ainda maior das hostilidades.

A situação permanece fluida, com desdobramentos iminentes nas próximas semanas, à medida que as propostas e reações moldam o cenário geopolítico delicado da região.

Forças israelenses exumam corpos em Gaza à procura de reféns

O cemitério de Khan Younis, no sul de Gaza, sofreu extensos danos pelas forças israelenses que, desde a última segunda-feira (15), exumam corpos em busca dos restos mortais de pessoas feitas reféns pelo Hamas. As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram à CNN a realização dessas ações, visando devolver os corpos às suas famílias. 

Israel admite ações em cemitério palestino

Na última quinta-feira (18), um porta-voz das IDF informou à CNN que a identificação dos reféns é conduzida por profissionais, respeitando a dignidade dos falecidos. Se identificado como não sendo um dos reféns, o corpo é devolvido com dignidade e respeito aos familiares.



A busca é por 27 corpos de reféns executados pelo Hamas, e Israel acredita que 132 reféns ainda continuam em territórios palestinos, dos quais 105 estariam vivos. O porta-voz acrescentou que, se o Hamas não tivesse tomado homens, mulheres, crianças e bebês como reféns, a operação nos cemitérios da Faixa de Gaza não seria necessária.

Ação gera revolta dos palestinos 

A ação das forças israelenses tem gerado revolta nas redes sociais, com vídeos mostrando os danos aos túmulos, sepulturas abertas e os restos mortais expostos, e alguns palestinos denunciando a ação como roubo dos cadáveres pelos militares. Segundo o direito internacional, se comprovado que foi um ataque às sepulturas, a operação no cemitério poderia se configurar como um crime de guerra.

Não é a primeira vez que o exército de Israel é acusado de danificar cemitérios em território palestino. Em dezembro de 2023, os militares avançaram ao norte da Faixa de Gaza e destruíram pelo menos seis cemitérios da região. Na época, Israel não deu nenhum parecer sobre os atos. Segundo o The New York Times, uma base militar possivelmente foi instalada pelos militares israelenses em um dos cemitérios destruídos.