Eleições EUA: estados adotam regras diferentes e dificultam votação

Chegando nos momentos finais das eleições presidenciais dos Estados Unidos, muitos estados começaram a dificultar a vida do eleitor na hora de exercer seu direito. A Geórgia, que é considerada um estado pêndulo, está criando dificuldades para a realização do voto. Há relatos de pessoas que precisam confirmar seu cadastro mais de uma vez.

O fato de Joe Biden ter vencido no estado em 2020, fez o partido Republicano de Donald Trump, endurecer as regras a serem cumpridas para uma pessoa realizar seu voto. Como a vantagem de Biden se deu pelo eleitorado formado por pessoas negras, apoiadores de Trump diminuíram os caixas para voto antecipado em regiões onde há concentração de negros e democratas.

Em outro estado pêndulo, Carolina do Norte, os eleitores precisam depositar, com o seu voto, uma cópia da sua identidade com firma reconhecida ou assinado por duas testemunhas.

O Texas, estado reconhecidamente republicano, não aceita carteira de estudante como documento válido para votar. O documento é aceito em mais de 10 estados do país.


Eleitores votando (Foto: reprodução/AFP/Jeff Kolwalsky/Getty Images Embed)


Estados-pêndulos

Os estados-pêndulos, são os estados onde não existe uma inclinação política para democratas ou republicanos, seus votos variam em cada eleição. São reconhecidos como estados-pêndulos nos Estados Unidos: Geórgia, Nevada, Arizona, Michigan, Carolina do Norte, Wisconsin e Pensilvânia.

Para se consagrar presidente, é de suma importância que um candidato vença nos estados-pêndulos. Como o sistema de votação dos Estados Unidos é pelo voto indireto, onde a pessoa não vota diretamente no presidente e sim no delegado do partido, vencer em estados que somam grande número de delegados coloca um candidato em vantagem.

Pensilvânia

Pensilvânia é um estado-pêndulo crucial tanto para Kamala Harris, como para Donald Trump. O estado contém 19 delegados, e com a disputa acirrada entre os dois candidatos, o partido que vencer na região, possível será o que comandará os Estados Unidos por mais 4 anos.

Trump se diz confiante ao votar, mas não tem discurso de vitória pronto

Nesta terça-feira (5), milhões de americanos estão indo às urnas para decidir o futuro do país e o presidente que governará pelos próximos quatro anos. O ex-presidente e atual candidato, Donald Trump, votou à tarde em um centro recreativo em Palm Beach, perto de Mar-a-Lago, próximo a uma das mansões dele. Trump chegou por volta das 13h30 e o local foi isolado por agentes do Serviço Secreto e patrulha de helicóptero. Ao falar com a imprensa, Trump falou que está confiante. “Acredito que fizemos um bom trabalho. (…) Me sinto confiante.”

Discurso de vitória

Donald Trump é conhecido por não preparar discursos. O estilo mais improvisado e espontâneo é uma marca do político, ao votar ele deu mais uma confirmação disso. Quando perguntado sobre já ter um discurso de vitória pronto, ele disse não ter elaborado um ainda. “Se eu vencer, logo saberei o que vou dizer“.

Trump também foi questionado sobre o reconhecimento de uma possível derrota. Acontece que em 2020, quando o democrata Joe Biden venceu as eleições contra Trump, ele contestou o resultado das eleições, alegando fraude no processo eleitoral, sobretudo quanto às inconsistências apontadas em relação aos votos antecipados e votos pelo correio. Quanto às eleições de 2024 Donal Trump afirmou que irá respeitar o resultado se as eleições forem justas.

A corrida eleitoral

As últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos têm sido marcadas por uma extrema polarização. Donald Trump é visto como uma renovação do partido Republicano, representando os interesses conservadores. Ao lado dele estão nomes como Elon Musk, que recentemente chegou a oferecer sorteios de 1 milhão de dólares para eleitores indecisos que decidirem votar em Trump nos “estados pêndulo”, que não possuem histórico de preferência por partido ou candidato.


Trump e Harris são os favoritos na disputa pela Casa Branca em 2024 (Foto: reprodução/ X/ @Encuestando)

Do outro lado da disputa está Kamala Harris, que assumiu a campanha dos Democratas após a saída do atual presidente americano Joe Biden, que deixou a disputa, após polêmicas envolvendo a suposta senilidade dele, que possui atualmente 81 anos. Harris representa pautas mais progressistas e possui em sua campanha diversas celebridades, como Taylor Swift e membros do elenco dos Vingadores, da Marvel.

O resultado das eleições americanas deve ser apresentado nas próximas semanas e tende a mostrar uma disputa bastante acirrada de acordo com as últimas pesquisas, onde frequentemente Harris ou Trump aparecem com uma pequena vantagem em relação ao oponente.

Kamala Harris: saiba quem é a vice de Biden e a favorita para candidatura à presidência

Com a renúncia de Joe Biden à candidatura e reeleição para presidente dos Estados Unidos neste domingo (21), a sua vice, Kamala Harris, é um dos nomes favoritos para a assumir a vaga pelos democratas. A corrida eleitoral americana acontecerá daqui a quatro meses e, se escolhida, Kamala irá enfrentar Donald Trump nas urnas. Biden já declarou o seu apoio a Kamala após ter anunciado sua desistência.

Biden desiste de concorrer

Biden anunciou sua renúncia após dias de pressão. O atual presidente passou por uma crise no final de junho, quando seu desempenho no debate contra Donald Trump levantou dúvidas sobre as suas capacidades cognitivas. A vice-presidente também divulgou um comunicado agradecendo o apoio de Biden e dizendo que pretende “conquistar e ganhar a indicação” do Partido Democrata.

Segundo o instituto de pesquisa Morning Consult, 30% dos democratas apoiam o nome de Kamala para substituir Biden. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, vem logo em seguida com 20%. A vice-presidente passou a maior parte do seu mandato tentando se destacar. Porém, sua popularidade é relativamente baixa, com índice de aprovação muito próximo ao de Biden.

Conheça Kamala Harris

Kamala, de 59 anos, é a primeira mulher a se tornar vice-presidente dos Estados Unidos. Ela é formada em Direito e Ciências Políticas e já atuou como advogada em São Francisco, e também exerceu o cargo de senadora na Califórnia de 2017 e 2020.

Kamala também já se apresentou como pré-candidata à Casa Branca para as eleições de 2020 e liderou diversas pesquisas dentro do Partido Democrata. Porém, perdeu apoio e desistiu da disputa por falta de recursos financeiros.

Filha de pai jamaicano e mãe indiana, Kamala foi escolhida para ingressar na chapa democrata para as ajudar a angariar os votos das minorias por ser mulher, negra e filha de imigrantes. A escolha de Harris foi crucial para a eleição de Biden, pois funcionou como um atrativo para convencer os eleitores negros a votar durante o pleito de 2020.


Kamala Harris e Joe Biden (Reprodução/Instagram/@kamalaharris)

Popularidade baixa e suas atuações recentes

Kamala sempre foi considerada a sucessora natural de Joe Biden para as eleições de 2024, mas seu desempenho foi considerado abaixo do esperado. Com as pesquisas indicando sua fraca popularidade, ela é considerada a vice-presidente mais impopular da história americana em 50 anos.

Foram poucos os momentos em que Kamala conseguiu chamar atenção para si. Em 2021, a vice-presidente foi convocada para liderar a diplomacia com o México e países da América Central, em um esforço que visava encontrar uma solução para o problema migratório na fronteira. Em sua primeira viagem à região, em um encontro com o presidente da Guatemala, ela pediu para que os migrantes não fossem aos Estados Unidos de maneira ilegal. Tal performance foi vista como um fracasso.

Mesmo com sua impopularidade, Kamala conseguiu conquistar alguns de seus críticos. Em 2022, ela se tornou a principal voz dentro da Casa Branca em defesa do direito ao aborto. No ano passado, ela participou da Conferência de Segurança de Munique, se posicionando contra a Rússia na guerra da Ucrânia.
Em maio deste ano, a vice-presidente fez as declarações criticando o governo israelense, dirigindo seu discurso ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para pedir um cessar-fogo e evitar uma “catástrofe humanitária”.